Edo 2

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SÉRIES & EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 6.

EDO DE ORDEM SUPERIOR

Uma EDO Linear de ordem n se apresenta sob a forma:

an (x) y (n) + an 1 (x) y


(n 1)
+ + a2 (x) y 00 + a1 (x) y 0 + a0 (x) y = b (x) ; (6.1)

onde os coe…cientes ak (x) e b (x) são funções contínuas em um intervalo [a; b] : No caso em que b 0, a
EDO (6.1) denomina-se Homogênea e, neste caso, vemos que a função ' 0 é uma solução da EDO e o
conjunto S constituído das soluções de (6.1) é não vazio. Na verdade, S é um espaço vetorial real, cuja
dimensão coincide com a ordem da EDO, isto é, dim S = n: Dois casos particulares merecem destaques:
I a2 (x)y 00 + a1 (x)y 0 + a0 (x)y = b(x): [caso n = 2]
I a3 (x)y 000 + a2 (x)y 00 + a1 (x)y 0 + a0 (x)y = b(x): [caso n = 3]
Se representarmos por L o operador diferencial de ordem n :

L = an Dn + an 1 Dn 1
+ + a2 D2 + a1 D + a0 I;

dk
sendo Dk = ; k = 0; 1; 2; : : : n, com D0 = I, a EDO (6.1) se escreve na forma simbólica:
dxk

Ly = b (x) : (6.2)

6.1. EDO LINEAR COM COEFICIENTES CONSTANTES


::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

I :::
A.:::::::::::::::::::::::
CASO HOMOGÊNEO [b(x) = 0; 8 x]

1. Em cada caso, mostre que as funções dadas são soluções LI da EDO indicada.
(a) y1 (x) = sen x; y2 (x) = cos x; y 00 + y = 0:
(b) y1 (x) = 2; y2 (x) = sen x; y3 (x) = 3 cos x; y 000 + y 0 = 0:
(c) y1 (x) = ex ; y2 (x) = e x; y3 (x) = sen x; y4 (x) = cos x; y (4) y = 0:
(d) y1 (x) = ex ; y2 (x) = e2x ; y3 (x) = e3x ; y 000 6y 00 + 11y 0 6y = 0:

2. Encontre a solução geral das seguintes EDO’s homogêneas com coe…cientes constantes:
(a) y 00 3y 0 + 2y = 0 (b) y (4) + 4y = 0
(c) y 000 6y 00 + 11y 0 6y = 0 (d) 8y 00 + 4y 0 + y = 0
(e) y (4) + 5y 000 = 0 (f) y 000 3y 00 + 4y 0 2y = 0
(g) y 000 y 00 y0 + y = 0 (h) y (4) + 2y 00 + y = 0
40 SÉRIES & EDO MARIVALDO P. MATOS

3. Qual a solução geral de uma EDO linear homogênea com coe…cientes constantes, cujas raízes da
equação característica são: 2; 2; 2; 3; 3; 3 4i; 3 + 4i; 3 4i e 3 + 4i? Qual é a EDO?

4. Encontre a EDO linear homogênea com coe…cientes constantes, cujas raízes da equação caracterís-
tica são: 2; 1; 1; 3 4i e 3 + 4i? Qual é a solução geral da EDO?

5. Encontre a EDO de segunda ordem com a seguinte família de curvas integrais:

(a) y = C1 x + C2 x2 (b) y = C1 e x + C2 xe x (c) C1 ex + C2 e2x :

6. Em cada caso, veri…que que as funções dadas são soluções LI da EDO indicada e determine a
solução geral.

(a) y1 (x) = cos x e y2 (x) = sen x; y (4) 4y 000 + 7y 00 4y 0 + 6y = 0:

(b) y1 (x) = ex e y2 (x) = xe x; y (5) y (4) 2y 000 + 2y 00 + y 0 y = 0:

I :::
B. ::::::::::::::::::::::::::::
CASO NÃO HOMOGÊNEO

7. Com o Método dos Coe…cientes a Determinar (MCD), encontre a solução geral da EDO.

(a) y 00 y0 2y = 4x2 (b) y 0 5y = (x 1) sen x + (x + 1) cos x


(c) y 00 + 2y 0 + 2y = 1 + x2 (d) y 00 + 4y 0 + 8y = x + ex
(e) y 00 = 9x2 + 2x 1 (f) y 00 3y 0 + 2y = ex 2e2x + sen x
(g) y 000 y 00 y 0 + y = x2 (h) y 0 5y = x2 ex xe5x
(i) y 0 y = 1 + xe2x (j) y 000 6y 00 + 11y 0 6y = 2xe x

(k) y (4) + 4y = x2 3x + 2 (l) y 000 y = 3 sen x cos x

6.2. EDO LINEAR DE EULER-CAUCHY


::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

1. Encontre a solução geral das seguintes equações de Euler-Cauchy:


(a) 4x2 y 00 4xy 0 + 3y = sen ln ( x) ; x < 0: (b) x2 y 00 3xy 0 + 3y = 0; x > 0:
(c) x2 y 00 xy 0 + 2y = 1 + (ln x)2 ; x > 0: (d) x2 y 00 3xy 0 + 3y = ln x, x > 0:
(e) x3 y 000 3x2 y 00 + 6xy 0 6y = 0; x > 0: (f) x2 y 00 6xy 0 = 0; x > 0:

2. Resolva o seguinte PVI de Euler-Cauchy homogêneo:

x2 y 00 2xy 0 + 2y = 0
y (1) = 1 e y 0 (1) = 4:
COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS EDO LINEAR DE ORDEM SUPERIOR 41

Qual o valor de o valor de y 00 (1)?

3. Encontre a solução do PVI de Euler-Cauchy não homogêneo:

x2 y 00 + xy 0 + y = ln x
y (1) = 0 e y 0 (1) = 2:

Qual o valor de y 00 (1) + y 000 (1)?

6.3. DUAS APLICAÇÕES PARA LEITURA


::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

A. VIBRAÇÕES AMORTECIDAS & FORÇADAS


::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Consideremos um corpo de massa m; preso a uma mola (veja …gura 6.3), sob a ação das seguintes
forças:
I FORÇA DE ATRITO 2cv; c > 0, oposta ao movimento, onde v representa a velocidade;
I FORÇA RESTAURADORA k 2 x; exercida pela mola, sendo k uma constante positiva, e
I FORÇA EXTERNA F (t) :
A Segunda Lei de Newton estabelece que:

m•
x= 2cx_ k 2 x + F (t)

ou, de forma equivalente:


2c k2 F (t)
x
•+ x_ + x = ; (6.3)
m m m
que é a equação do movimento para vibrações forçadas. Quando não houver forças externas, isto é,
quando F 0; as vibrações serão amortecidas. Trata-se de uma EDO linear de segunda ordem nas
variáveis x e t, com coe…cientes constantes, que pode ser resolvida pelo Método dos Coe…cientes a
42 SÉRIES & EDO MARIVALDO P. MATOS

Determinar, dependendo da função F , naturalmente, ou pelo Método de Variação dos Parâmetros. No


caso amortecido, a EDO se escreve sob a forma:

2c k2
x
•+ x_ + x = 0;
m m
p
2 2c k2 c c2 k2 m
cuja equação característica + + = 0 possui raízes = ; e existem dois
m m m m
casos a considerar. No primeiro caso, quando c2 > k 2 m; as raízes são reais e distintas e fazendo
p
jc2 k 2 mj
!= ; a solução geral é
m
ct=m
x (t) = e C1 e!t + C2 e !t
:
c
No outro caso, quando c2 < k 2 m; as raízes são = i! e a solução geral é:
m
ct=m
x (t) = e [C1 cos !t + C2 sen !t] :

Quando a força externa F (t) é uma função contínua por partes, podemos usar sua Série de Fourier para
encontrar uma solução x (t) da EDO (6.3). Suponhamos que os dados do problema são de tal forma que
a EDO resultante seja:
x
• + (0:02) x_ + 25x = F (t) ; (6.4)

e F (t) é a função 2 -periódica de…nida por:


8
< t + =2; se <t 0
F (t) =
: t + =2; se 0 < t < ;

com Série de Fourier (ver Exercício 4.4F(i))


4 cos 3t cos 5t
F (t) = cos t + + + :
32 52
É razoável imaginar uma solução x (t) da equação (6.4) como a soma de soluções aproximadas de
equações do mesmo tipo, com forças externas Fn (t) dadas por:
4 cos nt
Fn (t) = ; n = 1; 3; 5; : : : ;
n2
que é o termo geral da Série de Fourier de F (t) : Para cada n = 1; 3; 5; : : : consideremos a equação
aproximada:
4 cos nt
x
•n + (0:02) x_ n + 25xn = (6.5)
n2
COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS EDO LINEAR DE ORDEM SUPERIOR 43

cuja solução particular é suposta da forma xn (t) = An cos nt + Bn sen nt, onde as constantes An e Bn
são determinadas por substituição de xn (t) na EDO (6.5) e valem:

4 25 n2 0:08
An = e Bn = ; n = 1; 3; 5; : : : ;
n2 D nD
2
onde D = 25 n2 + (0:02n)2 : Uma solução x (t) de (6.4) é dada pela série trigonométrica:
1
X
x (t) = [A2n 1 cos (2n 1) t + B2n 1 sen (2n 1) t] ; (6.6)
n=1

e a veri…cação de que a função x (t) de…nida por (6.6) é de fato uma solução da EDO (6.4) baseia-
se no processo de derivação termo a termo para séries trigonométricas. O leitor familiarizado com
convergência uniforme não terá di…culdade em veri…car a validade dessa operação para esse caso.

B. CIRCUITOS ELÉTRICOS
::::::::::::::::::::::::::::::

O circuito elétrico da …gura ao lado contém uma força eletromotriz


E (produzida por uma bateria ou gerador), um resistor R, um
indutor L e um capacitor C, em série. Se Q(t) representa a carga no
capacitor C, no instante t, então a corrente I(t) no mesmo instante
é medida pela taxa de variação da carga Q(t) em relação ao tempo,
isto é, I = dQ=dt e as quedas de voltagem devido ao resistor,
dI Q
indutor e capacitor são, respectivamente: RI; L e :
dt C

Como já mencionamos no Capítulo 5, a lei de Kirchho¤ estabelece que a soma das quedas da voltagem
é igual à voltagem fornecida e com isso obtemos a EDO:

dI Q
L + RI + = E (t) :
dt C
dQ
Para obtermos uma EDO linear de segunda ordem para a carga Q (t), usamos I = e obtemos:
dt
d2 Q dQ 1
L 2
+R + Q = E (t)
dt dt C

e se forem fornecidas a corrente I0 e a carga Q0 no capacitor, no instante t = 0, chegamos ao PVI:


8
< LQ00 + RQ0 + 1 Q = E (t)
C
(6.7)
: Q (0) = Q e Q0 (0) = I :
0 0
44 SÉRIES & EDO MARIVALDO P. MATOS

Por derivação da EDO (6.7)1 ; obtemos a seguinte equação diferencial de segunda ordem para a corrente:

LI 00 + RI 0 + 1
CI = E 0 (t) :

EXEMPLO
:::::::::::
No circuito da …gura 6.10 suponhamos que R = 4 ; L = 1 H; C = 0:2 F e que a voltagem
fornecida no instante t seja E (t) = cos 2t. Se a carga e a corrente no instante t = 0 são ambas nulas,
então o PVI (6.7) se reduz a: 8
< Q00 + 4Q0 + 5Q = cos 2t
(6.8)
: Q (0) = 0 e Q0 (0) = 0:

2
A equação característica é + 4 + 5 = 0 cujas raízes complexas 1 = 2+i e 2 = 2 i produzem
as soluções reais LI:
2t 2t
Q1 (t) = e cos t e Q2 (t) = e sen t

e a solução geral da EDO auxiliar é, portanto:

2t
QH (t) = e (C1 cos t + C2 sen t) :

Para usar o MCD, tentamos uma solução particular

QP (t) = A cos 2t + B sen 2t;

de modo que

Q0P (t) = 2A sen 2t + 2B cos 2t e Q00P (t) = 4A cos 2t 4B sen 2t:

Substituindo QP e suas derivadas Q0P e Q00P em (6.8)1 , encontramos:

(A + 8B) cos 2t + ( 8A + B) sen 2t = cos 2t

e, igualando os coe…cientes, chegamos ao sistema algébrico


8
< A + 8B = 1
: 8A + B = 0

cuja solução é A = 1=64 e B = 8=65: Assim, encontramos para solução particular a função

1 8
QP (t) = 65 cos 2t + 65 sen 2t
COMPLEMENTOS & EXERCÍCIOS EDO LINEAR DE ORDEM SUPERIOR 45

e, consequentemente, a solução geral é:

2t 1 8
QG (t) = e (C1 cos t + C2 sen t) + 65 cos 2t + 65 sen 2t:

1 18
Com os dados Q (0) = 0 e Q0 (0) = 0, encontramos C1 = 65 e C2 = 65 e a solução do PVI (6.8) é:

1 2t
Q (t) = 65 e (cos t + 18 sen t) cos 2t 8 sen 2t :

A expressão para a corrente I (t) é, portanto:

dQ 1 2t
I (t) = = 65 e (16 cos t 37 sen t) + 2 sen 2t 16 cos 2t :
dt

Como limt!1 QH (t) = 0, é razoável usar a aproximação Q (t) ' QP (t), para valores de t su…cien-
temente grandes, e, por essa razão, a solução particular QP (t) recebe o nome de solução de estado
estacionário.

RESPOSTAS & SUGESTÕES

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
6.1

1. A comprovação é feita por substituição direta na EDO.

2. Encontre as raízes características para compor a solução geral.


(a) y = C1 ex + C2 e2x (b) y = (C1 ex + C2 e x ) sen x + (C3 ex + C4 e x ) cos x

(c) y = C1 ex + C2 e2x + C3 e3x (d) y = e x=4 [C cos (x=4)


1 + C2 sen (x=4)]

(e) y = C1 + C2 x + C3 x2 + C4 e 5x (f) y = ex (C1 + C2 cos x + C3 sen x)

(g) y = C1 e x + C2 ex + C3 xex (h) y = C1 cos x + C2 sen x + x (C3 cos x + C4 sen x)

3. C1 + C2 x + C3 x2 e2x + (C4 + C5 x + C6 cos 4x + C7 sen 4x + C8 x cos 4x + C9 x sen 4x) e3x :

4. fazer

5. (a) x2 y 00 2xy 0 + 2y = 0 (b) y 00 + 2y 0 + y = 0 (c) y 00 3y 0 + 2y = 0:


p p
6. (a) y = C1 cos 2x + C2 sen 2x e2x + C3 cos x + C4 sen x:

(b) y = (C1 + C2 x + C3 x2 )ex + (C4 + C5 x) e x:


46 SÉRIES & EDO MARIVALDO P. MATOS

7. (a) y = C1 e x + C2 e2x 2x2 + 2x 3:

2 71 3 69
(b) y = 13 x + 338 sen x + 13 x 338 cos x + C1 e5x :
x x2
(c) y = (C1 cos x + C2 sen x) e + x + 1:
2
2x [C cos (2x) x 1 ex
(d) y = e 1 + C2 sen (2x)] + + :
8 16 13
1 2
(e) y = C1 + C2 x 2x + 13 x3 + 43 x4 :
1 3
(f ) y = C1 ex + C2 e2x + 10 sen x + 10 cos x xex 2xe2x :

(g) y = C1 e x + C2 ex + C3 xex + x2 + 2x + 4:
1 2 5x 1 2
(h) y = 2x e 4x + 81 x + 1
32 ex + C1 e5x :

(i) y = 1 e2x + xe2x + C1 ex :


1 x 13 x
(j) y = 12 xe 144 e + C1 ex + C2 e2x + C3 e3x :

(k) y = (C1 cos x + C2 sen x)ex + (C3 cos x + C4 sen x)e x + 41 x2 43 x + 12 :


p p
(l) y = C1 ex + e x=2 C2 cos 3x=2 + sen 3x=2 sen x + 2 cos x:

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
6.2

1. (a) y = C1 ( x)3=2 + C2 ( x)1=2 1


65 sen ln ( x) + 8
65 cos ln ( x) :

(b) y = 1 + ln x + 12 (ln x)2 + x (C1 cos ln x + C2 sen ln x) :


4
(c) y = 9 + 31 ln x + C1 x + C2 x3 :

(d) y = C1 x + C2 x3 + 13 ln x + 49 :

(e) y = C1 x + C2 x2 + C3 x3 :

(f ) y = C1 + C2 x7 :

2. y = 3x2 2x:

3. y = sen ln x + ln x:

ASSIM TERMINA "SÉRIES & EDO" ....

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