A derrota para a Polônia, nas quartas da Liga das Nações (VNL) masculina de vôlei, incomoda. Foi o terceiro ano seguido em que o Brasil ficou fora das semifinais da VNL e a pior colocação da seleção masculina em torneios internacionais desde 1977. Tudo isso, a pouco menos de um mês das Olimpíadas. O técnico Bernardinho mostrou insatisfação com o resultado, mas garante que a preparação e o ânimo para Paris não serão prejudicados:
– É duro, é difícil, mas temos que seguir. Poucos dias de folga e voltar a trabalhar. Com inteligência, sem deixar a emoção tomar conta. Tivemos coisas boas, outras não tão boas (na VNL), e precisamos estudar para encontrar os caminhos, a estratégia a ser usada, onde crescer e melhorar. Ficamos tristes, chateados, mas de forma alguma isso vai nos abater. Temos que acreditar. Quanto mais você acredita e trabalha para alguma coisa, mais ela pode se tornar realidade. Sabemos que é difícil, mas nós acreditamos e vamos trabalhar para fazer a coisa acontecer (nas Olimpíadas).
Bernardinho também diagnosticou um dos aspectos que merecem atenção da comissão técnica:
– A grande questão é saber lidar e jogar sob a pressão do saque. O time da Polônia, a partir de um certo momento, passou a sacar com uma pressão grande. Talvez seja o ponto a ser trabalhado nesse período que nos separa dos Jogos Olímpicos, porque vamos enfrentar equipes que nos pressionarão permanentemente no saque.
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Bernardinho reassumiu o comando da seleção brasileira no ano passado e reestreou justamente na Liga das Nações. Em entrevista ao ge, tinha dito que usou a competição para conhecer jogadores. O grupo brasileiro na VNL mesclou veteranos que já tinham trabalhado com o técnico e novatos.
Aos 38 anos, Lucão é o atleta mais experiente da seleção brasileira. Campeão olímpico em 2016, sob o comando de Bernardinho, o central também opinou sobre o que deve ser corrigido até os Jogos de Paris:
– É preciso ter um pouco mais de confiança em momentos decisivos. Diante da Polônia, houve horas em que poderíamos ter aberto (vantagem). (Temos que) Saber decidir um pouquinho mais, mas o grupo está trabalhando forte, se dedicando para chegar às Olimpíadas 100%. Teremos um grupo complicado. Não será fácil, mas vai dar tudo certo.
Em Paris, o Brasil estará no grupo da Polônia e da Itália, outro adversário para o qual perdeu na VNL. Ainda enfrentará o Egito, campeão continental, mas com o ranking mais baixo entre todas as equipes participantes (é o 19º do mundo). Mesmo a seleção africana demandará atenção total dos brasileiros, como indica declaração de Lucão, após a derrota para os poloneses:
– Hoje em dia, no voleibol mundial, está assim: ou você mata logo os caras, ou o outro time cresce, e você fica acuado. Todas as equipes têm uma qualidade de saque muito forte.
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