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Equador inicia construção de presídio de segurança máxima para 800 presos

O Equador iniciou a construção de uma prisão de segurança máxima com capacidade para 800 presos na costa sudoeste, como parte de sua guerra contra o crime organizado. "Hoje demos um dos passos mais importantes em nossa luta contra o terrorismo e as máfias que se estabeleceram impunemente em nosso país por décadas", disse o presidente Daniel Noboa em uma cerimônia que marcou o início do canteiro de obras na cidade costeira de Santa Elena.

O presidente equatoriano Daniel Noboa coloca a pedra fundamental na nova prisão que será construída no Equador
O presidente equatoriano Daniel Noboa coloca a pedra fundamental na nova prisão que será construída no Equador AFP - GERARDO MENOSCAL
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A nova prisão se somará às 36 existentes no país, ocupará 16,2 hectares e será construída em um "tempo recorde" de 300 dias, disse o general Luis Zaldumbide, diretor do órgão público encarregado da administração penitenciária (SNAI).   

O governo gastará US$ 52 milhões para construir a prisão projetada para "isolar criminosos muito perigosos, chefes da máfia que serão monitorados em tempo real", disse Noboa. 

A penitenciária terá seis torres de vigilância de 9,5 metros de altura e um muro de nove metros. Além disso, serão instalados bloqueadores de sinal de telefone e internet e um circuito fechado de televisão.

O acesso será por leitura de impressões digitais e haverá detectores de metais e aparelhos de raio-X, segundo o governo.

A prisão terá padrões internacionais, como o Centro Federal de Readaptação Social nº 13, em Oaxaca, no México, ou no centro de detenção conhecido como ADX Florence, nos Estados Unidos, informou o Ministério das Comunicações.

Em uma mensagem publicada na rede social X, a polícia revelou que expulsou pessoas que viviam nos arredores do futuro presídio.

Segundo a Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos (CDH), ele será construído em uma área onde há vestígios arqueológicos e uma floresta, o que gerou protestos entre os moradores.

A prisão é "um perigo iminente para todas as comunidades que são territórios de paz e querem transformar em zonas de guerra", disse à AFP Donald Cabrera, um membro da comunidade de 61 anos, alegando que o território pertence a povos nativos.

Depois de tomar posse em novembro por um período de 18 meses, o presidente equatoriano anunciou a construção de dois presídios de segurança máxima, um na região amazônica e outro na costa do Pacífico.

No porto de Guayaquil, no sudoeste, principal porta de entrada de drogas para os Estados Unidos e Europa, já existe uma penitenciária de segurança máxima chamada La Roca, com capacidade para 160 detentos.

Mortes de detentos

As prisões equatorianas têm sido palco de confrontos sangrentos nos últimos anos. Desde 2021, mais de 460 detentos morreram devido ao conflito entre quadrilhas de traficantes que disputam o poder.

Noboa, eleito em eleições antecipadas e que em janeiro declarou o país em "conflito armado interno" devido à violência criminosa, mobilizou os militares para neutralizar uma série de grupos criminosos.

Essa declaração permite que as Forças Armadas intervenham dentro das penitenciárias. O atual sistema prisional equatoriano tem capacidade para 30.200 pessoas e registra uma superpopulação com 31.300 presos, de acordo com um censo de 2022.

RFI e AFP

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