- Se eu não chegar a Paris, isso não vai acabar comigo de forma alguma - disse Simone.

- Então nada definitivo? - perguntou a reportagem da "Vanity Fair"

- Correto! - respondeu Biles.

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Depois de ser o destaque das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, a ginasta americana chegou aos Jogos de Tóquio como grande nome da competição, mas sofreu com o que chamou de twisties, uma perda da consciência corporal e do equilíbrio aéreo. A saúde mental entrou em pauta e ela se retirou das principais finais no Japão. Biles voltou às competições em agosto do ano passado e brilhou no Mundial da Antuérpia, com quatro ouros e uma prata. Apesar de retomar o posto de número 1 da ginástica artística, ela tem evitado falar em Paris, tirando dos ombros a pressão de novamente ser a estrela das Olimpíadas.

Sobre o casamento com Jonathan Owens, jogador de futebol americano
Poderíamos ter muito mais pessoas (na cerimônia de abril de 2022), mas realmente queríamos torná-la a mais íntima e especial possível. Eu falava tipo: "Não quero criticar seu treinador de futebol da terceira série, mas, querido, quando foi a última vez que você falou com ele?" Nunca me diverti tanto na minha vida. Eu tinha 19 anos quando ganhei minhas primeiras Olimpíadas e pensei: "Como vou superar isso?" Meu casamento foi melhor. Foi a melhor sensação de todas.

Sobre a distância para o marido, que joga pelo Green Bay Packers na NFL
- Nós dois estamos muito ocupados, então não é como se eu estivesse sentada esperando ele voltar para casa, mas é simplesmente difícil. Adoramos estar com os Packers e Lambeau (estádio do Green Bay). Os torcedores são… eu nem os chamaria de loucos, eles são dedicados. Eles amam seus jogadores como se fossem seus filhos.

Sobre encontro com Taylor Swift em jogo de futebol americano
- Não houve selfie. Não tenho certeza se eles (torcedores do Kansas Chiefs, time do namorado de Taylor Swift) estavam exatamente felizes com o fato de os Packers os terem derrotado.

Sobre o retorno à ginástica
- Senti como se estivesse de volta ao meu elemento e foi emocionante, mas fiquei realmente petrificada. Tive o treinamento para apoiar isso porque trabalhamos muito, mas eu não estava tão confiante ou confortável quanto gostaria. Foi meio surpreendente. Apenas assumir o risco de me permitir ficar vulnerável diante de uma multidão competindo novamente foi uma vitória para mim.

Sobre fama e assédio
- Acho que todo mundo quer ser famoso e quando isso acontece, você quase bate em um muro e tem uma crise de identidade. Você fica tipo: "Eu fui feita para isso? Por que eu desejei isso?" Mas tudo está meio fora de seu controle. Não estou dizendo que (as pessoas) gritam e fazem fila como se eu fosse Taylor Swift, mas ainda recebo muita atenção. Quando cinco pessoas vêm até mim e estão correndo para tirar uma foto, fico um pouco confusa. Minha ansiedade entra em ação.

Sobre ser espelho na questão da saúde mental
- Tentaram me colocar neste pedestal como defensora da saúde mental. Eu não estava bem com isso (durante os Jogos de Tóquio). Se eu puder dar uma mão e ajudar as pessoas, serei aberta, honesta e vulnerável, mas você não pode me colocar na frente de uma multidão e dizer: "Faça tudo o que ela está fazendo".

Sobre o período sabático após Tóquio
- Eu gostaria de poder sentar aqui e dizer que foi glorioso. Quando fiz uma pausa depois de 2016, tive o melhor momento da minha vida. Eu estava fazendo tudo e qualquer coisa. Mas depois de 2020, foi meio deprimente até que comecei a terapia e procurei ajuda. Eu me senti um fracasso. Embora eu estivesse dando forças a tantas pessoas e falando sobre saúde mental, toda vez que eu falava sobre minha experiência em Tóquio, porque obviamente não foi como eu havia planejado, doeu um pouco.