Amamentar emagrece?

O aleitamento materno exclusivo gera um gasto calórico considerável e o metabolismo da mãe é aumentado para suportar a produção de leite. "Pode variar dependendo de vários fatores, como o peso da mãe, a quantidade de leite produzido e a atividade física geral. No entanto, em média, estima-se que uma mulher que amamenta exclusivamente queime cerca de 300 a 500 calorias extras por dia para sustentar a produção de leite", diz a pediatra da SBP.

Outros fatores também contribuem para o emagrecimento. "O ato de amamentar influencia na regulação hormonal e em mudanças no comportamento alimentar", ressalta Amanda Figueiredo, nutricionista clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduada em saúde da mulher. Isso porque, durante a amamentação, é recomendado que mulheres evitem alguns hábitos que podem ser prejudiciais para a saúde, como bebidas alcóolicas e comidas pouco nutritivas.

Mas, vale destacar que a perda de peso não deve ser a prioridade do puerpério. "No período pós-parto, é crucial que as mães priorizem a saúde e o bem-estar, tanto delas quanto do bebê, em vez de focar na perda rápida de peso. Cada corpo responde de maneira diferente, e é normal que o emagrecimento leve tempo", destaca Natalia Barros, nutricionista especialista em gestante e pós-parto e fundadora da NB Clinic, de São Paulo.

"Antes de mais nada é importante dizer que a perda de peso pós-parto deve ser gradual e saudável, focando sempre no bem-estar da mãe e do bebê. Também, cada mulher tem um metabolismo diferente. Algumas podem perder peso mais rapidamente devido a um metabolismo mais rápido, enquanto outras podem precisar de mais tempo", afirma Amanda Figueiredo.

Mas, de maneira geral, segundo especialistas, muitas mulheres podem perder, em média de 0,5 a 2 kg, principalmente nos primeiros meses após o parto. "Isso é considerado seguro e sustentável. Esse emagrecimento também está relacionado com a quantidade de quilos que a mulher engordou durante a gestação", afirma Figueiredo. No entanto essa média pode ser influenciada por vários fatores. "O peso inicial da mulher, sua dieta, nível de atividade física, metabolismo individual, genética e a quantidade de leite produzida devem ser levados em consideração", diz Natalia Barros.

"Durante a amamentação, é comum que as mulheres sintam mais fome devido ao aumento das demandas energéticas do corpo para produzir leite", afirma Natalia Barros. De acordo com as especialistas, uma ingestão aumentada de calorias pode, sim, atrapalhar o emagrecimento. "A lógica é a seguinte: para emagrecer é preciso que o corpo consuma menos calorias do que gasta. O consumo excessivo de calorias pode levar a um ganho de peso excessivo na mãe, o que pode ter impactos negativos na saúde e na produção de leite. Se as calorias adicionais vêm principalmente de alimentos pouco saudáveis e pobres em nutrientes, isso pode levar a deficiências nutricionais na mãe e afetar a qualidade do leite materno", diz Amanda Figueiredo.

Mas, isso não significa que a mãe deve fazer uma dieta durante esse período. "Por outro lado, a restrição calórica severa pode levar à redução da produção de leite materno, pois o corpo prioriza suas próprias necessidades energéticas em vez da lactação", diz a nutricionista pós-graduada em saúde da mulher.

O ideal é que a mãe busque uma alimentação balanceada. "Esse consumo extra não deve atrapalhar a perda de peso, desde que seja feito de forma equilibrada e saudável, focando em alimentos nutritivos e não em calorias vazias", destaca Natalia Barros. Por isso, as especialistas reforçam que, para as mulheres que desejam perder peso no pós-parto, o acompanhamento com uma nutricionista pode fazer toda a diferença. "A ideia é que seja planejada uma alimentação ideal, capaz de suprir as necessidades nutricionais da mãe e do bebê", diz Amanda Figueiredo.

A amamentação não é a única maneira de perder peso após o parto. Para um emagrecimento saudável, é fundamental considerar várias práticas. Veja as orientações das especialistas:

• Ter uma alimentação balanceada, rica em nutrientes como frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais. Isso é essencial para fornecer a energia necessária e apoiar a perda de peso;
• Evitar alimentos muito calóricos e pouco nutritivos
• Beber bastante água é crucial, pois a produção de leite aumenta a necessidade de líquidos, ajudando no metabolismo e na sensação de saciedade;
• Incorporar exercícios leves a moderados, como caminhadas ou ioga pós-parto, com orientação médica, pode ajudar a queimar calorias e melhorar o bem-estar geral;
• Dormir adequadamente pode ser desafiador com um recém-nascido, mas o descanso é crucial para a recuperação, o equilíbrio hormonal e o metabolismo saudável;
• Reduzir o estresse e receber suporte da família e amigos também pode ajudar no equilíbrio emocional e físico, importante para um emagrecimento saudável.

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"As mães devem ser gentis consigo mesmas e pacientes nesse período de adaptação. Evitar comparações com outras mães ou imagens irreais de celebridades ajuda a manter uma perspectiva saudável. Apoio emocional e psicológico é fundamental para enfrentar a pressão externa e interna", diz Natalia Barros. Segundo ela, compartilhar preocupações e sentimentos com pessoas de confiança também pode aliviar a pressão e proporcionar apoio emocional.

"Celebrar as pequenas vitórias ao longo do caminho ajuda a manter a motivação. Cada passo em direção a um estilo de vida saudável é uma conquista significativa. O amor próprio e o autocuidado são fundamentais nesse período", ressalta a nutricionista. As especialistas, reforçam que o emagrecimento não deve vir em primeiro lugar neste momento. "Importante sempre priorizar o bem-estar físico e emocional tanto das mães quanto de seus bebês em vez da perda de peso rápida. O corpo passou por mudanças significativas durante a gravidez e é natural que leve um tempo para voltar ao seu estado pré-gestacional", diz Amanda Figueiredo.

As mães não podem esquecer que o pós-parto também é um período para curtir o novo integrante da família. "Aproveite cada momento com seu bebê, lembrando que o foco principal deve ser na saúde e no vínculo com o bebê", finaliza Natalia Barros.