Aula 8 - Sistemas de EDOs Lineares Nao Homogeneas
Aula 8 - Sistemas de EDOs Lineares Nao Homogeneas
Aula 8 - Sistemas de EDOs Lineares Nao Homogeneas
UFABC 2023
IEDO
Sistemas de EDOs lineares
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Sistemas de EDOs lineares: método de variação de constantes
Vamos buscar uma solução de sistema não homogênea na forma de produto da matriz M e uma coluna
de funções,
y1 c1 (x) y11 y12 c1 (x) c1 (x)y11 + c2 (x)y12
=M = = , (4)
y2 c2 (x) y21 y22 c2 (x) c1 (x)y21 + c2 (x)y22
aonde M−1 é a matriz inversa a matriz M (lembra que M é uma base de soluções da sistema
homogênea, por isso determinante não pode ser zero). Eq. (4) diz que uma solução do sistema não
homogênea é a soma da base de soluções da sistema homogênea com coeficientes c1,2 (x):
y1 y11 y12
= c1 (x) + c2 (x) (7)
y2 y21 y22
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Método de variação de constantes
Vamos obter uma expressão explicita para o método. Temos
−1
y11 y12 1 y22 −y12
M−1 = = , (8)
y21 y22 W −y21 y11
aonde W = y11 y22 − y21 y12 é o determinante (Wronskiano). Assim obtemos uma EDO para os
coeficientes da solução particular de sistema não homogênea:
d c1 (x) f1 1 y22 −y12 f1 (x)
= M−1 =
dx c2 (x) f2 W −y21 y11 f2 (x)
1 y22 f1 − y12 f2
= , (9)
W y11 f2 − y21 f1
i.e.,
dc1 y22 f1 − y12 f2 dc2 y11 f2 − y21 f1
= , = . (10)
dx W dx W
Agora lembramos que o Wronskiano depende do x de forma simples (veja aula 7),
x
Z
W (x) = W (x0 ) exp dξ [a11 (ξ) + a22 (ξ)] , (11)
x0
e obtemos no final
dc1 y22 (x)f1 (x) − y12 (x)f2 (x) Zx
= exp − dξ [a11 (ξ) + a22 (ξ)] ,
dx W (x0 )
x0
dc2 y11 (x)f2 (x) − y21 (x)f1 (x) Zx
= exp − dξ [a11 (ξ) + a22 (ξ)] , (12)
dx W (x0 )
x0
aqui (y1i , y2i ) com i = 1, 2, são soluções do sistema homogênea. Eqs. (12) são de tipo achar
anti-derivada e podem ser integradas facilmente.
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EDOs linear de segunda ordem não homogênea
d2 y dy
+ p(x) + q(x)y = f (x). (13)
dx2 dx
Para este fim, usaremos a equivalência de uma EDOs de segunda ordem para um sistema de EDOs de
dy
primeira ordem. Usando z = dx temos:
d y 0 1 y 0
= + , (14)
dx z −q(x) −p(x) z f (x)
aonde a primeira EDO é simplesmente a definição de variável z (por isso tem 0 como na parte não
homogênea). Usando o método acima, obtemos uma solução da EDO em Eq. (13) na forma de soma
(0) (0)
y (1) = c1 (x)y1 + c2 (x)y2 , (15)
(0)
aonde y1,2 (x) são duas soluções independentes da parte homogênea em Eq. (13). No caso de sistema
Eq. (14) temos:
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Exemplo 1
Consideremos a seguinte EDO
d2 y 1
+y = . (18)
dx2 cos x
Primeiro, achamos duas soluções da parte homogênea, que buscamos na forma de exponencial
y (0) = eλx . Obtemos
(λ2 + 1)eλx = 0 → λ = ±i. (19)
(0) (0)
Então, duas soluções independentes são y1
= e eix
= y2 e−ix
(i.e., uma base de soluções complexo
conjugadas). Buscamos uma solução particular da EDO não homogênea na forma de soma
Podemos seguir o método acima e usar Eq. (17). Tem também outro jeito de chegar ao mesmo
resultado. Temos para primeira derivada em Eq. (20):
d2 y
d dc1 dc2
ic1 eix − ic2 e−ix = eix + e−ix .
= i − c1 −i − c2 (23)
dx2 dx dx dx
aonde usamos que W = −2i (o determinante). Compara Eq. (28) com Eq. (17) para p(x) = 0,
(0)
W (x) = W (0) = −2i, e y1,2 = e±ix :
(0)
dc1 y2 (x)f (x) ie−ix
= − =− ,
dx W (x) 2 cos x
(0)
dc2 y1 (x)f (x) ieix
= = , (28)
dx W (x) 2 cos x
i.e., o mesma sistema. Observa que a equação para c2 é complexo conjugada daquela para c1 , podemos
então por c2 = c∗1 .
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Exemplo 1
−ix ix 1
y = c1 (x)eix + c2 (x)e−ix = (e − e−ix ) + ln | cos x|(eix + e−ix )
2 2
= x sin x + ln | cos x| cos x. (31)
A solução geral é a soma de solução particular em Eq. (31) e a solução geral da parte homogênea.
Usaremos a base complexo conjugada, por isso utilizamos duas constantes complexo conjugadas (veja
aula 7) C1 = C e C2 = C ∗ . Com C = (a − ib)/2 com a, b sendo reais arbitrarias, temos:
a − ib ix a + ib −ix
y= e + e + x sin x + ln | cos x| cos x = (a + ln | cos x|) cos x + (b + x) sin x. (32)
2 2
Se usar uma base real da EDO homogênea, i.e., y1 = cos x e y2 = sin x, i.e., partes real e imaginário de
(0)
solução que temos y1 = eix , chegaremos a mesma resposta (verifique em casa).
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Exemplo 2
Consideremos um oscilador harmônico com massa m = 2 sob ação de uma força F = F0 cos(ωt):
d2 x dx
+α + Ω2 x = F0 cos(ωt), (33)
dt2 dt
aonde Ω é a freqüência do oscilador, α é o coeficiente de atrito, e ω é a frequência da força externa
periódica com amplitude F0 . Em vez de usar Eq. (17) para achar uma solução particular, com F (t)
sendo periódica podemos achar solução de jeito mais curto. O truque é buscar solução na forma de
pois derivada de cos é sin e vice versa. Substituindo na Eq. (33) obtemos para as amplitudes a e b uma
equação
2
Ω − ω 2 a + αωb − F0 cos(ωt) + Ω2 − ω 2 b − αωa sin(ωt) = 0,
(35)
como as amplitudes de cos e do sin devem ser zero (funções independentes!), obtemos que
Ω2 − ω 2 a + αωb = F0 , Ω2 − ω 2 b − αωa = 0.
(36)
αωa
Temos de segunda equação b = Ω2 −ω 2
e, substituindo isso na primeira equação, obtemos
α2 ω 2 (Ω2 − ω 2 )F0
Ω2 − ω 2 + a = F0 → a = . (37)
Ω2 − ω 2 (Ω2 − ω 2 )2 + α2 ω 2
A solução geral é a solução particular, devido a força, mais a solução geral da parte homogênea:
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Sumario
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