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Por Martha Funke — Para o Valor, de São Paulo


Claudia Nolla, da IBM Brasil: WatsonX, plataforma de IA, é pré-treinada para desenvoltura em linguagem natural — Foto: Divulgação
Claudia Nolla, da IBM Brasil: WatsonX, plataforma de IA, é pré-treinada para desenvoltura em linguagem natural — Foto: Divulgação

Depois do estardalhaço causado pela inteligência artificial (IA) generativa nos últimos meses, graças ao ChatGPT da Open IA, a tecnologia capaz de interpretar e empregar linguagem natural com mais facilidade começa a trazer resultados palpáveis. A maturidade se estende de fornecedores a casos de uso de clientes, com governança e foco na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Dados da IBM levantados junto a CEOs mundo afora mostram crescimento superior a três vezes na participação da novidade em orçamentos de tecnologia, de abril a setembro deste ano. Entretanto, só 15% indicaram investimentos acima do total previsto, enquanto em 37% haveria reacomodação de gastos com IA e 33%, do orçamento geral de TI.

Segundo Claudia Nolla Kirszberg, executiva de transformação digital & soluções cognitivas (IA) da IBM Brasil, a empresa entrou no jogo com o WatsonX, sua plataforma de IA agora pré-treinada com as quantidades massivas de dados (LLM) para desenvoltura em linguagem natural. “São modelos fundacionais prontos para uso”, diz.

O Bradesco, pioneiro no uso do Watson para a criação de sua assistente virtual Bia, em 2015, embarcou na nova jornada generativa com inclusão da pauta em seu comitê executivo de inovação e treinamento, primeiro do board e depois das diretorias das áreas de negócios, para fomentar o uso da tecnologia. O segundo passo foi identificar e priorizar casos de uso. O pioneiro incluiu análise de atas e comunicados do Copom para ajudar a antecipação de cenários pelos economistas da casa.

Da mesma forma como foi feito com a Bia, o uso inicial é voltado ao público interno. Na área jurídica, por exemplo, a IA generativa ajuda a interpretar ofícios de órgãos reguladores em solicitações como quebra de sigilos bancários, com redução de prazos. Centrais de atendimento internas podem empregá-la para recomendações mais assertivas de produtos como consórcio a partir da contextualização de casos individuais de clientes e base de conhecimentos interna, com governança apoiada em instanciamento (níveis de acesso) de dados proprietários e de clientes. “Temos uma área de inteligência de dados responsável por ser guardiã dos algoritmos e dos dados”, detalha a diretora executiva de TI do banco, Walkiria Schirrmeister Marchetti.

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A medida é um dos cuidados para garantir a governança, uma das chaves de adesão à LGPD. Para a diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Miriam Wimmer, a adoção da novidade deve ser parcimoniosa frente à dificuldade de oferecer explicações sobre os encaminhamentos direcionado pela IA. “Cuidados com o uso de bases de dados em treinamentos, não tratar mais dados pessoais que o necessário e anonimização ajudam a construir confiança”, afirma Wimmer

A Embratel usa o volume de dados e conectores de softwares (APIs) empregados pela operadora do grupo, a Claro, para testar governança e pontos éticos relacionados a LGPD, diz o diretor executivo de soluções digitais da empresa, Mário Rachid. A fornecedora de softwares para mídia e comunicação AmDocs tem cerca de 70 casos de uso envolvendo IA generativa no mundo, principalmente ligados à experiência do consumidor, como em chatbots. “Mas muitas vezes os pedidos de clientes podem ser resolvidos com outras tecnologias”, explica Paulo Antonialli, diretor executivo e serviços digitais da Amdocs.

Daniel Domingos, sócio e diretor de engenharia de dados e advanced analytics da Cogna, grupo de educação com mais de 60 marcas e 3 milhões de estudantes no país, conta como a IA generativa tende a apoiar a geração de conteúdo relevante e hiperpersonalizado para os alunos. Além de um comitê para discutir iniciativas, a empresa criou um portal interno que delimita o uso específico de dados para emprego do ChatGPT e o processo de expansão de conhecimento interno para ensinar as áreas de negócios no ouso da tecnologia. “Precisamos ensinar a fazer as perguntas”, diz Domingos. O próximo passo é ensinar a interagir com os conjuntos de frases gramaticalmente corretas para dizer à IA o que deve ser feito.

A Tim Brasil espera melhorar a compreensão e respostas aos clientes com uso da IA generativa, diz a CIO Auana Mattar. A assistente virtual Tais, nascida em 2020, se tornou a primeira do segmento a empregar solução neural de sintetização de voz (TTS), recurso do Azure Speech, da Microsoft, integrado ao Watson, da IBM. “O conteúdo gerado por humanos e IA generativa trabalham em conjunto, com a tecnologia criando com base nas contribuições humanas”, explica.

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