Acessar o conteúdo principal

Justiça dos EUA ordena prisão de Steve Bannon, ex-conselheiro de Trump, até 1º de julho

Um juiz federal dos Estados Unidos ordenou na quinta-feira (6) que Steve Bannon comece a cumprir sua sentença de quatro meses de prisão até 1º de julho. Considerado um ideólogo da nova direita radical, ele foi conselheiro principal de Donald Trump na Casa Branca e foi também uma figura influente no círculo próximo do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Steve Bannon foi condenado em outubro de 2022 a quatro meses de prisão e multa por desacato ao Congresso americano ao se recusar a atender intimações de um comitê que investiga o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Steve Bannon foi condenado em outubro de 2022 a quatro meses de prisão e multa por desacato ao Congresso americano ao se recusar a atender intimações de um comitê que investiga o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. AP - J. Scott Applewhite
Publicidade

A sentença de quatro meses, proferida em outubro de 2022 por obstrução dos poderes investigativos do Congresso dos EUA devido à recusa de Steve Bannon em cooperar com o inquérito parlamentar sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, foi confirmada em recurso em 10 de maio de 2024. 

Sua aplicação havia sido suspensa por um recurso da defesa, mas o juiz Carl Nichols aboliu essa suspensão a pedido da acusação e ordenou que o réu, de 70 anos, se apresentasse à prisão no máximo até 1º de julho. 

Outro ex-conselheiro da Casa Branca de Donald Trump, Peter Navarro, que também foi condenado a quatro meses de prisão pelos mesmos crimes, começou a cumprir sua pena em março de 2024. 

O ataque ao Capitólio

Em 6 de janeiro de 2021, Steve Bannon teve uma conversa telefônica com o Trump. Naquele dia, centenas de partidários do presidente republicano cessante invadiram o Capitólio, a sede do Congresso dos EUA, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória de seu oponente democrata Joe Biden nas eleições de novembro de 2020. 

Donald Trump não foi diretamente processado pelo ataque ao Capitólio, embora em dezembro de 2022 a comissão parlamentar de inquérito sobre os eventos de 6 de janeiro de 2021 tenha recomendado processos criminais contra ele, incluindo acusações de incitação à rebelião e conspiração contra instituições americanas. 

Mesmo assim, ele foi indiciado em agosto de 2023 por um tribunal federal em Washington e depois pelos tribunais do estado da Geórgia, no sudeste do país, por suas tentativas supostamente ilegais de reverter os resultados da eleição de 2020. 

A marca de Steve Bannon

Foi nos últimos meses da campanha vitoriosa de Donald Trump em 2016 que Steve Bannon começou a deixar sua marca, denunciando uma ordem mundial controlada pelas elites políticas e financeiras. 

Bannon seguiu como conselheiro de Trump até a Casa Branca em 2017, mas foi forçado a deixar o poder executivo em agosto daquele ano após a violência em Charlottesville, na Virgínia (leste dos EUA), onde ocorreu um comício de ativistas radicais de direita. Uma jovem foi morta depois que um simpatizante neonazista dirigiu seu carro contra um grupo de manifestantes antirracistas. 

O ideólogo populista de direita também tem conexões com a ala política do Brasil, tendo sido um aliado e mentor para a família do ex-presidente Bolsonaro, a quem Bannon já se referiu como "Trump dos trópicos". Steve Bannon chegou fazer insinuações sobre os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e já declarou ter fascínio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

(Com informações da AFP e agências)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.