Grupo de brasileiros na França prepara nova remessa de ajuda ao Rio Grande do Sul

Patrícia Moribe, em Paris

No dia 1º de junho, a primeira leva, com 500 caixas, partiu do aeroporto Orly, em Paris, com destino ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Antes, no dia 27/05, os dois caminhões com as doações passaram pelo aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, no norte de Paris, para passar pela alfândega.

O próximo carregamento deve ser feito no próximo dia 17. A coordenadora do grupo, Andréa Darocha, estima que a remessa terá cerca de dez toneladas. Mas ela repete que a maior necessidade agora é de voluntários para ajudar na triagem, que acontece no mítico Théâtre du Soleil, nos arredores de Paris, que cedeu o espaço para essa operação. As doações podem ser levadas diretamente ao teatro, de segunda a sexta, de 10h a 16h30. Ou ainda em pontos de coleta.

Outros grupos de ajuda também se mobilizaram na França e na Europa. 

Luciane Schulz, coordenadora de triagem, conta que as “operações de coleta devem continuar por tempo indeterminado, de acordo com as necessidades do Rio Grande do Sul”. Enquanto isso, o grupo busca outros locais onde possam depositar as coletas e fazer a triagem, pois o teatro vai precisar do espaço em breve por causa de uma nova produção artística.

Em pouco tempo, a partir do dia 14 de maio, foi montada a coordenação do grupo, que conta com cerca de 16 pessoas, que são voluntarias na área de logística, comunicação, parcerias e também setor jurídico.

O arquiteto Marcos dos Santos percorreu nove horas de estrada com um caminhão cheio de doações recolhidas em Toulouse, sudoeste da França. “Foi uma aventura humana junto a várias outras associações, com campanhas em escolas”, conta. Através de uma vaquinha eletrônica, os doadores de Toulouse contrataram o transporte, que foi feito com um caminhão de 20 metros cúbicos. “Daqui a pouco vamos pegar um voo de volta. Estamos cansados, mas felizes de que tudo está em boas mãos.”

A psicóloga Leila Teixeira, que mora em Bagneux, subúrbio ao sul de Paris, é uma presença constante na triagem desde o início das operações. Ela soube da ação pelo grupo “Mulheres do Brasil”, pelo Whatsapp. “Acho importante poder ajudar de alguma forma”, conta.

As chuvas no Rio Grande do Sul começaram em final de abril e as enchentes afetaram mais de 470 cidades. Pelo menos 173 mortes foram confirmadas. 

O grupo de ajuda já conta com mais de 400 participantes no Whatsapp e mais de 700 seguidores no Instagram. “É uma iniciativa sem qualquer ligação com ideologias, partidos políticos ou associações religiosas”, informa Andréa. “É o brasileiro unido para ajudar o Rio Grande do Sul”, acrescenta.

Para maiores informações sobre as ações e atualizações do grupo Brasileiros na França pelo Rio Grande do Sul, o endereço no Instagram é @brasilnafranca_pelors