Aprendizagem e Motivacao
Aprendizagem e Motivacao
Aprendizagem e Motivacao
ISBN 978-85-9502-373-4
Introdução
Neste capítulo, você conhecerá os aspectos que envolvem a aprendizagem
no contexto do comportamento do consumidor. Para tal, estudará as teorias
motivacionais que influenciaram e continuam influenciando as ações dos
indivíduos ao consumir, além de conseguir identificar quais são as relações
existentes entre as necessidades, os desejos e perceber as influências das
emoções e dos instintos na ação do comportamento do consumidor.
A aprendizagem no comportamento
de consumo
O estudo sobre o comportamento do consumidor tem como objetivo conhecer
as influências que podem interferir no ato de consumo nos indivíduos. Na
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Quando não há mais reforço para uma relação aprendida entre o estímulo
e a resposta aprendida, ocorre a extinção. No processo de aprendizagem do
consumidor, o indivíduo recebe um impulso (estímulo forte que encoraja
a ação); junto a esses estímulos, vêm as pistas (através de anúncios, pro-
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Outro estudo sobre a motivação foi desenvolvido por Herzberg, que de-
senvolveu a teoria dos dois fatores, os satisfatórios e os insatisfatórios. Para o
autor, devemos evitar aqueles fatores que nos trariam a insatisfação e identificar
os fatores que nos causam a satisfação (KOTLER; KELLER, 2006). Assim,
nessa teoria, a motivação pode ser descrita como a força motriz interna dos
indivíduos que o levam a agir, ou seja, um estado de tensão produz essa força,
que existe em função de uma necessidade não satisfeita, seja ela consciente
ou inconsciente (SCHIFFMAN; KANUK, 2000) – o objetivo é o alívio dessa
tensão. Assim, o marketing teria de descobrir quais são as principais influências
motivadoras dos consumidores a fim de criar estratégias para satisfazer as
necessidades dos consumidores.
Motivação é o estado alterado de uma pessoa que a conduz a um com-
portamento voltado a um objetivo (MOWEN; MINOR, 2003). Inicialmente,
o estímulo, seja ele interno ao indivíduo, como sede, fome ou externo, por
meio influência da propaganda, da família, impulsiona o reconhecimento de
uma necessidade, de um sentimento ou desejo que conduz o indivíduo a um
comportamento. Assim, à medida que o indivíduo percebe uma discrepân-
cia entre a condição real e a desejada, surge uma necessidade (MARTINS,
2006). Dessa maneira, o processo de motivação é iniciado por meio de uma
necessidade, motivo, impulso ou excitação, gerando tensão e produzindo a
ação do indivíduo, com o objetivo de satisfazer as suas necessidades. Porém,
a obtenção de satisfação vai depender de alguns fatores, já que passa pela
cognição, pela aprendizagem e pelo comportamento do indivíduo para tornar
a ação possível de ser realizada. Caso essa ação seja impossível de ser rea-
lizada, um novo ciclo de motivação será iniciado (MARTINS, 2006). Essa
excitação que inicia a motivação pode ser autônoma (sentida fisiologicamente),
emotiva ou ainda cognitiva, de acordo com Sheth, Mittal e Newman (2001
apud MARTINS, 2006).
No processo de motivação existem motivos de aproximação e de evita-
ção. Os motivos de aproximação se caracterizam pelo desejo de atingir o
objetivo, que é buscado, desejado. Já o de evitação se caracteriza pelo desejo
de proteção do objeto (MARTINS, 2006). Alguns psicólogos falam sobre
forças positivas e negativas a respeito das motivações, interpretando como
positivas as necessidades, os desejos, as vontades; e como negativas o medo,
as frustrações, as aversões (SCHIFFMAN; KANUK, 2000). Para os mesmos
autores, como a ação e os objetivos dos consumidores seguem com base nos
processos de pensamento ou cognição e uma aprendizagem anterior, a maioria
das empresas que fazem uso da teoria motivacional tentam influenciar os
processos cognitivos dos seus consumidores (MARTINS, 2006).
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