Guia Da Jardinagem - Dez23

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Gramado perfeito
Aprenda a escolher o tipo de
grama ideal para seu terreno

Orquidário
Como montar um e proteger suas plantas TUDO PARA MANTER
SUAS PLANTAS
Espelhos d’água SAUDÁVEIS O
e lagos ornamentais ANO INTEIRO
Harmonize o jardim formando
um belo ecossistema

E aida:
plantas aquáticas,
iluminação e forrações

ÍCU
SC

3
LO
FA
04 Editorial.qxp_GJardinagem 31/10/16 10:47 Página 4

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EDITORIAL

O Guia da Jardinagem reúne conteúdos práticos e didáticos


sobre manejo do solo, plantio, reprodução, luminosidade
e muito mais para você criar uma bela área verde em casa.
Aprenda a administrar o trio adubação-rega-poda de
acordo com as necessidades das espécies do seu jardim e
saiba, também, como prevenir e tratar doenças. Para
compor espaços convidativos, invista em pergolados, orqui-
dários e jardins verticais. Tudo isso e muito mais.

Mãos à obra e boa “terapia”!


10 Indice.qxp_Indice 09/06/2022 11:04 Página 4

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ÍNDICE guia da

Orquidário

Espelho d’água e lago ornamental

Plantas aquáticas
Diretores

Luiz Fernando Cyrillo

Renato Sawaia Sáfadi


Iluminação artificial
FALE CONOSCO
Forrações Atendimento em geral: [email protected]

Dúvidas, críticas e sugestões: [email protected]

Gramado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nossos produtos em seu ponto de venda: [email protected]

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Contatos
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ORQUIDÁRIO Texto Fernanda Oliveira • Fotos [1] Evelyn Müller, [2] Gui Morelli e [3] Monica Antunes • Ilustrações AC Design

[3
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MONTE UM
Especialmente ORQUIDÁRIO QUE
FAVOREÇA O BOM
DESENVOLVIMENTO
para as orquídeas DESSAS BELAS
PLANTAS

O FASCÍNIO PELAS ORQUÍDEAS (Orchidaceae) tem estimulado a criação de um espa-


ço bastante comum nas áreas verdes, o orquidário. Dessa forma, tem-se um cantinho
especial para apreciar e cultivar as belas e exigentes orquidáceas.
5 cm 5 cm

São muitos os cuidados necessários a fim de oferecer as condições ideais para o bom
desenvolvimento dessas plantas. Eles estão relacionados, sobretudo, à luminosidade, umi-
dade, temperatura e ventilação do ambiente. Por isso, detalhes da estrutura são deter-
minantes para o sucesso de cultivo. As ripas que formam a bancada devem ter
O primeiro passo é definir sua dimensão. Segundo Guilherme Senra do Valle, profis- distanciamento de cerca de 5 cm. Já o
tamanho pode variar de acordo com o
sional da Detalhe Arquitetura Ambiental, empresa que produz diferentes estruturas para espaço disponível no interior do orquidário
jardins, inclusive, orquidários, de São Paulo, SP, não existe um tamanho mínimo definido.
“O ideal para quem está começando é montar uma estrutura de, pelo menos, 10 m2,
apresentando 2,5 x 4 m com possibilidade de ampliação para 2,5 x 10 m e assim por dian-
te”, ressalta o especialista, sugerindo ainda a otimização do espaço criando diferentes
patamares de cultivo.
E detalha: “Para abrigar de 300 a 500 orquídeas, o orquidário deve ter três níveis, sendo
dois constituídos por bancadas, que abrigarão as espécies que apreciam menos luminosi-
dade, e o terceiro, suspenso, destinado àquelas que podem receber maior incidência de
raios solares. Dessa forma, uma estrutura de 2,5 x 10 m poderá resguardar 300 exemplares.”

COMO CONSTRUÍ-LO
Roseli Cassola Fernandes, colecionadora de orquídeas, de Ubatuba, litoral paulista, enfa-
tiza a importância do posicionamento da estrutura. Segundo ela, a frente deve ficar para o Os vasos com espécies que apreciam bas-
tante luminosidade podem ficar pendura-
nascente do Sol, o que facilitará a circulação de ar. Se receber o vento Sul, deve ser prote- dos. Já as que preferem meia-sombra podem
gida com telas de plástico ou mesmo arbustos e arbóreas. ser dispostas sobre a bancada

Ambos especialistas afirmam que, para construí-la, pode-se apostar em diversos mate-
riais, como ferro galvanizado, diferentes tipos de madeira, por exemplo, eucalipto auto-
clavado, mourões de concreto e colunas de alvenaria. Esta escolha influenciará direta- NA
SC
mente na manutenção. EN
TE

“No caso de metal e vidro, os cuidados são quase nulos, pois são bastante resistentes,
sofrendo pouco com a ação do tempo. Enquanto a madeira pede acompanhamento cons-
tante para evitar que a umidade abra seus poros, iniciando o processo de deterioração”,
detalha Valle, que indica para locais muito úmidos o uso de metal galvanizado, pois não
PO
enferruja, restando somente o cuidado direcionado ao acabamento estético. EN
TE

Já o material da cobertura está relacionado àquele adotado na estrutura principal do


orquidário. “Caso seja de ferro galvanizado, pode-se optar pelo mesmo material em arco. O orquidário deve ser construído de acordo
Para o de madeira, mourões ou colunas de alvenaria, sugiro o uso de madeira. A cobertura com o posicionamento do Sol, ou seja, com
a face voltada para o Norte. O muro no lado
sempre deve ser posicionada em queda. Nunca reta, porque, assim, podem ser formadas Sul protege as plantas do vento frio
[3] “barrigas”, que prejudicarão a iluminação interna”, explica Roseli.

Guia da Jardinagem • 81
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Ela é completada com o assentamento de ripado ou sombrite, sendo o último mais
utilizado. De acordo com Mirene Kazue Haga Saab, proprietária do Orquidário Oriental,
de Mogi das Cruzes, SP, essas telas possuem diferentes porcentagens de sombreamento,
por exemplo, 30, 50 e 70%. “Assim, há a filtragem dos raios solares e a manutenção da
temperatura do espaço.”
A escolha do percentual dependerá da região e das espécies cultivadas. Sergio Ostetto,
proprietário do Ostetto Orquídeas, de Campo Grande, MS, cita como exemplo o uso de som-
brites de 70 e 80% no Norte e Centro-Oeste do País devido à maior intensidade de sol.
Para finalizar a cobertura, Roseli recomenda a disposição de uma lona de plástico ou
telha translúcida em orquidários montados em localidades muito úmidas, onde haja altos
índices pluviais. Dessa forma, pode-se controlar melhor as regas, que devem ser bastan-
te cuidadosas, evitando o encharcamento dos substratos.
No entanto, além do fornecimento de água direto para os exemplares, é importante
manter a umidade do ar. “Para isso, é possível utilizar aspersores e nebulizadores. Em
regiões que sofrem longos períodos de estiagem e possuem baixos índices de umidade
esses equipamentos são muito benéficos”, sugere Ostetto.
As laterais da estrutura também precisam de atenção especial. “Elas devem ser reves-
tidas com sombrite adequado, possibilitando maior ou menor penetração de luminosi-
dade”, diz a colecionadora de orquídeas. Assim como acontece com a cobertura, a por-
centagem dependerá do local de cultivo e das espécies abrigadas no espaço.

POR DENTRO
O profissional da Detalhe Arquitetura Ambiental diz que as bancadas devem ser fei-
tas de materiais resistentes, de fácil lavagem e que não possibilitem a aderência de sujei-
ra que possa facilitar a proliferação de pragas e doenças.
As possibilidades são inúmeras, por isso, é aconselhável analisar as características do
restante do local, avaliando a mais adequada. Neste caso, podem ser considerados fato-
res relacionados à estética, mas, sobretudo, ao cultivo.
“As bancadas podem apresentar estrutura de tijolos, colunas de concreto, caibros,
canos de PVC preenchidos com concreto e ferro galvanizado. Por cima, aposte em ripas
e chapas vazadas de ferro galvanizado ou de inox”, descreve Roseli, acrescentando que
a bancada pode ser construída no formato de uma escada com, pelo menos, três degraus.
Sempre usando material vazado.
“Madeiras não são recomendadas devido à facilidade em alojar fungos, bactérias,
caramujos e lesmas. Deve-se usar material que passe ventilação de todos os lados, assim,
facilita a manutenção dos exemplares e evita o surgimento de problemas relacionados
a pragas e doenças”, destaca a proprietária do Orquidário Oriental.
De acordo com Valle, para facilitar a circulação dentro do orquidário, as bancadas

[2] [1] [1] [1


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e prateleiras devem formar um grande corredor, sendo dispostas nas suas laterais. Se o
espaço for amplo, pode-se criar outros corredores. FÁCIL CULTIVO
Também é necessária cautela ao compor o piso do ambiente, pois o material inade- As orquídeas têm fama de serem
quado pode provocar problemas. Por exemplo, areia e terra, quando molhados, dificultam difíceis de cultivar. No entanto, trata-se
a circulação. Enquanto pisos frios ou cimentados, com o passar do tempo, geralmente, de um grupo de plantas muito grande,
ganham camadas de limbo, tornando-se escorregadios e consequentemente perigosos. abrangendo cerca de 35 mil espécies
Para os especialistas, a pedra brita é a mais indicada, já que absorve a água das catalogadas, sem contar os inúmeros
regas, ajudando a manter a umidade ambiente, e dificulta o surgimento de pragas e híbridos produzidos em laboratório. Logo,
doenças. “Utilizando uma manta de forração sob elas, evita-se que a terra suba em dias há orquídáceas mais e menos exigen-
de muita chuva, ervas daninhas apareçam e pragas, como tatuzinhos e lesmas, prolife- tes. Então, para quem está começan-
rem”, orienta a colecionadora de orquídeas. do a cultivá-las, o ideal é adquirir aque-
las que requerem menos cuidados.
DISPOSIÇÃO DAS PLANTAS Norma e Eduardo Nascimento, pro-
Segundo o profissional da Detalhe Arquitetura Ambiental, para dispor os exemplares prietários do Orquidário do Sol, de Salto,
adequadamente dentro do orquidário, deve-se considerar uma quantidade de aproxi- interior de São Paulo, indicam espécies
madamente 16 vasos por metro quadrado de superfície. dos gêneros Cattleya, Dendrobium,
Ele detalha: “O excesso de recipientes pode ser prejudicial, principalmente, por pro- Laelia, Oncidium e Vanda por serem
piciar a disseminação de pragas e doenças. Por isso, deve ser respeitada uma distância resistentes e suportarem variações mais
de 5 a 10 cm entre os vasos.” Mirene confirma dizendo que o ideal é que as folhas de amplas de temperatura. Ainda segun-
uma planta não encoste nas de outra. do eles, os grupos Cymbidium,
Vale lembra que, com as orquídeas distribuídas em três níveis, haverá um melhor apro- Masdevallia, Miltonia, Lycaste e
veitamento de espaço. No entanto, a proprietária do Orquidário Oriental ressalta que Paphilopedilum devem ser evitados,
não se deve pendurá-las muito próximas ao teto, pois a temperatura é bastante eleva- pois agrupam plantas sensíveis.
da. Nem mesmo colocá-las uma embaixo da outra, evitando problemas fitossanitários. De modo geral, eles dizem que as
“Sem dúvida, é necessário conhecer bem as peculiaridades do ambiente construído orquídeas se desenvolvem melhor em
e, então, compreender como se porta em relação à luminosidade, umidade e tempe- ambientes de meia-sombra (entre 50
ratura. Com isso, pode-se adequar a disposição das plantas da forma mais adequada”, e 60%). Além disso, ressaltam que se
continua Mirene. deve evitar o excesso de água e rea-
Junto a esse conhecimento, o proprietário do Ostetto Orquídeas destaca a impor- lizar o replantio dos exemplares a cada
tância de identificar bem as peculiaridades das espécies em questão. “As necessidades dois anos. “É importante que ao adqui-
de cada planta determinarão seu ambiente de cultivo. Aquelas que apresentam carac- rir sua planta o iniciante se informe
terísticas semelhantes devem ser agrupadas, o que facilitará na manutenção.” sobre suas características a fim de res-
“As espécies do gênero Phalaenopsis, que têm folhas mais delicadas, devem ser colo- peitar as condições climáticas ade-
cadas em um lugar com incidência de sol menor e bom arejamento. Já o Dendrobium nobi- quadas”, adicionam os especialistas
le, que floresce com facilidade nos estados do Sul, só produzirá flores no Centro-Oeste se ficar do Orquidário do Sol.
exposto a sol direto, sem tela de sombreamento, durante todo o dia”, exemplifica Ostetto.
E não se esqueça: o orquidário deve ser mantido limpo, arejado e com temperaturas
agradáveis. Com isso, basta dedicação para ser presenteado com belas florações.

GÊNERO E ESPÉCIE
Em Botânica, existe uma estrutura hierárquica de classificação das plantas. E o
gênero é uma das categorias, que agrupa um conjunto de espécies (outra catego-
ria), que partilham de características similares. Sendo assim, no caso das orquídeas,
o gênero Cattleya é composto por diversas espécies, como Cattleya labiata, Cattleya
bicolor, Cattleya walkeriana, entre outras.
[1] [1]


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ESPELHO D’ÁGUA E LAGO ORNAMENTAL

Texto Renata Putinatti Fotos [1] Bruno Carvalho, [2] Caio Ferrari,
[3] Evelyn Müller, [4] Gui Morelli, [5] João Ramid, [6] Patrícia Cardoso,

[7] Tarso Figueira e [8] Tatiana Villa Ilustração AC Design

[6] Projeto paisagístico Norika Ford


Mais que um complemento
A presençA dA águA não gArAnte ApenAs hArmoniA,
mAs A formAção de um interessAnte ecossistemA

HÁ INÚMERAS MANEIRAS de tornar o espelho d’água é um elemento arquitetô- – Lagos ornamentais, de Bauru, interior paulista,
jardim mais atrativo e natural. uma delas é nico decorativo, tendo como objetivo principal esse corpo d’água também serve para ume-
explorando o potencial da água, que oferece complementar a construção e atribuir ampli- decer um determinado espaço e, embora
sensação de relaxamento e harmoniza o tude. “É utilizado para refletir o imóvel na super- possa receber plantas e peixes, não tem a
ambiente. espelhos d’água e lagos ornamen- fície da água, podendo ter bicos e finalidade de abrigar seres vivos, mas de agre-
tais são ótimas opções para isso e, ao contrário fontes para alcançar um efeito mais intenso. gar ainda mais beleza à arquitetura.
do que parece, não requerem cuidados geralmente, é disposto em áreas sociais pa- Já o lago ornamental, além de refletir o
demasiados. ra proporcionar bem-estar”, define carlos entorno, conta com equipamentos especiais
É importante entender que esses dois re- favale, diretor da ecovalle Lagos ornamen- de filtragem que lhe permite ter vida. por isso,
cursos são semelhantes, mas desempenham tais, de são paulo, sp. normalmente está envolvido em um microclima
papéis totalmente diferentes e seus concei- de acordo com guy retz godoy dos san- composto por vegetação e peixes, de-sem-
tos são bastante distintos. tos, engenheiro agrônomo e diretor da ecosys penhando uma função biológica.
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PLANEJANDO UM etileno-propileno-dieno), especialmente for- futuro as paredes cedam ou aconteça o rom-
LAGO ORNAMENTAL mulada para não interferir na saúde de peixes, pimento da manta de impermeabilização,
existem dois tipos de lago ornamental: formal plantas e outras formas de vida. Bem co-mo provocando vazamento. “As paredes devem
e informal (também conhecido como liner). o apresenta grande resistência à radiação uV e ser revestidas com argamassa de cimento e
primeiro tem traçado geométrico, ou seja, ao envelhecimento em consequência da alte- areia na forma lisa e desempenada para de-
redondo, retangular e quadrado. o outro tem ração de temperatura, pré-requisito básico pois receberem a cobertura impermeável”,
formato orgânico, sendo irregular, sinuoso e para as margens, onde a linha d’água varia, explica o profissional da ecovalle.
sem delineamento evidente, aproximando-se expondo a manta”, detalha favale. para esse tipo de estrutura, santos reco-
aos encontrados na natureza. “o desenho da o engenheiro agrônomo e diretor da ecosys menda cimento polimérico, que não tem resina
estrutura é essencial para definir os materiais acrescenta outras possibilidades de materiais tóxica e não prejudicará as plantas e os peixes.
utilizados na sua construção”, comenta santos. impermeabilizantes. “A geomembrana de “pode-se fazer a impermeabilização com manta
Antes de implantá-lo, é preciso analisar o epdm é a mais utilizada no mundo, mas tem asfáltica – a mesma aplicada em vasos – ou
local, evitando colocá-lo sob árvores, pois as um custo alto. em contrapartida, possui boa com borracha de poliuretano.”
folhas e os galhos que caem mudam a colo- flexibilidade (importante característica para o há várias opções de acabamento, desde
ração da água e as raízes podem danificá-lo. manuseio), excelente durabilidade, com garan- revestir o fundo e as laterais com pedra, pastilha,
É recomendado mantê-lo distante da residên- tia de 20 anos, e fácil aplicação. Já a peAd granito ou mesmo cimento não-tóxico, até
cia, porque se houver vazamento, causará (polietileno de Alta densidade), tem valor aces- conservar a manta impermeabilizante
estragos sérios ao imóvel. A área ao redor deve sível, boa durabilidade, pouca maleabilidade nua. Luiz carlos duarte Botelho, diretor da
estar livre de tubulações e ser afastada de e difícil aplicação, sendo empregada apenas empresa Western pools, de cajamar, sp, fala
telhados, pois, quando chove, a água es-coada em lagos de grande porte, porque as emendas sobre a versatilidade das pedras artificiais. “são
para o lago é suja, podendo contaminá-lo. desse material são realizadas com sopradores leves e carregáveis. na hora da montagem é
Ainda é preciso prever pontos de água, dre- especiais, agregando uma despesa bastante possível movê-las até encontrar uma posição
nagem e energia nas proximidades. onerosa com mão de obra. também é possível adequada e não degradam a natureza.”
Após definir o lugar, são iniciadas as etapas usar vinil ou pVc atóxico, que conta com boa As dimensões do lago dependerão do seu
da construção. “no caso da execução dire- flexibilidade, soldas simples e baixa durabilidade, uso. se a ideia é constituir um microclima com
tamente no solo – chamada de autoportante pois, com o tempo, perde a maleabilidade e peixes e plantas, é melhor construí-lo com, no
–, são realizadas as demarcações das bordas pode rasgar. Além disso, gera passivo ambiental, mínimo, 2 x 1 m. Quanto à profundidade, não
para, posteriormente, começar a escavar. A porque sua produção é feita com material clo- deve ser inferior a 50 cm para não sofrer osci-
seguir, com o buraco aberto e moldado, a rado.” lações bruscas de temperatura, podendo
montagem começa com a aplicação da man- no entanto, se a opção for pelo lago de prejudicar a vida existente nele, e ainda fa-
ta impermeabilizante ancorada pelas laterais alvenaria, depois da escavação, executa-se vorecer o ataque de predadores de peixes,
em cavas feitas na própria terra. indico o uso a alvenaria lateral a partir de uma base firme como pássaros. essa também é uma medida
da geomembrana de epdm (ou borracha – de laje, por exemplo – para impedir que no segura para quem tem criança.
[5] Projeto paisagístico Gilberto Elkis
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o profissional da ecosys acredita que en- depois de finalizar a implantação, é fun-
tre 70 e 80 cm de profundidade seja o mais damental conservar o lago adequadamente.
interessante, pois proporciona um efeito esté- segundo caio Bianco, proprietário da empresa
tico muito bonito. “Acima de 1 m não é acon- cubos – Lagos ornamentais, da capital paulista,
selhado para projetos residenciais, pois o todos os dias é necessário alimentar três vezes
gasto com manutenção é maior e não há os peixes em quantidade suficiente pa-ra o
ganho ornamental”, destaca. consumo em até cinco minutos e recolher as
É muito comum agregar cascata. sua pre- folhas que caem de árvores. uma vez por sema-
sença contribui para a beleza e auxilia na na é preciso limpar as espumas de filtragem e
oxigenação da água – mas não substitui as das bombas para que o processo me-cânico
bombas. para compor um conjunto harmô- não fique saturado e perca sua função de reter
nico, é fundamental seguir algumas dicas. sujeiras. “A troca parcial de água é essencial
“deve-se respeitar a proporcionalidade, isto uma vez por mês e somente em lagos com
é, ela precisa ter 1/3 da menor dimensão do menos de 5 mil l e, mesmo assim, apenas 20%
lago. dessa forma, se ele possui 2 x 3 m, a cas- do seu volume”, ensina, complementando que,
cata não pode ser mais alta do que 60 cm”, quando o sistema de filtro está correto e o lago
calcula o engenheiro agrônomo e diretor. equilibrado, é dispensável a troca parcial do
se essa regra não for obedecida, haverá líquido, sendo necessário somente completar
intenso turbilhamento, não sendo possível o que foi evaporado.
observar os peixes, a água respingará para o diretor da ecovalle recomenda a uti-
fora, podendo encharcar demasiadamente lização de sistema autolimpante, o qual não
as plantas ao redor, e ainda causará vertigem precisa assear as paredes ou trocar a água.
nas pessoas que contemplam a estrutura. sua “nesta técnica, as carpas têm papel funda-
queda d’água não pode ser direta no lago. mental na manutenção, pois, como são pei-
o ideal é o líquido escorrer pelas pedras para xes de terra, movimentam-se constantemente
amenizar o barulho, tornando-se prazeroso e no fundo, fazendo com que a sujeira seja
relaxante. “em relação ao formato, sugiro levada para o filtro. Assim, a manutenção
[8] Projeto paisagístico Ecovalle

usar poucas pedras, porém, de tamanho deve ser feita no equipamento e não no
grande para evitar o aspecto de amontoa- lago, evitando problemas de saúde para as
mento”, diz favale. carpas”, elucida.
[2] Projeto paisagístico Alexandre Furcolin

[2] Projeto paisagístico Alexandre Furcolin


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PLANEJANDO implantação seguem algumas regras do
UM ESPELHO D’ÁGUA

[4] Projeto paisagístico Alexandre Galhego


lago ornamental, ou seja, evitar proximidade
o espelho d’água, geralmente, tem for- com árvores que perdem folhas e galhos
mato geométrico, sendo revestido por pas- facilmente ou que apresentam raízes agres-
tilha ou pintura, de preferência, de tonali- sivas e prever pontos de drenagem, energia
dade escura para desempenhar a função elétrica e água nas proximidades.
de espelho, ou seja, refletir a arquitetura. Bergamasco comenta que sua implan-
de acordo com celso Bergamasco, en- tação é bastante simples. “pode ser feita
genheiro civil e paisagista da calux Jardins, com fundo e paredes de concreto ou em
de são paulo, sp, não existe uma localização chão de concreto e laterais de alvenaria,
pré-definida para essa estrutura. “pode ser sendo que a primeira opção proporciona
uma peça central, um elemento de foco maior durabilidade”, revela. depois, é fun-
ou um complemento, talvez até escondido damental impermeabilizar e aplicar o aca-
para ser descoberto conforme se passeia bamento com os revestimentos menciona-
pelo jardim. seu posicionamento depende dos anteriormente.
da intenção desejada”, afirma. o tratamento da água depende da fun-
mas o profissional da ecosys lembra que, ção exercida pela estrutura. se a ideia é ofe-
por se tratar de um recurso que reproduz a recer movimento, o engenheiro civil e pai-
arquitetura, deve ser proporcional a ela. sagista indica realizar bombeamento, retor-
“existe uma escala que precisa ser obede- nando o líquido por meio de bica, cascata
cida, caso contrário, pode ficar parecido ou mesmo pontos submersos. entretan-to, se
com um lavapé”, brinca. a proposta é apenas refletir, deve-se manter
Além da preocupação com as dimen- a água estática. “neste caso, é necessário
sões balanceadas, é aconselhado que seu tratamento com cloro, como uma piscina,
traçado acompanhe o desenho da área e não pode incluir plantas”, avisa.
verde para garantir harmonia ao ambiente. sua manutenção não apresenta dificul-
“como é preenchido por uma lâmina dade, basta realizar limpeza periódica para
d’água, sua profundidade deve estar entre conservar a qualidade da água e evitar a
15 e 20 cm”, acrescenta Bergamasco. proliferação de larvas de mosquitos, como
os cuidados com a escolha do local de o da dengue.
[4] Projeto paisagístico Alexandre Galhego

[7] Projeto paisagístico Luiz Vieira


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EQUIPAMENTOS
normalmente, nos lagos ornamentais
são utilizados três tipos de equipamentos de
filtragem: bomba, filtro mecânico/biológico
e esterilizador uV. segundo Bianco, a bomba
capta a água e a faz circular nos filtros. “isso

[3] Projeto paisagístico Rodolfo Geiser e Christiane Ribeiro


não é aleatório, deve seguir uma análise
prévia para determinar a vazão necessária
para o sistema funcionar corretamente”,
esclarece.
o filtro mecânico/biológico remove as
partículas de sujeira e as toxinas. sua parte
mecânica contém espumas especiais que
retêm resíduos de diferentes tamanhos, e a
PEIXES E ÁGUA biológica, que acontece por meio de bac-
carpa, kinguio, espada, plati, molinésia e cascudo são algumas espécies de peixes térias invisíveis a olho nu, transforma a amônia
que se adaptam muito bem ao lago ornamental. para garantir sua saúde, é fundamental em nitrito e, posteriormente, em nitrato. “A
construir a estrutura com produtos atóxicos, manter a boa qualidade da água e utilizar matéria orgânica da água (folhas, fezes e
bombas apropriadas, já que o temporizador (ou timer) os deixa debilitados. urina dos peixes, animais mortos, resto de
A água deve ter ph neutro, entre 6,5 e 7,5, sendo que o teste é feito com um medidor ração, entre outros) se converte em amônia,
vendido em lojas de piscina, aquarismo e jardinagem. É importante tratá-la antes de que é altamente tóxica para os peixes, pre-
introduzir os “moradores”. “como o líquido da torneira contém flúor, cloro e outros cisando ser extraída”, lembra. Já o esterilizador
elementos danosos a eles, é preciso ajustar o ph e adicionar condicionador de água uV elimina as algas verdes que ficam suspensas
– que sequestra todos os metais pesados. Após dois ou três dias, pode-se colocar os e ajuda a evitar doenças na água.
peixes”, ensina o profissional da ecosys. o profissional assegura que existem bom-
A quantidade ideal de animais é de 40 cm de peixe por metro quadrado de bas fabricadas especificamente para lagos
superfície. “esteticamente fica bonito e se faltar energia elétrica – já que o oxigênio é ornamentais, sendo tanto submersas como
fornecido por meio do bombeamento – eles não morrerão”, assegura. externas. “elas possuem características es-
Além disso, fornecer ração de alto potencial digestivo diminui sua excreção e, con- peciais e podem funcionar 24 horas por dia
sequentemente, mantém a água mais limpa. “dependendo da população, ela é sem interrupção, além de não fazer barulho
apenas complementar, porque eles também se alimentam de algas e insetos que e consumir pouca energia. A potência pode
caem no tanque”, afirma santos. mas, se estiverem emagrecendo, com o corpo afinado variar de 40 a mais de 600 watts, dependendo
e a cabeça grande, significa que podem estar passando fome. do tamanho da estrutura, mas, as mais utili-
Ao adquirir novos “habitantes”, é necessário escolher uma loja que conserva a zadas ficam entre 80 e 200 watts.”
água limpa e todos os peixes vivos, além de observá-los nadar e se o comportamento há quem arrisca usar equipamento de
é natural, sem cambalear, e com as nadadeiras abertas. Ainda vale verificar se es-tão piscina, sobretudo, porque são atraídos pelo
livres de parasitas nas nadadeiras e jogar comida para avaliar se estão ativos. exemplares preço. porém, como diz o ditado, o barato
boquejando na superfície, nos cantos ou no fundo podem estar doentes. pode sair caro. seu consumo de energia é
são inúmeros os males que os atacam, porém, o mais comum é um fungo semelhante bem maior e, como deve ficar ligado o dia
a pequenos tufos de algodão. neste caso, é prudente separar o animal infestado dos todo, o dinheiro economizado na aquisição
demais e tratá-lo sob orientação de um especialista. do produto será gasto na conta de energia
embora em cativeiro, costumam se reproduzir, sendo normal comerem os ovos e elétrica. outros problemas são o barulho e
até mesmo os alevinos (filhotes). por isso, pode ser prudente separá-los. durante essa o entupimento. “sem a correta filtragem, a
seleção, são comidos os alevinos que se tornariam adultos bonitos e vistosos. está aí a água fica escura, suja, com aspecto pesado
explicação para o fato de que, normalmente, os peixes que nascem em lagos ornamentais e com mau cheiro. Além disso, reduz a expec-
não têm a mesma beleza daqueles comprados em lojas especializadas. tativa de vida dos peixes”, pondera o pro-
prietário da cubos – Lagos ornamentais.


84-89 Espelhos d'Água e Lagos Ornamentais.qxp_GJardinagem 14/10/15 09:52 Página 89

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ÁGUA
LIMPA
rALo
espeLho soBe
d’águA
ponto de
AspirAdor

rALo
de fundo

ALimentAção
piscinA
retorno

[8] Projeto paisagístico Fernanda Vida


motor

fiLtro

ILUMINAÇÃO
com um projeto luminotécnico bem planejado, lagos e espelhos d’água se
tornam destaques no jardim. existem opções subaquáticas e no entorno da estrutura.
retorno
sAídA “para a primeira, devem ser usadas lâmpadas dicroicas de 50 watts ou Ar 111 de
pArA ruA
100 watts que, obrigatoriamente, precisam ter tensão de 12 volts. Já as luminárias
necessitam ser blindadas para não entrar água e ter cabo de silicone, pois outros
As bombas de circulação de água para espelho d’água
evitam odores indesejados e proliferação de insetos. A ins-
materiais podem ressecar e causar infiltração”, indica o diretor da ecovalle.
talação deve ser feita em lugar que permita a ventilação A quantidade de lâmpadas depende do tamanho da estrutura, porém, é impor-
do equipamento e seu isolamento acústico, já que o motor
produz ruído. tante que os pontos iluminados formem um desenho em ziguezague, semelhante à
letra Z. “para as de dimensão menor (até 20 m2), usam-se luminárias de 50 watts; nas
maiores, as Ar 111 de 100 watts”, aconselha o profissional. em projetos subaquáticos,
as luminárias são encaixadas entre as pedras ou dispostas no fundo com pedras por
cima para não machucar os peixes.
Vale ressaltar que esse recurso não causa danos à fauna e à flora existente no
Divulgação/Cubos

tanque. na dúvida sobre o bem-estar dos animais, débora gianotti, arquiteta paisagista,
da cubos Lagos ornamentais, o filtro uV para lagos está
disponível nas potências 9W, 16W, 36W, 60W e 95W e apresenta de cotia, sp, recomenda colocar plantas aquáticas flutuantes, como alface d’água
Visor cristalclear 360 que permite a visualização do funcio-
namento da lâmpada em qualquer posição de instalação. (Pistia stratiotes) e salvínia (Salvinia minima), para fazer áreas de sombra.
A garantia é de 10 anos no corpo do equipamento.
não é aconselhada a iluminação subaquática em espelhos d’água, pois perdem
a função de refletor do ambiente ao redor, podendo ser colocados pontos de luz
[1] Projeto paisagístico Adriana Fonseca

apenas na sua proximidade. A arquiteta paisagista recomenda lâmpadas de mul-


tivapores metálicos. “A instalação de equipamentos com luz difusa sobre o es-pelho
d’água confere homogeneidade. mas é preciso atenção ao direcioná-la, assegurando
conforto visual”, alerta.
no entorno das estruturas ainda podem ser empregados balizadores, arandelas,
spots, entre outros, com lâmpadas pAr 20 e pAr 38, que contêm facho de luz de 30º
com distribuição uniforme.
durante a execução do projeto luminotécnico é fundamental contar com o
trabalho de um profissional especializado e nunca deixar emendas de fios próximas
à borda ou à água. “deve-se fazer a tubulação para alimentação elétrica deixando
chumbada na face interna da parede de concreto uma luva de duas polegadas
de pVc rosqueável. A luva deve ficar faceada ao concreto independentemente
do revestimento aplicado”, detalha a arquiteta paisagista.
90-93 Plantas Aquáticas_GJardinagem 19/08/14 09:34 Page 90

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PLANTAS AQUÁTICAS • •
Texto Fernanda Oliveira Edição Camila Toledo Fotos [1] Marcus Mendonça,

[2] Patrícia Cardoso, [3] Tarso Figueira e [4] Tatiana Villa Ilustração Ricardo Dantas

Até na
Água GARANTA A PRESENÇA
DO VERDE EM ESPELHOS
D’ÁGUA E LAGOS
ORNAMENTAIS
90-93 Plantas Aquáticas_GJardinagem 19/08/14 09:34 Page 91

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EM JARDINS, O ELEMENTO ÁGUA é sem- em espelhos d’água e lagos ornamentais. AQUÁTICAS NO JARDIM
pre bem-vindo, seja por meio de espelhos As flutuantes não precisam ser planta- Além das características das espécies
d’água ou lagos ornamentais. O verde jun- das no solo ou em qualquer substrato. e das condições climáticas do ambiente,
to a essas estruturas só vem a agregar mais Reduzem a incidência solar direta na água, deve-se considerar as proporções do local
beleza. Basta escolher as espécies de sua ajudando no controle de algas. Reproduzem- de cultivo. “É claro que quanto maior o
preferência dentre a grande variedade de se livremente e, muitas vezes, precisam ser meio, maiores serão as possibilidades de
plantas aquáticas existentes. removidas para evitar uma quantidade inde- apostar na diversidade de plantas”, diz a
Naturais de lagos, brejos e rios, quando sejada de exemplares. professora da UFPR.
usadas adequadamente, criam verdadei- Aguapé (Eichhornia crassipes), alface- E ainda destaca a importância da lar-
ros microecossistemas. Afinal, muitas vezes, d’água (Pistia stratiotes), papoula-d’água gura e profundidade do espaço. “A ninfeia,
dividem o espaço com peixes, além de a- (Hydrocleis nymphoides) e salvínia (Salvinia por exemplo, dificilmente se desenvolve em
traírem a visita de pássaros e insetos, como natans) são exemplos de espécies flutuan- lagos com menos de 50 cm de profundida-
abelhas e borboletas, que, nesse ambien- tes. Vale lembrar que essas plantas, que não de. Já a vitória-régia, devido ao tamanho
te, conseguem alimento, saciam a sede e necessitam de qualquer fixação, preferem de suas folhas (entre 1 e 2 m de diâmetro),
obtêm abrigo. ambientes com águas calmas. exige locais amplos.”
Também é uma forma de garantir con- As submersas precisam ser cultivadas Para não ter as estruturas completamente
tinuidade ao verde. Assim, as estruturas com em solo, nunca emergindo da água. Assim tomadas pelas plantas, é recomendado cui-
água, que são elementos diferenciados e como as flutuantes, também controlam o sur- dado com aquelas tidas como invasoras.
até mesmo de destaque no jardim, são gimento de algas. Entre elas estão cabomba Elas precisam ser bem controladas para não
trabalhadas de forma harmônica com to- (Cabomba caroliniana), elódea (Elodea cana- suprimir as demais e não tornar a água pobre
do o espaço. densis), pinheirinho-d’água (Myriophyllum em oxigênio e luminosidade. “Por outro lado,
Mas para obter um bom resultado, é pre- brasiliensis) e valisnéria (Vallisneria spiralis). são altamente atrativas por serem bastan-
ciso considerar as características do local e Daniela afirma que, a princípio, as emer- te rústicas e terem capacidade de limpar a
as espécies mais apropriadas às condições gentes apresentam suas folhas e seus cau- água poluída.”
encontradas. O ideal, como acontece com les submersos, que emergem posteriormen- No caso de associação de outras for-
outras plantas, é cultivá-las em ambientes te. Enquanto suas flores permanecem sem- mas de vida no mesmo ambiente, como
semelhantes às de seu habitat. pre aéreas. Chapéu-de-couro (Echinodorus peixes, pode-se apostar em espécies vege-
“Por pertencerem a diversas famílias tenellus), lótus (Nelumbo nucifera), ninfeia tais mais específicas que oferecem abrigo
botânicas, possuem diferentes necessida- (Nymphaea spp) e vitória-régia (Victoria e sombra. Nesse caso, Daniela sugere mus-
des e preferências. Há espécies para inú- regia) são algumas delas. go-d’água (Fontinalis antipyretica), ponte-
meras situações, como pouca ou muita luz, Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium), déria (Potamogeton crispus), rabo-de-rapo-
baixa ou alta temperatura, água limpa ou papiro (Cyperus giganteus), taboa (Typha sa (Ceratophyllum demersum) e violeta-
poluída, plantio com ou sem substrato, cul- domingensis) e sagitária (Sagittaria latifolia) d’água (Hottonia palustris).
tivo em recipientes pequenos ou grandes, são classificadas como palustres por cres- Vale lembrar também que muitos pei-
diretamente na água ou em lugares enchar- cerem em lugares pantanosos ou mesmo nas xes se alimentam de plantas aquáticas.
cados”, explica Daniela Biondi, professora margens de lagos, brejos e rios, sempre com Por isso, recomenda-se colocar no ambien-
da Universidade Federal do Paraná (UFPR), plantio em solos extremamente úmidos. te apenas espécies carnívoras, como lam-
de Curitiba, PR. Ainda há uma classificação quanto à bari e piraputanga, junto à vegetação.
[2] Projeto paisagístico Alexandre Furcolin Foto Patrícia Cardoso

necessidade de luminosidade: espécies de Assim, cria-se um microecossistema equi-


CULTIVOS DIFERENCIADOS pleno sol e meia-sombra. As floríferas preci- librado que ainda pode ser atrativo para
Flutuantes, submersas, emergentes e sam de, no mínimo, cinco horas diárias de outros seres vivos.
palustres (ou de bordas). Dessa forma, as luz direta, como a ninfeia e a vitória-régia. Não se deve esquecer que as plantas
plantas aquáticas são classificadas, consi- Enquanto a maioria das folhosas, por exem- em qualquer meio aquático garantem viva-
derando algumas de suas particularidades plo, sombrinha-chinesa (Cyperus alternifo- cidade e essa combinação geralmente
de cultivo. Conhecê-las é de fundamental lius) e junco (Juncus effusus), aprecia ambien- atrai muitos animais silvestres”, enfatiza a
importância para atingir o efeito desejado tes de meia-sombra. professora da UFPR.


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ESPÉCIES ADEQUADAS PARA AMBIENTES AQUÁTICOS
1 - CHAPÉU-DE-COURO
1 6
[4] [4]

O chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus) é ori-


ginário do Brasil. Apresentando flores brancas em
grande quantidade, atinge em média 1,5 m de altu-
ra. Deve ser cultivado a pleno sol em locais de cli-
ma quente e úmido

2 - PAPIRO
Muito ornamental, o papiro (Cyperus giganteus) é
nativo dos brejos do Sudeste do Brasil. Possui nume-
rosas hastes firmes, mais ou menos triangulares e
de medula macia, tendo na extremidade uma
cabeleira de folhas finas pendentes.

2 3 - SALVÍNIA 7
[4] [4]

Planta aquática flutuante, a salvínia (Salvinia natans)


deve ser cultivada a pleno sol. É preciso cuidado
pois se multiplica rapidamente e pode se alastrar.
Daí a necessidade de ser removida periodicamen-
te. Suas folhas são pequenas, ovais e sulcadas.

4 - SOMBRINHA-CHINESA
A sombrinha-chinesa (Cyperus alternifolius) tem ori-
gem em Madagascar. Podendo atingir 1,10 m de
altura, apresenta folhas verde-brilhantes. Deve ser
plantada em locais bastante úmidos e brejosos em
grupos, renques ou isoladamente.

3 5 - NINFEIA 8
[4] [4]

As folhas da ninfeia (Nymphaea sp) são grandes, flu-


tuantes, arredondadas, com um recorte na base e
sustentadas por um longo pecíolo que as expõem
na superfície da água. Essas estruturas desaparecem
durante o Inverno. As flores são vistosas e flutuantes.

6 - AGUAPÉ
Nativa da América Tropical, o aguapé (Eichhornia
crassipes) é uma flutuante que pode chegar a
50 cm de altura. Possui inflorescência em espiga
com flores azuis, que se formam no Verão. Os pei-
xes usam suas raízes para desova.

4 9
[3] [2]

7 - MURERÉ
Com flores violeta-arroxeadas e folhas espessas,
surgidas da base da planta, a mureré (Pontederia
cordata) é adequada para formação de maci-
ços à beira de lagos. Não tolera frio e se multipli-
ca por sementes ou divisão de touceira.

8 - SAGITÁRIA
Originária dos Estados Unidos, a sagitária (Sagittaria
montevidensis) é encontrada em margens de bre-
jos e lagos. Podendo atingir até 1 m de altura, apre-
senta flores brancas e amarelas. Aprecia locais úmi-
dos e a pleno sol.

5 10
[4] [4]

9 - VITÓRIA-RÉGIA
Originária do Norte do Brasil, da Bolívia e das Guianas,
a vitória-régia (Victoria amazonica) tem flores per-
fumadas, a princípio brancas e depois róseas. As fo-
lhas são gigantes e flutuantes, com margens eleva-
das e avermelhadas. É muito sensível ao frio.

10 - ALFACE-D’ÁGUA
De hábito flutuante, o alface-d’água (Pistia stratio-
tes) possui folhas aveludadas, sulcadas e formando
rosetas com raízes pendentes. Oriunda da América
Tropical, inclusive do Brasil, não tolera as baixas tem-
peraturas do Inverno.
90-93 Plantas Aquáticas_GJardinagem 19/08/14 09:35 Page 93

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MANUTENÇÃO “Retire algas que tenham crescimento Para a manutenção adequada, é reco-
É importante manter a qualidade da denso e emaranhado, pois podem cobrir toda mendado o uso de bombas para a circula-
água. Ela deve estar livre de cloro e com a superfície da água. Para evitar sua prolife- ção da água. Com isso, não há necessida-
temperaturas entre 20 e 25oC, para que não ração, use plantas flutuantes e emergentes, de de esvaziar os espelhos d’água e lagos
haja prejuízo ao bom desenvolvimento tan- pois suas folhas ajudarão a fornecer sombra, ornamentais periodicamente. Áreas muito
to da vegetação quanto da possível fauna evitando seu surgimento”, orienta Daniela. grandes só devem ser esgotadas comple-
existente no local. No caso de estruturas com peixes, é tamente após dez anos, exceto se houver
Ainda de acordo com a profissional, é necessário cuidado com sua reprodução, algum problema sério de vazamento ou con-
aconselhável que espelhos d’água e lagos o que pode aumentar muito a quantidade taminação antes desse período.
artificiais com plantas aquáticas sejam lim- de indivíduos no espaço reduzido. “Seus Mas não é preciso se preocupar, as aquá-
pos pelo menos uma vez por ano, assim, é excrementos contêm nitrogênio, cujo exces- ticas são plantas que precisam de baixa manu-
possível assegurar o equilíbrio e a saúde do so pode provocar um aumento de algas”, tenção, exigindo cuidados simples, já que se
microecossistema. adiciona a professora da UFPR. trata de espécies bastante adaptáveis.

[1]

PLANTIO DE AQUÁTICAS
Aprenda a plantar aquáticas submersas que necessitam de fixação no solo. Lembre-se de que a maioria das plantas
aquáticas aprecia águas calmas, ou seja, sem movimentos bruscos de cascatas e quedas d’água, por exemplo.

MATERIAIS: vaso de 40 x 40 cm de borda larga de cerâmica ou plástico, substrato orgânico, terra argilosa, adubo termofosforado
e micronutrientes, tanque de 60 cm de profundidade, água suficiente para encher o tanque e mudas de plantas aquáticas
Projeto paisagístico Botânica Reino Vegetal Foto Hamilton Penna

Encha o vaso com Corrija o pH, Cubro-o com a mistura Encha com água Já no caso das
metade de terra argilosa adicionando calcário, de terra. Vale ressaltar o tanque de 60 cm de espécies emergentes,
e de substrato orgânico. caso seja necessário, que em cada recipiente profundidade e, então, por exemplo, o papiro
Em seguida, misture e acrescente adubo pode abrigar de três submirja o vaso até o (Cyperus giganteus),
1 esses materiais.
2 termofosforado mais
3 a quatro mudas. Sobre
4 fundo da estrutura. Para
5 é preciso colocar um
Também pode ser micronutrientes. Faça a superfície do vaso, as submersas de folhas calço embaixo do vaso,
usada uma bacia, um buraco fundo e intro- coloque uma camada flutuantes, deve-se deixar como tijolos ou pedras,
desde que respeitando duza os rizomas de cascalho ou pedra 20 cm de distância para elevá-lo e
a medida e os materiais das mudas das plantas brita para facilitar a entre a lâmina d’água diminuir a distância
indicados aquáticas acomodação da terra e a borda do vaso da lâmina d’água


94-97 Iluminacao Artificial_GJardinagem 19/08/14 09:39 Page 94

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ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL Texto Fernanda Oliveira • Fotos [1] Gui Morelli e [2] Tarso Figueira • Ilustração Ricardo Dantas

Realce

[2] Projeto paisagístico Parnaso Jardim


A ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL REVELA
UM VISUAL DIFERENCIADO DO JARDIM

O COLORIDO E AS FORMAS de um jardim tivo estiver pronto. Durante a execução, péries”, detalha a profissional mineira.
são evidenciados em belos dias de sol e céu deve-se começar sua implantação ainda Conceitualmente, a iluminação artificial
azul. No entanto, há uma beleza diferente que na fase de escavação. A previsão de espa- deve acompanhar toda a linha e formato do
se esconde à noite. Ela pode ser revelada e ços para tubulações, passagens para fios, paisagismo. “Um jardim clássico precisa ser ilu-
destacada por meio da iluminação artificial. bases de sustentação (no caso dos pos- minado de forma simétrica e sem ousadia. Já
“Um recurso que apresenta papel importante, tes), localização dos painéis de controle, em um espaço contemporâneo pode ser mais
criando cenários com focos diferentes daque- entre outros, é muito importante”, informa arrojada e solta, com efeitos variados”, afirma
les que se destacam durante o dia”, confirma Isabela Conrado, designer e paisagista, da Lucia. Portanto, cada estilo pede uma ilumi-
Lucia Borges Dias, professora de paisagismo e capital baiana. nação específica, lembrando que se deve
paisagista, de Belo Horizonte, MG. Tanto o projeto como a instalação é res- considerar também a arquitetura do local.
Para garanti-lo na área verde, não existe ponsabilidade de profissionais especializa-
necessariamente um tamanho mínimo defi- dos. “A fiação subterrânea deve estar den- OUTROS ASPECTOS TÉCNICOS
nido. Até mesmo vasos, cahepôs e jardineiras tro de condutores específicos de eletricida- As lâmpadas comumente utilizadas em
podem recebê-lo. Na verdade, o planeja- de. Normalmente, são de PVC. Os fios mais iluminação externa são as de vapor de sódio,
mento depende, exclusivamente, do efeito adequados são os plastichumbos, pois são halógenas, fluorescentes e incandescentes
desejado e das necessidades do ambiente mais resistentes. Eles devem ser enterrados (veja mais detalhes na página seguinte).
que receberá a iluminação artificial. entre 20 e 30 cm de profundidade para não “Porém, as conhecidas como PAR 20 e
A fim de evitar transtornos, ela deve sofrerem danos durante as futuras manuten- PAR 38 são as mais frequentes, pois podem
constar no projeto inicial do jardim. “É reco- ções da área verde. Além disso, as luminárias permanecer expostas ao tempo”, acrescenta
mendável inseri-la quando o layout defini- precisam ser bem fechadas, resistindo a intem- a paisagista mineira.
94-97 Iluminacao Artificial_GJardinagem 21/08/14 16:35 Page 95

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Atualmente, estão começando a ser mais mente em regiões praianas devido à mare-
empregadas as lâmpadas LED, pois, apesar sia. Neste caso, é indicado adquirir as de alu-
de apresentarem preços consideravelmen- mínio, pois não terão esse problema”, orien-
te mais elevados, são bastante econômicas ta a profissional baiana.
e possuem alta durabilidade. O custo inicial Lucia lembra ainda a importância de seu
é maior, mas a economia gerada acaba posicionamento. “É primordial respeitar as dis-
compensando com o passar do tempo. tâncias mínimas. Uma planta ou um objeto
A escolha depende do tipo de luminá- iluminado por spots com lâmpada PAR deve
ria que será utilizada, além de outros as- estar posicionado a uma distância de 1/3 de

TIPOS DE LÂMPADAS
pectos técnicos. Postes, arandelas, holofo- sua altura. Os postes e as arandelas de pare-
tes, spots, refletores, espetos, balizadores, de devem ter uma altura mínima de 1,80 m
entre outros, são frequentemente usados para não ofuscar os olhos das pessoas. En- HALÓGENA: apresenta 100 de IRC e
em áreas externas. quanto para evitar a queima de folhas, lâm- até 2 mil horas de tempo de vida.
Vale lembrar que tanto a lâmpada padas e vegetação devem ficar mais de 60 Gasta mais energia, mas oferece maior
quanto a luminária proporciona um efeito cm afastadas uma da outra”, orienta. potência luminosa. Sua tonalidade de
distinto. Por isso, para ter uma combina- Erros relacionados a esse aspecto podem iluminação é branca e amarela.
ção adequada estética e funcionalmente, causar problemas no jardim, além de criar FLUORESCENTE: possui de 60 a 90 de
deve-se pensar no resultado desejado. O perigos para os usuários. Isabela usa como IRC (Índice de Reprodução de Cores)
mais indicado é sempre procurar um pro- exemplo áreas verdes projetadas para crian- e 12 mil horas de tempo de vida. É
fissional especializado. ças. De acordo com ela, espetos com lâm- limitada por baixa potência.
“O material dos equipamentos deve ser padas PAR não são bem-vindos, pois podem Apresenta tonalidade de iluminação
resistente às condições climáticas do local ocasionar queimaduras. O ideal é utilizar branca e amarela.
onde ficarão expostos. Por exemplo, peças lâmpadas frias e luminárias blindadas embu- PAR: apresenta 100 de IRC e média
de ferro ou aço poderão enferrujar facil- tidas no solo. de 6 mil horas de tempo de vida. É
uma lâmpada refletora, com preci-
so facho de luz, muito brilho e defi-
nição. Possui diversas cores na tona-
Destacando diferentes elementos, como
vasos e espécies vegetais, a iluminação arti- lidade de iluminação amarela. Nas
ficial cria um ambiente aconchegante e
sobretudo charmoso
versões: halógenas e LED. Utilizada em
jardins e fachadas.
LED: possui 80 de IRC e vida útil média
de 25 mil horas. É recomendada para
vegetações rasteiras. Tem diversas
tonalidades de cores.
VAPOR DE SÓDIO: possui 23 de IRC e
média de vida útil de 16 mil horas.
Emitem luz monocromática que valo-
rizam alguns tipos de vegetação e
afastam os insetos; além disso, contri-
buem para a iluminação de cercas-
vivas, próximas às árvores, valorizan-
do texturas.
INCANDESCENTE: em desuso devido
[1] Projeto paisagístico Roberto Sá

à baixa eficiência energética e male-


fícios ao meio ambiente.

*Fonte: Guia oficial da OSRAM sobre iluminação no paisagismo


94-97 Iluminacao Artificial_GJardinagem 21/08/14 16:35 Page 96

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[2] Projeto paisagístico Alex Sá Gomes


Demarcando os degraus da escada e também res-
saltando o maciço de vegetação, este trecho da
casa tem iluminação com intuito estético e funcional

ESTÉTICA E FUNCIONALIDADE tamanho e volume, e também elementos copa. O direcionamento de luz fixo é ideal
Isabela diz que a iluminação artificial é diferenciados como fontes e esculturas. “No para essa situação.
funcional quando ilumina acessos, caminhos entanto, não exagere na distribuição de pon- Já plantas de médio porte e maciços
e escadas, e estética ao destacar espécies tos de iluminação. Menos é mais”, ressalta. de vegetação são sujeitos a mudanças sig-
de grande porte, como jabuticabeira A profissional baiana ainda lembra que nificativas de formato e tamanho. É indi-
(Myrciaria cauliflora) e pândano (Pandanus é fundamental identificar os trechos que per- cado o uso de um espeto fixado no solo,
utilis), e maciços e criar ambientes acon- manecerão em primeiro plano, evitando mas que apresente uma grande mobilida-
chegantes e elegantes. excessos. “Para obter o efeito desejado, é de dos fachos de luz, facilitando possíveis
Ainda segundo a designer e paisagista, importante destacar apenas alguns pontos modificações que sejam necessárias em vir-
balizadores marcam passeios, enquanto do jardim, que devem ser antecipadamen- tude do crescimento dos exemplares.
postes, arandelas e refletores abrangem te planejados para que o exagero não dis- Outro fator de extrema importância é a
toda a área verde. “O ideal é separar seus torça o visual do ambiente.” tonalidade das lâmpadas adotadas na ilu-
comandos. Para o dia a dia, a iluminação Vale enfatizar que cada um deve ser tra- minação. Isabela afirma que a coloração
geral é suficiente. Já em datas de festa, balhado individualmente, avaliando a vege- branca costuma oferecer melhor efeito esté-
pode-se optar pela pontual (de destaque). tação ou o recurso que receberá os fachos tico. No entanto, no mercado, pode-se
Separando os circuitos, criam-se diferentes de luz. Por exemplo, uma árvore deve ser encontrar uma gama maior de cores, como
efeitos e economiza-se energia.” iluminada por uma luminária embutida e verde, laranja e vermelho. Neste caso, o
Já quando o intuito é estético, a paisa- posicionada no solo com uma lâmpada de ideal é usá-las somente em ocasiões espe-
gista mineira recomenda que sejam foca - grande alcance. Este deverá ser calculado ciais, explorando-as de forma a obter um
dos exemplares vegetais, considerando seu de acordo com a distância do piso até a efeito cenográfico.
94-97 Iluminacao Artificial_GJardinagem 19/08/14 09:40 Page 97

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[1] Projeto Alfredo Kobbaz


EFEITOS LUMINOTÉCNICOS EM JARDINS
Lucia aponta exemplos de diferentes efeitos de iluminação que podem ser
explorados em jardins. Confira abaixo:

ILUMINAÇÃO DE CAMINHOS: clareia trajetos formados por passeios que facilitam


a circulação dentro da área verde.

• Minipostes: ideais para iluminar caminhos e elementos baixos, como for-


rações. Normalmente seu raio de iluminação é igual a duas vezes e meia
sua altura. Também é viável que tenham menos de 1,10 m de altura para
não incomodar os olhos.

[1] Projeto paisagístico Roberto Sá


• Balizadores: são pontos de luz que orientam os contornos de caminhos
e canteiros. Podem ser representados com minipostes ou com luminárias
embutidas em parede. Devem ter luz fraca e dispostas, no máximo, a
40 cm do chão.

ILUMINAÇÃO FOCAL: direciona a atenção para um ponto específico do jardim,


por exemplo, arbustos, esculturas e pontos de interesse.

• Spots e refletores: indicados para criar efeitos especiais. Devem ser posi-
cionados a uma distância de 1/3 da altura do elemento a ser iluminado.
Direcionados para muros, paredes ou por trás das plantas proporcionam

[2] Projeto paisagístico Parnaso Jardim


efeitos da iluminação indireta.
• Plafons embutidos no chão: também chamados de “nautilus”, são luminá-
rias próprias para serem embutidas no chão. Criam efeitos variados e ilumi-
nam as plantas de baixo para cima, realçando as “silhuetas” das mesmas.

ILUMINAÇÃO GERAL: ilumina amplamente o local, sem destacar nenhum ponto,


assim, percebe-se o jardim como um todo.

• Postes: indicados para iluminar uma área de maneira geral. Porém, é reco-
mendável que tenham mais de 1,80 m de altura para não ofuscar a visão das

[2] Projeto paisagístico Parnaso Jardim


pessoas. As arandelas também podem ser usadas com o mesmo intuito.

ILUMINAÇÃO INDIRETA: demarca levemente o jardim sem um foco de destaque.


Normalmente colocada por trás das plantas ou direcionadas para muros ou pisos.

• Arandelas: proporcionam uma iluminação indireta, onde é possível per-


ceber o contorno do local. Porém alguns modelos, como os refletores haló-
genos, podem criar efeitos da iluminação focal.
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FORRAÇÕES Texto Fernanda Oliveira • Fotos [1] Chico Lima, [2] Edu Castello, [3] Evelyn Müller, [4] MCA Estúdio, [5] Patrícia Cardoso, [6] Tarso Figueira e [7] Tatiana Villa

Cor, textura e volume


FORRAÇÕES INCREMENTAM O VISUAL DO JARDIM! APOSTE EM
VEGETAÇÃO RASTEIRA, PEDRAS, PEDRISCOS, SEIXOS DE RIO E CASCAS DE ÁRVORES

DICONDRA DINHEIRO-EM-PENCA ESPADINHA PERIQUITO


[5] [2] [1] [3]

ESPÉCIES RASTEIRAS, pedras, pedriscos, seixos de rio e cascas de árvores são fre-
[4] Projeto paisagístico Kátia Neves

quentemente utilizados como forrações em jardins. Eles podem apresentar tanto função
estética, oferecendo melhor acabamento e definindo traçados, como funcional, prote-
gendo o solo, mantendo sua umidade e evitando o surgimento de pragas e doenças.
No caso das plantas, especificamente, Fernanda Vida, arquiteta paisagista, de São
Paulo, SP, afirma que as gramíneas são muito utilizadas, proporcionando uma bela cober-
tura, que pode se estender em um tapete verde ou compor desenhos com outras espé-
cies ou materiais.
Segundo Pedrinha Parisi, arquiteta paisagista, também da capital paulista, ao optar por
vegetação como forração, além das gramas, deve-se apostar em espécies que tenham
crescimento horizontal maior do que o vertical,
“Elas possuem a vantagem de substituir o gramado em locais em que o mesmo não se
desenvolveria adequadamente, por exemplo, áreas sombreadas, solos rochosos ou muito
úmidos e declives acentuados”, explica a profissional.
Mas para propiciar um bom desenvolvimento das forrações vegetais, é primordial ana-
lisar aspectos como luminosidade, solo, umidade e clima, garantindo, assim, que suas exi-
gências de cultivo sejam atendidas.
Pedrinha cita alguns exemplos. Rabo-de-gato (Acalypha repens) e sálvia (Salvia splen-
dens) devem ser cultivados a pleno sol. Beijo-pintado (Impatiens kawkeri) e peperômia (Pepe-
ronia carperata) são recomendados para locais de meia-sombra. Enquanto, grama-preta
(Ophiopogon japonicus) e planta-mosaico (Fitonia verchaffeltii) para áreas de sombra.
Ela ainda lembra a importância de saber se está optando por espécies perenes ou
anuais, já que as últimas exigem reposição constante, por apresentarem um ciclo de vida
curto (um ano, como a própria nomenclatura indica). Isto influenciará diretamente na
manutenção do espaço.
O uso em conjunto do líriope, da cas-
“Essas plantas agrupadas devem formar maciços que criem contrastes. Cores comple-
ca de pinus e do pedrisco em tonali-
dade clara compõe um belo desenho mentares ou opostas oferecem equilíbrio visual. Já as texturas de folhas brilhantes ou áspe-
sinuoso no jardim
ras refletem diferentes matizes de verde”, resume Pedrinha.
98-101 Forracoes_GJardinagem 19/08/14 09:27 Page 99

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FAÇA SUA ESCOLHA! trifasciata ‘Hahnii’), gota-de-orvalho (Evolvulus (Portulaca grandiflora), peperômia (Peperonia
Confira a seguir algumas espécies que pusillus), grama-amendoim (Arachys repens), carperata), periquito (Alternanthera dentata),
podem ser aplicadas como forração no jar- grama-batatais (Paspalum notatum), grama- planta-mosaico (Fitonia verchaffeltii), quares-
dim. Ajuga (Ajuga reptans), azulzinha (Evolvulus esmeralda (Zoysia japonica), grama-preta meira-rasteira (Schizocentron elegans), rabo-
glomeratus), beijo-pintado (Impatiens kawke- (Ophiopogon japonicus), grama-são-carlos de-gato (Acalypha reptans), rosa-de-pedra
ri), dedinho-de-moça (Sedum acre), dinheiro- (Axonopus compressus), hera-inglesa (Hedera (Echeveria elegans), rosinha-do-sol (Aptenia
em-penca (Pilea nummulariifolia), dicondra helix), lambari (Trandescantia zebrina), lisimá- cordifolia), sálvia (Salvia splendens) e sálvia-
(Dichondra microcalyx), espadinha (Sansevieria quia (Lysimachia congestiflora), onze-horas azul (Salvia farinaceae).

RABO-DE-GATO ROSINHA-DO-SOL SÁLVIA SÁLVIA-AZUL


[6] [3] [7] [7]

VEGETAÇÃO

[3] Projeto paisagístico Adriane Muratt


De acordo com Fernanda, ao trabalhar as espécies rasteiras como forração, pode-
se fazer inúmeras combinações. No entanto, ela ressalta que é essencial considerar, além
da estética, os fatores adequados de cultivo. Aquelas que serão agrupadas devem apre-
sentar exigências, no mínimo, similares.
No caso de ambientes que contarão também com vegetação de maior porte, é
necessário avaliar as características que agregarão a esses mesmos espaços quando
atingirem a idade adulta. Assim, é possível analisar se futuramente elas continuarão rece-
bendo as condições necessárias para sua sobrevivência.
Quanto ao plantio, deve-se inseri-las após árvores, arbustos e palmeiras (Arecaceae).
“É interessante que as forrações sejam colocadas em uma das últimas etapas de implan-
tação do jardim, pois o pisoteio do local precisa ser evitado”, complementa Fernanda.
Para recebê-las, Pedrinha diz que o solo necessita ser preparado previamente. Acon-
selha seu revolvimento em uma profundidade de cerca de 20 cm. Também é preciso
incorporar matéria orgânica e usar um corretivo de pH, como calcário, de acordo com
as preferências das espécies trabalhadas.
“O espaçamento médio adequado entre cada muda é de 20 cm. Elas devem ser
posicionadas em ziguezague, de forma que a cada conjunto de quatro se forme um
losango. Enquanto não se desenvolverem, é conveniente forrar o solo com uma cama-
da de material orgânico, como palha e casca de árvore, para prevenir a erosão e o sur-
gimento de ervas daninhas”, acrescenta a profissional.
A manutenção precisa ser cuidadosa, garantindo uma cobertura perfeita perma-
nentemente. “A poda da haste e dos ramos dos exemplares deve ser feita no início da
Primavera apenas com a retirada do broto apical, quando o intuito é estimular o alas-
tramento e a brotação lateral do exemplar. Também pode ser realizada a poda de con-
Para conferir movimento ao espa-
tenção, visando limitar as plantas ao espaço determinado”, orienta Pedrinha, que ainda
ço, foi criado um canteiro de altu-
aconselha adubação anual com 100 g de adubo químico NPK na proporção 6-12-6 para ra e textura diferenciadas usando
beijo-pintado e grama-esmeralda
cada 10 m2, e rega abundante em seguida.


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[6] Projeto paisagístico Benedito Abbud


[5] Projeto paisagístico Regina Lebre
Empregando a combinação da A textura fica em evidência por
espécie rabo-de-gato e de seixos meio da composição de pedris-
de rio, foi possível criar um caminho cos de diferentes tonalidades com
de visual único espécies suculentas

ALÉM DO VERDE
Pedriscos, pedras, seixos de rio e cascas de madeira também são comumente empre-
gados como forração, seja de forma isolada ou em combinações entre si e também entre
espécies vegetais. Além desses produtos tradicionais, têm surgido algumas novidades no
mercado, como os pedriscos de pneu e as cascas de pinus tingidas em diferentes cores.
“São materiais bastante decorativos, que apresentam fácil manutenção”, enfatiza
Fernanda, afirmando ainda que é possível compor uma camada de espessura mínima
se o intuito é apenas evitar que o solo ou substrato apareçam. Mas precisa ser aumen-
tada, caso haja circulação no lugar e, consequentemente, pisoteio.
Para ter uma cobertura sem falhas, Pedrinha sugere, no caso de seixos, a distribuição
de 60 kg/m2 e, quando forem usados pedriscos, 40 kg/m2. São valores de base que podem
ajudar na definição da quantidade de outros materiais.
“Para evitar que durante um período de chuva a terra suje estes materiais e tam-
bém que as ervas daninhas não cresçam, é conveniente esticar embaixo deles uma
manta geotêxtil e usar orlas de PVC, delimitando o espaço que devem ocupar e impe-
dindo também o avanço de espécies rasteiras que sejam cultivadas nas proximidades”,
ensina a profissional.
Vale lembrar que o uso não é indicado em terrenos íngremes, já que seu desloca-
mento pode ocorrer facilmente. Assim, há uma descaracterização de todo o ambiente,
afinal, são empregados para criar desenhos orgânicos, definir os contornos de canteiros
[3] Projeto paisagístico Naturarte - Ambientes Naturais

e caminhos ou mesmo destacar uma espécie escultural, oferecendo uma organização


estética para o espaço.
Como acontece com a vegetação rasteira, o assentamento desses materiais deve
ser feito na última etapa de implantação do jardim, sendo realmente o toque final. A
manutenção é simples, bastando lavá-los, principalmente, no caso daqueles de tonali-
dades mais claras, e repô-los quando necessário.


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[6] Projeto paisagístico Benedito Abbud

[5] Projeto paisagístico Pedrinha Parisi


Os seixos de rio limitados por gra- A colorida érica ganhou a com-
ma-esmeralda se destacam ao for- panhia de seixos de rio, composi-
mar um desenho de formato sinuo- ção que destaca os limites do cami-
so no jardim nho de circulação na área verde

JARDIM BONITO E ECOLOGICAMENTE CORRETO


Os seixos de rio – pequenas rochas de Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
forma arredonda – são recursos versáteis, Naturais Renováveis (Ibama), organizações
que, como visto anteriormente, são empre- ambientais locais e Conselho Regional de
gados para incrementar o visual do jardim. Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea).
Entretanto, sua extração na natureza, se rea- Apesar das inspeções rotineiras, ainda se
lizada desconsiderando as regulamentações depende muito de denúncias.
vigentes, pode acarretar sérios danos ao Como não existem selos que compro-
meio ambiente, como remoção da cober- vem a origem dos seixos de rio, é recomen-
tura vegetal, erosão do solo e assoreamen- dado solicitar as notas fiscais para o ven-
to do leito do rio, alterando seu curso. dedor ou a loja que comercializa o produ-
Para sua retirada legal, é preciso obter to para assegurar a aquisição de material
um alvará e seguir todas as normas estabe- idôneo. Através delas, a empresa de extra-
lecidas pelas instituições responsáveis. Co- ção poderá ser identificada no site do DNPM
mo se trata de um minério, a remoção é regu- e, dessa forma, pode-se confirmar se a lavra
lada pelo Código de Mineração. Ele deter- está regularizada.
mina que os bens minerais são de proprie- A fim de substituir os seixos de rio, alguns
dade da União e seu aproveitamento depen- profissionais da área de paisagismo estão
de da autorização do Departamento Na- optando por produtos semelhantes. Existem
cional de Produção Mineral (DNPM). seixos obtidos de matérias-primas como cerâ-
No entanto, a fiscalização e o controle mica, telha de demolição, pó de mármore,
da extração são difíceis, pois se trata de uma granito, ardósia, pedras retiradas de portos
o colorido e a textura são traba-
lhados por meio da maria-sem-ver- atividade muito dinâmica. Para flagrar um de areia, entre outros. Esses materiais ganham
gonha e do pedrisco de tonalida- ato ilegal, é necessário o esforço conjunto o formato arredondado após passarem por
de bege, respectivamente
de vários órgãos como DNPM, Instituto uma máquina betoneira.


102-103 Gramado.qxp_GJardinagem 31/10/16 10:12 Página 102

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GRAMADO Texto Amanda Agutuli e Renata Putinatti • Fotos [1] Alessandro Guimarães, [2] Evelyn Müller, [3] Gimenez, [4] Tarso Figueira e [5] Tatiana Villa

TAPETE VERDE
UM GRAMADO BEM conservado sempre dactylum) é indicada para gramados espor-
chama a atenção, além de se tornar um belo tivos de alta performance, tendo como par-
complemento ao jardim. Por isso, é importante ticularidades recuperação rápida, alta tole-
escolher a espécie de gramínea (Gramineae) rância ao pisoteio e muita maciez, devido às
adequada, levando em consideração finali- folhas finas. Porém, exige manutenção intensa,
dade do espaço, pisoteio, luminosidade, clima, principalmente, em relação à poda.
solo e topografia.
Segundo Eduardo Miranda, engenheiro SEMPRE VISTOSO
agrônomo, de Campo Grande, MS, a gra- Antes do plantio, deve-se analisar o solo
ma-esmeralda (Zoysia japonica) é a mais ver- para verificar a acidez e a necessidade de
sátil, adaptando-se a praticamente todas as corrigi-lo com calcário e adubo, e também
condições – inclusive, para campos espor- realizar a limpeza, retirando ervas daninhas,
tivos. Possui manutenção simples e não tolera detritos vegetais e pedras.
sombreamento. “Existe uma variedade cha- Irrigação e a poda são cuidados per-
mada Imperial (Zoysia sp) que conta com manentes. “Afinal, além de oxigênio e
as mesmas características visuais, diferen- nutrientes, a grama precisa de água na
ciando-se apenas fisiologicamente pela medida certa”, ressalta Sérgio Souza, gestor
maior resistência e rusticidade, pois necessita comercial da Trapp, de Jaguará do Sul, SC.
de menos adubação”, afirma. Para a maioria dos gramados, duas a
A são-carlos (Axonopus compressus) e a três regas semanais bastam. Quando as gra-
santo-agostinho (Stenotaphrum secundatum) míneas estão em locais inclinados, como
apresentam folhas mais largas, suportam lo- taludes, o aproveitamento da chuva é redu-
cais levemente sombreados e ajustam-se ao zido, já que a velocidade de escorrimento
clima frio, mas são delicadas ao pisoteio. superficial é maior que a de infiltração.
Diferentemente dessas duas, a batatais Nestas condições, os turnos de rega são
(Paspalum notatum) tem folhagem larga e mais breves e frequentes do que nas áreas
ótima resistência a pisadas. É utilizada em planas. Já nas rebaixadas, onde há enchar-
contenção de erosão, beirada de estrada, camento contínuo, necessita-se de uma
haras e pesqueiro. A bermudas (Cynodum boa drenagem. Por isso, o método mais indi-

CONFIRA MAIS DETALHES SOBRE AS VARIEDADES


BATATAIS BERMUDAS
Nativa do Brasil, a grama-batatais (Paspalum notatum) As folhas estreitas e de coloração verde intenso da gra-
possui inflorescência típica em forma de V ou forquilha ma-bermudas (Cynodon dactylon) são macias e tolerantes
que se eleva acima da planta. É resistente a pisadas, à ao pisoteio. Tem crescimento rápido, boa regeneração,
seca e a solos pobres. Não aprecia sombra, mas pode suporta seca e alta temperatura e deve ser mantida a
crescer bem à meia-sombra. pleno sol.
[4] Projeto paisagístico Alex Sá Gomes

[1] [5]

102 • Guia da Jardinagem


102-103 Gramado.qxp_GJardinagem 31/10/16 10:12 Página 103

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CUIDADOS SIMPLES, BARATOS E ESSENCIAIS PARA MANTER A GRAMA SAUDÁVEL


E NA MEDIDA CERTA TANTO DO PONTO DE VISTA ESTÉTICO QUANTO PARA A PRÁTICA
ESPORTIVA

cado é a irrigação automatizada, que varia sombreie o solo sem perder a umidade – o
em função do tipo de grama, solo e clima. que melhora a absorção dos nutrientes”,
“Com temporizador, válvulas e aspersores, explica o diretor.
oferta-se água na frequência, quantidade A escolha do equipamento depende
e horário ideais”, afirma Frederico Maia, do tipo de gramado e existência ou não de
gerente de serviços e auditor certificado interferências, como outras plantas, árvores GRAMA-AMENDOIM
para irrigação paisagística da Rain Bird Brasil, e canteiros. O aparador, por exemplo, é indi-
[2]

de Uberlândia, MG. Em tempos de economia cado para o corte em pequenas áreas,


de água, “modelos de irrigadores com especialmente para dar o acabamento
opção de timer evitam desperdícios”, com- bem-feito em cantos.
pleta Souza. Não é rara a ocorrência de falhas no
A adubação varia conforme o uso do gramado, que são preenchidas com a mes- GRAMA-PRETA
local e o tipo de solo. Espaços residenciais, ma espécie cultivada ou com a mistura de
[1]

em geral, recebem fertilizantes duas vezes duas partes de areia e uma de matéria orgâ- PARECE, MAS NÃO É!
ao ano para fortalecer a raiz, dando prefe- nica. Um cuidado indicado para regiões Apesar do nome, grama-amen-
rência para a formulação balanceada NPK que apresentam períodos de seca ou frio doim (Arachis repens) e grama-preta
10-10-10. Recomenda-se adicionar ureia intenso é a cobertura do gramado com cer- (Ophiopogon japonicus) não são gra-
durante a época de estiagem para conferir ca de 3 cm de composto de areia e matéria míneas. A primeira é uma herbácea
uma coloração mais vibrante à folhagem. orgânica (na proporção de dois para um). que apresenta flores pequenas e
A poda é o segredo para dar a aparência Para espalhar, pode-se utilizar um rodo de amarelas, geralmente, cultivada
de tapete verde. “Lembre-se de optar por madeira. “Não se deve cobrir totalmente como forração de canteiros e reves-
um cortador com coletor ou rastele-a após as folhas”, frisa Miranda. tindo taludes. Além de não suportar
fazer a manutenção”, diz Evair Rojo diretor Mesmo com tanta atenção, a grama pisoteio, não precisa de poda. A gra-
de negócios da divisão Agrícola e não está livre da ameaça de pragas e doen- ma-preta é uma forração perten-
Jardinagem da Brudden, de São Paulo, SP. ças. É essencial ficar atento ao surgimento cente à família botânica Ruscaceae
Em épocas secas e de altas temperaturas, de manchas arredondadas e folhas raspadas que não tolera pisada, sendo utilizada
os cortes precisam ser mais frequentes, ou secas, por exemplo. Evite o pisoteio sobre em bordadura em área de pleno sol
aumentando a altura no cortador de grama. a grama recém-plantada, encharcada e ou meia-sombra.
“Corte apenas 1/3 da folha, para que ela até uma semana após a manutenção.

ESMERALDA SANTO-AGOSTINHO SÃO-CARLOS


Originária do Japão, suas folhas são estreitas e pequenas, A grama-de-santo-agostinho (Stenotaphrum secundatum) Nativa de região úmida, a grama-são-carlos (Axonopus
formando um tapete verde perfeito. A grama-esmeralda também ocorre na forma variegada, com folhagem ver- compressus) é tolerante a baixas temperaturas, sendo
(Zoysia japonica) é apropriada para o plantio a pleno sol de-amarelada. Seu crescimento é moderado, não sendo recomendada para formação de gramado a pleno sol
e apresenta boa tolerância ao pisoteio. Deve ser cultivada indicada para pisoteio e local sombreado, mas resiste à ou à meia-sombra. Necessita de irrigação periódica e solo
em terra fértil. salinidade do litoral. fértil e bem preparado.
[5] [3] [3]

Guia da Jardinagem • 103


130 Contatos.qxp_GJardinagem 31/10/16 09:16 Página 130

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CONTATOS
EMPRESAS Sayerlack Carol Ribeiro Kátia Neves Paisagismo
0800-7026666 Arquiteta paisagista Rio de Janeiro/RJ
www.sayerlack.com.br Vinhedo/SP (21) 98677-0701
Brudden Equipamentos (19) 4117-0418 [email protected]
São Paulo/SP Sítio Santana Boa Vista www.katianevesjardins.com
0800-4245000 Santo Antônio de Posse/SP Christiane Roncato
www.brudden.com.br (19) 98141-0789 Arquiteta paisagista Leonardo Geen
Campinas/SP Paisagista
Cubos – Lagos Ornamentais SkyGarden (19) 3295-9577 Niterói/RJ
São Paulo/SP São Paulo/SP [email protected]
(11) 3798-0003 (11) 3649-1414 Claudio Lucas Capeche
www.cubos.com.br www.skygarden.com.br Pesquisador em manejo Lucia Borges Dias
e conservação do solo Professora de paisagismo e paisagista
Ecosys – Lagos Ornamentais & Aquarismo Stihl e da água da Embrapa Solos Belo Horizonte/MG
Bauru/SP 0800-7075001 Rio de Janeiro/RJ [email protected]
(14) 3276-1717 www.stihl.com.br (21) 2179-4500
www.ecosys.com.br Maier & Alê Paisagismo
TopSeed Cynira Any Jovilhana da Silva Gabriel São Caetano do Sul/SP
Ecotelhado Petropólis/RJ Bióloga e assessora departamental (11) 4225-8501
Porto Alegre/RS (24) 2222-9000 do borboletário da Reserva Florestal www.maiereale.com.br
(51) 3242-8215 www.agristar.com.br Mata de Santa Genebra
www.ecotelhado.com.br Campinas/SP Marcelo Bellotto
Tramontina [email protected] Engenheiro agrônomo e paisagista
Ecovalle Lagos Ornamentais www.tramontina.com.br São Paulo/SP
São Paulo/SP Daniela Biondi (11) 5523-5312/5523-5318
(11) 5042-2833/5042-3935 Trapp Professora da UFPR
www.ecovalle.com.br Jaraguá do Sul/SC Curitiba/PR Márcia Souza Lima
(47) 3371-0088/2107-8800 (41) 3360-4232 Arquiteta paisagista
Embrapa Amazônia Ocidental www.trapp.com.br [email protected] Belém/PA
Brasília/DF (91) 3242-7700
(61) 3448-4433 Viveiro do Rosário Danielle Duarte
www.embrapa.br Rosario do Ivaí/PR Arquiteta paisagista Marcio Atalla
(43) 3465-1224 Belo Horizonte/BH Engenheiro agrônomo e paisagista
Grama Pontal www.viveirorosario.com.br (31) 99601- 6784 Belo Horizonte/MG
Campo Grande/MS [email protected] [email protected]
(67) 4009-0909 Western Pools
www.gramapontal.com.br Cajamar/SP Emerson Steinberg Marcos Roberto Furlan
(11) 4448-2918/4498-0421 Engenheiro agrônomo e paisagista Engenheiro agrônomo,
Grameira Paisagem www.westernpools.com.br Campinas/SP professor e coordenador do curso
Itapetininga/SP (19) 3342-1017/9764-9013 de Agronomia da Faculdade Cantareira
(15) 3373-1102 ESCRITÓRIOS E PROFISSIONAIS São Paulo/SP
www.grameirapaisagem.com.br Estúdio Daniel Cruz (11) 2790-5900
Adalberto de Souza Junior Campinas/SP
Green Wall Ceramic Engenheiro agrônomo e professor da Faculdade Cantareira (19) 3273-0459 Marina Conde
0800-7726003 São Paulo/SP www.estudiodanielcruz.com.br Arquiteta
www.greenwallceramic.com.br [email protected] São Paulo/SP
Folha Paisagismo (11) 3078-5648
Instituto Biológico (IB) Adriane Cristina da Cruz Baccaro São Paulo/SP www.marinaconde.com.br
São Paulo/SP Engenheira agrônoma (11) 3021-6934
(11) 5087-1701 Curitiba/PR www.folhapaisagismo.com.br Mauro Contesini
www.biologico.sp.gov.br (41) 3028-7000 Engenheiro agrônomo e paisagista
Flora & Arte Paisagismo Vinhedo/SP
Irricom Rio Adriane Muratt Vargem Grande Paulista/SP (19) 3886-4159
Rio de Janeiro/RJ Arquiteta paisagista (11) 4158-3640
(21) 2430-3322 São Paulo/SP www.floraearte.com.br Mauro Semaco
www.irricomrio.com.br (11) 3848-0620 Técnico de apoio à pesquisa
www.adrianemuratt.com.br Gil Fialho científica e tecnológica Ibot
João Pettan Consultoria Ambiental Paisagista São Paulo/SP
Santana de Parnaíba/SP Alexandre Galhego São Paulo/SP (11) 5067-6000
(11) 5093-2052 Engenheiro agrônomo e paisagista (11) 3062-4375
Campinas/SP Mônica Verde Interiores & Paisagismo
Montana Química (19) 3294-9836 Gilmar Marodin São Paulo/SP
São Paulo/SP Engenheiro agrônomo e professor da UFRGS (11) 3586-8580
(11) 3201-0200 Alexandre Ribas Fábio Porto Alegre/RS www.monicarioverde.com.br
www.montana.com.br Engenheiro agrônomo (51) 3308-7465
São Paulo/SP Pedrinha Parisi
Mundoc do Brasil (11) 5051-1701/5052-8922 Detalhe Arquitetura Ambiental Arquiteta paisagista
Curitiba/PR São Paulo/SP São Paulo/SP
(41) 3027-7599 Ana Iath (11) 99212-3321 (11) 2977-8998
Arquiteta paisagista www.pedrinhaparisi.com.br
Orquidário Mata da Praia Rio de Janeiro/RJ Graziella Somaschini Marraccini
Marataizes/ES [email protected] Decoradora e paisagista Rejane Heiden Paisagismo
(28) 3532-2746 São Paulo/SP Cotia/SP
www.orquidariomaradapraia.com.br Anna Avorio Saraceni [email protected] [email protected]
Arquiteta paisagista www.rejaneheiden.com.br
Orquidário Oriental Florianópolis/SC Gustaaf Winters
Mogi das Cruzes/SP [email protected] Paisagista Roberto Jun Takane
(11) 4795-3060 Holambra/SP Engenheiro agrônomo e professor da UFC
www.orquidariooriental.com.br Antonio Carlos Sartori (19) 3802-1713 Fortaleza/CE
Engenheiro agrônomo [email protected]
Orquidário Paulista Presidente Prudente/SP Hamilton Trajano
São Paulo/SP (18) 3221-4676 Técnico agropecuário Rodrigo Tsuji
(11) 3611-1107 Cotia/SP Botânico
www.orquidariopaulista.com.br ATP Paisagismo (11) 99478-6991 Piracicaba/SP
São Sebastião/SP [email protected] (19) 98222-8250
Osram (12) 3863-1651 [email protected]
0800-557084 www.atppaisagismo.com.br Ivani Kubo e Orlando Filho
www.osram.com.br Paisagistas Ronaldo dos Santos
Benedito Abbud São Paulo/SP Biólogo e paisagista
Palmeiras Santana Arquiteto paisagista (11) 95638-8861 da Espaço Brasil Paisagismo
Santo Antônio de Posse/SP São Paulo/SP [email protected] Cascavel/PR
(19) 3867-1235/ 98187-6701 (11) 5056-9977 (45) 3327-1001
www.palmeirasantana.com.br www.beneditoabbud.com.br Isabela Conrado
Designer e paisagista Roseli Cassola Fernandes
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São Paulo/SP Rio de Janeiro/RJ (71) 3481-8900 Ubatuba/SP
(11) 3021-9168 (21) 3150-4739 www.conradopaisagismo.com.br [email protected]
www.produtosdimy.com.br www.botana.com.br
Juliana Freitas Sergio Ostetto
Rain Bird Brasil Calux Jardins Arquiteta paisagista Especialista em orquídeas
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