Tese Doutorado-Thiago Castellani Arena
Tese Doutorado-Thiago Castellani Arena
Tese Doutorado-Thiago Castellani Arena
RIBEIRÃO PRETO
2015
Thiago Roberto Castellane Arena
Ribeirão Preto
2015
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por
qualquer meio convencional ou eletrônico para fins de estudo, pesquisa, desde
que citada a fonte.
FICHA CATALOGRÁFICA
Banca Examinadora
Julgamento:________________________ Assinatura:___________________________
Julgamento:________________________ Assinatura:___________________________
Julgamento:________________________ Assinatura:___________________________
Julgamento:________________________ Assinatura:___________________________
Julgamento:________________________ Assinatura:___________________________
DEDICATÓRIA
A Deus,
Por colocar-me diante dos obstáculos, mas, ao lado da minha família e amigos, com saúde, a
USP,
e profissional.
À Juliana Pischiottin da Silva, Secretária do Programa de Pós-Graduação em Clínica
Cirúrgica,
Serviços Gerais, Alunos e Estagiários que estiveram presentes em todas as unidades de saúde
Pela atenção e tempo que me foram destinados diante de meus muitos questionamentos e
À Enfermeira Sonia Camila Sant Anna e aos Médicos Quitéria de Lourdes Lourosa, Marcelo
Riêra, Lívia Nóbrega Machado, Tufik Jose Magalhaes Geleilete, Patrícia Künzle Ribeiro
Pela atenção e tempo que me foram dispensados durante a realização das entrevistas
individuais.
Aos Médicos Andre Luis Valentini Marinheiro, Fabio Franchi Quagliato e Maria Helena de
Siqueira Vieira,
Pela contribuição nas análises estatísticas dos dados coletados neste estudo.
Pelo estímulo, paciência e auxílio nas etapas finais de conclusão deste estudo.
Flores na Estrada...
Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus
às 6h15min e viajava cinquenta minutos até o trabalho. À tardinha fazia a mesma coisa voltando para a casa.
No ponto seguinte ao que o homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela.
Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.
Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa.
Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:
- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora está jogando pela janela?
- Bom dia, respondeu a velhinha. - Jogo sementes.
- Sementes? Sementes de que?
- De flor. É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia.
E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom.
- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas
pelos passarinhos. A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?
- Acho meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com
o tempo vão brotar.
- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água.
- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as
sementes, as flores nunca vão nascer.
Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu “trabalho”. O homem desceu logo
adiante, achando que a velhinha já estava meio “caduca”.
O tempo passou...
Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto, olhou para fora e viu margaridas
na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias. A paisagem estava colorida, perfumada e linda.
O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e acabou perguntando para o cobrador, que
conhecia todo mundo.
- A velhinha das sementes? Pois é, morreu de pneumonia no mês passado.
O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela. “Quem diria, as
flores brotaram mesmo”, pensou. “Mas de que adiantou o trabalho da velhinha? A coitada morreu e não pode
ver esta beleza toda”.
Nesse instante, o homem escutou uma risada de criança. No banco da frente, um garotinho apontava
pela janela entusiasmado: Olha mãe, que lindo, quanta flor pela estrada. Como se chamam aquelas azuis?
Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores
que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as
pessoas. No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e tirou um pacotinho de sementes
do bolso.
ARENA, TRC. The influence of the primary health care model in the care to
patients with hypertension. 129 p. Thesis (Doctoral) - Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015.
Introduction: The initial care to chronic diseases of high prevalence such as systemic
hypertension (SH) and the regulation of access of patients to other health care network
services are the responsibility of primary health care (PHC), frequently evaluated as
not satisfactory. However, the adoption of the Family Health Care Strategy, in thesis,
is able to deal with this situation. Objective: To analyze the medical care provided to
patients with SH attended in two modalities of PHC units: the traditional one, provided
in basic health units (BHU) and the Family Health Strategy (FHS) offered in Family
Health Centers (FHC). Method: Evaluate the care offered to patients with SH
registered in a BHU (n = 98) comparing with the one offered in 3 FHC’s (n = 96), in
Ribeirão Preto, by obtaining information about the user embracement, orientation,
solicitations of follow-up exams and the use of different components of the health care
network, gathered from a questionnaire and a structured interview protocol applied to
patient's physical and electronic records. Results: The two groups were homogeneous
in epidemiological and clinical aspects, but the follow-up mean was lower in the FHS
(8 years), in relation to BHU (16.2 years) (p = 0.01). The user embracement and
orientation were equivalent in the two services, but the frequency of the best concepts
was higher in the FHS. The proportion of scheduled consultations at BHU was higher
(p = 0.002) as well as those that occurred without scheduling (p = 0.001). Furthermore,
the request and the proportion of follow-up exams performed were higher at the FHS
(p <0.001). Among the 511 consultations in emergency care units (ECUs), 60.9%
occurred with patients followed at the BHU (p = 0.02), but the frequency of
hospitalizations due to worsening of hypertension was similar in the two modes of PHC.
Conclusions: The data obtained in the conditions applied to this study indicate that
the process of care (user embracement, orientation, and investigation on the effects of
the disease) is best at the FHS, which may explain the lower frequency of patients to
ECUs, but the need for hospital care due to complications of hypertension is equivalent
in both modalities of PHC.
Keywords: Primary Health Care, Family Health Strategy, Health Centers, Delivery of
Health Care, Hypertension, Health Care Coordination and Monitoring.
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
% Porcentual
AB Atenção Básica
DM Diabetes Mellitus
DP Desvio Padrão
Kg Quilogramas
m Metros
PA Pressão Arterial
1 INTRODUÇÃO 25
2 REFERENCIAL TEÓRICO 30
3 OBJETIVO 38
4 METODOLOGIA 40
4.1 População 41
4.2 Amostragem e Casuística 44
4.3 Instrumentos de coleta de dados 47
4.3.1 Entrevistas estruturadas 47
4.4.2 Prontuários 50
5 RESULTADOS 58
6 DISCUSSÃO 86
7 CONCLUSÃO 102
ANEXOS 118
APÊNDICES 122
1. INTRODUÇÃO
| 25
1 INTRODUÇÃO
1
Um grupo holístico de atividades de saúde que inclui educação, saneamento, e nutrição, entre outros.
| 29
2. REFERENCIAL TEÓRICO
| 30
2 REFERENCIAL TEÓRICO
eletrificação, água tratada, acesso aos serviços de saúde, nível educacional e outros
(SANTOS, 2007, cap.8).
Em 1987, a Secretaria de Saúde do Ceará, como parte integrante de
um programa de emergência de combate à seca, instituiu o Programa de Agentes de
Saúde e devido a uma ampla repercussão política o programa passou a ser expandido
para todo o país como um programa permanente com a denominação de Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (MENDES, 2002).
Em 1994, em meio ao contexto de mudanças na área da saúde, o
Ministério da Saúde implantou o Programa Saúde da Família (PSF) visando efetivar
as diretrizes do SUS (BRASIL, 1997). Desta forma, o PSF, no Brasil, pode ser visto
como uma retomada de proposições contidas nas políticas públicas federais que
estiveram em evidência, desde meados dos anos de 1970 até o início dos anos de
1980. Nesse sentido, destacaram-se o Programa de Interiorização de Ações de Saúde
e Saneamento (PIASS), de 1976, e o Programa Nacional de Serviços Básicos de
Saúde (7ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1982) que visavam à extensão
da cobertura e a ampliação do acesso aos serviços de saúde para grupos sociais
ainda marginalizados (DONNANGELO, 1996).
Recentemente, o Programa Saúde da Família passou a denominar-
se Estratégia Saúde da Família (ESF). A Estratégia Saúde da Família teve como
objetivo reorientar o modelo assistencial à medida que procurou aproximar o serviço
de saúde da comunidade tornando-o mais humano e acolhedor e, a partir da
publicação da Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006 (BRASIL, 2007a), com a
aprovação da Política Nacional de Atenção Básica, a Estratégia Saúde da Família
passou a ser a estratégia prioritária para organização da Atenção Básica (no Brasil, o
termo Atenção Básica (AB) se confunde com o termo Atenção Primária à Saúde
(APS).
Segundo a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2007a), a
AB se caracteriza por
“um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a
promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do
exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma
de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas
quais assume responsabilidade sanitária considerando a dinamicidade existente no
território em que vivem essas populações”.
ao HIV/AIDS, com ênfase nas modificações no cuidado dos pacientes crônicos, o que
poderia evitar o colapso nos sistemas de saúde ditos “públicos”.
Os oito elementos descritos envolvem:
1) Apoiar uma mudança de paradigma, ou seja, organizar o sistema
de saúde não em torno de um modelo de tratamento de casos agudos e episódicos,
mas, sim, voltado às necessidades de muitos pacientes portadores de doenças
crônicas;
2) Gerenciar o ambiente político posto que a elaboração de políticas
de saúde ocorrem, inevitavelmente, em um contexto político;
3) Desenvolver um sistema de saúde integrado que evite a
fragmentação dos serviços e atendimentos, fato tão comum na lida com pacientes
crônicos;
4) Alinhar políticas setoriais para a saúde de tal forma que políticas
semelhantes possam, quando alinhadas, maximizar os resultados de saúde;
5) Aproveitar melhor os recursos humanos do setor saúde;
6) Centralizar o tratamento no paciente e na família uma vez que
o gerenciamento das condições crônicas requer mudanças no estilo de vida e no
comportamento diário;
7) Apoiar os pacientes em suas comunidades uma vez que o
tratamento do paciente com afecções crônicas também demanda mudanças no
ambiente doméstico e laboral do paciente e, por fim,
8) Enfatizar a prevenção posto que a maioria das condições crônicas
é evitável e muitas de suas complicações podem ser prevenidas.
O relatório da OMS (2003) tem como objetivo um ganho de qualidade
tanto para pacientes portadores de DCNT, como para os sistemas de saúde nos quais
estes pacientes se inserem. Sabidamente, na ausência de uma mudança de vulto na
forma de lidar com os pacientes portadores de DCNT, levará, na próxima década,
muitos países a chegar a uma situação difícil no tocante a custo, qualidade e acesso
aos seus sistemas de saúde.
A preocupação dos países visando a adoção de estratégias no
contexto de seus sistemas de saúde para lidar com a evolução no número de DCNT’s
foi reforçada com a aprovação pela Assembléia Geral da ONU, em abril de 2010, da
Resolução para Prevenção e Controle das Doenças Não-Transmissíveis (UN, 2010)
sendo que, nesse contexto, o Plano de Ação desenvolvido pela OMS, para os anos
| 36
3. OBJETIVOS
| 38
3 OBJETIVO
4. METODOLOGIA
| 40
4 METODOLOGIA
4.1 População
período de realização deste estudo, tal UBS funcionava das 7:00 às 21:00 horas,
contando 4 Clínicos Gerais, 3 Ginecologistas e 4 Pediatras (cada profissional médico
trabalhando 20 horas semanais), além de equipe de enfermagem e agentes
comunitários de saúde. Esta UBS diferia-se das demais UBS’s do município por ser
uma UBS associada ao Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS);
B. Núcleo de Saúde da Família Prof. Dr. Breno J. Guanais Simões
(NSF1) localizado na Rua São Salvador, número 1293 e 1303, Bairro Sumarezinho,
localizada no Distrito Sanitário Oeste do Município de Ribeirão Preto, responsável,
atualmente, pelo atendimento de cerca de2.618 habitantes;
C. Núcleo de Saúde da Família Prof.ª Dr.ª Célia de Almeida Ferreira
(NSF3), localizado na Travessa Nossa Senhora da Penha, número 55, Bairro
Sumarezinho, localizada no Distrito Sanitário Oeste do Município de Ribeirão Preto,
responsável, atualmente, pelo atendimento de cerca de 2.282 habitantes;
D. Núcleo de Saúde da Família Marina Moreira de Oliveira (NSF 4),
localizado na Rua Padre Anchieta, número 2661, Bairro Jardim Antártica, localizada
no Distrito Sanitário Oeste do Município de Ribeirão Preto, responsável, atualmente,
pelo atendimento de cerca de 3.817 habitantes.
Tais NSF’s, foram fundados a partir de 2001 após um convênio
firmado entre a Secretaria Estadual de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde do
Município de Ribeirão Preto, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-
USP), o Hospital das Clínicas da FMRP-USP (HCFMRP) e a Fundação de Apoio ao
Ensino, Pesquisa e Assistência do HCFMRP (FAEPA) (CAP, 2013). No período de
observação deste estudo, os 3 NSF’s funcionavam das 7:00 às 17:00 horas, contando,
cada um, com 1 Médico de Família Assistente (generalista), que trabalhava 40 horas
semanais na assistência aos pacientes e na preceptoria de cerca de 4-5 Médicos
Residentes do Programa de Residência Médica em Medicina de Família e
Comunidade do HCFMRP, e na orientação de estudantes da FMRP-USP juntamente
com os docentes do curso de medicina. Tais Unidades também contavam com equipe
de enfermagem e agentes comunitários de saúde e também recebiam estudantes e
docentes de outros cursos da Saúde da FMRP-USP.
| 44
4.4.2 Prontuários
4.5.1 Entrevista
2
Por exemplo: se no período de dois anos do estudo o sujeito “A” do grupo de estudo da UBS teve 2
consultas na UBS e a sua anotação de peso na primeira consulta foi de 86 kg e a anotação de peso na
segunda consulta foi de 94 Kg, o pesquisador, para a efeito da análise estatística comparativa final
entre o indivíduo “A” e outro indivíduo “B” também seguido na UBS, registrou que o indivíduo “A” tinha
o peso médio de 90kg ( 90kg =. (86kg + 94kg) / 2 ).
| 54
pesquisador. Suas respostas não serão as mesmas de outro grupo similar, nas
mesmas condições. Para suplantar essa ameaça, os participantes foram selecionados
aleatoriamente e se insistiu em trazer aqueles que não aceitaram os convites iniciais.
Com essa insistência, o pesquisador evitou que os participantes se auto-
selecionassem;
2) Ameaça de Amostragem, ou representatividade da população
escolhida - foi controlada por meio de amostragem realizada aleatoriamente para a
amostra da entrevista estruturada.
5. RESULTADOS
| 58
5 RESULTADOS
Modalidade
ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) Média (DP) n (%) Média (DP)
Feminino 67 (69,8) - 71 (72,5) -
SEXO 0,75
Masculino 29 (30,2) - 27 (27,5) -
Modalidade
Modalidade
P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Muito ruim 0 (0) 4 (4,1)
Ruim 0 (0) 1 (1)
(1) Atendimento na recepção
Razoável 7 (7,4) 13 (13,3) <,0001
(acolhimento)
Bom 23 (24,2) 49 (50)
Muito Bom 65 (68,4) 31 (31,6)
Muito ruim 0 (0) 0 (0)
Ruim 0 (0) 2 (2)
(2) Atendimento da enfermagem Razoável 6 (6,3) 6 (6,1) <,0001
Bom 23 (24,2) 52 (53,1)
Muito Bom 66 (69,5) 38 (38,8)
Muito ruim 0 (0) 1 (1)
Ruim 3 (3,2) 9 (9,2)
(3) Tempo de espera até ver o
Razoável 22 (23,2) 24 (24,5) 0,097
médico
Bom 43 (45,3) 49 (50)
Muito Bom 27 (28,4) 15 (15,3)
Continua....
| 60
Conclusão.
Modalidade
ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) n (%)
da UBS consideraram que seus médicos eram muito ruins, ruins ou razoáveis neste
quesito, enquanto somente 2,2% dos hipertensos da ESF emitiram essa mesma
opinião (Tabela 5).
Tabela 5 - Avaliação dos médicos assistentes pela amostra de pacientes com hipertensão
arterial sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e na Unidade
Básica de Saúde (UBS), avaliados nos anos de 2009/2010,no município de Ribeirão
Preto.
Modalidade
P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Muito ruim 0 (0) 0 (0)
Ruim 0 (0) 3 (3,1)
(1) A reputação do(a) médico(a)
Razoável 11 (11,6) 7 (7,1) 0,089
Bom 29 (30,5) 41 (41,9)
Muito Bom 55 (57,9) 47 (48)
Muito ruim 0 (0) 1 (1,0)
Ruim 1 (1,1) 3 (3,1)
(2) Se você teve tempo suficiente
Razoável 1 (1,1) 11 (11,2) 0,028
para explicar seus problemas
Bom 39 (41,1) 34 (34,7)
Muito Bom 54 (56,9) 49 (50)
Muito ruim 0 (0) 2 (2,0)
(3) Se o(a) médico(a) explicou seu Ruim 0 (0) 3 (3,1)
problema de maneira que você Razoável 6 (6,4) 6 (6,1) 0,290
entendesse Bom 34 (36,2) 35 (35,7)
Muito Bom 54 (57,5) 52 (53,1)
Muito ruim 0 (0) 2 (2)
(4) Se você entendeu bem as Ruim 0 (0) 0 (0)
instruções dadas sobre o seu Razoável 6 (6,4) 12 (12,2) 0,260
tratamento Bom 35 (37,2) 33 (33,7)
Muito Bom 53 (56,4) 51 (52)
Muito ruim 0 (0) 2 (2)
(5) Se você entendeu bem as Ruim 0 (0) 0 (0)
instruções dadas sobre sua Razoável 7 (7,5) 12 (12,2) 0,345
medicação Bom 33 (35,1) 33 (33,7)
Muito Bom 54 (57,5) 51 (52)
Muito ruim 0 (0) 1 (1)
Ruim 1 (1) 3 (3)
(6) Se você se sentiu confiante
Razoável 7 (7,3) 9 (9,2) 0,610
no(a) médico(a)
Bom 28 (29,2) 31 (31,6)
Muito Bom 60 (62,5) 54 (55,1)
Muito ruim 0 (0) 0 (0)
(7) Que NOTA GERAL você daria Ruim 1 (1) 1 (1)
para o(a) médico(a) que o(a) Razoável 8 (8,3) 10 (10,2) 0,756
atendeu Bom 23 (24) 29 (29,6)
Muito Bom 64 (66,7) 58 (59,2)
pacientes), para fazer dieta (63,5% dos pacientes), para tomar adequadamente suas
medicações (71,9% dos pacientes) e para não deixar de comparecer às consultas de
forma periódica (57,3% dos pacientes). Já para os pacientes hipertensos da UBS, as
mesmas orientações foram dadas, respectivamente, a 38,8%, 43,9%, 48% e 37,8%
dos pacientes. Tais achados se mostraram relevantes estatisticamente devido ao fato
dos p-valores obtidos serem menores que 0,05 (Tabela 6).
Modalidade
ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) n (%)
Nenhuma vez 4 (4,2) 23 (23,5)
Poucas vezes 10 (10,4) 11 (11,2)
(1) Fazer exercícios físicos? Várias vezes 18 (18,8) 25 (25,5) <,0001
Todas as vezes 61 (63,5) 38 (38,8)
Nenhuma vez 3 (3,1) 1 (1,0)
Nenhuma vez 5 (5,2) 17 (17,4)
Poucas vezes 9 (9,4) 13 (13,3)
(2) Fazer dieta? Várias vezes 16 (16,7) 25 (25,5) 0,002
Todas as vezes 61 (63,5) 43 (43,9)
Nenhuma vez 5 (5,2) 0 (0)
Nenhuma vez 5 (5,2) 17 (17,4)
Poucas vezes 4 (4,2) 9 (9,2)
(3) Como tomar suas medicações? Várias vezes 15 (15,6) 23 (23,5) 0,006
Todas as vezes 69 (71,9) 47 (48)
Nenhuma vez 3 (3,1) 2 (2,0)
Nenhuma vez 0 (0) 3 (3,1)
Poucas vezes 2 (2,1) 2 (2,0)
(4) Abandonar o fumo? Várias vezes 1 (1,0) 3 (3,1) 0,292
Todas as vezes 10 (10,4) 14 (14,3)
Nenhuma vez 83 (86,5) 76 (77,6)
Nenhuma vez 3 (3,1) 9 (9,2)
Poucas vezes 3 (3,1) 5 (5,1)
(5) Controlar bebida alcoólica? Várias vezes 1 (1,0) 6 (6,1) 0,063
Todas as vezes 6 (6,3) 9 (9,2)
Nenhuma vez 83 (86,5) 69 (70,4)
Nenhuma vez 9 (9,4) 13 (13,3)
Poucas vezes 6 (6,3) 15 (15,3)
(6) Realizar consultas
Várias vezes 15 (15,7) 26 (26,5) 0,018
periodicamente?
Todas as vezes 55 (57,3) 37 (37,8)
Nenhuma vez 11 (11,5) 7 (7,1)
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Sim 96 (100) 94 (95,9)
Você toma remédios para
0,046
pressão alta? Não 0 (0) 4 (4,1)
Modalidade
Tipos diferentes de
P-valor
medicações utilizadas ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
1 tipo 38 (40,4) 41 (43,6)
2 tipos 34 (36,2) 34 (36,2)
3 tipos 17 (18,1) 12 (12,8) 0,858
4 tipos 3 (3,2) 4 (4,3)
5 tipos 2 (2,1) 3 (3,2)
42,7% dos hipertensos da ESF responderam “não se aplica” para a questão “teve
dificuldade de relacionar-se sexualmente”, contra 17,4% dos hipertensos da UBS,
infere-se que os hipertensos da ESF talvez sejam menos sexualmente ativos que os
pacientes da UBS (Tabela 9).
Modalidade P-valor
Aspectos da Vida Diária ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Nenhuma vez 28 (29,2) 66 (67,4)
Poucas vezes 2 (2,1) 9 (9,2)
1) Faltou no trabalho? Várias vezes 2 (2,1) 2 (2) <,0001
Muitas vezes 0 (0) 4 (4,1)
Não se aplica 64 (66,7) 17 (17,4)
Nenhuma vez 71 (74) 63 (64,3)
(2) Teve dificuldade de Poucas vezes 9 (9,4) 17 (17,4)
Várias vezes 8 (8,3) 6 (6,1) 0,083
concentração no trabalho?
Muitas vezes 3 (3,1) 10 (10,2)
Não se aplica 5 (5,2) 2 (2)
Nenhuma vez 88 (91,7) 78 (79,6)
(3) Teve dificuldade em honrar Poucas vezes 4 (4,2) 10 (10,2)
Várias vezes 2 (2,1) 3 (3,1) 0,105
seus compromissos financeiros?
Muitas vezes 2 (2,1) 7 (7,1)
Não se aplica 0 (0) 0 (0)
Nenhuma vez 75 (78,1) 77 (78,6)
(4) Teve dificuldade para mover-se Poucas vezes 10 (10,4) 15 (15,3)
Várias vezes 3 (3,1) 2 (2) 0,468
dentro de casa?
Muitas vezes 8 (8,3) 4 (4,1)
Não se aplica 0 (0) 0 (0)
Nenhuma vez 76 (79,2) 74 (75,5)
(5) Teve dificuldade para mover-se Poucas vezes 11 (11,5) 16 (16,3)
Várias vezes 4 (4,2) 2 (2) 0,789
na rua?
Muitas vezes 4 (4,2) 5 (5,1)
Não se aplica 1 (1) 1 (1)
Nenhuma vez 90 (93,8) 90 (91,8)
(6) Teve dificuldade em tomar Poucas vezes 2 (2,1) 7 (7,1)
Várias vezes 1 (1) 0 (0) 0,190
banho sozinho(a)?
Muitas vezes 3 (3,1) 1 (1)
Não se aplica 0 (0) 0 (0)
Nenhuma vez 92 (95,8) 90 (91,8)
Poucas vezes 1 (1) 6 (6,1)
(7) Teve dificuldade em vestir-se? Várias vezes 0 (0) 0 (0) 0,152
Muitas vezes 3 (3,1) 2 (2)
Não se aplica 0 (0) 0 (0)
Continua...
Conclusão.
| 65
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Afastado temporariamente 2 (2,5) 6 (7,4)
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Recebeu visita em casa de Sim 86 (89,6) 47 (48)
<,0001
um profissional de saúde? Não 10 (10,4) 51 (52)
ACS 75 (87,2) 47 (100)
ACS + Médico 7 (8,1) 0 (0)
Se você respondeu SIM,
ACS + Enfermeiro 1 (1,1) 0 (0)
especifique qual 0,161
ACS + Médico +
profissional 1 (1,1) 0 (0)
Enfermeiro
Médico 2 (2,3) 0 (0)
Tabela 12- Detalhamento das visitas oferecidas na amostra de pacientes com hipertensão
arterial sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e na Unidade
Básica de Saúde (UBS),avaliados nos anos de 2009/2010, no município de
Ribeirão Preto.
Modalidade
ESF (96) UBS (98) P-valor
Valor Valor
Número de Pacientes que receberam Visitas
86 47 -
Domiciliares
Total de Visitas Oferecidos aos pacientes pelos
1234 1070 -
profissionais de saúde da Unidade
Média de visitas por paciente analisado 14,4 22,8
Desvio Padrão do número de visitas recebidas por 0,001
1,1 1,7
paciente
na entrevista, foi maior no grupo ESF (12,5%), em comparação ao grupo UBS (3,1%)
(p=0,014) (Tabela 13)
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Sim 25 (26) 25 (25,5)
Precisou procurar o pronto socorro? 0,933
Não 71 (74) 73 (74,5)
Sim 12 (12,5) 3 (3,1)
Esteve internado em algum hospital? 0,014
Não 84 (87,5) 95 (96,9)
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Você sabe se tem colesterol /triglicérides Sim 51 (53,1) 45 (45,9)
0,316
alto? Não 45 (46,9) 53 (54,1)
Você sabe se tem infarto do coração, angina Sim 14 (14,6) 12 (12,2)
0,633
ou ataque cardíaco? Não 82 (85,4) 86 (87,8)
Continua...
| 69
Conclusão.
Modalidade
ESF (96) UBS (98) P-valor
Média (DP) Média (DP)
Colesterol / triglicérides alto 70,2 (96,1) 57,2 (53,5) 0,425
AVC ou “Derrame” Cerebral 188,5 (153,1) 152 (62,1) 0,482
Insuficiência Renal ou “Rim Preguiçoso” 93,6 (127,8) 116,7 (120) 0,674
Obesidade 108,1 (16,2) 85 (13,7) 0,284
resposta “o médico (a) do pronto-socorro” (p=0,355), uma vez que ambos os grupos
o considerou como segunda opção de escolha. Já para a resposta dada para a opção
“médico (a) do convênio (médico(a) particular)”, os hipertensos da ESF consideraram
que tal médico, em situações de urgência e emergência decorrentes de
descompensação pressórica, deveria ser o terceiro a ser procurado (37, 9% dos
pacientes), ao passo que para os hipertensos da UBS, ele deveria ser o último a ser
procurado (60,2% dos pacientes) (p<0,0001). Na análise da preferência dos dois
grupos de hipertensos em se buscar o auxílio de um farmacêutico quando em
situações de urgência e emergência decorrentes de descompensação pressórica, os
pacientes da ESF consideraram que tal profissional deveria ser o quarto a ser
procurado (42,1% dos pacientes), enquanto os pacientes da UBS consideraram que
ele deveria ser o terceiro a ser procurado (45% dos pacientes) (p=0,021). Na escolha
pelo religioso como uma pessoa a ser escolhida, caso os pacientes se encontrassem
em situações de urgência e emergência decorrentes de descompensação pressórica,
os hipertensos da ESF consideraram que essa deveria ser a última opção (39,4% das
respostas), enquanto que os hipertensos da UBS consideraram que essa deveria ser
a quarta (35, 7% dos pacientes) (p=0,009) (Tabelas 16 e 17).
Tabela 16 - Nível de prioridade atribuído pelos pacientes com hipertensão arterial sistêmica
atendidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e na Unidade Básica de
Saúde (UBS), na busca por solução para situações de urgência e emergência,
avaliados nos anos de 2009/2010, no município de Ribeirão Preto.
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Médico(a) do posto de Primeiro a ser procurado 64 (67,4) 56 (57,1)
Segundo a ser procurado 26 (27,4) 36 (36,7)
saúde pública
Terceiro a ser procurado 4 (4,2) 5 (5,1) 0,378
(médico(a) do Quarto a ser procurado 1 (1,1) 0 (0)
Quinto a ser procurado - -
postinho) Último a ser procurado 0 (0) 1 (1)
Primeiro a ser procurado 10 (10,5) 5 (5,1)
Médico (a) do convênio Segundo a ser procurado 12 (12,6) 10 (10,2)
Terceiro a ser procurado 36 (37,9) 18 (18,4) <,0001
(médico (a) particular)
Quarto a ser procurado 11 (11,6) 3 (3,1)
Quinto a ser procurado 7 (7,4) 3 (3,1)
Último a ser procurado 19 (20) 59 (60,2)
Primeiro a ser procurado 21 (22,1) 33 (33,7)
Médico (a) do pronto- Segundo a ser procurado 54 (56,8) 51 (52)
Terceiro a ser procurado 14 (14,7) 12 (12,2) 0,355
socorro Quarto a ser procurado 4 (4,2) 2 (2)
Quinto a ser procurado 1 (1,1) 0 (0)
Último a ser procurado 1 (1,1) 0 (0)
Continua...
| 71
Conclusão.
por meio de agendamento prévio (95,5%), 14 sem prévio agendamento (3%) e 7 por
meio de visitas domiciliares (1,5%). Já na UBS, os hipertensos tiveram acesso, no
total, a 612 consultas médicas, sendo que, destas, 454 consultas ocorreram após
prévio agendamento (74,2%), 151 sem prévio agendamento (24,7%) e 4 por meio de
visitas domiciliares (0,7%). Ao se comparar o número de consultas agendadas e o
número total de visitas domiciliares oferecidas aos pacientes dos dois grupos, nota-se
que não houve diferença entre os grupos. O número de consultas totais e número de
consultas sem prévio agendamento foi maior na UBS em relação à ESF (p-valores,
respectivamente, iguais a 0,002 e 0,001). Já com relação ao número de consultas
agendadas não houve diferença entre os dois grupos (p=0,963) (Tabela 18).
Tabela 18 - Serviços oferecidos pela própria unidade de seguimento para a amostra dos
pacientes com hipertensão arterial sistêmica atendidos na Estratégia de
Saúde da Família (ESF) e na Unidade Básica de Saúde (UBS),avaliados nos
anos de 2009/2010, no município de Ribeirão Preto.
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Média (DP) Média (DP)
Procura pelo Pronto-Socorro (anotações 200 (100) 311 (100)
do sistema Hygia) em relação ao número 0,020
2,1 (2,7) 3,2 (0,4)
total de pacientes em cada modalidade
Tabela 20 - Discriminação das diferentes causas de internação na amostra dos pacientes com
hipertensão arterial sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde da Família
(ESF) e na Unidade Básica de Saúde (UBS), avaliados nos anos de 2009/2010,
no município de Ribeirão Preto.
Modalidade
Causas de internação ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
G45. Síndrome da artéria vértebro-basilar - 1 (10)
I20.0 Angina Instável 2 (28,6) 2 (20)
0
I21.0 Infarto agudo transmural miocárdio - 1 (10)
I21.4 Infarto agudo subendocárdico do miocárdio 1 (14,3) 1 (10)
I21.9 Infarto agudo do miocárdio não especificado - 1 (10)
Continua...
| 74
Conclusão.
Modalidade P-valor
Especialidades Médicas de Seguimento ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Sim 34 (35,4) 34 (34,7)
Cardiologia 0,916
Não 62 (64,6) 64 (65,3)
Sim 10 (10,4) 5 (5,1)
Neurologia 0,166
Não 86 (89,6) 93 (94,9)
Sim 3 (3,1) 2 (2)
Nefrologia 0,634
Não 93 (96,9) 96 (98)
Sim 26 (27,1) 4 (4,1)
Oftalmologia <,0001
Não 70 (72,9) 94 (95,9)
Sim 2 (2,1) 7 (7,1)
Cirurgia Vascular 0,094
Não 94 (97,9) 91 (92,9)
| 75
Modalidade
Especialidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
Média (DP) Média (DP)
Cardiologia 2,3 (2) 1,6 (1,5) 0,133
Nefrologia 1,7 (0,6) 5 (1,4) 0,031
Oftalmologia 1,1 (0,3) 1,3 (0,5) 0,478
Modalidade
Comorbidade Registrada P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) n (%)
Sim 1 (1) 0 (0)
Retinopatia 0,311
Não 95 (99) 98 (100)
Sim 6 (6,3) 1 (1)
Arritmia 0,051
Não 90 (93,8) 97 (99)
Doença aterosclerótica coronariana (DAC) / Sim 6 (6,3) 0 (0)
0,012
Angina Não 90 (93,8) 98 (100)
Sim 47 (49) 8 (8,2)
Dislipidemia 0,001
Não 49 (51) 90 (91,8)
Sim 2 (2,1) 2 (2)
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) 0,983
Não 94 (97,9) 96 (98)
Sim 8 (8,3) 4 (4,1)
Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) 0,219
Não 88 (91,7) 94 (95,9)
Insuficiência Renal Crônica com tratamento Sim 1 (1) 0 (0)
0,311
dialítico Não 95 (99) 98 (100)
Insuficiência Renal Crônica sem tratamento Sim 4 (4,2) 0 (0)
0,041
dialítico Não 92 (95,8) 98 (100)
Sim 5 (5,2) 4 (4,1)
Acidente Vascular Cerebral com sequela 0,709
Não 91 (94,8) 94 (95,9)
Sim 2 (2,1) 1 (1)
Acidente Vascular Cerebral sem sequela 0,549
Não 94 (97,9) 97 (99)
Sim 2 (2,1) 1 (1)
Cirurgia Cardíaca Prévia 0,549
Não 94 (97,9) 97 (99)
Sim 3 (3,1) 4 (4,1)
Claudicação Intermitente de Membros 0,720
Não 93 (96,9) 94 (95,9)
Sim 9 (69,2) 2 (66,7)
Tabagismo 0,931
Não 4 (30,8) 1 (33,3)
Tabela 25 - Média das pressões arteriais calculadas para a amostra dos pacientes com
hipertensão arterial sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde da Família
(ESF) e na Unidade Básica de Saúde (UBS), avaliados nos anos de
2009/2010, no município de Ribeirão Preto.
Modalidade
Média das Pressões Arteriais (mmHg) ESF (96) UBS (98) P-valor
Média (DP) Média (DP)
Sistólica 133,6 (14,9) 136,9 (17,3) 0,168
Diastólica 80,8 (9,3) 85,2 (10,3) 0,002
pressão arterial estratificada como “HAS Estágio 1”, “HAS Estágio 2”, “HAS Estágio 3”
e “HAS Sistólica Isolada” (Tabela 26).
Modalidade
Classificação da Hipertensão* ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) n (%)
Ótima (PAS <120 / PAD <80) 15 (15,8) 15 (15,5)
Normal (PAS <130 / PAD <85) 21 (22,1) 18 (18,6)
Limítrofe (130 < PAS <139 / 85 < PAD <89) 29 (30,5) 23 (23,7)
HAS Estágio 1 (140 < PAS <159 / 90 < PAD <99) 11 (11,6) 18 (18,6)
0,3948
HAS Estágio 2 (160 < PAS <179 / 100 < PAD <109) 3 (3,2) 9 (9,3)
HAS Estágio 3 ( PAS≥180 / PAD ≥110) 1 (1,1) 2 (2,1)
HAS Sistólica Isolada ( PAS ≥ 140 / PAD < 90) 15 (15,8) 12 (12,4)
*Quando a PA sistólica e diastólica de um paciente se situam em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada
para a classificação da PA (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2002)
3
Estimada pela Fórmula de Cockcroft-Gault corrigida pelo sexo dos pacientes (Cockcroft,1992). Essa
classificação é feita levando em consideração variáveis como idade, sexo, peso e valor recente da
creatinina plasmática dos pacientes dosada em concomitância ao mesmo período em que foram
aferidas as variáveis antropométricas utilizadas no cálculo.
| 79
Modalidade
Classificação da Função Renal* ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) n (%)
Lesão renal com Taxa de Filtração Glomerular
Normal(TFG) ou aumentada 16 (24,6) 8 (25)
(TFG≥ 90 mL/min/1,73m2)
Lesão renal com Taxa de Filtração Glomerular
Levemente Diminuída(TFG) 30 (46,2) 20 (62,5)
(TFG entre 60-89 mL/min/1,73m2)
Lesão renal com Taxa de Filtração Glomerular
Moderadamente Diminuída(TFG) 13 (20) 2 (6,3)
0,2652
(TFG entre 45-59 mL/min/1,73m2)
Lesão renal com Taxa de Filtração Glomerular
Moderadamente Diminuída(TFG) 6 (9,2) 2 (6,3)
(TFG entre 30-44 mL/min/1,73m2)
Lesão renal com Taxa de Filtração Glomerular
gravemente Diminuída(TFG) 0 (0) 0 (0)
(TFG entre 15-29 mL/min/1,73m2)
Insuficiência renal Crônica estando ou não em
terapia renal substitutiva 0 (0) 0 (0)
(TFG<15 mL/min/1,73m2)
* Estimada por meio do uso da Equação de Cockcroft-Gault (COCKCROFT, 1992) corrigida pelo sexo dos pacientes
Tabela 28 - Variáveis antropométricas para a amostra dos pacientes com hipertensão arterial
sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e na Unidade
Básica de Saúde (UBS), avaliados nos anos de 2009/2010, no município de
Ribeirão Preto.
Modalidade
Variáveis ESF (96) UBS (98) P-valor
Média (DP) Média (DP)
Peso médio¹ (Kg) 72,2 (1,8) 73,2 (2,5) 0,733
Peso recente² médio (kg) 72,1 (17,3) 73,8 (22,6) 0,581
Variação média de peso³ (kg) - 0,2 (0,5) + 1,1 (0,6) 0,115
Altura média4 (m) 1,6 (0,1) 1,6 (0,1) 0,966
Continua...
| 80
Conclusão.
¹Calculado pela média aritmética simples de todos os valores de peso(kg) registrados em todas as consultas que o
paciente realizou nos dois anos de observação deste estudo
² Foi obtido a partir da média aritmética simples dos últimos pesos (kg) (peso mais recente) que se tiveram registro nos
prontuários dos pacientes, nos dois anos de observação deste estudo
³Calculada a partir da diferença entre o peso (kg) mais recente e o peso (kg) mais antigo que tiveram registro nos
prontuários dos pacientes, nos dois anos de observação deste estudo, o achado do valor negativo (-) indica perda média
de peso e o achado do valor positivo (+) indica acréscimo de peso no período
4
Obtida a partir da média aritmética simples das diferentes medidas de altura registradas para os pacientes em seu
prontuários, nos dois anos de observação deste estudo
Tabela 29 – Classificação Nutricional (IMC) para a amostra dos pacientes com hipertensão
arterial sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e na
Unidade Básica de Saúde (UBS), avaliados nos anos de 2009/2010, no
município de Ribeirão Preto.
Modalidade
Modalidade
Exames Realizados ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) n (%)
Sim 24 (25) 9 (9,2)
Uréia plasmática 0,003
Não 72 (75) 89 (90,8)
Sim 69 (71,9) 36 (36,7)
Creatinina plasmática <,0001
Não 27 (28,1) 62 (63,3)
Sim 0 (0) 1 (1,1)
Clearance de Creatinina plasmático 0,321
Não 96 (100) 97 (99)
Sim 52 (54,2) 15 (15,3)
Ácido Úrico plasmático <,0001
Não 44 (45,8) 83 (84,7)
Sim 61 (63,5) 15 (15,3)
Sódio plasmático <,0001
Não 35 (36,5) 83 (84,7)
Sim 62 (64,6) 20 (20,4)
Potássio plasmático <,0001
Não 34 (35,4) 78 (79,6)
Sim 61 (63,5) 44 (44,9)
Urina 1 0,009
Não 35 (36,46) 54 (55,1)
Sim 2 (2,1) 0 (0)
Proteinúria de 24 horas 0,151
Não 94 (97,9) 98 (100)
Sim 14 (14,6) 0 (0)
Microalbuminúria de 24 horas <,0001
Não 82 (85,4) 98 (100)
Sim 75 (78,1) 42 (42,9)
Glicemia plasmática de Jejum <,0001
Não 21 (21,9) 56 (57,1)
Sim 74 (77,1) 40 (40,8)
Colesterol total plasmático <,0001
Não 22 (22,9) 58 (59,2)
Sim 75 (78,1) 36 (36,7)
HDL plasmático <,0001
Não 21 (21,9) 62 (63,3)
Sim 74 (77,1) 40 (40,8)
Triglicérides plasmático <,0001
Não 22 (22,9) 58 (59,2)
Sim 1 (1) 0 (0)
Exame de fundo de olho¹ 0,311
Não 95 (99) 98 (100)
Sim 46 (47,9) 12 (12,2)
Eletrocardiograma <,0001
Não 50 (52,1) 86 (87,8)
Sim 13 (13,5) 1 (1)
Radiografia de tórax 0,001
Não 83 (86,5) 97 (99)
*Segundo o Protocolo de atendimento em Hipertensão e Diabetes da Secretaria Municipal de Saúde de
Ribeirão Preto (2011)
¹ Exame de avaliação oftalmológico anual para detecção precoce de lesões na retina (retinopatia)
decorrentes de mau controle pressórico
| 82
Tabela 31 - Registros relativos às médias e desvios padrão dos resultados dos exames
complementares realizados para a amostra dos pacientes com hipertensão
arterial sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e na
Unidade Básica de Saúde (UBS), avaliados nos anos de 2009/2010, no
município de Ribeirão Preto.
Modalidade Valores
ESF (96) UBS (98) de
Exames Realizados Média (DP) Média (DP) P-valor Referência
Uréia Plasmática média 35,7 (14,6) 32,7 (9) 0,542 10-40 mg/dL#
Creatinina plasmática média 0,9 (0,2) 0,8 (0,2) 0,156 < 1,2 mg/dL#
Ácido Úrico plasmático médio 5,5 (1,9) 5,7 (1,5) 0,798 < 8,0 mg/dL#
Sódio plasmático médio 144,6 (3,3) 142,8 (2,6) 0,063 135 a 145 mmol/L#
Potássio plasmático médio 4,2 (0,1) 4,3 (0,1) 0,320 3,5 a 5,0 mmol/L#
Glicemia plasmática de Jejum 93,1 (12,8) 94 (16,3) 0,736 < 100mg/dL*
média
Colesterol Total plasmático 197,3 (32,1) 201,1 (40,9) 0,590 < 200mg/dL*
médio
HDL plasmático médio 48,4 (10,4) 53,7 (14) 0,027 > 40mg/dL*
Triglicérides plasmático 134,7 (66,3) 161,9 0,104 < 150mg/dL*
médio (111,9)
#
Valores de referência laboratorial in http://pt.scribd.com/doc/81647869/Valores-de-Referencia-laboratorial#scribd
*RIBEIRÃO PRETO, 2006.
Modalidade
Exames Realizados ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) n (%)
Normal 38 (82,6) 10 (83,3)
Eletrocardiograma 0,953
Alterado 8 (17,4) 2 (16,7)
Normal 9 (69,2) 1 (100)
Radiografia de Tórax 0,512
Alterado 4 (30,8) 0 (0)
Urina 1 Normal 55 (90,2) 38 (86,4) 0,546
| 83
Modalidade
Exames Realizados ESF (96) UBS (98) P-valor
n (%) n (%)
Alterado 6 (9,8) 6 (13,6)
Os dados da Tabela 33 demonstram que a ESF solicitou, com maior
frequência, exames laboratoriais para os seus pacientes, quando comparada com a
UBS (p<0,0001). Cada paciente hipertenso da ESF se submeteu, em média, a 1,7
coletas de exames laboratoriais, enquanto que os pacientes da UBS se submeteram,
em média, a apenas 1 coleta, nos dois anos de observação deste estudo, (p<0,0001).
Na Tabela 34 há uma síntesedos serviços ofertadosaos hipertensos daESF e da UBS
envolvidos neste estudo.
Modalidade P-valor
ESF (96) UBS (98)
n (%) Média (DP) n (%) Média (DP)
As unidades de seguimento solicitaram exames complementares para os pacientes nos
dois últimos anos ?
Sim 80 (83,3) 54 (55,1)
<,0001
Não 16 (16,7) 44 (44,9)
Número de vezes em que cada paciente se submeteu a coleta de exames laboratoriais
bioquímicos nos dois últimos anos
1,7 (1,26) 1 (1,33) <,0001
Tabela 34 – Comparação entre oferta de serviço oferecido e resultados para a amostra dos
pacientes com hipertensão arterial sistêmica atendidos na Estratégia de Saúde
da Família (ESF) e na Unidade Básica de Saúde (UBS), avaliados nos anos de
2009/2010, no município de Ribeirão Preto.
Modalidade P-valor
Indicador
ESF (96) UBS (98)
Número total de consultas agendadas oferecidas aos pacientes pela
443 454 0,963
modalidade de seguimento nos dois últimos anos
Número total de consultas realizadas sem prévio agendamento na unidade
(atendimento eventual) oferecidas aos pacientes pela modalidade de 14 151 0,001
seguimento nos dois últimos anos
Número total de idas dos pacientes ao pronto-atendimento por modalidade
200 311 0,020
de seguimento nos dois últimos anos
Número total de internações hospitalares por modalidade de seguimento nos
7 10 -
dois últimos anos
Número total de exames laboratoriais solicitados pela modalidade de
1041 436 -
seguimento nos dois últimos anos
Número total de coletas de exames laboratoriais para os pacientes pela
162 98 -
modalidade de seguimento nos dois últimos anos
| 84
Conclusão.
6. DISCUSSÃO
| 86
6 DISCUSSÃO
busca por serviços de saúde, o recebimento de uma prescrição por parte do paciente,
a administração correta da medicação prescrita, realização de consultas periódicas,
realização de exames laboratoriais de rotina, mudanças comportamentais em seus
hábitos alimentares, realização de atividade física, dentre outros (OMS, 2003). No
escopo deste trabalho, para a adesão terapêutica foram abordados apenas os
aspectos relacionados à administração da medicação prescrita ao paciente.
Sabe-se que apesar de ampla disponibilidade de tratamento efetivo
para a hipertensão, mais do que 50% dos pacientes que iniciam seus tratamentos
deixam de seguir a prescrição médica que lhes foi feita no primeiro ano de tratamento
e dentre aqueles que permanecem sob supervisão terapêutica, apenas 50% tomam
pelo menos 80% dos medicamentos prescritos e, assim, cerca de 75% dos pacientes
não alcançam controle pressórico efetivo (OMS, 2003). Sabe-se também que a não
adesão à terapêutica da HAS se associa a piores desfechos cardiovasculares que não
recairão somente sobre os pacientes, mas também sobre os profissionais e os
sistemas de saúde (HO et al., 2009).
Como a hipertensão arterial é um importante fator de risco para as
doenças cardiovasculares e é detectada e acompanhada na maioria das vezes pelas
unidades de AB, intervenções por parte das suas equipes de saúde podem
proporcionar maior adesão terapêutica dos hipertensos e, consequentemente,
diminuir os desfechos cardiovasculares não favoráveis (GUIRADO et al., 2011;
SANTOS et al., 2013), diminuir o número de internações hospitalares e, por sua vez,
os custos despendidos no “setor saúde” (SENST et al., 2001; MCDONNELL;
JACOBS, 2002; SCHIFF et al., 2003; HO et al., 2009).
No presente estudo, o achado de adesão à terapêutica
medicamentosa de 100% para os pacientes hipertensos seguidos na ESF, em
contraposição a cerca de 95,9% da UBS (p=0,046) pode ser entendido de duas
formas.
A primeira que os médicos da ESF, por apresentarem uma prática de
condução de suas consultas por meio da abordagem centrada na pessoa (STEWART
et al., 2010), com frequência, conseguem, por meio da relação médico-paciente
estabelecida por um vínculo sólido de confiança e empatia, esclarecer mais os seus
pacientes sobre a importância da tomada de suas medicações, sobre como
administrá-las e quais seus efeitos colaterais esperados e, por consequência,
proporcionar maior aceitação de seus pacientes à terapêutica medicamentosa
| 91
pela UBS podendo, então, o número de hipertensos internados nas duas modalidades
serem considerados equivalentes.
Mais um dado que também pode sugerir vantagem das ações da ESF
em relação à UBS na condução dos pacientes hipertensos é o destaque da ESF, em
relação à UBS, no registro, em prontuário, das comorbidades de seus pacientes, em
acordo com o propósito da promoção da longitudinalidade do cuidado (STARFIELD,
2002). A realização de exames complementares é maior na ESF, mas, tanto os
hipertensos seguidos na ESF quanto os seguidos na UBS apresentam média dos
valores de seus resultados de exames laboratoriais muito próximas..
Sabe-se que a atuação dos médicos de família apresenta
características singulares que vão além da boa habilidade técnica, clínica, e
profissional exigida dos médicos assistente sem unidades básicas tradicionais
(MCWHINNEY; FREEMAN, 2010):
1) comprometem-se, inicialmente, com a pessoa, estando, na maioria
das vezes, preocupados com o indivíduo e não com um grupo de doenças ou técnica
em especial;
2) caso necessário encaminham o paciente para um nível de cuidados
mais especializado mas continuam responsáveis pela coordenação dos cuidados do
paciente ao longo do sistema de saúde, promovendo, assim, uma continuidade dos
atendimentos;
3) suas atuações não se encerram no final de um tratamento (ou, caso
o tratamento não seja viável, em virtude de uma doença ser incurável) pois a relação
médico-paciente, por vezes, se inicia bem antes quando a pessoa está saudável;
4) procuram compreender o quanto o contexto da doença
compromete a funcionalidade do indivíduo;
5) veem em cada encontro com os pacientes uma nova oportunidade
para promover saúde e prevenir agravos;
6) diferentemente dos clínicos gerais, veem os pacientes inseridos em
um grupo populacional de “risco” para adoecimento que deve ser abordado com
ferramentas e exames preventivos e não como uma única pessoa isolada de sua
comunidade;
7) inserem-se em uma rede multiprofissional de serviços de saúde
atuando de forma mais integrada na resolutividade dos problemas encontrados;
| 97
questões relativas à hipertensão, mas outras também trazidas por eles no mesmo
encontro,terminam, por desviar os seus olhares para diferentes problemas.
Assim, checar os resultados dos exames de controle
realizados,renovar as receitas de anti-hipertensivos, abordar novas queixas
(lombalgia,depressão, por exemplo), tudo isto, em uma única consulta, previamente
agendada para acompanhamento de hipertensão, poderia estar prejudicando o
direcionamento do tempo, que teria sido reservado, pelo profissional assistente,
naquele encontro, para o gerenciamento clínico de seu paciente hipertenso. O médico
de família, em virtude de possuir um bom vínculo com seu paciente, se sente
“obrigado” a dar uma resposta aos novos problemas trazidos por eles à consulta.
Assim, o médico de família abrevia o tempo que lhe era destinado
para refletir sobre os resultados dos exames realizados, para explicar o porquê dos
ajustes (aumento, troca ou adição) das medicações. O mais adequado a fazer diante
desta situação seria abordar novos problemas do paciente somente se houvesse
tempo adicional restante ao término da consulta e, em não se havendo, providenciar
um novo retorno agendado, em uma data mais próxima possível, a fim de que tais
respostas pudessem ser dadas.
Espera-se que a ESF proporcione aos seus hipertensos, além de um
melhor acolhimento e melhor orientação para os aspectos relacionados à HAS,melhor
acompanhamento laboratorial para os efeitos da HAS e uma menor frequência de
internações hospitalares do que quando comparada com os hipertensos da UBS, uma
vez que, sabidamente,a atuação dos médicos de família já se demonstrou, nesse
sentido, ser mais efetiva(CONILL, 2002; STARFIELD, 2002; FACCHINI et al., 2006;
DE CASTRO et. al., 2012).
Assim, os resultados obtidos neste estudo indicam que o acolhimento,
a orientação e a investigação dos efeitos da HAS são mais efetivos na ESF. Tais
resultados justificam a menor frequência dos pacientes da ESF às UPA’s. Entretanto,
embora os hipertensos da ESF, em comparação com os hipertensos da UBS,
apresentem um tempo médio de seguimento nas unidades menor, obtenham um
melhor acolhimento, recebam uma melhor orientação para controle dos fatores de
risco da HAS, sejam investigados (por meio de exames complementares) em número
superior, recebam (por parte dos diferentes profissionais de saúde) um número maior
de visitas domiciliares, procurem menos as unidades de saúde para pronto-
atendimento, obtenham registros de história clínica (em prontuários físico ou
| 99
eletrônico) mais detalhados, os hipertensos dos dois grupos são encaminhados para
os ambulatórios de especialidades e estão sujeitos à assistência hospitalar com
frequências semelhantes.
Esses achados podem ter sofrido influência de duas limitações:
1) A memória dos pacientes sobre os fatos questionados nas
entrevistas realizadas individualmente com os pacientes. O processo para a execução
das entrevistas, por ter sido executado, exclusivamente, pelo pesquisador tornou-se
demorado, e o tempo decorrido entre a realização da entrevista e o fato ocorrido
questionado na entrevista para o período de acontecimento estipulado na metodologia
deste estudo, de certa forma, pôde prejudicar a qualidade das informações obtidas e,
indiretamente, influenciar nos resultados obtidos;
2) A qualidade das informações obtidas a partir dos registros em
prontuários físico e eletrônico dos pacientes. Como as informações coletadas se
basearam em registros realizados por diferentes profissionais que se dedicaram aos
cuidados dos pacientes nos dois anos de observação deste estudo, a qualidade das
informações coletadas, por vezes, apresentava-se, sucinta demais, escassa ou
ilegível o que, também, pode, de certa forma, ter prejudicado e influenciado a
qualidade dos resultados obtidos neste estudo.
Por fim, com base nos resultados encontrados existem, ainda, alguns
desafios que demandam o desenvolvimento de estudos adicionais a fim de se
aprofundar tais análises:
1) O aprimoramento do fluxo de informações dos atendimentos
ocorridos nas diferentes unidades prestadoras de serviço da rede de saúde
assistencial (UPA’s, ambulatórios de especialidades e hospitais) e oferecido às
unidades de AB, coordenadoras dos cuidados dos hipertensos, a fim de desenvolver
nas equipes assistentes a habilidade de reflexão contínua sobre a qualidade de seus
serviços prestados, para melhoria contínua do processo;
2) O aprimoramento, por parte dos diferentes profissionais médicos
assistentes, da habilidade de “controle” proporcionando aos pacientes um
atendimento de forma integral que leve em consideração as particularidades
individuais (culturais, sociais, ambientais, educacionais, econômicas) sem, contudo,
deixar de concentrar a atenção para as metas previamente determinadas para as
consultas de retorno (por exemplo: checar se a curva de pressão demonstrou
descenso pressórico após o último ajuste medicamentoso; checar se o paciente
| 100
7. CONCLUSÃO
| 102
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
| 104
REFERÊNCIAS
AMAR, J.; CHAMONTIN, B.; GENES, N.; CANTET, C.;SALVADOR, M.; CAMBOU J.
P.Why is hypertension so frequently uncontrolled in secondary prevention? J.
Hypertens, v. 21, p. 1199-205, 2003.
BAHIA, L. R.; ARAÚJO, D. V.; SCHAAN, B. D.; DIB, S. A.; NEGRATO, C. A.; LEÃO,
M. P. S.; RAMOS, A. J. S.; FORTI, A. C.; GOMES, M. B.; FOSS, M. C.; MONTEIRO,
| 105
CARTER, B. L.; BOSWORTH, H. B.; GREEN, B. B. The hypertension team: the role
of the pharmacist, nurse and teamwork in hypertension therapy. J Clin Hypertens
(Greenwich), v.14, nº 1, p. 51-65, 2012.
CDC- CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Division for heart
disease and stroke prevention: Addressing the nation’s leading killers. At a glance
2007. Chronic Disease Prevention. Acessado em 8 de agosto de 2010 no site:
http://www.cdc.gov/nccdphp/publications/aag/dhdsp.htm.
CHAMONTIN, B.; POGGI, L.; LANG, T.; MÉNARD, J.; CHEVALIER, H.;GALLOIS, H.;
CREMIER, O. Prevalence, treatment, and control of hypertension in the French
| 107
DASGUPTA, K.; QUINN R. R.; ZARNKE, K. B.; RABI, D. M.; RAVANI, P.;
DASKALOPOULOU, S. S. et al. The 2014 Canadian Hypertension Education Program
Recommendations for Blood Pressure Measurement, Diagnosis, Assessment of Risk,
Prevention, and Treatment of Hypertension. Canadian Journal of Cardiology, v. 30,
p. 485-501, 2014. Acessado em 22/01/2015 no site http://www.onlinecjc.ca/
article/S0828-282X(14)00070-1/pdf
DONABEDIAN, A. The seven pillars of quality. Arch. Pathol. Lab. Med, v. 114, nº 11,
p. 1115-8, 1990.
FACCHINI, L.; PICCINI, R.; TOMASI, E.; SILVEIRA, E.; SIQUEIRA, F.V.;
RODRIGUES, M,A. Desempenho do PSF no Sul e no Nordeste do Brasil: avaliação
institucional e epidemiológica da Atenção Básica à Saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, v.
11, p. 669-81, 2006.
GRAVINA, C. F.; ROSA, R. F.; FRANKEN, R. A.; FREITAS, E. V.; LIBERMAN, A.; et
al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. II Diretrizes Brasileiras em Cardiogeriatria.
Arq Bras Cardiol, v. 95, nº 3 (supl.2), p. 1-112, 2010.
HAUSER, L.; CASTRO, R. C. L.; VIGO, A.; TRINDADE, T. G.; GONÇALVES, M. R.;
STEIN, A. T.; DUNCAN, B. B.; HARZHEIN, E. Tradução, adaptação, validade e
medidas de fidedignidade do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária à Saúde
(PCATool) no Brasil: versão profissionais de saúde. Rev Bras Med Fam
Comunidade, v. 8, nº 29, p. 244-55, 2013;. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/
rbmfc8(29)821.
HOPKINS, J.; AGARWAL, G.; DOLOVICH, L. Quality indicators for the prevention of
cardiovascular disease in primary care. Can. Fam. Physician,v. 56, p. e256-62, 2010.
JAMES, P. A.; OPARIL, S.; CARTER, B. L.; et al. Evidence-based guidelline for the
management of high blood pressure in adults. Report from the panel members
appointed to the Eighth Joint National Committee (JNC 8). JAMA.Published online
December 18, 2013.
MACINKO, J.; ALMEIDA, C.; SÁ, P. K. A rapid assessment methodology for the
evaluation of primary care organization and performance in Brazil. Health policy and
Planning, v. 22, p. 167-77, 2007. doi:10.1093/heapol/czm008
MACINKO, J.; STARFIELD, B.; SHI, L. The contribution of primary care systems to
health outcomes within Organization for Economic Cooperation and Development
(OECD) countries, 1970-1998. Health Services Research, v. 38, nº 3, p. 831-865,
2003.
MANCIA, G.; FAGARD, R.; NARKIEWICZ, K.; et al. 2013 ESH/ESC Guidelines for the
management of arterial hypertension – The Task Force for the management of arterial
hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European
Society of Cardiology (ESC). Journal of Hypertension v. 31, p.1281–357, 2013,.
Acessado em 22/01/2015 no site http://www.eshonline.org/ Guidelines/
ArterialHypertension.aspx
PIPER, M. A.; EVANS, C. V.; BURDA, B. U.; et al. Diagnostic and Predictive Accuracy
of Blood Pressure Screening Methods With Consideration of Rescreening Intervals: A
Systematic Review for the U. S. Preventive Services Task Force. Annals of Internal
Medicine, v. 162, nº 3, February 2015, DOI:10.7326/M14-1539.
RIBEIRÃO PRETO. Ribeirão Preto: perfil de uma cidade que faz a diferença.
Disponível em http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ccs/snoticias/i33principal.php?
id=14886. Acesso em agosto de 2011.
http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/J332/noticiaWebImprimir.xhtml?id=30529.
Acessado em 01/02/2015.
SANTOS, J. S. Protocolo para Acesso aos Serviços do Sistema Único de Saúde. In:
SANTOS, J. S.; PEREIRA JR, G. A.; BLIACHERIENE, A. C.; FORSTER, A. C. (Org.).
Protocolos Clínicos e de Regulação: Acesso à Rede de Saúde. 1ªed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012, v. 1, p. 3-7.
SMITH, H. W. Comparative physiology of the kidney. In: Smith H. W., ed. The kidney:
Structure and Function in Health and Disease. New York: Oxford University Press,
1951: p. 520-74.
STARFIELD, B. Is primary care essential? [Primary Care Tomorrow]. The Lancet Ltd,
v. 344, nº 8930, p,1129-33, 1994.
STARFIELD, B.; SHI, L.; MACINKO, J. Contribution of primary care to health systems
and health. Milbank Q, v.83, p. 457-502, 2005.
WEBER, M. A.; SCHIFFRIN, E. L.; WHITE, W. B.; MANN, S.; LINDHOLM, L.H.;
KENERSON, J. G. et al. Clinical practice guidelines for the management of
hypertension in the community – A statement by the American Society of Hypertension
and the International Society of Hypertension. The Journal of Clinical Hypertension,
v. 16, nº 1, 2014. DOI: 10.1111/jch.12237.
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. 2008-2013 Action Plan for the Global
Strategy for the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases.
Acessado em 05/ 02/ 2015 em: http://whqlibdoc.who.int/publications/
2009/9789241597418 _eng.pdf.
ANEXOS
| 118
ANEXOS
APÊNDICES
| 122
APÊNDICES