Apostila de Ética e Legislação - Parte II PDF
Apostila de Ética e Legislação - Parte II PDF
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CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
• Importância do Arquivo – Função e Finalidades do Os Arquivo podem ser classificados em 4 TIPOS. Segundo
Arquivo o(a):
1) Entidade Mantenedora: (Público ou Privado)
Função do Arquivo: Guardar e organizar os documentos, 2) Natureza dos documentos: (Especial ou
tornando-os disponíveis as informações mantidas sob Especializado)
sua guarda. 3) Estágio de Evolução: (Corrente, Intermediário e
Finalidades do Arquivo: Servir a Administração e Servir Permanente)
a História 4) Extensão de sua atuação: (Setorial ou Central)
Eliminação: Quando o documento que perdeu o valor No momento em que uma organização toma a decisão
administrativo, não apresentar valor histórico de organizar seu arquivo, é necessário que seja realizada
Guarda Permanente: Quando o documento que perdeu uma campanha de sensibilização envolvendo os diversos
o valor administrativo, apresentar valor histórico níveis hierárquicos, com o objetivo de envolver todos no
projeto.
Tabela de Temporalidade de Documentos A organização do Arquivo de uma instituição ocorre em
quatro etapas:
É o instrumento arquivístico resultante da etapa
de avaliação dos documentos. É ela, a tabela de 1 – Levantamento dos dados
temporalidade, que determina o prazo de guarda dos 2 – Análise dos dados coletados
documentos nas fases corrente e intermediário, bem 3 – Planejamento
como indica a destinação final (eliminação ou 4 – Implantação e acompanhamento
recolhimento para guarda permanente).
A tabela de temporalidade deve ser aprovada 1- Levantamento dos dados
por autoridade competente. São atividades de exame e coleta de informações acerca
da documentação do arquivo.
Exemplo de uma tabela de temporalidade de uma Nessa etapa, são coletadas as informações sobre o
determinada empresa: gênero dos documentos (textuais, iconográficos,
informáticos etc.), as espécies documentais (cartas,
Prazo de Guarda faturas, projetos etc.), o tamanho e estado de
Código Assunto Destinação final
Corrente Intermediária
conservação do acervo, os recursos humanos da
Planos e projetos Guarda
002 5 anos 9 anos instituição, enfim, todo os dados relevantes para o
de trabalho Permanente
Guarda arquivo da instituição.
022.11 Cursos internos 5 anos -
Permanente Nessa fase é necessário realizar o estudo, o exame dos
Folha de
024.1
pagamento
5 anos 95 anos Eliminação estatutos, regimentos, regulamentos, normas,
024.2 Escala de Férias 7 anos - Eliminação organogramas. É necessário, nessa fase, conhecer os
dados relativos aos documentos que circulam na
A partir dos dados apresentados na tabela acima, instituição.
podemos verificar a existência de QUATRO situações. É necessário conhecer, também:
002 – O documento foi criado na fase corrente, cessada - A quantidade de servidores no arquivo, formação
essa fase ele será transferido para o Arquivo profissional e escolaridade
Intermediário, onde cumprirá seu prazo de guarda, - A quantidade de equipamento, modelo e estado de uso
cessada essa fase ele será recolhido ao Arquivo - A situação física do arquivo (área ocupada,
Permanente. luminosidade, umidade, tipo de proteção contra
022.11 – O documento foi criado na fase corrente, incêndio e outros sinistros)
cessada essa fase ele será recolhido ao Arquivo
Permanente. 2- Análise dos dados coletados
024.1 – O documento foi criado na fase corrente, cumpre A partir dos dados coletados na etapa anterior, será feita
seu prazo de guarda nessa fase, posteriormente será uma análise objetiva da real situação dos serviços de
transferido para o Arquivo Intermediário, onde cumprirá arquivo e um DIAGNÓSTICO que permita propor
seu prazo de guarda, cessada essa fase ele será alterações no sistema a ser implantado.
eliminado.
Ou seja, o diagnóstico consiste em uma constatação das recursos humanos, do espaço físico e dos equipamentos,
falhas existentes na administração que impedem o com o objetivo de aperfeiçoar o ciclo documental.
correto funcionamento do arquivo.
OBJETIVOS DA GESTÃO DE DOCUMENTOS:
3- Planejamento - Garantir e assegurar, de forma eficiente a produção,
É nesta fase que será elaborado o plano arquivístico que administração, manutenção e destinação de
leve em consideração tanto as disposições legais quanto documentos.
as necessidades da organização. Esse plano deve levar - Garantir que a informação estará disponível no
em consideração os seguintes elementos: momento necessário ao usuário.
a) posição do arquivo na estrutura organizacional da - Eliminação de documentos que não possuem valor
administração – recomenda-se que seja a mais alta administrativo, fiscal, legal ou para fins de pesquisa
possível; científica ou histórica.
b) centralização ou descentralização dos serviços de - Assegurar uso adequado da micrográfica,
arquivo em fase corrente; processamento automatizado de dados, e outras
c) criação de uma coordenação central dos serviços de técnicas da gestão da informação.
arquivo, nos casos de descentralização; - Contribuir para o acesso e a preservação dos
d) definição dos métodos de arquivamento; documentos que deverão ser guardados e preservados
e) estabelecimento das regras e normas de por seus valores históricos ou científicos.
funcionamento;
f) necessidades de recursos humanos; A Gestão de Documentos acontece em 3 FASES básicas:
g) escolha das instalações e equipamentos; 1ª FASE - PRODUÇÃO
h) constituição de arquivos intermediários e 2ª FASE - UTILIZAÇÃO
permanentes. 3ª FASE - DESTINAÇÃO
9. As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser Exemplo: II Conferência de Pintura Moderna
consideradas e colocadas antes do sobrenome, o mais Quinto Congresso de Geografia
comum é considera-las como parte integrante do nome 3º Congresso de Geologia
apenas quando escritas com letra maiúsculas.
Arquivam-se: Conferência de Pintura Moderna (II)
Exemplo: Giulio di Capri Congresso de Geografia (Quinto)
Esteban De Penedo Congresso de Geologia (3º)
Charles Du Pont Estas regras podem ser alteradas para melhor servir a
John Mac Adam organização, desde que o arquivista observe sempre o mesmo
Gordon O’Brien critério e faça as remissivas necessárias para evitar dúvidas
futuras.
Arquivam-se: Capri, Giulio di Exemplo: José Peregrino da Rocha Fagundes Júnior
De Penedo, Esteban José Félix Alves Pacheco
Du Pont, Charles Podem ser arquivados pelos nomes mais conhecidos:
Mac Adam, John Peregrino Júnior, José
O’Brien, Gordon Félix Pacheco, José
Colocam-se remissivas em: 2) MÉTODO GEOGRÁFICO – ESTADO
Quando for organizar um arquivo por Estado, devem ser
Fagundes Júnior, José Peregrino da Rocha arquivadas primeiro as capitais, independentemente da
Ver ordem alfabética em relação às demais cidades, que
Peregrino Júnior, José
deverão estar dispostas após as capitais.
Pacheco, José Félix Alves - Os ESTADOS deverão ficar em ordem alfabética
Ver - Dentro de cada estado, a 1ª cidade deverá ser a
Félix Pacheco, José CAPITAL
Além de observar as regras de alfabetação, e necessário - As demais cidades seguem em ordem alfabética
também considerar as REGRAS DE ORDENAÇÃO, que podem
ser palavra por palavra ou letra por letra.
TOCANTINS
Letra por letra SÃO PAULO
Exemplo: Monte Alegre
Monte Branco PARANÁ
Monteiro GOIÁS
Monte Mór CEARÁ
Montenegro BAHIA
Monte Sinai ALAGOAS
2. Palavra por palavra
Maceió
Exemplo: Monte Alegre
Arapiraca
Monte Branco
Monte Mór Palmeira dos Índios
Monte Sinai
Monteiro 3) MÉTODO GEOGRÁFICO – CIDADE
Montenegro Quando o principal elemento é a Cidade e não o Estado,
deve-se observar a rigorosa ordem alfabética por
A escolha de um dos critérios implica a exclusão do outro. cidades, não havendo destaque para as capitais.
- O arquivo é organizado por cidade, sem a separação por
II- MÉTODO GEOGRÁFICO estado.
- As CIDADES deverão ficar em ordem alfabética e
Neste método, o elemento principal é o local, seja o país, devemos indicar ao final de cada cidade, o estado
o Estado ou, a cidade. correspondente.
É considerado a origem, a procedência do documento.
Devem ser observadas as seguintes regras: Exemplo:
1) MÉTODO GEOGRÁFICO – PAÍS
Quando o elemento principal forem países, alfabeta-se Taguatinga (DF)
em primeiro lugar o país, seguido da capital e do
correspondente. As demais cidades apresentam-se após São Paulo (SP)
as respectivas capitais. Piripiri (PI)
- Os PAÍSES deverão ficar em ordem alfabética Macapá (AP)
- Dentro de cada país, a 1ª cidade deverá ser a CAPITAL Lages (SC)
- As demais cidades seguem em ordem alfabética
Campinas (SP)
MALÁSIA Arapiraca (AL)
GRÉCIA
FRANÇA
ESPANHA
CANADÁ
BRASIL
Brasília
Belém
João Pessoa
III- MÉTODO NUMÉRICO Unidade 6 - Microfilmagem e Automação
Há dois fatores – apontados pela Repartição de Normas Os fungos são organismos prejudiciais que se alimentam
Técnicas (Bureau of Standards) – que afetam a de papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos
preservação do material sob a custódia de um arquivo: etc. Além da umidade e nutrientes, outras condições
agentes externos e internos de deterioração. Os contribuem para o crescimento das colônias de fungos:
agentes externos decorrem das condições de temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de
armazenagem e de uso; os internos são inerentes à higiene. O uso de fungicidas não é recomendado, pois
própria natureza material dos documentos. Cabe ao os danos causados superam em muito a eficiência dos
arquivista precaver-se contra esses agentes destrutivos, produtos sobre os documentos. Não de deve limpar o
provendo-se de instalações que anulem ou reduzam os ambiente com água, pois esta, ao secar, eleva a umidade
efeitos maléficos dos agentes externos e empregando relativa do ar, favorecendo a proliferação de colônias de
métodos que preservem os materiais perecíveis, seja na fungos. Na higienização do ambiente, é recomendado o
forma original, seja em qualquer outra forma. uso de aspirador.
A luz, a temperatura, a umidade, a poluição ácida do ar
e as impurezas no papel são os principais agentes de A poeira e os gases contribuem para o envelhecimento
deterioração. Os agentes externos mais responsáveis prematuro dos papéis. As emanações dos gases também
pela deterioração são os gases ácidos da atmosfera e destroem as fibras do papel.
particularmente o dióxido sulfúrico (H2SO5). A poluição Determinados insetos são atraídos pela celulose do
ácida do ar, bem como outros fatores externos de papel, cola, goma ou caseína, mas a umidade é a
deterioração, temperatura e umidade desfavoráveis, principal causadora de seu aparecimento, pois neste
somente podem ser tratados pelo uso de aparelhos de ambiente encontram condições ideais para se
ar-condicionado. Nas áreas onde se observa elevada desenvolverem.
poluição atmosférica, os prédios destinados a arquivos
devem ser equipados com aparelhos de ar- Para a preservação dos documentos, recomenda-se o
condicionado. O controle de temperatura, de umidade seguinte:
relativa e de poluentes, por meio de instrumentos, com
o objetivo de criar uma atmosfera favorável à I – Quanto ao ambiente:
conservação dos documentos denomina-se a) Manter sempre limpo e arejado;
CLIMATIZAÇÃO. b) Utilizar aspirador de pó e pano levemente úmido
para não dispersar o pó existente no chão, estantes
A luz do dia deve ser abolida na área de armazenamento, e armários;
porque não só acelera o desaparecimento das tintas, c) Não consumir alimentos e bebidas nos locais do
como enfraquece o papel. A própria luz artificial deve ser acervo, pois atraem insetos e roedores que atacam
usada com parcimônia. os documentos;
O ar seco é outro fator de enfraquecimento do papel. d) Não fumar nos locais de acervo, pois resíduos
A umidade, além de exercer o mesmo efeito do ar seco, químicos da fumaça causam danos aos suportes
propicia o desenvolvimento de mofo. A umidade alta documentais;
enfraquece o papel. O índice de umidade ideal situa-se e) Manter a temperatura do local entre 18ºC e 21°C e a
entre 40 e 50%. umidade relativa do ar entre 40% e 50%, pois níveis
A temperatura não deve sofrer oscilações, mantendo-se elevados de temperatura e umidade geram campos
entre 18 e 21º. O calor constante destrói as fibras do favoráveis para a proliferação de microorganismos e
papel. O ideal é a utilização ininterrupta de aparelhos de deterioração dos suportes dos documentos.
ar condicionado e desumidificadores, a fim de climatizar
II – Quanto ao manuseio: b) Fazer anotações no verso da foto utilizando lápis
a) Evitar o manuseio desnecessário; macio;
b) As mãos devem estar sempre limpas e livres de sujeira e c) Não utilizar objetos estranhos ao suporte
gorduras. Sempre que possível, utilize luvas de algodão fotográfico, como clipes e grampos de metal;
para manipular documentos, fotografias e gravuras. d) Nunca utilizar cola ou fita adesiva em contato com a
c) Evite cópias reprográficas de documentos. A luz imagem fotográfica.
ultravioleta causa danos cumulativos irreversíveis e o
manuseio provoca dobras e rasgos nas lombadas. V – Conservação de documentos eletrônicos e
d) Não dobrar os documentos, pois as fibras são magnéticos:
rompidas e o papel se rasga facilmente; a) Produzir cópias de segurança (backup) dos
e) Não faça anotações sobre o original. Utilize grafite e documentos que devem ser guardados;
papel para anotações e não se apóie sobre a b) Não armazenar disquetes, fitas e CDs sobre
documentação. Qualquer anotação que se faça aquecedores, peitoris de janelas, televisores,
necessária nos documentos, deverá ser feita a lápis, equipamentos eletrônicos e máquinas em geral;
que possibilita a correção, se for necessária. c) Não tocar no meio magnético;
f) Não grampear os documentos (especialmente os de d) Usar, preferencialmente, móveis de madeira ou de
guarda permanente), pois os grampos de metal acrílico para a guarda dos discos e fitas magnéticas;
enferrujam rapidamente, além de produzir e) Acondicionar discos, CDs e fitas em posição vertical
perfurações no papel; ou em móveis adequados;
g) Não use clipes e grampos metálicos. Utilize clipes f) Evitar choques e quedas;
plásticos ou proteja os documentos com um pequeno g) Fitas de vídeo devem ser rebobinadas periodicamente e
pedaço de papel na área de contato. mantidas na posição vertical com a bitola cheia voltada
h) Não utilize fitas adesivas. Elas causam manchas de difícil para baixo.
remoção e se desprendem do suporte rapidamente. h) Fitas de rolo devem ser seguradas pelo meio do eixo
i) Nunca usar saliva para folhear livros e documentos, central durante o manuseio e transporte.
pois além de danificar o documento, formando no i) As etiquetas deverão ser preenchidas com lápis,
local um depósito de acidez e bactérias, podendo antes de serem fixadas no disquete ou na fita.
também haver contaminação com microorganismos j) A remoção de poeira em um disco óptico deve ser
existentes no papel ou até com resíduos de venenos, feita com tecido não-abrasivo ou com escova macia.
naqueles locais em que se costumam fazer
desinsetizações. CONSERVAÇÃO DOS DOCUMENTOS
Desacidificação CAPÍTULO I
Processo pelo qual o valor do pH do papel é elevado a DISPOSIÇÕES GERAIS
um mínimo de 7, com vistas à sua preservação.
Art. 1º - É dever do Poder Público a gestão
Umidificação documental e a proteção especial a documentos de
É um procedimento em que documentos ressecados são arquivos, como instrumento de apoio à administração, à
colocados em uma atmosfera úmida, para readquirirem cultura, ao desenvolvimento científico e como
flexibilidade pela absorção de vapor d’água. elementos de prova e informação.
Art. 2º - Consideram-se arquivos, para os fins desta
Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
por órgãos públicos, instituições de caráter público e
entidades privadas, em decorrência do exercício de
atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza
dos documentos.
Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o
conjunto de procedimentos e operações técnicas
referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e
arquivamento em fase corrente e intermediária, visando
a sua eliminação ou recolhimento para guarda
permanente.
Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular ou de
interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de
arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado,
bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida
privada, da honra e da imagem das pessoas.
Art. 5º - A Administração Pública franqueará a
consulta aos documentos públicos na forma desta Lei.
Art. 6º - Fica resguardado o direito de indenização
pelo dano material ou moral decorrente da violação do
sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e
administrativa.
CAPÍTULO II desenvolvimento científico nacional. Regulamento
DOS ARQUIVOS PÚBLICOS Art. 13 - Os arquivos privados identificados como
de interesse público e social não poderão ser alienados
Art. 7º - Os arquivos públicos são os conjuntos de com dispersão ou perda da unidade documental, nem
documentos produzidos e recebidos, no exercício de transferidos para o exterior. Regulamento
suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o
estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência Poder Público exercerá preferência na aquisição.
de suas funções administrativas, legislativas e Art. 14 - O acesso aos documentos de arquivos
judiciárias. Regulamento privados identificados como de interesse público e social
§ 1º - São também públicos os conjuntos de poderá ser franqueado mediante autorização de seu
documentos produzidos e recebidos por instituições de proprietário ou possuidor. Regulamento
caráter público, por entidades privadas encarregadas da Art. 15 - Os arquivos privados identificados como
gestão de serviços públicos no exercício de suas de interesse público e social poderão ser depositados a
atividades. título revogável, ou doados a instituições arquivísticas
§ 2º - A cessação de atividades de instituições públicas. Regulamento
públicas e de caráter público implica o recolhimento de Art. 16 - Os registros civis de arquivos de entidades
sua documentação à instituição arquivística pública ou a religiosas produzidos anteriormente à vigência do
sua transferência à instituição sucessora. Código Civil ficam identificados como de interesse
Art. 8º - Os documentos públicos são identificados público e social. Regulamento
como correntes, intermediários e permanentes.
§ 1º - Consideram-se documentos correntes CAPÍTULO IV
aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE
constituam objeto de consultas freqüentes. INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS
§ 2º - Consideram-se documentos intermediários
aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos Art. 17 - A administração da documentação pública
produtores, por razões de interesse administrativo, ou de caráter público compete às instituições
aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda arquivísticas federais, estaduais, do Distrito Federal e
permanente. municipais.
§ 3º - Consideram-se permanentes os conjuntos de § 1º - São Arquivos Federais o Arquivo Nacional os
documentos de valor histórico, probatório e informativo do Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e
que devem ser definitivamente preservados. do Poder Judiciário. São considerados, também, do
Art. 9º - A eliminação de documentos produzidos Poder Executivo os arquivos do Ministério da Marinha,
por instituições públicas e de caráter público será do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do
realizada mediante autorização da instituição Exército e do Ministério da Aeronáutica.
arquivística pública, na sua específica esfera de § 2º - São Arquivos Estaduais os arquivos do Poder
competência. Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do
Art. 10º - Os documentos de valor permanente são Poder Judiciário.
inalienáveis e imprescritíveis. § 3º - São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do
Poder Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o
CAPÍTULO III arquivo do Poder Judiciário.
DOS ARQUIVOS PRIVADOS § 4º - São Arquivos Municipais o arquivo do Poder
Executivo e o arquivo do Poder Legislativo.
Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os § 5º - Os arquivos públicos dos Territórios são
conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por organizados de acordo com sua estrutura político-
pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas jurídica.
atividades. Regulamento Art. 18 - Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o
Art. 12 - Os arquivos privados podem ser recolhimento dos documentos produzidos e recebidos
identificados pelo Poder Público como de interesse pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e
público e social, desde que sejam considerados como facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e
conjuntos de fontes relevantes para a história e acompanhar e implementar a política nacional de
arquivos. LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas
funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades Regula o acesso a
regionais. informações previsto no
Art. 19 - Competem aos arquivos do Poder inciso XXXIII do art. 5º , no
inciso II do § 3º do art. 37 e
Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos
no § 2º do art. 216 da
documentos produzidos e recebidos pelo Poder Mensagem de veto Constituição Federal; altera
Legislativo Federal no exercício das suas funções, bem Vigência a Lei nº 8.112, de 11 de
como preservar e facultar o acesso aos documentos sob Regulamento dezembro de 1990; revoga
sua guarda. a Lei nº 11.111, de 5 de
Art. 20 - Competem aos arquivos do Poder maio de 2005, e
Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos dispositivos da Lei nº 8.159,
documentos produzidos e recebidos pelo Poder de 8 de janeiro de 1991; e
Judiciário Federal no exercício de suas funções, dá outras providências.
tramitados em juízo e oriundos de cartórios e
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
documentos sob sua guarda.
Art. 21 - Legislação estadual, do Distrito Federal e CAPÍTULO I
municipal definirá os critérios de organização e DISPOSIÇÕES GERAIS
vinculação dos arquivos estaduais e municipais, bem
como a gestão e o acesso aos documentos, observado o Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a
disposto na Constituição Federal e nesta Lei. serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações
DISPOSIÇÕES FINAIS previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do
art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta
Art. 25 - Ficará sujeito à responsabilidade penal,
Lei:
civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, I - Os órgãos públicos integrantes da
aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor administração direta dos Poderes Executivo, legislativo,
permanente ou considerado como de interesse público incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do
e social. Ministério Público;
Art. 26 - Fica criado o Conselho Nacional de II - As autarquias, as fundações públicas, as
Arquivos (CONARQ), órgão vinculado ao Arquivo empresas públicas, as sociedades de economia mista e
Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, demais entidades controladas direta ou indiretamente
como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
(SINAR).
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
§ 1º - O Conselho Nacional de Arquivos será
couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
presidido pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e recebam, para realização de ações de interesse público,
integrado por representantes de instituições recursos públicos diretamente do orçamento ou
arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas. mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo
§ 2º - A estrutura e funcionamento do conselho de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros
criado neste artigo serão estabelecidos em regulamento. instrumentos congêneres.
Art. 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua Parágrafo único. A publicidade a que estão
publicação. submetidas as entidades citadas no caput refere-se à
Art. 28 - Revogam-se as disposições em contrário. parcela dos recursos públicos recebidos e à sua
destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que
estejam legalmente obrigadas.
Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei
Independência e 103º da República. destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso
FERNANDO COLLOR à informação e devem ser executados em conformidade
Jarbas Passarinho com os princípios básicos da administração pública e
com as seguintes diretrizes:
I - Observância da publicidade como preceito geral II - proteção da informação, garantindo-se sua
e do sigilo como exceção; disponibilidade, autenticidade e integridade; e
II - Divulgação de informações de interesse III - proteção da informação sigilosa e da
público, independentemente de solicitações; informação pessoal, observada a sua disponibilidade,
III - utilização de meios de comunicação autenticidade, integridade e eventual restrição de
viabilizados pela tecnologia da informação; acesso.
IV - Fomento ao desenvolvimento da cultura de
transparência na administração pública; Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei
V - Desenvolvimento do controle social da compreende, entre outros, os direitos de obter:
administração pública. I - Orientação sobre os procedimentos para a
consecução de acesso, bem como sobre o local onde
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada;
I - Informação: dados, processados ou não, que II - Informação contida em registros ou
podem ser utilizados para produção e transmissão de documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos
conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;
formato; III - informação produzida ou custodiada por
II - Documento: unidade de registro de pessoa física ou entidade privada decorrente de
informações, qualquer que seja o suporte ou formato; qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo
III - informação sigilosa: aquela submetida que esse vínculo já tenha cessado;
temporariamente à restrição de acesso público em razão IV - informação primária, íntegra, autêntica e
de sua imprescindibilidade para a segurança da atualizada;
sociedade e do Estado; V - informação sobre atividades exercidas pelos
IV - Informação pessoal: aquela relacionada à órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política,
pessoa natural identificada ou identificável; organização e serviços;
V - Tratamento da informação: conjunto de ações VI - informação pertinente à administração do
referentes à produção, recepção, classificação, patrimônio público, utilização de recursos públicos,
utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, licitação, contratos administrativos; e
distribuição, arquivamento, armazenamento, VII - informação relativa:
eliminação, avaliação, destinação ou controle da a) à implementação, acompanhamento e
informação; resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e
VI - Disponibilidade: qualidade da informação que entidades públicas, bem como metas e indicadores
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, propostos;
equipamentos ou sistemas autorizados; b) ao resultado de inspeções, auditorias,
VII - autenticidade: qualidade da informação que prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos
tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada de controle interno e externo, incluindo prestações de
por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; contas relativas a exercícios anteriores.
VIII - integridade: qualidade da informação não § 1º O acesso à informação previsto no caput não
modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e compreende as informações referentes a projetos de
destino; pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos
IX - Primariedade: qualidade da informação cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
coletada na fonte, com o máximo de detalhamento e do Estado.
possível, sem modificações. § 2º Quando não for autorizado acesso integral à
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de informação por ser ela parcialmente sigilosa, é
acesso à informação, que será franqueada, mediante assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de
procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob
clara e em linguagem de fácil compreensão. sigilo.
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às
CAPÍTULO II informações neles contidas utilizados como fundamento
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO da tomada de decisão e do ato administrativo será
assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder § 4º A negativa de acesso às informações objeto
público, observadas as normas e procedimentos de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no
específicos aplicáveis, assegurar a: art. 1º, quando não fundamentada, sujeitará o
I - Gestão transparente da informação, responsável a medidas disciplinares, nos termos do art.
propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; 32 desta Lei.
§ 5º Informado do extravio da informação VI - manter atualizadas as informações disponíveis
solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade para acesso;
competente a imediata abertura de sindicância para VII - indicar local e instruções que permitam ao
apurar o desaparecimento da respectiva documentação. interessado comunicar-se, por via eletrônica ou
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio;
artigo, o responsável pela guarda da informação e
extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o VIII - adotar as medidas necessárias para garantir
fato e indicar testemunhas que comprovem sua a acessibilidade de conteúdo para pessoas com
alegação. deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19
de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo
promover, independentemente de requerimentos, a Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas § 4º Os Municípios com população de até 10.000
competências, de informações de interesse coletivo ou (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação
geral por eles produzidas ou custodiadas. obrigatória na internet a que se refere o § 2º , mantida a
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de
o caput, deverão constar, no mínimo: informações relativas à execução orçamentária e
I - registro das competências e estrutura financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da
organizacional, endereços e telefones das respectivas Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de
unidades e horários de atendimento ao público; Responsabilidade Fiscal).
II - registros de quaisquer repasses ou
transferências de recursos financeiros; Art. 9º O acesso a informações públicas será
III - registros das despesas; assegurado mediante:
IV - informações concernentes a procedimentos I - criação de serviço de informações ao cidadão,
licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, nos órgãos e entidades do poder público, em local com
bem como a todos os contratos celebrados; condições apropriadas para:
V - dados gerais para o acompanhamento de a) atender e orientar o público quanto ao acesso a
programas, ações, projetos e obras de órgãos e informações;
entidades; e b) informar sobre a tramitação de documentos nas
VI - respostas a perguntas mais frequentes da suas respectivas unidades;
sociedade. c) protocolizar documentos e requerimentos de
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os acesso a informações; e
órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os II - realização de audiências ou consultas públicas,
meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, incentivo à participação popular ou a outras formas de
sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede divulgação.
mundial de computadores (internet).
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma CAPÍTULO III
de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
requisitos: Seção I
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que Do Pedido de Acesso
permita o acesso à informação de forma objetiva,
transparente, clara e em linguagem de fácil Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar
compreensão; pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades
II - possibilitar a gravação de relatórios em referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio
diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não legítimo, devendo o pedido conter a identificação do
proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a requerente e a especificação da informação requerida.
facilitar a análise das informações; § 1º Para o acesso a informações de interesse
III - possibilitar o acesso automatizado por público, a identificação do requerente não pode conter
sistemas externos em formatos abertos, estruturados e exigências que inviabilizem a solicitação.
legíveis por máquina; § 2º Os órgãos e entidades do poder público
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados devem viabilizar alternativa de encaminhamento de
para estruturação da informação; pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na
V - garantir a autenticidade e a integridade das internet.
informações disponíveis para acesso;
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas custos previstos no caput todo aquele cuja situação
aos motivos determinantes da solicitação de econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do
informações de interesse público. sustento próprio ou da família, declarada nos termos
da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação
autorizar ou conceder o acesso imediato à informação contida em documento cuja manipulação possa
disponível. prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso consulta de cópia, com certificação de que esta confere
imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou com o original.
entidade que receber o pedido deverá, em prazo não Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção
superior a 20 (vinte) dias: de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas
I - Comunicar a data, local e modo para se realizar expensas e sob supervisão de servidor público, a
a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; reprodução seja feita por outro meio que não ponha em
II - Indicar as razões de fato ou de direito da risco a conservação do documento original.
recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro
III - comunicar que não possui a informação, teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou
indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a cópia.
entidade que a detém, ou, ainda, remeter o
requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o Seção II
interessado da remessa de seu pedido de informação. Dos Recursos
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser
prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a
expressa, da qual será cientificado o requerente. informações ou às razões da negativa do acesso, poderá
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo
informações e do cumprimento da legislação aplicável, o de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o Parágrafo único. O recurso será dirigido à
próprio requerente possa pesquisar a informação de que autoridade hierarquicamente superior à que exarou a
necessitar. decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se de 5 (cinco) dias.
tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o Art. 16. Negado o acesso a informação pelos
requerente deverá ser informado sobre a possibilidade órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o
de recurso, prazos e condições para sua interposição, requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
competente para sua apreciação. I - o acesso à informação não classificada como
§ 5º A informação armazenada em formato digital sigilosa for negado;
será fornecida nesse formato, caso haja anuência do II - a decisão de negativa de acesso à informação
requerente. total ou parcialmente classificada como sigilosa não
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível indicar a autoridade classificadora ou a
ao público em formato impresso, eletrônico ou em hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
qualquer outro meio de acesso universal, serão pedido de acesso ou desclassificação;
informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma III - os procedimentos de classificação de
pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem
referida informação, procedimento esse que desonerará sido observados; e
o órgão ou entidade pública da obrigação de seu IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou
fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não outros procedimentos previstos nesta Lei.
dispor de meios para realizar por si mesmo tais § 1º O recurso previsto neste artigo somente
procedimentos. poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da depois de submetido à apreciação de pelo menos uma
informação é gratuito, salvo nas hipóteses de autoridade hierarquicamente superior àquela que
reprodução de documentos pelo órgão ou entidade exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de
pública consultada, situação em que poderá ser cobrado 5 (cinco) dias.
exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do § 2º Verificada a procedência das razões do
custo dos serviços e dos materiais utilizados. recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os órgão ou entidade que adote as providências necessárias
para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.
§ 3º Negado o acesso à informação pela hipóteses de segredo industrial decorrentes da
Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou
recurso à Comissão Mista de Reavaliação de por pessoa física ou entidade privada que tenha
Informações, a que se refere o art. 35. qualquer vínculo com o poder público.
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
desclassificação de informação protocolado em órgão da Seção II
administração pública federal, poderá o requerente Da Classificação da Informação quanto ao Grau e
recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das Prazos de Sigilo
competências da Comissão Mista de Reavaliação de
Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. Art. 23. São consideradas imprescindíveis à
16. segurança da sociedade ou do Estado e, portanto,
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente passíveis de classificação as informações cuja divulgação
poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois ou acesso irrestrito possam:
de submetido à apreciação de pelo menos uma I - Pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou
autoridade hierarquicamente superior à autoridade que a integridade do território nacional;
exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças II - Prejudicar ou pôr em risco a condução de
Armadas, ao respectivo Comando. negociações ou as relações internacionais do País, ou as
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por
tenha como objeto a desclassificação de informação outros Estados e organismos internacionais;
secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da
Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35. população;
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões IV - Oferecer elevado risco à estabilidade
denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e financeira, econômica ou monetária do País;
de revisão de classificação de documentos sigilosos V - Prejudicar ou causar risco a planos ou
serão objeto de regulamentação própria dos Poderes operações estratégicos das Forças Armadas;
Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus VI - Prejudicar ou causar risco a projetos de
respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico,
qualquer caso, o direito de ser informado sobre o assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de
andamento de seu pedido. interesse estratégico nacional;
Art. 19. (VETADO). VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
§ 1º (VETADO). altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério familiares; ou
Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao VIII - comprometer atividades de inteligência, bem
Conselho Nacional do Ministério Público, como de investigação ou fiscalização em andamento,
respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, relacionadas com a prevenção ou repressão de
negarem acesso a informações de interesse público. infrações.
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que Art. 24. A informação em poder dos órgãos e
couber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao entidades públicas, observado o seu teor e em razão de
procedimento de que trata este Capítulo. sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do
Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta,
CAPÍTULO IV secreta ou reservada.
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à
Seção I informação, conforme a classificação prevista
Disposições Gerais no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são
os seguintes:
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à I - Ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
informação necessária à tutela judicial ou administrativa II - Secreta: 15 (quinze) anos; e
de direitos fundamentais. III - reservada: 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. As informações ou documentos § 2º As informações que puderem colocar em risco
que versem sobre condutas que impliquem violação dos a segurança do Presidente e Vice-Presidente da
direitos humanos praticada por agentes públicos ou a República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão
mando de autoridades públicas não poderão ser objeto classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o
de restrição de acesso. término do mandato em exercício ou do último
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais mandato, em caso de reeleição.
hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º Seção IV
, poderá ser estabelecida como termo final de restrição Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e
de acesso a ocorrência de determinado evento, desde Desclassificação
que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de
classificação. Art. 27. A classificação do sigilo de informações no
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou âmbito da administração pública federal é de
consumado o evento que defina o seu termo final, a competência: (Regulamento)
informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso I - no grau de ultrassecreto, das seguintes
público. autoridades:
§ 5º Para a classificação da informação em a) Presidente da República;
determinado grau de sigilo, deverá ser observado o b) Vice-Presidente da República;
interesse público da informação e utilizado o critério c) Ministros de Estado e autoridades com as
menos restritivo possível, considerados: mesmas prerrogativas;
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da d) Comandantes da Marinha, do Exército e da
sociedade e do Estado; e Aeronáutica; e
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
evento que defina seu termo final. permanentes no exterior;
II - no grau de secreto, das autoridades referidas
Seção III no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas empresas públicas e sociedades de economia mista; e
III - no grau de reservado, das autoridades
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de
divulgação de informações sigilosas produzidas por seus direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou
órgãos e entidades, assegurando a sua superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
proteção. (Regulamento) Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de regulamentação específica de cada órgão ou entidade,
informação classificada como sigilosa ficarão restritos a observado o disposto nesta Lei.
pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que § 1º A competência prevista nos incisos I e II, no
sejam devidamente credenciadas na forma do que se refere à classificação como ultrassecreta e
regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes secreta, poderá ser delegada pela autoridade
públicos autorizados por lei. responsável a agente público, inclusive em missão no
§ 2º O acesso à informação classificada como exterior, vedada a subdelegação.
sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de § 2º A classificação de informação no grau de sigilo
resguardar o sigilo. ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d”
§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos
medidas a serem adotados para o tratamento de Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento.
informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, § 3º A autoridade ou outro agente público que
alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não classificar informação como ultrassecreta deverá
autorizados. encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o
providências necessárias para que o pessoal a elas art. 35, no prazo previsto em regulamento.
subordinado hierarquicamente conheça as normas e Art. 28. A classificação de informação em qualquer
observe as medidas e procedimentos de segurança para grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que
tratamento de informações sigilosas. conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade I - Assunto sobre o qual versa a informação;
privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder II - Fundamento da classificação, observados os
público, executar atividades de tratamento de critérios estabelecidos no art. 24;
informações sigilosas adotará as providências III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos,
necessárias para que seus empregados, prepostos ou meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo
representantes observem as medidas e procedimentos final, conforme limites previstos no art. 24; e
de segurança das informações resultantes da aplicação IV - Identificação da autoridade que a classificou.
desta Lei. Parágrafo único. A decisão referida no caput será
mantida no mesmo grau de sigilo da informação
classificada.
Art. 29. A classificação das informações será consentimento expresso da pessoa a que elas se
reavaliada pela autoridade classificadora ou por referirem.
autoridade hierarquicamente superior, mediante § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de
provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos que trata este artigo será responsabilizado por seu uso
em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à indevido.
redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art.
24. (Regulamento) § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá não será exigido quando as informações forem
considerar as peculiaridades das informações produzidas necessárias:
no exterior por autoridades ou agentes públicos. I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a
§ 2º Na reavaliação a que se refere pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para
o caput, deverão ser examinadas a permanência dos utilização única e exclusivamente para o tratamento
motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes médico;
do acesso ou da divulgação da informação. II - à realização de estatísticas e pesquisas
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da científicas de evidente interesse público ou geral,
informação, o novo prazo de restrição manterá como previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa
termo inicial a data da sua produção. a que as informações se referirem;
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou III - ao cumprimento de ordem judicial;
entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na IV - à defesa de direitos humanos; ou
internet e destinado à veiculação de dados e V - à proteção do interesse público e geral
informações administrativas, nos termos de preponderante.
regulamento: § 4º A restrição de acesso à informação relativa à
I - rol das informações que tenham sido vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser
desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses; invocada com o intuito de prejudicar processo de
II - rol de documentos classificados em cada grau apuração de irregularidades em que o titular das
de sigilo, com identificação para referência futura; informações estiver envolvido, bem como em ações
III - relatório estatístico contendo a quantidade de voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior
pedidos de informação recebidos, atendidos e relevância.
indeferidos, bem como informações genéricas sobre os § 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos
solicitantes. para tratamento de informação pessoal.
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter
exemplar da publicação prevista no caput para consulta CAPÍTULO V
pública em suas sedes. DAS RESPONSABILIDADES
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com
a lista de informações classificadas, acompanhadas da Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam
data, do grau de sigilo e dos fundamentos da responsabilidade do agente público ou militar:
classificação. I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu
Seção V fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma
Das Informações Pessoais incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair,
Art. 31. O tratamento das informações pessoais destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou
deve ser feito de forma transparente e com respeito à parcialmente, informação que se encontre sob sua
intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em
bem como às liberdades e garantias individuais. razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este função pública;
artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e III - agir com dolo ou má-fé na análise das
imagem: solicitações de acesso à informação;
I - Terão seu acesso restrito, independentemente IV - Divulgar ou permitir a divulgação ou acessar
de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou
(cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes informação pessoal;
públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se V - Impor sigilo à informação para obter proveito
referirem; e pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato
II - Poderão ter autorizada sua divulgação ou ilegal cometido por si ou por outrem;
acesso por terceiros diante de previsão legal ou
VI - Ocultar da revisão de autoridade superior Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem
competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a diretamente pelos danos causados em decorrência da
outrem, ou em prejuízo de terceiros; e divulgação não autorizada ou utilização indevida de
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo
documentos concernentes a possíveis violações de a apuração de responsabilidade funcional nos casos de
direitos humanos por parte de agentes do Estado. dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da regresso.
ampla defesa e do devido processo legal, as condutas Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
descritas no caput serão consideradas: à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de
I - para fins dos regulamentos disciplinares das vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades,
Forças Armadas, transgressões militares médias ou tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde submeta a tratamento indevido.
que não tipificadas em lei como crime ou contravenção
penal; ou CAPÍTULO VI
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
dezembro de 1990, e suas alterações, infrações
administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, Art. 35. (VETADO).
com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. § 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o de Informações, que decidirá, no âmbito da
militar ou agente público responder, também, por administração pública federal, sobre o tratamento e a
improbidade administrativa, conforme o disposto classificação de informações sigilosas e terá competência
nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 para:
de junho de 1992. I - Requisitar da autoridade que classificar
informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que ou conteúdo, parcial ou integral da informação;
detiver informações em virtude de vínculo de qualquer II - Rever a classificação de informações
natureza com o poder público e deixar de observar o ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante
disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: provocação de pessoa interessada, observado o disposto
I - Advertência; no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
II - Multa; III - prorrogar o prazo de sigilo de informação
III - rescisão do vínculo com o poder público; classificada como ultrassecreta, sempre por prazo
IV - Suspensão temporária de participar em determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação
licitação e impedimento de contratar com a puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou
administração pública por prazo não superior a 2 (dois) à integridade do território nacional ou grave risco às
anos; e relações internacionais do País, observado o prazo
V - Declaração de inidoneidade para licitar ou previsto no § 1º do art. 24.
contratar com a administração pública, até que seja § 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma
promovida a reabilitação perante a própria autoridade única renovação.
que aplicou a penalidade. § 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do § 1º deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro)
poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, anos, após a reavaliação prevista no art. 39, quando se
assegurado o direito de defesa do interessado, no tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.
respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. § 4º A não deliberação sobre a revisão pela
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será Comissão Mista de Reavaliação de Informações nos
autorizada somente quando o interessado efetivar o prazos previstos no § 3º implicará a desclassificação
ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos automática das informações.
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada § 5º Regulamento disporá sobre a composição,
com base no inciso IV. organização e funcionamento da Comissão Mista de
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2
de competência exclusiva da autoridade máxima do (dois) anos para seus integrantes e demais disposições
órgão ou entidade pública, facultada a defesa do desta Lei. (Regulamento)
interessado, no respectivo processo, no prazo de 10
(dez) dias da abertura de vista. Art. 36. O tratamento de informação sigilosa
resultante de tratados, acordos ou atos internacionais
atenderá às normas e recomendações constantes desses
instrumentos. I - Assegurar o cumprimento das normas relativas
ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de aos objetivos desta Lei;
Segurança Institucional da Presidência da República, o II - Monitorar a implementação do disposto nesta
Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu
por objetivos: (Regulamento) cumprimento;
I - Promover e propor a regulamentação do III - recomendar as medidas indispensáveis à
credenciamento de segurança de pessoas físicas, implementação e ao aperfeiçoamento das normas e
empresas, órgãos e entidades para tratamento de procedimentos necessários ao correto cumprimento do
informações sigilosas; e disposto nesta Lei; e
II - garantir a segurança de informações sigilosas, IV - orientar as respectivas unidades no que se
inclusive aquelas provenientes de países ou refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus
organizações internacionais com os quais a República regulamentos.
Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo,
contrato ou qualquer outro ato internacional, sem Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão
prejuízo das atribuições do Ministério das Relações da administração pública federal responsável:
Exteriores e dos demais órgãos competentes. I - pela promoção de campanha de abrangência
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a nacional de fomento à cultura da transparência na
composição, organização e funcionamento do NSC. administração pública e conscientização do direito
fundamental de acesso à informação;
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, II - pelo treinamento de agentes públicos no que
de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à
pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco transparência na administração pública;
de dados de entidades governamentais ou de caráter III - pelo monitoramento da aplicação da lei no
público. âmbito da administração pública federal, concentrando
e consolidando a publicação de informações estatísticas
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão relacionadas no art. 30;
proceder à reavaliação das informações classificadas IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional
como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 de relatório anual com informações atinentes à
(dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta implementação desta Lei.
Lei.
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o
da reavaliação prevista no caput, deverá observar os disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias
prazos e condições previstos nesta Lei. a contar da data de sua publicação.
§ 2º No âmbito da administração pública federal, Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de
a reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte
qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de redação:
Informações, observados os termos desta Lei. “Art. 116.
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de ...................................................................
reavaliação previsto no caput, será mantida a ..................................................................................
classificação da informação nos termos da legislação ..........
precedente. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
§ 4º As informações classificadas como secretas e razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior
ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
no caput serão consideradas, automaticamente, de conhecimento de outra autoridade competente para
acesso público. apuração;
.................................................................................”
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da (NR)
vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112,
entidade da administração pública federal direta e de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-
indireta designará autoridade que lhe seja diretamente A:
subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser
entidade, exercer as seguintes atribuições: responsabilizado civil, penal ou administrativamente por
dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade
competente para apuração de informação concernente ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: CONCEITOS,
à prática de crimes ou improbidade de que tenha FUNÇÕES E OBJETIVOS
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de
cargo, emprego ou função pública.” A Administração de Materiais é definida como sendo um
conjunto de atividades desenvolvidas dentro de uma
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a
Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas suprir as diversas unidades, com os materiais necessários
gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, ao desempenho normal das respectivas atribuições. Tais
especialmente quanto ao disposto no art. 9º e na Seção atividades abrangem desde o circuito de
II do Capítulo III. reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento,
a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos
Art. 46. Revogam-se: mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e gerais de controle de estoques etc.
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro
de 1991. Em outras palavras:
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e “A Administração de Materiais visa à garantia de
oitenta) dias após a data de sua publicação. existência contínua de um estoque, organizado de
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da modo a nunca faltar nenhum dos itens que o compõem,
Independência e 123º da República. sem tornar excessivo o investimento total”.
A Administração de Materiais moderna é conceituada e
DILMA ROUSSEFF estudada como um Sistema Integrado em que diversos
José Eduardo Cardoso subsistemas próprios interagem para constituir um todo
Celso Luiz Nunes Amorim organizado. Destina-se a dotar a administração dos
Antonio de Aguiar Patriota meios necessários ao suprimento de materiais
Miriam Belchior imprescindíveis ao funcionamento da organização, no
Paulo Bernardo Silva tempo oportuno, na quantidade necessária, na
Gleisi Hoffmann qualidade requerida e pelo menor custo.
José Elito Carvalho Siqueira A oportunidade, no momento certo para o suprimento
Helena Chagas de materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim,
Luís Inácio Lucena Adams suprir antes do momento oportuno acarretará, em regra,
Jorge Hage Sobrinho estoques altos, acima das necessidades imediatas da
Maria do Rosário Nunes organização. Por outro lado, a providência do
Este texto não substitui o publicado no DOU de suprimento após esse momento poderá levar a falta do
18.11.2011 - Edição extra material necessário ao atendimento de determinada
necessidade da administração. Do mesmo modo, o
tamanho do Lote de Compra acarreta as mesmas
conseqüências: quantidades além do necessário
representam inversões em estoques ociosos, assim
como, quantidades aquém do necessário podem levar à
insuficiência de estoque, o que é prejudicial à eficiência
operacional da organização.
Estes dois eventos, tempo oportuno e quantidade
necessária, acarretam, se mal planejados, além de
custos financeiros indesejáveis, lucros cessantes, fatores
esses decorrentes de quaisquer das situações
assinaladas. Da mesma forma, a obtenção de material
sem os atributos da qualidade requerida para o uso a que
se destina acarreta custos financeiros maiores,
retenções ociosas de capital e oportunidades de lucro
não realizadas. Isto porque materiais, nestas condições
podem implicar em paradas de máquinas, defeitos na
fabricação ou no serviço, inutilização de material,
compras adicionais, etc.
UMA INTRODUÇÃO HISTÓRICA No âmbito da Filosofia, logística também é a
A atividade de material existe desde a mais remota palavra usada para descrever a lógica formal, que é
época, através das trocas de caças e de utensílios até oposta à lógica tradicional abordada por Aristóteles.
chegarmos aos dias de hoje. # Logística Reversa: A logística reversa é um ramo da
Não há como uma empresa funcionar sem a logística que remete para a movimentação de um
existência de recursos, sejam eles financeiros, humanos determinado produto, desde o ponto onde foi
ou materiais. Esta disciplina irá focar a sua atenção sobre consumido até o ponto onde foi produzido. A recolha de
estes últimos, sejam eles no que diz respeito aos insumos alguns tipos de lixo reciclável (como garrafas de plástico)
ou aos bens patrimoniais indispensáveis no processo de é um dos exemplos de logística reversa. Outro exemplo
fabricação. Com a crescente concorrência existente por de logística reversa pode ser verificado no serviço dos
uma participação no mercado consumidor as empresas Correios, mais concretamente na remessa de
buscam identificar formas de melhorar seus documentos e mercadorias em devolução.
desempenhos, encontrando maneiras diferentes de A logística reversa (LR) tem como objetivo
obterem vantagens competitivas. Uma das formas de reaproveitar alguns resíduos sólidos, diminuindo a
obter uma vantagem, se não competitiva, mas pelo necessidade de utilizar matéria prima, reduzindo
menos comparativa é através de uma boa gestão dos consequentemente o impacto ambiental.
recursos materiais e patrimoniais. Com os custos
crescentes é importante gerir bem seus estoques e seu # Logística Integrada: O conceito de logística integrada
patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a remete para uma integração dos processos de logística
máxima eficiência e eficácia. È sobre isso que estaremos da empresa em sistemas que aumentam a eficiência da
falando a partir de agora. empresa, melhorando os seus resultados.
A logística integrada deve abordar o custo do
# CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: armazenamento dos materiais usados para criação do
Administração de Recursos Materiais engloba a produto em questão. A gestão eficiente da logística é
sequência de operações que tem início na identificação cada vez mais importante no atual contexto do mercado,
do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu onde os consumidores são cada vez mais exigentes. É por
recebimento, transporte interno e acondicionamento esse motivo que a logística integrada assume uma
(armazenagem), em seu transporte durante o processo dimensão crucial nas empresas.
produtivo, em sua armazenagem como produto acabado
e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. # Logística empresarial: Atualmente, a logística é
A administração de materiais é, certamente, um conhecida como uma parte essencial nas empresas, é um
dos principais subsistemas de uma organização. departamento responsável pela gestão dos materiais,
Fortemente ligada à logística, seu foco principal e sejam eles de qualquer tipo. A logística administra
determinar o que, quando, como e quanto comprar, ao recursos financeiros e materiais, planeja a produção, o
menor custo, desde a compra junto ao fornecedor até a armazenamento, transporte e distribuição desses
entrega ao cliente final. Vê-se, dessa forma, que a materiais.
administração de materiais é muito mais do que o A logística empresarial está presente em diversos
simples controle de estoque, é uma atividade complexa tipos de empresa e possui diversas funções. É uma área
e que envolve vários fatores. que tem crescido muito, uma vez que as organizações
estão buscando cada vez mais pela qualidade de seus
# Logística: significa contabilidade e organização e é um serviços e produtos, e a logística é uma parte importante
termo de origem grega. Logística também vem do para que isso ocorra.
frânces “logistique”, que significa uma arte que trata do O constante equilíbrio entre estoque e consumo
planejamento e realização de vários projetos, muito deve ser o principal objetivo de um administrador de
utilizado durante as guerras. Logística também é materiais. O fluxo de distribuição dos produtos deve ser
utilizada como parte da álgebra e lógica matemática. constante, sem interrupções. Destacamos, como
Logística surgiu inicialmente como parte da arte principais tarefas de tal área:
dos militares, era utilizada na guerra como a área que
cuidava do planejamento de vários itens importantes, ● Comprar: Nesta fase são identificados os
armazenamento, distribuição e manutenção de vários fornecedores disponíveis e escolhidos os que
tipos de materiais, como armas, roupas, além de melhor se adéquam às necessidades da empresa;
alimentos, saúde, transportes e etc. Mais tarde, também ● Armazenar: Deve-se identificar a demanda dos
passou a designar a gestão, armazenamento e produtos para que se possa ter exata noção do
distribuição de recursos para uma determinada quanto armazenar. Insta salientar, nesse momento,
atividade. que armazenamento em excesso pode trazer
prejuízos à organização, dessa forma, adequar o > Qualidade dos Produtos: O termo qualidade pode ser
armazenamento à demanda é muito importante; enxergado por diversas dimensões, isso ocorre por se
● Controlar: de acordo com a demanda, deve-se fazer tratar de um conceito multidimensional, englobando os
o controle de estoque, respeitando a aspectos de desempenho, características, confiabilidade,
disponibilidade financeira da organização; conformidade, durabilidade, atendimento, aparência e
● Distribuir: de acordo com as ordens de compra qualidade percebida. Todos eles envolvendo o produto
recebidas, faz-se a distribuição dos produtos aos ou serviço prestado pela empresa.
clientes na quantidade e momento oportunos. > Satisfação dos Clientes: Satisfazer a necessidade do
consumidor significa descobrir não apenas o que ele
A administração de materiais é uma das áreas mais quer ou deseja para saciar suas necessidades, mas
importantes da organização, também, pelo fato de que satisfazer o sentimento de prazer que resulta da
essa influi bastante nos custos de funcionamento da comparação do desempenho esperado do produto em
mesma. Dessa forma, uma boa administração de relação as expectativas do cliente. Ou seja, toda e
materiais pode reduzir custos e melhorar os resultados qualquer empresa deve sempre buscar atingir o máximo
de uma empresa. da satisfação dos seus clientes.
Como você já deve ter percebido, tendo em vista à
sua importância, a administração de materiais deve ser A principal questão na administração de materiais
realizada com altos padrões de excelência, pois interfere é definir a quantidade certa de estoque, alinhando as
grandemente no fluxo de trabalho da organização e, aquisições dos recursos (matérias primas) de acordo com
também, em seus resultados internos e externos. o fluxo de caixa da companhia. Por isso que a excelência
Em virtude da alta competitividade entre as de gestão na compra da matéria prima é o princípio
organizações, otimizar os processos reduzindo custos e fundamental para se ter uma boa administração de
aumentando os ganhos tornou-se verdadeira obsessão. materiais. Para alcançar o seu bom funcionamento,
Uma boa administração de materiais pode ser primeiro deve-se selecionar os fornecedores de acordo
determinante para o alcance de tal meta. com as necessidades da empresa (financeiras e
Conforme pôde ser observado, a integração entre materiais), analisando também o custo x benefício da
informações das diversas áreas da organização é muito operação. A execução da compra e feita a partir da
importante na administração de materiais. Importante demanda da empresa, ou de estudos com base na
frisar que o principal foco de todo esse processo é necessidade do estoque da mesma (evitando que esses
fornecer informações sobre o que comprar, quando e em se acumulem).
qual quantidade. Um perfeito equilíbrio entre estoque e A administração de materiais pode ser definida
consumo deve ser constantemente buscado. Uma má como um conjunto de atividades que integram um
gestão de materiais pode trazer sérios prejuízos à circuito de reaprovisionamento (compras, recebimento,
organização. armazenagem e produção), ou ainda uma gestão total do
A administração de materiais é parte do processo da controle de estoques, garantindo a existência contínua
cadeia de suprimento que planeja, implementa e do mesmo. Nos dias atuais, a administração de
controla, de modo eficiente e eficaz, os fluxos adiante e materiais é conceituada como um sistema integrado no
reverso e a estocagem de bens, serviços e informações, qual diversos outros subsistemas interagem entre si,
do ponto de origem ao ponto de consumo, a fim de culminando em dois eventos majoritários, que são:
entender as necessidades dos clientes." Ou seja, a tempo oportuno e quantidade ideal. Esses dois eventos,
administração de materiais é um subprocesso que quando mal planejados, podem acarretar em diversos
controla e monitora os diversos recursos existentes problemas para a organização, expondo a baixa
dentro de uma empresa. qualidade na administração dos recursos materiais da
A administração de materiais e logística possui mesma.
impacto direto sobre três importantes pontos de um Dentre os subsistemas mais comuns na
negócio: administração de materiais, nós temos: o controle de
estoque, classificação, aquisição, armazenagem,
> Lucratividade da Empresa: É o resultado positivo, após movimentação, inspeção, padronização e o transporte
deduzir do faturamento custos e despesas. O cálculo da do material. Todos esses subsistemas, quando
lucratividade é obtido através da formula: resultado integrados, funcionam como engrenagens que
líquido dividido pelas vendas. Ele indica o percentual de impulsionam a administração de materiais e logística,
ganho obtidos sobre as vendas que foram realizadas. permitindo que a mesma alcance pleno funcionamento.
Basicamente, é o indicador de eficiência operacional sob Atingir o equilíbrio ideal entre estoque e consumo é a
a forma de um valor percentual. meta primordial, mas para isso deve existir uma
integração das atividades (subsistemas) que citamos terminais, instalações etc), tomados em conjunto com
logo acima. Por isso, a administração de materiais seus ativos intangíveis.
coordena todas essas atividades, estabelecendo normas, Uma vez esclarecido o que se entende por Recurso
critérios e rotinas operacionais, buscando manter todo o Material, estamos aptos a partir para a definição de
sistema funcionando harmonicamente. Administração de Materiais:
Portanto, um sistema de materiais deve O conjunto de atividades conduzidas em uma
estabelecer uma integração desde a previsão de vendas, organização, visando a maximizar a utilização dos
até a produção e entrega do produto final. Houve tempo recursos da empresa.
em que se exigia do profissional de materiais e logística
formação universitária em administração ou engenharia. RESPONSABILIDADE E ATRIBUIÇÕES DA
Hoje existem cursos de formação específicas nesta área, ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS:
como cursos técnicos, graduação tecnológica, ou pós-
graduações específicas em logística. Apesar da a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os
concorrência ser alta, a demanda por profissionais materiais necessários ao seu funcionamento;
especializados em administração de materiais e logística b) avaliar outras empresas como possíveis fornecedores;
continua crescendo cada vez mais, e a tendência é de c) supervisionar os almoxarifados da empresa;
que não pare por aí, pois muitas empresas brasileiras d) controlar os estoques;
ainda passam por um processo de melhoria em seus e) aplicar um sistema de reaprovisionamento adequado,
sistemas de distribuição/escoamento de produtos e fixando Estoques Mínimos, Lotes Econômicos e outros
materiais. índices necessários ao gerenciamento dos estoques,
O foco de nossa disciplina é apenas o estudo dos segundo critérios aprovados pela direção da empresa;
recursos materiais, em sentido amplo. f) manter contato com as Gerências de Produção,
Nosso primeiro passo é entender a distinção entre Controle de Qualidade, Engenharia de Produto,
recursos materiais e patrimoniais. Financeira etc.
Podemos dizer que o termo “recurso material” pode g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
assumir dois sentidos. h) coordenar os inventários rotativos.
Em um sentido amplo, recurso material engloba todos
os meios físicos de que dispõe uma organização, indo OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS:
desde aqueles relacionados à sua infraestrutura (um
prédio, por exemplo) até mesmo aos materiais auxiliares O PRINCIPAL OBJETIVO DA ADMINISTRAÇÃO DE
(papel A4, por exemplo). MATERIAIS é:
Em sentido estrito, é possível separar as definições de
recurso material de recurso patrimonial: Maximizar a utilização dos recursos da empresa. Em
Recurso material = refere-se aos elementos físicos outras palavras: evitar o desperdício, que pode se
empregados por uma organização que concorrem para a manifestar das mais diversas maneiras: excesso de
constituição de seu produto final, podendo este estoque, aquisição de materiais desnecessários ou de
“produto final” ser um material processado ou um baixa qualidade etc.
serviço. A natureza do recurso material não é
permanente. Além disso, é geralmente possível Segue os principais objetivos da área de Administração
armazená-lo em estoques. de Recursos Materiais e Patrimoniais:
Na Contabilidade, recursos materiais podem ser a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e,
aproximados do certamente um dos mais importantes. Reduzir o preço
conceito de bens de venda (mercadorias, matérias- de compra implica em aumentar os lucros, se mantida a
primas, produtos em fabricação e produtos prontos), mesma qualidade;
carecendo apenas dos materiais auxiliares (por exemplo, b) Alto Giro de Estoques - implica em melhor utilização
material de expediente). do capital, aumentando o retorno sobre os
Recurso patrimonial = refere-se aos elementos físicos investimentos e reduzindo o valor do capital de giro;
empregados por uma organização que são destinados à c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem
manutenção das atividades de uma organização. A fundamentalmente da eficácia das áreas de Controle de
natureza do recurso patrimonial é permanente. Além Estoques, Armazenamento e Compras;
disso, nem sempre é possível armazená-lo em estoques. d) Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma
Na Contabilidade, os recursos patrimoniais referem-se análise criteriosa quando da escolha dos fornecedores.
ao conceito de bens de uso, ou ativo imobilizado de uma Os custos de produção, expedição e transportes são
organização (imóveis, terrenos, móveis e utensílios, afetados diretamente por este item;
veículos, máquinas e equipamentos, computadores e
e) Consistência de Qualidade - a área de materiais é 03. (CESPE / STM / 2008 - adaptada) A administração de
responsável apenas pela qualidade de materiais e materiais visa a colocar os materiais necessários na
serviços provenientes de fornecedores externos. Em quantidade certa, no local certo e no tempo certo à
algumas empresas a qualidade dos produtos e/ou disposição dos órgãos que compõem o processo
serviços constituem-se no único objetivo da Gerência de produtivo da empresa.
Materiais;
f) Despesas com Pessoal - obtenção de melhores GABARITO
resultados com a mesma despesa ou, mesmo resultado 01. C 02. E 03. C
com menor despesa - em ambos os casos o objetivo é
obter maior lucro final. “ As vezes compensa investir CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS. TIPOS DE
mais em pessoal porque pode-se alcançar com isto CLASSIFICAÇÃO.
outros objetivos, propiciando maior benefício com
relação aos custos “; CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS:
g) Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de A classificação dos itens de material é um
uma empresa no mundo dos negócios é, em alto grau procedimento necessário a fim de racionalizar o controle
determinada pela maneira como negocia com seus de materiais em estoque.
fornecedores; Trata-se de um procedimento de aglutinação de
h) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve materiais por características semelhantes, servindo de
estar interessada em aumentar a aptidão de seu pessoal; informação gerencial ao administrador de materiais, que
i) Bons Registros - são considerados como o objetivo se torna capaz de voltar sua atenção a determinada(s)
primário, pois contribuem para o papel da Administração categoria(s) de material(is), ao invés de tentar, em vão,
de Material, na sobrevivência e nos lucros da empresa, lidar com uma infinidade de itens de materiais.
de forma indireta. Sem uma classificação de materiais bem definida, seria
quase impossível ao gestor de materiais administrar seus
Para cumprir estes objetivos, a Administração de estoques.
Materiais divide-se em atividades específicas e
complementares entre si, assim agrupadas por Atributos e Etapas da Classificação de Materiais
Gonçalves (2007): Um sistema de classificação deve possuir determinadas
qualidades (ou atributos) que o torne satisfatório. Para
Gestão dos centros de distribuição – responsável pelo Viana (2000), são três os atributos de um bom sistema
controle físico dos materiais, bem como pelo seu de classificação:
recebimento na organização, movimentação, Abrangência = a classificação deve abordar uma série de
armazenagem e distribuição interna. características dos materiais, caracterizando-os de forma
Gestão de estoques – objetiva adequar os níveis de abrangente. Aspectos físicos, financeiros, contábeis...são
estoque às necessidades e à política de gestão de todos fundamentais em um sistema de classificação
materiais da organização. Para tanto, utiliza técnicas de abrangente.
previsão de consumo, gerando sinais para a área de Flexibilidade = Segundo Viana (2000), um sistema de
compras a fim de iniciar processos de aquisição. classificação flexível é aquele que permite interfaces
Gestão de compras – objetiva efetuar as aquisições / entre os diversos tipos de classificação, de modo a obter
contratações demandadas pelos diversos órgãos uma visão ampla da gestão de estoques. Enquanto a
componentes da empresa, bem como atender às abrangência tem a ver com as características 8 do
solicitações da área gestora de estoques. material, a flexibilidade refere-se à “comunicação” entre
os tipos de classificação, bem como à possibilidade de
EXERCÍCIOS SOBRE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: adaptar e melhorar o sistema de classificação sempre
CONCEITOS, FUNÇÕES E OBJETIVOS que desejável.
Julgue os itens a seguir em CERTO ou ERRADO: Praticidade = a classificação deve ser simples e direta,
sem demandar do gestor procedimentos complexos.
01. (CESPE / SEAD FUNESA / 2008) É objetivo da
administração de materiais maximizar a utilização dos Atributos para classificação de materiais.
recursos da empresa. • catalogação, arrolamento de todos os itens de
material existentes em estoque, permitindo uma
02. (CESPE / CNPQ / 2011) Uma das funções precípuas do ideia geral do conjunto. Significa ordenar, de forma
administrador de materiais é minimizar o uso dos lógica, todo um conjunto de dados relativos aos itens
recursos envolvidos na área logística da empresa, identificados, codificados e cadastrados, de modo a
visando economia e eficiência. facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da
empresa. no mercado é tomada pela cúpula da organização,
• simplificação, redução da diversidade de itens de considerando os custos e a estrutura envolvida. Nesse
material em estoque que se destinam a um mesmo contexto, há duas estratégias possíveis: a verticalização
fim. Caso existam dois itens de material que são e a horizontalização:
empregados para a mesma finalidade, com o mesmo
resultado – indiferentemente, opta-se pela inclusão Verticalização→ Produz-se (ou tenta-se produzir)
no catálogo de materiais de apenas um deles. Para internamente tudo o que puder. Essa estratégia foi
reduzir a diversidade de um item empregado para o dominante nas grandes empresas, até o final do século
mesmo fim. Facilita, assim, a normalização e reduz-se passado, no intuito de assegurar a independência de
despesas; terceiros (ex: General Motors). Mais raramente, há
• especificação (Identificação), que representa uma empresas que ainda se esforçam na verticalização de
descrição minuciosa e possibilita melhor seus negócios (um exemplo seria a Faber-Castell que, na
entendimento entre o consumidor e o fornecedor última década, esforçou-se na conquista da
quanto ao tipo de material a ser requisitado. autossuficiência no plantio de madeira, matéria-prima
• normalização, maneira pela qual devem ser utilizados na confecção de lápis). No entanto, verticalizar mostrou-
os materiais. Estabelecimento de normas técnicas se um negócio arriscado, já que se corre o risco da
para os itens de material em si, ou para seu emprego empresa ficar “engessada”, ou seja, a imobilização de
com segurança. recursos pode tornar o negócio pouco flexível.
• padronização, para facilitar o entendimento e não Horizontalização → Compra-se de terceiros o máximo de
gerar muitas confusões. Pode atuar em relação a itens que irão compor o produto final. Esta estratégia é a
peso, medida e formato. Uniformização do emprego grande tendência das empresas modernas. De modo
e do tipo do material. Facilita o diálogo com o geral, apenas os processos fundamentais (chamados
mercado, facilita o controle, permite a core processes) não são terceirizados, por razões de
intercambialidade de sobressalentes ou demais segredos tecnológicos. A estrutura horizontalizada é
materiais de consumo (peças, cartuchos de típica do Sistema Toyota de Produção, que remete a
impressoras padronizadas, bobinas de fax etc.); terceiros cerca de 75% do processo produtivo.
• codificação, atribuição de uma série de números e/ou
letras a cada item de material para representar todas O quadro abaixo sumariza as vantagens e desvantagens
as informações necessárias, suficientes e desejadas dessas estratégias:
com base em toda a classificação obtida do material.
Pode ser codificação alfabético, alfanumérico ou VANTAGENS DESVANTAGENS
numérico. -
Independência
TIPOS (OU CRITÉRIOS) DE CLASSIFICAÇÃO DE de - Perda de
MATERIAIS terceiros; flexibilidade (a
Vários são os tipos de classificação de materiais, - Maiores empresa fica
determinados em função das informações gerenciais Verticalização
lucros; “engessada”);
desejadas pelo Gestor de Materiais. - Manutenção - Maior
de segredo investimento
Veremos, a seguir os principais tipos de classificação: sobre (Maiores custos)
a) Quanto à possibilidade de fazer ou comprar tecnologias
Esta classificação tem por objetivo prover a informação próprias.
de quais materiais poderão ser produzidos internamente - Garantia de
pela organização, e quais deverão ser adquiridos no flexibilidade à
mercado. As categorias de classificação podem ser assim - Perda de
empresa;
listadas: controle
- Menores
● materiais a serem produzidos internamente; Horizontalização
custos (não há
tecnológico;
● materiais a serem adquiridos; despesa na
- Dependência de
● materiais a serem recondicionados criação de
terceiros;
(recuperados) internamente; - Lucros menores.
estruturas
● materiais a serem produzidos ou adquiridos internas).
(depende de análise caso-a-caso pela
organização).
b) Por demanda:
- Materiais de Estoque
A decisão sobre produzir ou adquirir um item de material
São os materiais que, dada a previsibilidade da demanda
pela organização, devem ser mantidos em estoque. desaparecimento das propriedades físico-químicas do
- Materiais Não-de-Estoque material.
São os materiais que, dada a imprevisibilidade da Gêneros alimentícios, vacinas, materiais para testes
demanda pela organização, não tem necessidade de laboratoriais, entre outros, são considerados perecíveis,
estarem em estoque. já que estão sujeitos à deterioração e à decomposição.
(Lembre-se: estoque gera custos à organização!!)
No caso de materiais não-de-estoque, quando verificada g) Por importância operacional (Classificação XYZ)
sua necessidade, inicia-se um processo de aquisição. A Classificação XYZ avalia o grau de criticidade ou de
imprescindibilidade do item de material nas atividades
Observação: As demais classificações (apresentadas a desempenhadas pela organização. A vantagem da
seguir) são atinentes exclusivamente aos materiais de utilização da classificação do tipo importância
estoque, que são mantidos nos almoxarifados das operacional é a obtenção da informação dos itens de
organizações. material em estoque considerados vitais para a
organização, seja em termos de continuidade da
c) Quando à Industrialização: produção ou de segurança às pessoas, ao ambiente e ao
• Matérias Primas: materiais destinados à patrimônio. Uma desvantagem de se utilizar a
transformação em outros produtos, com consumo classificação de materiais do tipo importância
diretamente proporcional ao volume de produção; operacional é que ela não fornece análise econômica dos
• Produtos em Processo: materiais que estão em estoques.
diferentes etapas de produção. Representam a transição
de matéria–prima para produto acabado. As classes são assim definidas, conforme Mendes e
• Produtos semi-acabados: materiais procedentes da Castilho (2009):
produção que, para serem considerados acabados, Classificação por importância operacional
necessitam ainda de algum detalhe de acabamento, Classe Definição
como: retoque, pintura, inspeção, etc. Materiais de baixa criticidade, cuja
• Produtos Acabados: materiais que já estão prontos; falta não implica paralisações da
seus processamentos foram finalizados, podendo ser produção, nem riscos à segurança
estocados, utilizados ou comercializados. Classe X
pessoal, ambiental e patrimonial.
Ainda, há facilidade de sua obtenção
d) Quanto a movimentação no mercado.
• Materiais Ativos: Materiais que apresentam grau de
são itens estocados que possuem sua movimentação criticidade intermediário, podendo,
ativa. Classe Y
ainda, ser substituídos por outros
• Materiais Inativos: com relativa facilidade.
são itens estocados sem movimentação. Estes devem ser Materiais de máxima criticidade, não
identificados e sua permanência no estoque analisada, podendo ser substituídos por outros
caso não seja compensadora, devemos retirá-los do equivalentes em tempo hábil sem
estoque, pois representam capital de giro parado e em acarretar prejuízos significativos. A
desvalorização. Classe Z
falta desses materiais provoca a
• Materiais Descontinuados: paralisação da produção, ou coloca
são itens que a empresa não mais movimenta. Como não em risco as pessoas, o ambiente ou o
é possível excluí-los do sistema de controle de estoque, patrimônio da empresa.
por possuírem movimentações registradas, os mesmos
são classificados como descontinuados. h) Por valor econômico (Curva ABC)
O Método da Curva ABC ou Princípio de Pareto (ou,
e) Por periculosidade ainda, Curva 80-20), é uma ferramenta segundo a qual
Materiais perigosos são aqueles que oferecem risco, em os itens de material em estoque são classificados de
especial durante as atividades de manuseio e transporte. acordo com sua importância, geralmente financeira.
Nesta categoria, estão inseridos os explosivos, líquidos e Para Gonçalves (2007), o principal objetivo da análise
sólidos inflamáveis, materiais radioativos, corrosivos, ABC é identificar os itens de maior valor de demanda e
oxidantes etc. sobre eles exercer uma gestão mais refinada,
especialmente por representarem altos valores de
f) Por perecibilidade investimentos e, muitas vezes, com impactos
Trata-se de uma classificação que leva em conta o estratégicos para a sobrevivência da organização.
Devemos frisar que, na sistemática da Curva ABC, os Material Permanente
itens de material em estoque são usualmente É aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde
classificados de acordo com seu valor financeiro, mas sua identidade física, mesmo quando incorporado a
existe a possibilidade de adoção de outros critérios, outro bem, e/ou apresenta uma durabilidade superior a
como, por exemplo, impacto na linha de produção, ou, dois anos.
itens mais requisitados pelos setores da organização. Ex.: monitor de computador, mesa de escritório, etc.
No método da Curva ABC, os itens em estoque são A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da
classificados em três classes: Fazenda, através do artigo 3º de sua Portaria nº
Classe A: itens de maior relevância 448/2002, apresenta 5(cinco) condições excludentes
Classe B: itens de importância intermediária para a classificação de um bem como permanente. De
Classe C: itens de menor relevância em estoque acordo com essa norma, é material de consumo aquele
Os percentuais aproximados (e não fixos) são os que se enquadrar em um ou mais dos seguintes
relacionados abaixo: quesitos:
Características básicas. 02. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) São funções dos
• coordenação adequada e apropriada de todos os estoques: garantir o abastecimento de materiais à
setores envolvidos na compra, recebimento, teste empresa, neutralizando eventuais atrasos no
aprovação, estocagem e pagamento a fornecedores; fornecimento ou sazonalidades no suprimento, e
• centralização das compras em um setor de Compras proporcionar economia de escala.
sob a direção e responsabilidade de um especialista,
com rotinas de procedimento bem claras e definidas; 03. (CESPE / TSE / 2006) Para uma adequada gestão de
• utilização de cotações a fornecedores de maneira que materiais essenciais ao funcionamento de suas
possibilite a maior redução de preços possível na operações, as organizações devem maximizar os
aquisição de suprimentos; investimentos em estoque desses materiais.
GABARITO negócio. Se o preço do fornecedor for muito mais baixo,
dois podem ser os motivos: 1) O fornecedor desenvolveu
01. C 02. C 03. E uma técnica de fabricação tal que conseguiu diminuir
seus custos; 2) O fornecedor não soube calcular os seus
COMPRAS custos e nessas circunstâncias dois problemas podem
ocorrer: ou ele não descobre os seus erros e fatalmente
Compras. Modalidades de compra. Cadastro de entrará em dificuldades financeiras com possibilidades
fornecedores. Compras no setor público de interromper seu fornecimento, ou descobre o erro e
então solicita um reajuste de preço que, na maioria das
CONCEITO DE COMPRA vezes, poderá ser maior que o segundo preço na
É a função responsável pela obtenção do material no concorrência original. Portanto, se o preço for muito
mercado fornecedor, interno ou externo. mais baixo que o preço objetivo, o fornecedor deve ser
É ainda, a unidade organizacional que, agindo em nome chamado, a fim de prestar esclarecimentos.
das atividades requisitantes, compra o material certo, ao Em resumo: nunca o comprador deve dar início a uma
preço certo, na hora certa, na quantidade certa e da concorrência, sem ter uma ideia do que vai receber
fonte certa. como propostas.
04. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - 08. (TJ/ES 2011 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO I -
ADMINISTRATIVA) Julgue os itens que se seguem, ADMINISTRATIVO) Julgue os itens a seguir, relativos à
relativos a gestão de materiais. administração de recursos materiais.
Denomina-se verticalização o processo em que a As etapas do ciclo de compras incluem o
empresa se torna seu próprio fornecedor, passando ela acompanhamento do pedido de compra e o controle do
própria a produzir internamente suas matérias-primas, recebimento do material comprado.
para evitar a dependência de fornecedores externos.
09. (UnB/CESPE – IFB) Um dos objetivos do setor de
05. (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - compras é desenvolver e manter boas relações com os
ADMINISTRATIVA) Acerca de compras, julgue os itens fornecedores.
subsequentes.
O sistema de compras de preço objetivo implica o 10. (CESPE - 2013 - SERPRO - Técnico - Suporte
conhecimento prévio do preço justo, o que proporciona Administrativo) Julgue os itens, acerca de suprimento de
uma verificação dupla no sistema de cotações. materiais.
A descentralização no processo de suprimento
06. (MPE/RN 2012 - FCC - ANALISTA DO MIN. PÚBLICO possibilita que a organização obtenha, durante as
ESTADUAL - ADMINISTRAÇÃO) compras, maiores descontos junto aos fornecedores
Com relação aos objetivos da administração de compras, potenciais.
considere as afirmativas a seguir:
I. Devem-se procurar sempre as melhores aquisições 11. (CESPE - 2013 - SERPRO - Técnico - Suporte
para a empresa, independentemente das condições de Administrativo) Julgue os itens, acerca de suprimento de
pagamento. materiais.
II. É preciso obter um fluxo contínuo de suprimentos a Uma organização que centraliza o processo de
fim de atender aos programas de produção. suprimento tem como principal vantagem a agilidade
III. Coordenar o fluxo de produção de modo que seja nas suas compras.
necessário um mínimo de investimento no estoque da
empresa. 12. (CESGRANRIO - 2012 - TRANSPETRO - Técnico de
IV. É fundamental a minimização de custos, Administração e Controle Júnior) A função compras é um
principalmente no que se refere aos materiais mais subsistema do Departamento de Administração de
utilizados, já que representam uma parcela considerável Materiais, a qual tem por finalidade suprir as
da estrutura de custo total. necessidades de materiais ou serviços da empresa, no
momento certo e com as quantidades desejadas. pública. São objetivos típicos da função de compras,
Enquadram-se como compras para investimento EXCETO o de
a) aqueles materiais que integram o produto final, e, a) obter serviços e mercadorias na quantidade e
portanto, nesse caso, as matéria-primas e outros qualidade necessárias.
materiais que fazem parte do produto. b) obter serviços e mercadorias ao menor custo possível.
b) aqueles materiais que, sendo consumidos normal e c) garantir a entrega do produto ou serviço por parte do
rotineiramente, não integram o produto, sendo apenas fornecedor.
material de consumo ou de custeio. d) garantir a armazenagem correta dos produtos.
c) todas as compras que forem processadas na e) desenvolver novos fornecedores.
administração pública através da Lei no 8.666/1993.
d) as compras que demandem a participação de um 18. (CESPE - 2012 - ANATEL - Técnico Administrativo)
administrador com especialidade em comércio exterior. Acerca da administração de materiais, julgue os itens a
e) as compras de bens e equipamentos que compõem o seguir.
ativo da empresa. A análise de fornecedores executada pelo setor de
compras de uma organização deve incluir os
13. (CESPE - 2012 - ANCINE - Técnico Administrativo) fornecedores ativos e os potenciais.
Com relação ao processo de compras, julgue os itens
subsequentes. GABARITO
A aquisição emergencial e rápida é uma das vantagens
da centralização da função de compras nas organizações. 01. C 02. C 03. A 04. C 05. C
06. D 07. E 08. C 09. C 10. E
14. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área 11. E 12. E 13. E 14. E 15. C
Administrativa - Cargo 1) O processo de compras 16. E 17. D 18. C
encerra-se na emissão da ordem de compra, uma vez
que o acompanhamento do prazo da entrega, a recepção
e aceitação das mercadorias são realizados pela equipe
responsável pela guarda dos insumos.