16-Saude Coletiva
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COLETIVA
Introdução, conceitos
básicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste capítulo, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Embora sejam conceitos diferentes, em inúmeras situações as pessoas
acham que o conceito de saúde coletiva é igual ao conceito de saúde
pública. a saúde coletiva como conceito resultou do movimento sani-
tarista, e a saúde pública é a tentativa de assegurar que todo indivíduo
tenha, dentro da comunidade, um padrão de vida que lhe assegure a
manutenção da saúde.
Neste capítulo, serão abordados o conceito e o histórico da saúde
coletiva no Brasil e no mundo, bem como as diferenças entre saúde
coletiva e saúde pública.
Saúde coletiva
A saúde coletiva é composta da integração das ciências sociais com as polí-
ticas de saúde pública. Ela identifica variáveis de cunho social, econômico e
ambiental que possam acarretar no desenvolvimento de cenários de epidemia
em determinada região, por meio de projeções feitas através da associação dos
dados socioeconômicos com os dados epidemiológicos. Com essas informa-
2 Introdução, conceitos básicos
A Saúde Coletiva, desde o seu início, envolve-se com lutas teóricas, para-
digmáticas, políticas e ideológicas, trazendo repercussões para saúde como
um todo na sua delimitação e renovação, levando à contribuição dos sujeitos
individuais e coletivos e identificado caminhos que permitam tornar a Saúde
Coletiva um espaço cada vez mais aberto a novos paradigmas diante das ne-
cessidades de saúde, dos direitos humanos, de processos emancipatórios e da
democratização da vida social. Ela pode ser considerada uma nova forma de
saúde pública, pois é reconhecida como campo de saber e âmbito de práticas,
o que evidencia a redefinição das concepções da Medicina Social do século
XIX. Sendo assim a saúde coletiva tem muitos desafios dentro do SUS.
Toda saúde pública é coletiva, mas nem toda saúde coletiva é pública. O planejamento
da saúde pública é mais amplo que o da saúde coletiva.
Financiamento;
Força de trabalho;
Rede de serviços;
Insumos e tecnologias;
Organizações.
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bubônica. O médico então convocou pessoas para realizar ações que previam
invadir as residências e queimar roupas e colchões sem qualquer explicação.
Nessa época, aconteceu o auge do conflito de uma vacinação anti-varíola e
a população saiu às ruas no que ficou conhecida como a Revolta da Vacina.
Apenas após a chegada de imigrantes Europeus no Brasil teve início a discussão
um modelo de assistência médica para os pobres. A partir de 1972, surgiram as
primeiras representações sanitaristas no Brasil. A partir de então o movimento
Sanitarista no Brasil foi ganhando força. Assim, a Reforma Sanitária Brasileira
aconteceu no contexto da luta a contra ditadura, referindo-se a um conjunto
de ideias para transformações necessárias na área da saúde que melhorariam
as condições de vida da população. Era composta de principalmente 4 dimen-
sões: dimensão específica do campo saúde/doença; dimensão institucional;
dimensão ideológica; e dimensão das relações entre produção, distribuição e
apropriação das riquezas, de forma a determinar situações de risco (PAIVA
et al., 2013; PAIM; TEIXEIRA, 2006).
Na década de 1970, sobretudo a partir de 1975, as importantes transforma-
ções que ocorreram na sociedade brasileira, marcadas pelo esgotamento das
possibilidades do chamado “milagre econômico” e pela derrocada do governo
militar, produziram uma forte crise econômica, acentuando a dependência
do país aos mercados externos e a desigualdade na distribuição de renda da
população. A crise econômica se refletiu no setor da saúde, diminuíram-se os
recursos destinados à saúde pública e, em contrapartida, houve o aumento dos
gastos com a assistência médica individual, mediante os repasses de dinheiro
público à Previdência Social. Por isso, processavam-se mudanças nas duas
áreas, o que, desde os anos 1960, ocasionou um reordenamento da política de
saúde para fazer face a essa crise político-financeira, principalmente porque o
setor da assistência médica previdenciária sempre foi considerado hegemônico,
por defender os interesses do capital.
Nesse contexto, profissionais das áreas da saúde pública e da medicina
preventiva, que sempre tiveram significativa presença na cena política brasileira
através de algumas organizações de caráter científico e/ou sindical, passaram
a defender o sistema público de saúde, enfatizando o direito à saúde. A questão
da saúde sempre foi altamente politizada no Brasil, e o chamado movimento
sanitário teve papel importante na resistência ao regime militar brasileiro e
na luta pela democratização do país.
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Leituras recomendadas
ALMEIDA FILHO, N. Transdisciplinaridade e saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva,
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<https://endeavor.org.br/pdca/>. Acesso em 04 nov. 2016.
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