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Transporte aéreo se recupera após Covid e espera bater recordes de passageiros e lucros em 2024

Com previsão de quase 5 bilhões de passageiros e faturamento estimado em US$ 996 bilhões, as companhias aéreas esperam bater recordes em 2024, deixando a crise da Covid-19 um pouco mais no retrovisor.

Imagem de arquivo mostra aviões da Delta Airlines estacionados devido à redução de voos durante a pandemia. Birmingham, Alabama, EUA (25/03/20).
Imagem de arquivo mostra aviões da Delta Airlines estacionados devido à redução de voos durante a pandemia. Birmingham, Alabama, EUA (25/03/20). REUTERS - ELIJAH NOUVELAGE
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Antes da pandemia, 4,54 bilhões de pessoas viajaram de avião no ano de 2019. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) espera, agora, transportar 4,96 bilhões de passageiros em 2024, de acordo com nova previsão divulgada nesta segunda-feira (3), por ocasião da assembleia-geral realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

A organização, que até agora previa 4,7 bilhões de viajantes aéreos em 2024, também reviu para cima as suas projeções econômicas. Em todo o mundo, as companhias aéreas devem registrar lucros de US$ 30,5 bilhões, contra US$ 25,7 bilhões alcançados até o momento.

A Iata também estima que em 2023 as companhias aéreas terão faturado US$ 27,4 bilhões, em comparação com US$ 23,2 bilhões mencionados nas suas projeções de dezembro passado.

 A crise sanitária, que causou a evaporação de dois terços do volume de passageiros em 2020, resultou em perdas colossais para o setor aéreo. A Iata avaliou os prejuízos em US$ 183 bilhões entre 2020 e 2022.

Os resultados esperados para 2024 representam “um enorme sucesso dadas as graves perdas recentes devido à pandemia”, observou o diretor-geral da Iata, Willie Walsh, perante os delegados da organização, que reúne 320 companhias aéreas que representam 83% do tráfego global.

O transporte aéreo também deverá bater recordes de receitas neste ano, com US$ 996 bilhões, estima a Iata. Até agora, a entidade tinha mencionado US$ 964 bilhões para 2024, já bem acima dos US$ 838 bilhões de 2019.

“A recuperação pós-Covid tem sido notável”, descreve à AFP Vik Krishnan, especialista do setor aéreo da empresa de consultoria McKinsey, embora haja “contrastes dependendo da região”. “As linhas domésticas estão indo muito bem nos Estados Unidos, como na China, o que não é o caso na França e na Alemanha", aponta Krishnan.

Walsh, por sua vez, destacou que a rentabilidade continua relativamente baixa para o setor, citando uma margem líquida de 3% em 2024.

Frete padronizado

“Com apenas US$ 6,14 por passageiro, os nossos lucros são muito baixos, insuficientes para pagar um café em muitas partes do mundo”, argumentou Walsh.

Os custos das companhias aéreas também deverão bater recordes este ano, em US$ 936 bilhões, segundo a organização. Isso será alimentado, em particular, por uma conta de combustível de US$ 291 bilhões, equivalente a 31% dos custos operacionais, com base num barril de querosene a US$ 113,8.

“É muito importante que alcancemos uma rentabilidade sustentável. Isto permitirá às empresas investir plenamente nos produtos que os nossos clientes desejam e nos meios para atingir zero emissões líquidas de CO2 em 2050”, um compromisso emblemático do setor da aviação, acrescentou o diretor-geral.

O transporte aéreo emite atualmente menos de 3% do CO2 produzido no planeta, mas fica em destaque porque apenas uma pequena minoria da população mundial o utiliza. Os seus efeitos sobre o aquecimento global são provavelmente maiores porque também produz óxidos de nitrogênio e rastros de condensação.

Para atingir “zero emissões líquidas” de CO2 até 2050, a Iata aposta em 65% de combustíveis de origem não fóssil (combustíveis de aviação sustentáveis, conhecidos pela sigla SAF em inglês), sendo o restante das reduções obtido por novas tecnologias, incluindo aeronaves a hidrogênio, otimização de operações no solo e no ar e compensações de carbono.

Mas o SAF, apesar de ter a produção triplicada neste ano, em comparação com 2023, ainda representará apenas 0,53% do consumo total global de combustível para transporte aéreo comercial em 2024, segundo a Iata.

Depois do Qatar em 2022, da Turquia em 2023 e dos Emirados em 2024, a organização realizará a sua próxima assembleia-geral em outro país emblemático para o desenvolvimento do transporte aéreo, a Índia. A companhia aérea de baixo custo IndiGo vai sediar o evento em Nova Délhi.

Com AFP

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