A Saúde Coletiva é definida como (1) um campo de produção de conhecimentos sobre a saúde e seus determinantes sociais e (2) um âmbito de práticas voltadas para a promoção e prevenção da saúde de grupos sociais e coletividades. Seus antecedentes incluem a Aritmética Política, Polícia Médica, Higiene, Medicina Social e Saúde Pública. Sua emergência na década de 1970 buscou entender saúde/doença em relação à estrutura social
A Saúde Coletiva é definida como (1) um campo de produção de conhecimentos sobre a saúde e seus determinantes sociais e (2) um âmbito de práticas voltadas para a promoção e prevenção da saúde de grupos sociais e coletividades. Seus antecedentes incluem a Aritmética Política, Polícia Médica, Higiene, Medicina Social e Saúde Pública. Sua emergência na década de 1970 buscou entender saúde/doença em relação à estrutura social
A Saúde Coletiva é definida como (1) um campo de produção de conhecimentos sobre a saúde e seus determinantes sociais e (2) um âmbito de práticas voltadas para a promoção e prevenção da saúde de grupos sociais e coletividades. Seus antecedentes incluem a Aritmética Política, Polícia Médica, Higiene, Medicina Social e Saúde Pública. Sua emergência na década de 1970 buscou entender saúde/doença em relação à estrutura social
A Saúde Coletiva é definida como (1) um campo de produção de conhecimentos sobre a saúde e seus determinantes sociais e (2) um âmbito de práticas voltadas para a promoção e prevenção da saúde de grupos sociais e coletividades. Seus antecedentes incluem a Aritmética Política, Polícia Médica, Higiene, Medicina Social e Saúde Pública. Sua emergência na década de 1970 buscou entender saúde/doença em relação à estrutura social
a) um campo de produção de conhecimentos voltados para a compreensão da saúde e a explicação de seus determinantes sociais; b) o âmbito de práticas direcionadas prioritariamente para a sua promoção, além de voltadas para a prevenção e o cuidado a agravos e doenças, tomando por objeto não apenas os indivíduos mas, sobretudo, os grupos sociais, portanto a coletividade. ANTECEDENTES
▪ Aritmética Política e Polícia Médica
• A Aritmética Política surgiu na Inglaterra, com William Petty. Consistia na sistematização de informações populacionais sobre natalidade e mortalidade e na formulação de recomendações para uma ação nacional. • Já na Alemanha, a administração do Estado era denominada, desde o século XVII, Polícia. • A expressão Polícia médica foi desenvolvida em uma obra que continha recomendações de ações voltadas para a supervisão da saúde das populações, da prevenção de epidemias, etc. ANTECEDENTES
▪ Higiene, Medicina Social e Saúde Pública
• O termo higiene era um adjetivo que designava, na Grécia Antiga, aquilo que era “são”. • Desde o século XIX, os manuais que tratavam da saúde passaram a denominar-se manuais de higiene. • Na França, em 1829, a revista Anais de higiene pública e medicina legal” definiu a saúde pública como: “...a arte de conservar a saúde nos homens reunidos em sociedade”. • Assim, a medicina teria somente por finalidade estudar e curar as doenças, mas teria íntima relação com a organização social, atuando junto com a administração pela manutenção da saúde do público. ANTECEDENTES
▪ Higiene, Medicina Social e Saúde Pública
• Para o filósofo Michel Foucault, a medicina moderna é uma medicina social no sentido de que é uma prática social, ou seja, intervém sobre a sociedade e sofre as influências desta, mesmo quando atua sobre indivíduos. • Já a denominação Saúde Pública surgiu na Inglaterra, em decorrência do processo de industrialização foi associado ao agravamento das condições sanitárias das populações urbanas e às respostas estatais a essa situação. • Segundo Winslow, Saúde Pública é a ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde física e a eficiência, (...) através do desenvolvimento da máquina social que assegurará a cada indivíduo na comunidade um padrão de vida adequado para a manutenção da saúde. ANTECEDENTES
▪ Higiene, Medicina Social e Saúde
Pública • No Brasil, ações de saúde e saneamento voltadas para o espaço urbano e o controle das epidemia acompanharam o desenvolvimento do Estado na Primeira República (1889-1930). • Esse período, marcado pela realização de campanhas sanitárias para o controle da febre amarela urbana, coordenadas por Oswaldo Cruz, ficou conhecido como sanitarismo campanhista. ANTECEDENTES
▪ Movimentos e reforma do ensino médico: a criação da Medicina Preventiva
• Entre as raízes históricas da Saúde Coletiva estão dois movimentos que buscaram reorientar a prática médica: o movimento em prol de uma Medicina Integral e o movimento pela Medicina Comunitária. • No caso da Medicina Integral, a proposta girava em torno da concepção de uma formação mais ampla e integrada que fosse capaz de rearticular o “todo biopsicossocial” a que correspondia o paciente. • No caso da Medicina Comunitária, a crítica à formação médica enfatizou o ensino exclusivamente centrado no hospital. A reforma sugerida foi a de acrescentar à formação médica a experiência do aluno diretamente nas comunidades, de preferência entre a população mais carente. ANTECEDENTES
▪ Departamentos de Medicina Preventiva e a Medicina Social
• A partir da proposta da Medicina Integral, da criação dos departamentos de Medicina Preventiva nas escolas americanas, fora criados os primeiros departamentos no Brasil, na década de 1960. • Entre os tópicos destacados no ensino de Medicina Preventiva destacavam- se as medidas preventivas, a epidemiologia, a organização e administração dos serviços de saúde, as ciências da conduta, etc. • A penetração da questão do “coletivo” de maneira sistemática como também pertinente à assistência médica aparece como um dos efeitos da implantação desses departamentos. EMERGÊNCIA DA SAÚDE COLETIVA
▪ A expressão Saúde Coletiva era utilizada desde a década de 1960 como
referência a problemas de saúde no nível populacional e em documentos oficiais que mencionavam uma matéria do currículo médico. ▪ No final da década de 1970, a expressão foi usada no encontro que promoveu a criação da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO). ▪ Com base no relatório final do I Encontro Nacional de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, realizado em 1978, na cidade de Salvador, os participantes buscaram explicitar o que se entendia por saúde coletiva: EMERGÊNCIA DA SAÚDE COLETIVA
Saúde Coletiva: quadro teórico de referência
a) A saúde, enquanto estado vital e campo de saber, está articulada à estrutura da sociedade através das suas instâncias econômicas e político-ideológicas. b) As ações de saúde (promoção, proteção, recuperação, reabilitação) constituem uma prática social e trazem consigo as influências do relacionamento dos grupos sociais. c) O objeto da Saúde Coletiva é construído nos limites do biológico e do social e compreende a investigação dos determinantes da produção social das doenças. d) O ensino da Saúde Coletiva pressupõe a reformulação de modelos de prestação de serviços de saúde, a partir dos princípios da Reforma Sanitária, Medicina Social, Medicina Integral, Medicina Preventiva e Medicina Comunitária. EMERGÊNCIA DA SAÚDE COLETIVA
Saúde Coletiva: quadro teórico de referência
e) O processo ensino-aprendizagem não é neutro. Representa um momento de apropriação do saber pelo educando e pode ser acionado como prática de mudança. f) O conhecimento não se dá pelo contato com a realidade, mas pela compreensão de suas leis e pelo comprometimento com a sua transformação. g) A participação ativa e criativa do educando e do educador no processo ensino- aprendizagem pressupõe uma prática pedagógica dialógica e antiautoritária, na qual ambos aproveitam para problematizar a realidade e os modos de pensá-la. h) O ensino da Saúde Coletiva remete a uma concepção ampla de prática, na qual se articulam as dimensões técnica, teórica e política. EMERGÊNCIA DA SAÚDE COLETIVA
Saúde Coletiva: quadro teórico de referência
i) O conceito de inserção no complexo de saúde admite a participação de docentes e discentes em distintos níveis político-administrativos, técnico-administrativos e técnico-operacionais. j) O conceito de participação em saúde transcende o envolvimento dos grupo interessados no âmbito do planejamento e gestão das ações de saúde. Passa pela democratização da vida social, o que implica a ação organizada sobre o processo político. EMERGÊNCIA DA SAÚDE COLETIVA
▪ A Saúde Coletiva busca, portanto, entender:
a) a saúde/doença como um processo que se relaciona com a estrutura da sociedade; b) o homem como ser social e histórico; c) o exercício das ações de saúde como uma prática social permeada por uma prática técnica que é, simultaneamente, social, sofrendo influências econômicas, políticas e ideológicas. ▪ Percebe-se, desse modo, a constituição de uma nova área de produção de conhecimentos que se desloca de abordagens técnicas de temas prevalentes na saúde pública tradicional ou de enfoques convencionais de epidemiologia para uma abordagem multidisciplinar. DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE COLETIVA
▪ A evolução da Saúde Coletiva brasileira, desde o ano de fundação da
ABRASCO, em 1979, revela uma expansão e consolidação desta área. ▪ Verifica-se a expansão dos cursos de pós-graduação e a criação dos cursos de graduação em Saúde Coletiva ocorreu como um produto desse processo. ▪ A Saúde Coletiva brasileira consolidou-se como espaço multiprofissional (que reúne diversas profissões) e interdisciplinar (que exige a integração de saberes de diferentes disciplinas). ▪ Sua evolução tem sido na direção de um campo, com objeto específico – a saúde no âmbito dos grupos e classes sociais e com práticas voltadas para a análise dos determinantes sociais da doença e a formulação de políticas voltadas para o controle desses problemas a nível populacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS
▪ Como vimos, a Saúde coletiva no Brasil apresenta a peculiaridade de ser
construída a partir de uma conjuntura na qual a questão democrática era debatida pela sociedade civil, especialmente pelos movimentos sociais. ▪ Destaca-se naquela conjuntura o movimento pela democratização da saúde, conhecido como Movimento da Reforma Sanitária, que propunha o reconhecimento do direito à saúde como inerente à conquista da cidadania. ▪ O CEBES e a ABRASCO tiveram um importante protagonismo na elaboração da Constituição de 1988 na temática da saúde, bem como na aprovação das leis 8.080/90 e 8.142/90 que estabeleceram, respectivamente, a organização do SUS e o controle social mediante os conselhos de saúde. REFERÊNCIA
▪ SILVA, Lígia; PAIM, Jairnilson; Schraiber, Lilia. O que é Saúde Coletiva?
In: PAIM, Jairnilson; ALMEIDA-FILHO, Naomar. Saúde coletiva: teoria e prática. Rio de Janeiro: MedBook, 2014.
Sistema Único de Saúde: Um Direito Fundamental de Natureza Social e Cláusula Pétrea Constitucional: A Cidadania e a Dignidade da Pessoa Humana como Fundamentos do Direito à Saúde no Brasil