Manejo de Tambaqui (Colossoma Macropomum Cuvier, 1818) em Sistema Aquapônico.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

TACIO NOBUYOSHI HOSHINA

MANEJO DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum Cuvier, 1818) EM SISTEMA


AQUAPÔNICO.

BELÉM

2019
1

TACIO NOBUYOSHI HOSHINA

MANEJO DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum Cuvier, 1818) EM SISTEMA


AQUAPÔNICO.

Plano de trabalho de conclusão de curso (TCC) apresentado


à Comissão de Trabalho de Conclusão de Curso e Estágio
Supervisionado Obrigatório (CTES) do curso de Graduação
em Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural da
Amazônia (UFRA) como requisito para obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia de Pesca.
Área de Concentração: Aquicultura
Orientador: Professor Dr. Breno Gustavo Bezerra Costa
Supervisor: Eng. de pesca Luan Freitas Rocha

BELÉM

2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

H825m Hoshina, Tacio Nobuyoshi Hoshina


MANEJO DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum Cuvier, 1818) EM SISTEMA AQUAPÔNICO.
: MANEJO DE TAMBAQUI EM SISTEMA AQUAPÔNICO. / Tacio Nobuyoshi Hoshina Hoshina. -
2019.
81 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Engenharia de Pesca, Campus Universitário


de Belém, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2019.
Orientador: Prof. Dr. Breno Gustavo Bezerra Costa Costa
Coorientador: Prof. Me. Luan Freitas Rocha.

1. MANEJO DE TAMBAQUI EM SISTEMA AQUAPÔNICO. . 2. Desempenho zootécnico to


tambaqui em aquaponia.. 3. MANEJO DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum Cuvier, 1818) EM
SISTEMA AQUAPÔNICO. . I. Costa, Breno Gustavo Bezerra Costa, orient. II. Título

CDD 620.0044
3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por ter me dado saúde, para ir a batalha do dia-a-
dia. Agradeço toda minha família, em especial aos; pai Mauricio Hoshina, mãe Julia Hoshina,
irmã Taissa Hohina, avô Yoshio Hoshina, avó Yaeko Hoshina e a Família Kubota (Kazuo,
Célia, Michel, Mami, Rissa e Yuna), Por me apoiarem em todas as decisões tomadas nessa
caminhada acadêmica e na vida. Gratidão a minha namorada, Alanda Mamiko Takaki e amigos
pessoais, que me confortaram e me encheram de felicidades.

Obrigado ao meu orientador Breno Gustavo Bezerra Costa, por me acolher no Laboratório de
Aquicultura Tropica (LAQTROP). Onde me acrescentou como pessoa e profissional, com
muito aprendizado, conhecimento, dedicação. Aos meus companheiros do laboratório, Luan
Rocha (coorientador), Luciane Oliveira, Leonilton Barbosa, Mayara Pereira, Cássia Vieitas,
Roberta Serra, onde me mostraram que é possível fazer muito com pouco.

Valeu rapaziada da DIRETORIA DA PESCA 2015, Adriano Souza (JACK), Adriano Costa
(BETA), Carlos Araújo (káká), Edinaldo Palheta (MOMO2015), Michel Bandeira (Michelito),
Raulino Tadaeski (Gordão), Rodrigo Almeida (MARANHÃO), Rudá Paiva, Valdo Abreu
(bilharito). E por fim a todos os professores do curso engenharia de pesca e a turma de 2015.
4

RESUMO

Atividade produtora de organismos aquáticos, a aquicultura possui um papel fundamental,


visando a evolução sustentável da produção alimentar do nosso planeta. A aquaponia é um dos
métodos utilizados para a redução de impactos ambientais por se um sistema de recirculação de
água, onde integra o melhor da aquicultura e da hidropônia, produzindo proteína de alto valor
nutricional, os peixes, que fornecem nutrientes com ajuda de bactérias para os vegetais sem o
uso produtos químicos ou fertilizantes. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo
avaliar o desempenho produtivo de juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum Cuvier,
1818) e cultivares de jambu (Acmella oleracea) e alface (Lactuca sativa). Os sistemas de cultivo
caracterizaram-se por NFT (Técnica do Fluxo de Nutrientes) composto por setor de cultivo de
peixes, cultivo de vegetais e tratamento de água. O experimento teve duração de 90 dias
consecutivos, sendo os 25 primeiros dias para a semeadura dos cultivares de jambu, e após
transplantadas, para as canaletas, tendo 138 exemplares de vegetais, onde permaneceram por
30 dias até o período da colheita. Após 5 dias do transplante do jambu para as canaletas, iniciou-
se a germinação da alface, ficando assim novamente 25 dias na bancada de germinação e após
transplantada permanecendo mais 30 dias até a fase final. O sistema iniciou com uma biomassa
total de 810g. Depois foi diáriamente oferecida aos mesmo uma ração extrusada com 40% de
PB três vezes ao dia (9,13 e 17h). Ao final do experimento, foram analisados os seguintes
parâmetros produtivos dos peixes: Peso médio inicial, Peso médio final; ganho de peso médio;
ganho de biomassa total; conversão alimentar aparente; produtividade e sobrevivência. O
comprimento total e o peso do peixe foram correlacionados pela equação potencial Y= a*xb
avaliada pelo coeficiente de Pearson (r). Para as plantas, foram analisados os mesmos
parâmetros, exceto conversão alimentar. Os parâmetros físico-químicos da água (pH,
condutividade elétrica, sólidos dissolvidos, turbidez, temperatura, amônia, nitrito e nitrato),
foram monitorados duas vezes por semana. A condutividade apresentou valores ideais aos
recomendados para o cultivo de peixes e inferiores para o jambu e alface em sistema de
hidropônia. Já a temperatura, no período da tarde se manteve em valores elevados na água, fora
do recomendado na piscicultura de tambaqui, embora a sobrevivência de 100%. A água residual
do cultivo de tambaqui não foi capaz de atender as necessidades nutricionais das plantas por
Potássio no jambu, cálcio e potássio na alface. As duas espécies de vegetais apresentaram
valores superiores ao recomendado de cobre. Por fim, a produtividade média para os peixes foi
de 3,63 kg/m3. Quanto para as plantas de jambu com 0,878 kg/m2 e a alface com 0,658 kg/m2.
Dessa forma, mediante a esse estudo, viu-se que a técnica de integrar a aquicultura com a
hidropônia tem um grande potencial promissor nos pontos ambientais e econômico.

Palavras chaves: aquicultura, hidroponia, sustentabilidade.


5

ABSTRACT

Producing activity of aquatic organisms, aquaculture plays a fundamental role, aiming at the
sustainable evolution of the food production of our planet. Aquaponics is one of the methods
used to reduce environmental impacts by being a water recirculation system, where it integrates
the best of aquaculture and hydroponics, producing high nutritional value protein, fish, which
provide nutrients with the help of bacteria to vegetables without the use of chemicals or
fertilizers. Thus, the present study aimed to evaluate the productive performance of juveniles
of tambaqui (Colossoma macropomum Cuvier, 1818) and cultivars of jambu (Acmella
oleracea) and lettuce (Lactuca sativa). Crop systems were characterized by NFT (Nutrient Flow
Technique) composed of fish farming, vegetable growing and water treatment. The experiment
lasted 90 consecutive days, being the first 25 days for sowing the jambu cultivars, and after
transplanting to the canals, having 138 specimens of vegetables, where they remained for 30
days until the harvest period. After 5 days of jambu transplantation to the canals, lettuce
germination started, remaining 25 days in the germination bank and after transplantation,
remaining 30 days until the final phase. The system started with a total biomass of 810g.
Subsequently, an extruded ration with 40% CP was offered daily three times a day (9, 13 and
17h). At the end of the experiment, the following fish production parameters were analyzed:
initial average weight, final average weight; average weight gain; total biomass gain; apparent
conversion of food; productivity and survival. The total length and weight of the fish were
correlated by the potential equation Y = a * xb evaluated by Pearson's coefficient (r). For plants,
the same parameters were analyzed except feed conversion. The physicochemical parameters
of water (pH, electrical conductivity, dissolved solids, turbidity, temperature, ammonia, nitrite
and nitrate) were monitored twice a week. The conductivity presented ideal values to those
recommended for fish cultivation and lower for jambu and lettuce in hydroponics system.
Already the temperature in the afternoon remained at high values in the water, out of the
recommended in tambaqui fish farming, although the survival of 100%. The residual water
from tambaqui cultivation was not able to meet the nutritional needs of plants by potassium in
jambu, calcium and potassium in lettuce. Both species of vegetables presented higher values
than recommended for copper. Finally, the average yield for fish was 3.63 kg/m3. As for jambu
plants with 0.878 kg/m2 and lettuce with 0.658 kg/m2. Thus, through this study, it was found
that the technique of integrating aquaculture with hydroponics has great promising potential in
environmental and economic points.
Keywords: aquaculture, hydroponics, sustainability.
6

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Tanque de criação de peixe.......................................................................................16
Figura 2 – Biofiltro do tipo alagado..........................................................................................18
Figura 3 – Separador de sólido (Decantador)............................................................................19
Figura 4 – Sistemas de aeração/oxigenação...............................................................................20
Figura 5 – Cultivo de hortaliça em sistema aquaponico com substrato...................................21
Figura 6 – Cultivo de vegetais aquaponico em canaletas..........................................................22
Figura 7 – Cultivo de vegetal aquaponico em balsas flutuantes...............................................23
Figura 8 – Componentes biológicos e suas interações em sistema aquaponico.......................25
Figura 9 – Representação do tambaqui Colossoma macropomum (Cuvier, 1818)..................32
Figura 10 – Jambu (Acmella oleracea).........................................................................................34
Figura 11 – Alface (Lactuca sativa).............................................................................................36
Figura 12 – Localização do Laboratório de Aquicultura Tropical...............................................37
Figura 13 – Estufa........................................................................................................................38
Figura 14 – Ambiente de cultivo dos peixes.................................................................................39
Figura 15 – Ambiente de germinação das plantas........................................................................40
Figura 16 – Ambiente de Hidroponia...........................................................................................41
Figura 17 – Ambiente de tratamento de água...............................................................................41
Figura 18 – Setor de bombeamento da água: A) Bomba periférica; B) Timer Analógico; C) Casa
de Bomba.....................................................................................................................................42
Figura 19 – Coleta de amostra da canaleta....................................................................................43
Figura 20 – Turbidez (NTU) da água durante o período de cultivo no T.P. e R.A.........................48
Figura 21 – Condutividade da água durante o período de cultivo; Sólidos dissolvidos durante o
período de cultivo........................................................................................................................49
Figura 22 – Sólidos dissolvidos presentes na água durante o período de cultivo..........................49
Figura 23 – Variações médias do pH durante o período de cultivo. .............................................50
Figura 24 – Concentrações de oxigênio dissolvido mensal no período de cultivo........................51
Figura 25 – Temperatura da água do sistema aquaponico............................................................52
Figura 26 – Concentrações médias mensal de amônia durante o período de cultivo.....................53
Figura 27 – Concentrações médias mensais de nitrito durante o período de cultivo.....................53
Figura 28 – Concentrações médias mensais de nitrato durante o período de cultivo....................54
Figura 29 – Regressão linear de peso médio final........................................................................56
Figura 30 – Regressão linear do ganho de peso médio.................................................................56
Figura 31 – Regressão linear do ganho de biomassa (A) Regressão linear da produtividade (B)..57
Figura 32 – Regressão linear da conversão alimentar...................................................................58
Figura 33 – Relação peso comprimento do tambaqui no sistema aquapônico..............................59
Figura 34 – Danos provocados por pragas nas folhas (A) presença de pulgões (B) no jambu.......61
Figura 35 – Soluções de calda bordalesa (A), calda de fumo (B) folhagem de neem macerada
para gerar a calda (C)................................................................................................................ 62
Figura 36 – Pesagem da parte aérea com raiz (A) e sem raiz (B) ..................................................63
Figura 37 – Jambu apresentando deficiência nutricional..............................................................65
Figura 38 – Pesagem da parte aérea, com raiz (A) e sem raiz (B).................................................67
Figura 39 – Folhagens de alface com deficiência de cálcio e potássio..........................................70
7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Intervalos de tolerância à qualidade da água para bactérias nitrificantes................26


Tabela 2 – Interpretação do coeficiente de correlação de Pearson (r).......................................44
Tabela 3 – Valores médios dos parâmetros físico-químicos da água seguidos pelo desvio padrão
nos pontos de coleta...................................................................................................................46
Tabela 4 – Estatística descritiva dos dados de peso e comprimento dos peixes.......................54
Tabela 5 – Valores dos indicadores de desempenho zootécnico...............................................54
Tabela 6 – Parâmetros de desempenho produtivo do jambu (A. olleracea)..............................59
Tabela 7 – Parâmetros produtivos das partes aéreas.................................................................62
Tabela 8 – Teores de macro e micronutrientes de jambu na parte aérea das folhagens de jambu
no final do ciclo de cultivo........................................................................................................63
Tabela 9 – Parâmetros de desempenho produtivo do jambu (L.sativa)....................................65
Tabela 10 – Parâmetros produtivos das partes aéreas.................................................................67
Tabela 11 – Teores de macro e micronutrientes na parte aérea das folhagens de alface determina
determinados aos 55 dias após a semeadura..............................................................................68
8

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 13
2.1 Geral ................................................................................................................................... 13
2.2 Específicos .......................................................................................................................... 13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 14
3.1 Impactos ambientais na aquicultura ................................................................................... 14
3.2 Sistema de recirculação de água (RAS) em aquicultura..................................................... 14
3.3 Aquaponia........................................................................................................................... 15
3.4 Componentes do sistema aquaponico ................................................................................. 16
3.4.1 Ambiente de cultivo dos peixes ....................................................................................... 16
3.4.2. Ambiente de tratamento da água .................................................................................... 17
3.4.2.1 Filtro biológico ............................................................................................................. 17
3.4.2.2 Sistema de decantação .................................................................................................. 18
3.4.3 Sistema de aeração........................................................................................................... 19
3.4.4 Ambiente de cultivo dos vegetais .................................................................................... 20
3.5 Vantagens e desvantagens dos sistemas aquapônicos ........................................................ 23
3.5.1 Vantagens ........................................................................................................................ 23
3.5.2 Desvantagens ................................................................................................................... 24
3.6 Biofuncionamento do sistema aquapônico ......................................................................... 24
3.6.1 Processo de nitrificação ................................................................................................... 25
3.6.2 Área de suporte para bactérias ......................................................................................... 26
3.7 Qualidade da água .............................................................................................................. 26
3.7.1 Temperatura da água ....................................................................................................... 27
3.7.2 pH da água ....................................................................................................................... 27
3.7.3 Nitrogênio total ................................................................................................................ 28
3.7.4 Oxigênio dissolvido ......................................................................................................... 29
3.7.5 Dureza da água ................................................................................................................ 30
3.8 Características das espécies cultivadas ............................................................................... 31
3.8.1 Tambaqui (Colossoma macropomum) ............................................................................ 31
3.8.1.1 Taxonomia .................................................................................................................... 31
3.8.1.2 Caracteres morfológico e zootécnicos .......................................................................... 31
3.8.2 Jambu (Acmella oleracea) ............................................................................................... 33
3.8.2.1 Classificação taxonômica ............................................................................................. 33
9

3.8.2.2 Caracteres morfológicos e fisiológicos......................................................................... 33


3.8.3 Alface (Lactuca sativa) ................................................................................................... 35
3.8.3.1 Classificação taxonômica ............................................................................................. 35
3.8.3.2 Caracteres morfológicos e fisiológicos......................................................................... 35
4 MATERIAl E MÉTODOS .................................................................................................... 37
4.1 Local de Estudo .................................................................................................................. 37
4.2 Sistema Aquapônico ........................................................................................................... 37
4.2.1 Estufa ............................................................................................................................... 38
4.2.2 Setor de Produção Animal ............................................................................................... 38
4.2.3 Setor de Produção Vegetal .............................................................................................. 39
4.2.3.1 Bancada de Germinação ............................................................................................... 39
4.2.3.2 Ambiente de Hidroponia .............................................................................................. 40
4.2.4 Setor de Tratamento da Água .......................................................................................... 41
4.2.5 Setor de Bombeamento da Água ..................................................................................... 42
4.3 Manejo Operacional do Sistema ......................................................................................... 42
4.3.1 Manejo Animal ................................................................................................................ 42
4.3.2 Manejo Vegetal................................................................................................................ 43
4.3.3 Manejo da Água .............................................................................................................. 43
4.4 Análise dos Dados .............................................................................................................. 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 47
5.1 Parâmetros físico-químicos da água ................................................................................... 47
5.2 Desempenho Zootécnico .................................................................................................... 55
5.2.2 Ganho de biomassa e produtividade ................................................................................ 57
5.2.3 Conversão alimentar ........................................................................................................ 58
5.2.4 Sobrevivência .................................................................................................................. 59
5.2.5 Relação Peso – Comprimento ......................................................................................... 59
5.3. Vegetais ............................................................................................................................. 60
5.3.1. Jambu (A. olleracea)....................................................................................................... 60
5.3.1.1 Peso médio inicial e peso médio final dos vegetais ..................................................... 60
5.3.1.2 Ganhos de peso médio e ganho de Biomassa total ....................................................... 62
5.3.1.3 Peso médio da parte aérea ............................................................................................ 62
5.3.1.4 Taxa de sobrevivência .................................................................................................. 64
5.3.1.5 Níveis de nutrientes na parte aérea dos vegetais .......................................................... 64
10

5.3.2 Alface (L.sativa) .............................................................................................................. 66


5.3.2.1 Peso médio inicial e peso médio final do vegetal ......................................................... 66
5.3.2.2 Ganhos de peso médio e ganho de Biomassa total ....................................................... 67
5.3.2.3 Peso médio da parte aérea ............................................................................................ 67
5.3.2.4 Taxa de sobrevivência .................................................................................................. 68
5.3.2.5 Níveis de nutrientes nas partes aéreas dos vegetais ...................................................... 68
5.4 Volumes de água (m3) utilizado para produção de peixes (Kg) e hortaliças (Kg). ............ 70
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 72
11

1 INTRODUÇÃO

O Brasil tem capacidade de se torna uma grande potência alimentar e atender a demanda
mundial de produtos agrícolas, visando tecnologias de produtividade para o crescimento da
produção, ao mesmo tempo garantir que esses avanços permaneçam alinhados aos objetivos da
redução da pobreza e da desigualdade no país com base na sustentabilidade ambiental, segundo
a publicação da OCDE-FAO (2015-2024).
É nessa hora que se enaltece o papel da Aquicultura. Segundo a FAO (2016), a produção
aquícola tem um papel importantíssimo, provendo melhoras na saúde, erradicação da fome e
redução da pobreza, sendo o pescado uma fonte vital de proteína de alto valor nutricional,
especialmente para as populações pobres da região Norte do Brasil. E conforme a Comissão
Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1988).
De acordo com Vinatea (2004) o conceito de aquicultura é cultivar organismos
aquáticos com valor econômico. Porém, frequentemente são evidenciados alguns efeitos
nocivos ao meio ambiente oriundos de atividades aquícolas, dentre eles, destruição de
ecossistemas naturais, como mangues, disseminação de patógenos nas populações nativas com
a introdução de espécies exóticas, e poluição de lençóis freáticos e dos rios com o aporte do
efluente aquícola (BOYD, 2003).
São necessários o aperfeiçoamento e a difusão de novas tecnologias baseadas na alta
produtividade e sustentadas no tripé da sustentabilidade com a equidade de seus componentes,
social, ambiental e econômico (RIJN, 2013). Uma técnica alternativa à produção convencional,
que está ganhando ampla notoriedade e visibilidade no Brasil, e no mundo é a aquaponia
(CARNEIRO et al., 2015).
Aquaponia e um dos métodos mais promissores para a redução destes impactos
ambientais com a utilização do sistema de recirculação de água, o qual otimiza espaços e
recursos naturais, levando ao desenvolvimento de sistemas integrados de produção
(HUNDLEY, 2013). A integração entre dois sistemas de cultivo, a aquicultura com a hidroponia
(aquaponia) pode mostrar-se como uma solução para adequar o uso mais eficiente da água,
incrementando a produção de peixes e vegetais sem aumentar o consumo de água, evitando o
despejo do efluente da aquicultura em corpos d’água a jusante e fornecendo um fertilizante
natural para a planta de cultivo (CARNEIRO et al., 2015).
A aquaponia se assemelha aos processos de simbiose ocorridos na natureza, onde os
peixes dos rios produzem dejetos nitrogenados, que por sua vez possuem uma fração de
nutrientes que atende as exigências dos vegetais. Os organismos vegetais utilizam estes
12

compostos para sua própria produção de biomassa, retirando estes compostos da água, tornando
a água limpa para o ambiente novamente (RAKOCY, 2006; HUNDLEY, 2013; CARNEIRO
et al., 2015)
O volume de água necessário para abastecer um sistema de aquaponia é baixo, se
comparado aos sistemas tradicionais de olericultura e aquicultura, que necessitam de irrigação
e renovação constante de água. Produtos oriundos da aquaponia apresentam algumas vantagens
para os consumidores, como a restrição no uso de agrotóxicos no controle de pragas nos
vegetais (DIVER, 2006).
Contudo, tem a necessidade de estudo do sistema de produção de alimentos através da
aquaponia, onde essa pesquisa irá contribuir no fornecimento aos consumidores, produtos com
maior nível de segurança alimentar e por apresentar preservação dos recursos hídricos devido
ao baixo consumo de água para a produção dos vegetais e animais, com menor risco ambiental.
13

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Identificar os índices produtivos do sistema aquapônico, para o cultivo de juvenis de


tambaqui (Colossoma macropomum Cuvier, 1818), e das hortaliças jambu (Acmella oleracea)
e alface (Lactuca sativa).

2.2 Específicos

 Avaliar o peso médio (Px.), ganho de peso médio (GPx), incremento de biomassa (IB),
produtividade (Prod), conversão alimentar aparente (CAA), taxa de sobrevivência (TS)
e correlação entre peso e comprimento dos juvenis de tambaqui;
 Avaliar o peso médio total (PTx) biomassa total (BT), peso médio da parte aérea (PAx)
e taxa de sobrevivência (TS) das espécies dos vegetais;
 Avaliar os níveis de nutrientes na parte aérea das cultivares;
 Monitorar e corrigir os parâmetros físico-químicos da água no sistema de cultivo;
 Mensurar o volume de água utilizado para se produzir um quilo de peixe e um quilo de
hortaliça.
14

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Impactos ambientais na aquicultura

Com o crescimento da aquicultura no Brasil, não podemos deixar de abordar tratando-


se de produção aquícola sem agredir o meio ambiente. E conforme a produção de organismos
aquáticos aumenta, a tendência é que os impactos ambientais se intensifiquem. Em virtude
disso, o acumulo de substancias contidas nos efluentes da aquicultura, é um dos principais
problemas encontrados nos meios de produção aquáticos (EMBRAPA, 2014).
Os fatores característicos para a produção dos efluentes dependem da qualidade da água
de abastecimento nos ambientes de cultivo, da qualidade e quantidade dos alimentos fornecidos
para os animais, do tempo de residência do efluente dentro dos sistemas de criação, das espécies
cultivadas, da densidade de estocagem e da biomassa dos organismos (SHILO e RIMON, 1982;
BAIRD et al., 1996).
As características dos efluentes gerados pela atividade aquícola, apresentam elevada
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e grande concentração de Sólidos em Suspensão
(SS), compostos nitrogenados e fosfatados, contribuindo para a eutrofização dos rios, riachos e
lagos (SILVERT 1992).
De acordo com Silvert, (1992), os impactos no meio ambiente têm suas classificações
como interno, local ou regional. Os considerados internos são quando ocorrem interferências
no próprio sistema de criação, como por exemplo a redução de oxigênio dissolvido no viveiro
de piscicultura por conta de seus resíduos acumulados.

3.2 Sistema de recirculação de água (RAS) em aquicultura

Sistemas de cultivo de organismos aquáticos tem um alto consumo de água


comparativamente com os sistemas de recirculação; a redução de consumo de água no sistema
de recirculação pode atingir em torno de 90% de consumo de água por quilo de peixe produzido
comparado com os sistemas convencionais. Além disso, praticamente anulam a emissão de
efluentes e reduz o impacto ambiental, por ser um sistema fechado, onde não ocorre vazões ou
escape de água. Então esse tipo de sistema atende o conceito de uma aquicultura correta e
sustentável (BLANCHETON, 2000).
15

O RAS pode ser utilizada para cultivo de diversos organismos aquáticos, tais como,
peixes, crustáceos, moluscos, dentre outros, podendo ser de vários tamanhos e formatos, desde
larga escala e pequena produção (HELFRICH e LIBEY, 1991).
Para BLANCHETON (2000), uma das grandes vantagens do sistema para a produção
de peixes é ter um grande controle ambiental, elevar a densidade de estocagem, dependendo da
espécie selecionada, pelo formato e volume dos tanques. O sucesso deste tipo de cultivo
depende da implantação de um bom sistema de filtragem. O sistema é composto basicamente
por setor de cultivo dos peixes, sistema de bombeamento e tratamento da água. Um dos sistemas
inovadores que surgiu é a aquaponia, onde acontece a recirculação de água beneficiando todos
os organismos vivos envolvidos.

3.3 Aquaponia

A aquaponia é um método de sistema fechado de recirculação de água, onde o cultivo


ocorre a integração da aquicultura com a hidroponia, de forma que ambos sejam beneficiados.
A água rica em nutrientes, por conta dos resíduos dos peixes cultivaveis com ração, ficam em
recirculação. O sistema compreende em viveiro de peixes, filtro biológico, calhas ou tubos
semelhantes aos de hidroponia e elétrobomba para promover a recirculação. Então a aquaponia,
apresenta-se de forma alternativa para a produção de alimentos menos danoso ao meio ambiente
(DIVER, 2006; MATEUS, 2009; HUNDLEY, 2013).
Os viveiros para engorda de peixes podem ser escavados ou construídos sobre o solo
com estruturas de metal, alvenaria ou caixa d’água. O filtro biológico deve possuir muita
superfície para que microrganismos decompositores degradem a matéria orgânica proveniente
da água de cultivo de peixes. As calhas para produção das plantas são semelhantes às da
hidroponia, sendo utilizados substratos à base de brita, cacos de telha ou fibra de coco. Para
aumentar a retirada de nutrientes da água e posteriormente disponibilizar para as plantas, o
sistema necessita de movimento, e para isso utiliza-se bombas de fluxo que propicia grande
vazão de água com baixo consumo de energia elétrica (RAKOCY, 2007).
Para a aquaponia e necessários sistemas suplementares para a separação de sólidos como
restos de ração, colônias mortas de bactérias e algas filamentosas, dejetos de peixes onde evitara
o entupimento na bomba de circulação do sistema, filtros, encanamentos entre outros. Os mais
utilizados princípios de centrifugação, decantação e clarificação onde se tem maior êxito na
separação de sólidos (LOSORDO, 1998; BRAZ, 2000). Os vegetais recomendados para a
16

aquaponia são os mesmos adaptados a hidroponia, que toleram o crescimento em águas com
variações nos teores de nutrientes dissolvidos na solução nutritiva sem apresentar sintomas de
deficiência nutricional e têm o crescimento satisfatório entre o pH de 5,8 e 6,2 (RAKOCY,
2007).

3.4 Componentes do sistema aquaponico

3.4.1 Ambiente de cultivo dos peixes

O ambiente de cultivo de peixes do sistema aquapônico geralmente utiliza-se materiais


resistentes e duráveis. Tendo diversos tamanhos e formas como quadrado, retangular, circular
(Figura 1) entre outros, adequando-se a espécie e densidade de animais que serão adensados
(RAKOCY; LOSORDO; MASSER, 2006).

Figura 1 – Tanque de criação de peixe: A) Quadrado B) Retângulo C) Circular

Fonte: A) wix.com, B) ctp.com, C) aquaculturebrasil.com

O fluxo e a renovação de água no ambiente dos peixes, é um aspecto importante a se


observar. A velocidade em que a água se movimenta influencia no desenvolvimento e bem-
estar animal, pois um fluxo elevado dentro do tanque pode ocasionar um esforço natatório
demasiado, e caso a velocidade seja muito baixa, os sólidos contidos no sistema podem se
acumular e ter dificuldade na remoção. Já de acordo com Carneiro et al., (2015), a taxa de
renovação, está relacionada positivamente com a densidade de estocagem dos peixes cultivados
dentro do viveirosistema, onde pelo menos metade do volume do tanque a cada hora para
densidades de até 10kg/m3.
O adensamento dos peixes e o volume de água devem ser levados em consideração no
ambiente cultivado, para que não ocorra stress entre os mesmos, dependendo da espécie
17

suportam maior adensamento no local de criação do animal. E a relação também tem a


importância pela capacidade de troca gasosa entre o corpo da água presente no tanque e o ar
atmosférico que ocorre na superfície da água, onde, a área superficial for muito pequena
comparada com o volume, a troca gasosa pode ficar abaixo do exigido (BRAZ FILHO, 2000).

3.4.2. Ambiente de tratamento da água

3.4.2.1 Filtro biológico

Local apropriado para a realização do processo de nitrificação, podendo ser feito com
os materiais, como, seixo, argila expandida, areias entre outros, se tornando apropriado por ter
uma grande área de suporte para as bactérias. Tipo de filtro ´´alagado`` (Figura 2) onde o tempo
todo o sistema fica cheio de água, que podem comprometer a nitrificação em ambientes que
apresentam baixa circulação de água e de taxas baixas de oxigênio dissolvido na água
(RAKOCY, 2006).
O desenho do sistema pode ter interferência direta para a baixa circulação de água,
principalmente quando a entrada e saída de água têm um caminho curto, podendo gerar pouca
renovação de agua em pontos periféricos. Por essa razão é indicado que a entrada e saída de
água fiquem em pontos opostos um do outro (RAKOCY, 2006).
Já para a baixa taxa de oxigênio dissolvido na água, tende a ser um ambiente
desfavorável para a formação de colônias de bactérias aeróbicas, nitrobacterias e
nitrossomonas, e também podem causar o acumulo de microrganismos maléficos para as
plantas. Dessa forma, deve se implantar um ótimo sistema de aeração ou um auxiliador no setor
do filtro biológico, muito embora, as próprias raízes dos vegetais, calhas e por onde a água
circula nos componentes do sistema aquapnico, servem para a fixação das bactérias (BRAZ,
2000, RAKOCY, 2006 e BARBOSA, 2011).
18

Figura 2 – Biofiltro do tipo alagado

Fonte: pt.slideshare.ne

3.4.2.2 Sistema de decantação

É importante o sistema de separação de sólido para evitar o entupimento dos


encanamentos, saídas de água e bombas ou acúmulo excessivo, que podem causar danos, e
prejudicar a absorção de nutrientes pelas raízes dos vegetais no sistema aquapônico
(LOSORDO, 1998).
Nesse setor, busca-se separar todos os resíduos como restos de ração, dejetos dos peixes,
colônias mortas de bactérias, algas filamentosas e sólidos em geral, por metodo de gravidade,
onde o mais pesado desce ao fundo do recipiente. Os tipos de forma de separação dos sólidos
utilizados são os princípios de centrifugação, clarificação e decantação, resultando em uma
melhor eficiência na separação e sendo utilizados com frequência pelos produtores do sistema
aquapônico (Figura 3) (LOSORDO, 1998 e BRAZ, 2000).
19

Figura 3 – Separador de sólido (Decantador).

Fonte: howtoaquaponic.com.

3.4.3 Sistema de aeração

Conforme Carneiro et al., (2015), é imprescindível nos sistemas de aquaponia a


incorporação de oxigênio em praticamente todos os componentes do sistema, todos os
organismos envolvidos no sistema de aquaponia como os peixes, as plantas e, principalmente,
as bactérias requerem níveis adequados de oxigênio dissolvido para sua ótima saúde e
crescimento. A concentração deve ficar acima de 5 mg/litro.
Podem ser compostos por sopradores de ar e difusores, aeradores mecânicos de diversos
tipos (aeradores de pá ou bombas de água), injeção direta de oxigênio (Figura 4) e mesmo uma
combinação entre dois ou mais tipos de aeração/oxigenação. E com o auxílio de um aerador
podemos chegar em um maior adensamento de organismos vivos. E também a demanada de
oxigênio exigido, depende do tipo de sistema aquapônico que será implantado (CARNEIRO et
al., 2015).
20

Figura 4 – Sistemas de aeração/oxigenação: A) Soprador; B) Compressor: C) Aerador de pá; D) Aerador


Chafariz.

Fonte: A) asten.com; B) aliexpress.com; C) aeradoresgaivota.com; D) chbblower.com.

3.4.4 Ambiente de cultivo dos vegetais

Os tipos de sistemas aquapônicos são parecidas com as de técnicas hidropônicas, cada


uma com sua peculiaridade e forma de fazer a água ser utilizada como fonte de nutrientes para
os vegetais. É importante conhecer o vegetal que será cultivado, para fornecer o melhor
ambiente e estrutura, sendo os três tipos de ambiente mais utilizados no cultivo de vegetais na
aquaponia (LENNARD; LEONARD, 2004):

1) Cultivo de hortaliça em substrato (media-filled bed ou gravel bed). Esse tipo de


sistema tem vários adeptos da aquaponia por conta da sua praticidade na funcionalidade, é o
mais indicado para quando se usa sistemas com baixa densidade de peixe. O substrato tem
funções como, suporte mecânico aos vegetais e como filtro biológico, onde as mídias servem
de suporte de vida para as bactérias nitrificantesse aderirem (Figura 5). Em geral as mídias são;
argilas expandidas, pedra brita, rochas vulcânicas entre outras (SOMERVILLE et al., 2014).
21

Figura 5 – Cultivo de hortaliça em sistema aquapônico com substrato.

Fonte: Oquintalecologico.blogspot.com

A funcionalidade nesse sistema consiste no bombeamento da água do tanque dos peixes


(rica em amônia) é bombeada para o ambiente de cultivo dos vegetais (onde ocorrerá o ciclo do
nitrogênio), cujo retorno é realizado por gravidade através de um sifão automático, que permite
o enchimento e o esvaziamento do ambiente. Este tipo de mecanismo é importante, por garantir
a oxigenação constante e homogênea das raízes dos vegetais quanto das colônias de bactérias
nitrificantes (CARNEIRO et al., 2015).
De acordo com RAKOCY et al., (2006) o uso de unidades independentes de filtração, como
o filtro mecânico (separador de sólidos em suspensão) neste tipo de sistema, não se faz
necessário por conta de sua funcionalidade.

2) Canaleta ou NFT (Nutrient Film Technique). É o sistema mais utilizado falando-


se em escala mundial (Figura 6), onde as raízes das plantas são alojadas em canaletas, que
permanecem parcialmente submersas em águas que conduzem os nutrientes necessários para o
crescimento das plantas. A vantagem nesse tipo de sistema, consiste pelo fato das canaletas
estarem disposta em uma bancada na altura da cintura, facilitando o manejo em momentos de
transplante, colheita e limpeza (CARNEIRO et al., 2015).
22

Figura 6 – Cultivo de vegetais aquaponico em canaletas.

Fonte: SOMERVILLE et al., 2014.

As canaletas são confeccionadas por tubos de PVC, onde ficam dispostas paralelamente
com desnível de inclinação, aproximadamente 10% de uma extremidade a outra da tubulação,
para que a gravidade faça à água correr, permitindo a passagem em toda a canaleta
(CARNEIRO et al., 2015).
Segundo Carneiro et al., (2015) tipo de sistema exige que a água de cultivo dos peixes passe
por sistemas de filtragem de sólidos, de forma que as partículas sólidas não sejam fixadas nas
raízes das plantas e acarretem problemas de nutrição e oxigenação. Dessa forma, a presença de
filtro biológico é vital, por sua superfície molhada das tubulações não serem suficientes para
que as bactérias de nitrificação da amônia produzida pelos peixes se alojarem (CARNEIRO et
al., 2015).
O vegetal cultivado e quem dita o espaçamento necessário entre uma planta a outra. Para
vegetais frutíferos mais exigentes deve conter um espaçamento maior, enquanto que para os
vegetais folhosos, apenas para que não tenha contato entre elas até o período de colheita
(COOPER, 1979).

3) Bandejas flutuantes ou cultura de água profundas (floating raft system ou deep


water culture). São mantidas sem substrato, utiliza-se bandejas flutuantes (Figura 7), é indicado
para produção de média ou grande escala. O sistema é caracterizado por utilizar grandes
volumes de água. Os vegetais são colocados em bandejas de poliestireno contendo orifícios
entre si, de acordo com a necessidade da espécie do cultivo, e pelo fato das raízes ficarem
submersas o tempo todo, o sistema de aeração é obrigatório para manter elevado e homogêneo
o nível de oxigênio dissolvido na água, auxiliando também as bactérias nitrificantes que estarão
nas paredes e fundo do ambiente (CARNEIRO et al., 2015).
23

Figura 7 – Cultivo de vegetal aquapônico em balsas flutuantes.

Fonte: kokomotribune.com

O sistema exige um grande volume de solução nutritiva e monitoramento frequente na


mesma, para que não ocorra mudanças bruscas nas concentrações dos nutrientes e no pH. A
placa flutuante, característica marcante deste tipo de sistema, apresenta algumas funções
importantes, tais como: reduzir a evaporação da água, dar suporte as plantas, e protegê-la dos
raios solares evitando assim proliferação indesejável de microalgas (RAKOCY et al., 2006).

3.5 Vantagens e desvantagens dos sistemas aquapônicos

3.5.1 Vantagens

As principais vantagens dos sistemas aquapônicos são: culturas produzidas de


qualidade; melhores taxas de crescimento e maior produtividade dos cultivares; baixo consumo
de água e de nutrientes. quando comparada as culturas em solo; menor áreas de cultivo; fácil
obtenção de materiais para construção e insumos; diversificação de produção (animal e
vegetal); os sistemas podem ser projetados a uma altura maior do solo, onde propicia uma
dinâmica de operação melhor para o trabalhador; produtos sem adição de agrotóxicos e
antibióticos no sistema; possibilidade de produção em zonas áridas ou urbana com pouco
espaço e abrangem áreas da ciências, tais como fisiologia animal, biologia, botânica, física e
química da água, entre outros (FAO, 2016; PATTILLO, 2017).
24

3.5.2 Desvantagens

Um dos entraves que ocorre no atual cenário da aquaponia é a pouca tecnologia


difundida ainda no Brasil; dependência contínua de energia elétrica; necessidade de controle,
monitoramento constante, e por fins elevando o custo de montagem do sistema (FAO, 2016;
PATTILLO, 2017).

3.6 Biofuncionamento do sistema aquapônico

De acordo com Carneiro et al. (2015), o insumo mais importante do sistema de


aquaponia é a ração, onde os peixes fazem a ingestão, digestão e excreção. O produto da
excreção é rico em amônia, enquanto as bactérias realizam a conversão de excreta em nutrientes
para as plantas.
Dessa forma, há um fluxo contínuo de nutrientes de diferentes organismos vivos
relacionados por meio de ciclos biológicos naturais. As bactérias nitrificantes, (Nitrossomonas)
tem a função de transformar primeiramente a amônia (NH3) em nitrito (NO2-), depois vem a
Nitrobacter que transformam o nitrito em nitrato (NO3-), que vem ser o nitrogênio ideal para
os vegetais absorverem, onde realizam a filtragem de forma biológica da água, garantindo assim
a homeostase do sistema, e um desempenho ótimo dos peixes (figura 8).
25

Figura 8 – Componentes biológicos e suas interações em sistema aquaponico .

Fonte: Carneiro et al. 2015.

O monitoramento da qualidade da água é essencial, pois o pH quem indica o grau de


acidez, sendo o aspecto crítico por envolver diferentes organismos como peixes, plantas e
bactérias, com exigências de parâmetros diferentes, onde o ideal manter no sistema é de 6,5 e
7,0 onde atenderá o mínimo das necessidades dos organismos envolvidos no sistema
(CARNEIRO et al., 2015).
Após a colonização, existe uma tendência de acidificação do pH então para dar uma
continuidade do bom funcionamento do filtro biológico, é necessário o uso de substância
tamponante para a correção e estabilização do pH, Carneiro et al. (2015) aconselha o uso
daquelas a base de potássio (K) e cálcio (Ca), nutrientes esses os quais normalmente carecem o
sistema aquapônico, o bicarbonato de potássio KHCO3 ou calcário dolomítico CaMg (CO3)
além de ajudar no tamponamento ainda tem a eficiência para o suprimento de nutrientes
necessários para as plantas (CARNEIRO et al., 2015).

3.6.1 Processo de nitrificação

A etapa biológica do ciclo de nitrificação, onde a amônia (NH3) é oxidada para nitrito
(NO2-) e seguidamente o nitrito é oxidado em nitrato (NO3-) (METCALF & EDDY, 2003). De
acordo com Henze et al., (1997) essa fase mostra a oxidação biológica do nitrogênio amoniacal,
e podendo ser observado nas equações 1 e 2 e as equação 3 mostra a reação global do processo
de nitrificação.
26

Geração de nitrito, equação 1;


NH4+ + (3/2) O2 → NO2- + H2O + 2 H+
Geração de nitrito, equação 2;
NO2- + (1/2) O2 → NO3-
Reação global, equação 3;
NH4+ + 2 O2 → NO3- + 2 H+ + H2O

Para Beltran, (2008) essas bactérias obtêm suas próprias energias para se evoluir da
oxidação dos compostos inorgânicos (NH4+ e NO2-), e tem como fonte de carbono o carbono
inorgânico (CO2), e o oxigênio (O2) como receptor de elétrons. E no processo de nitrificação
é gerado o ions H+, então tende-se a consumir alcalinidade, consequentemente tem a queda do
pH, que pode ocasionar a demora no processo de nitrificação (MADIGAN et al., 1997).
Além do pH, a concentração de oxigênio dissolvido e temperatura podem impactar
diretamente sobre a ativação ou desativação no metabolismo das bactérias nitrificantes
(BELTRAN, 2008), e por isso a importância do controle e monitoramento contínuo da
qualidade da água no sistema aquaponico.

3.6.2 Área de suporte para bactérias

As bactérias necessitam de uma área para aderirem e prosperar suas colônias e quanto
maior melhor, e de acordo com a área total disponível irá determinar a quantidade de amônia
que será oxidado.
Dependendo do design do projeto aquapônico e da quantidade do peixe, as paredes do
sistema e as raízes das plantas podem ser suficientes, e em sistemas com maior densidade de
estocagem do animal necessita de biofiltragem separado, onde se utiliza materiais com elevada
área de superfície para fixação de microrganismo (SOMERVILLE et al., 2014).

3.7 Qualidade da água

De acordo com Somerville et al., (2014), a água é quem proporciona vida de um sistema
aquapônico, um meio o qual os micronutrientes e macronutrientes essenciais são transportados
para nutrir os vegetais e para os animais aquáticos é o ambiente em que vive, então existem
vários parâmetros primordiais a serem monitorados, tais como: pH, temperatura, oxigênio
27

dissolvido, nitrogênio total e alcalinidade. Eles são os principais parâmetros para manter as
colônias bacterianas e organismos aquáticos saudáveis, e garantir os níveis ideais (Tabela 1).

Tabela 1 - Intervalos de tolerância à qualidade da água para bactérias nitrificantes.

Fonte: Somerville et al., 2014

3.7.1 Temperatura da água

A temperatura é um fator significativo para a aquapônia de forma geral, sendo


inportantissimo para o crescimento e colonização das bactérias nitrificantes está compreendida
entre 17-34oC, pois inferior a 17oC, as bactérias diminuem suas taxas metabólicas e acarretando
na conversão da amônia em nitratos (SOMERVILLE et al., 2014).
Conforme Cox et al., (2009) temperatura inferior a 15oC ocorre a diminuição de
atividade dos Nitrossomonas e Nitrobacter, e abaixo de 10oC a eficiência de nitrificação fica
abaixo de 65%. No entanto, altas temperaturas também podem restringir a absorção de cálcio
pelas plantas, queda no oxigênio dissolvido e aumentando o nível de amônia tóxica. Então é
válido o conhecimento do clima da região, onde ocorre muita oscilação desta variável
aconselha-se a escolha de vegetais e animais nativas da região para ter uma adequabilidade
destes indivíduos.

3.7.2 pH da água

O pH da água é o indicador para os vegetais, animais e as bactérias do sistema


aquapônico. Nos vegetais, o Ph indicado é que permanece entre 6,0-6,5, para que seja favorável
na assimilação dos nutrientes. Fora dessa faixa, as plantas terão dificuldades de absorver os
macros e micronutrientes. Já as bactérias do processo de nitrificação podem apresentar
problemas com o pH abaixo de 6, deixando assim o sistema instável ou com problema. Já para
os animais por sua vez, tem uma tolerância com maior amplitude no pH comparando-se com
28

os demais do sistema, tendo a maioria dos peixes utilizados aceitam o pH de 6,0-8,5


(SOMERVILLE et al., 2014).
Para Tyson et al., (2004) com o nível de pH não favorável a conversão de amônia em
nitrato é prejudicada, sendo sugerido que o intervalo ideal de pH seja de 6,0-8,5 para que ocorra
a colonização das bactérias por conta de sua capacidade de adaptação à ambientes
diversificados. Por essa razão, na aquaponia o intervalo de pH fica mais restrito nos valores de
6,0-7,0 por atender simultaneamente aos vegetais e animais.
Segundo Carneiro et al., (2015), a redução do nível do pH após a colonização do filtro
biológico pelas bactérias, deve-se ao processo de nitrificação que gera íons H+ responsáveis por
consumir a alcalinidade e baixar o pH. Esse efeito serve como um indicador de bom
funcionamento do filtro biológico, tendo a necessidade de correção do pH por meio de
hidróxido de potássio (KOH), bicarbonato de potássio (KHCO3), hidróxido de cálcio Ca(OH)2
e calcário dolomÍtico CaMg(CO3)2, para suprir as necessidades dos componentes envolvidos
(vegetal, animal e bactérias nitrificantes). Essa reposição pode ser constante tanto para o
tamponamento e ajuste de pH na água como forma de nutrientes adequado das plantas.

3.7.3 Nitrogênio total

Esse elemento normalmente é inserido no sistema aquapônico com a adição de ração


que alimenta os organismos aquáticos (peixes e crustáceos), sendo liberado na água de formas
sólidas ou líquidas. Inicialmente em forma amoniacal (NH3) e com o efeito de nitrificação se
encontra em forma de nitrito (NO2) em seguida nitrato (NO3) (SOMERVILLE et al., 2014).
Para Somerville et al., (2014), amônia e o nitrito são resíduos tóxicos para os peixes,
com o nitrogênio amoniacal dissolvido na água encontrando-se sob as formas ionizada, NH4+,
e não ionizada, NH3, que se relacionam entre si por uma reação ácido-básica. Quando o pH é
inferior a 7,0, ou seja, quando o meio passa de alcalino a neutro ou ácido, verifica-se que NH4+
predomina, enquanto NH3 prevalece quando o pH está acima de 10, (meio é alcalino). Por essa
razão, quanto mais elevado for o pH, maior será a porcentagem da amônia total presente como
NH3, forma não ionizada (forma tóxica).
O nitrato comparando-se com os outros e 100 vezes menos danoso. Então por esse
motivo a amônia e o nitrito devem estar o mais próximo possível de zero, na faixa de 0,25-1,0
mg/l, para que os valores se encaixe nesse valor, e necessário que as bactérias do biofiltro
estejam trabalhando em excelentes condições. (SOMERVILLE et al., 2014).
29

A intoxicação por amônia afeta diretamente no sistema nervoso central e as brânquias


dos peixes, notado visualmente por apresentar mudança na coloração e inflamação,
consequentemente causa deficiência ao sistema imunológico dos peixes, podendo ocasionar em
mortes. Bem semelhante os efeitos da amônia, o nitrito causa a doença do ´´sangue marrom``
causada pela inibição de transporte de oxigenio através da corrente sanguínea dos peixes. Já o
nitrato e favorável para os vegetais, atuando como filtro biológico retirando nitrato do sistema
(SOMERVILLE et al., 2014).
Segundo SOMERVILLE et al., (2014) dependendo da espécie de peixe cultivado no
sistema, alguns toleram nitrato com níveis de até 300mg/l, enquanto outros suportam até 400
mg/l. Para as plantas, níveis acima de 250 mg/l pode acarretar crescimento excessivo e acumular
nitrato nas folhas, que é danoso para a saúde humana. Dessa forma, é recomendavel manter
níveis na faixa de 5-150 mg/l e em situações críticas realizar uma renovação da água.

3.7.4 Oxigênio dissolvido

Todos os organismos da aquaponia necessitam do oxigênio, o qual é expresso em


miligramas por litro de solução. Para que as bactérias têm o fim de manter altos níveis de
produtividade de oxidação, onde o oxigênio é utilizado como reagente, pois sem o oxigênio a
reação é interrompida (SOMERVILLE et al., 2014).
Segundo Hidaka et al., (2002), as concentrações menores que 2 mg/l podem limitar
parcial ou totalmente a atividade das bactérias nitrificantes, sendo um dos parâmetros mais
relevantes da nitrificação, cujos níveis ótimos está na faixa de 4,0-8,0 miligramas por litro.
Além disso, oxigenio dissolvido em baixas concentrações pode desenvolver a
desnitrificação, onde outros tipos de bactérias, capazes de converter nitrito em nitrogênio
molecular através de uma rota metabólica anaeróbica (SOMERVILLE et al., 2014).
Dessa forma Carneiro et al., (2015), falam que é exigida em todos os componentes do
sistema aquaponico a aeração, não apenas pelos peixes, mas também pelas raízes das plantas e
pelas bactérias nitrificantes no filtro biológico. Em locais de clima tropical, o teor de oxigenio
dissolvido na água deve ser acima de 3 mg/l, e a aeração pode ser realizada utilizando
compressor ou soprador de ar.
30

3.7.5 Dureza da água

Existem dois tipos de durezas, a) dureza geral ou total (DG), que mensura a quantidade
de íons positivos disponível na agua, b) a dureza por carbonato (DC) conhecida como
alcalinidade, que tem o efeito de neutralizar ácidos. Na aquapônia a dureza geral é importante
por disponibilizar os íons cálcio (Ca2+) magnésio (Mg2+) e em menor grau, íons de ferro (Fe+),
os quais são nutrientes essenciais para as plantas, que são absorvidos em medida do
funcionamento do sistema aquapônico (BRADY et al., 1986).
Segundo Flik e Verbost, (1995) a ingestão de dureza total pelos peixes por meio de
alimentação ou pela absorção das brânquias é favorável para a construção de ossos e coagulação
sanguínea, e tem uma influência direta para o crescimento de fitoplâncton na água.
A quantidade de carbonatos (CO3²-) e bicarbonatos (HCO3-) é referenciado por
alcalinidade presentes em meios aquoso, medidos em miligramas por litro. É considerado uma
alcalinidade elevada quando se encontra em torno de 121-180 mg/L (SOMERVILLE et al.,
2014).
Alcalinidade está diretamente ligado ao pH, uma vez que age como um tampão, assim
evitando oscilações indesejadas de pH, onde os carbonatos e bicarbonatos ligam-se com os íons
H+ que estejam livres ou liberados por qualquer ácido presente na água, podemos observar as
equações na figura 9 (SOMERVILLE et al., 2014).

Figura 9 - Ligação de carbonato e bicarbonato com os íons H+.

Fonte: Somerville et al., 2014

A mudança brusca no pH do sistema aquapônico podem causar sérios danos, pois o


efeito do carbonato é de grande importância para elevar a alcalinidade e consequentemente as
bactérias ultilizam a alcalinidade para fazer o processo de nitrificação. Dessa forma, e
31

recomendado que se tenha uma fonte de carbonatos e bicarbonatos para aplicar, assim que seja
necessário, com objetivo de manter a estabilidade do sistema (SOMERVILLE et al., 2014).

3.8 Características das espécies cultivadas

3.8.1 Tambaqui (Colossoma macropomum)

3.8.1.1 Taxonomia

Alexandre Rodrigues Freitas, naturalista português, foi quem coletou pela primeira vez
o tambaqui, em sua expedição à Amazônia em 1783 – 1798. Os exemplares foram levados para
Paris, França. Posteriormente descrito por George Cuvier em 1818, onde o exemplar ainda se
encontra no Museu de História Natural de Paris. No continente sul americano, o tambaqui e
conhecido por diversos nomes, como, Cachama (Venezuela e Colômbia), Gaminata (Peru) e
nos países de língua inglesa é chamado de Black Pacu (Araujo-Lima ; Gomes, 2005), e
apresenta a seguinte classificação taxonômica:

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Superclasse: Actinopterygii
Classe: Teleostei
Ordem: Characiformes
Família: Characidae
Gênero: Colossoma (Eigenmann e Kennedy, 1903)
Espécie: Colossoma macropumum (Cuvier, 1818)

3.8.1.2 Caracteres morfológico e zootécnicos

A espécie tambaqui é natural das bacias amazônica e do rio Orinoco, podendo ser
encontrando em águas barrentas, claras ou escuras. Espécie que tem uma fácil adaptação ao
meio ambiente ofertado, possuindo uma grande resistência ao stress (ARAUJO-LIMA;
GOULDING, 1997). Colossoma macropomum (Cuvier, 1818), atinge um porte de em torno de
100 cm de comprimento total e aproximadamente 40 kg de peso (GÉRY, 1977).
32

É um peixe de corpo romboidal, coberto por escamas, apresenta nadadeiras adiposas,


curtas, com raios nas extremidades e rastros branquiais finos, longos e numerosos, possuindo
de 84 a 107 rastros no primeiro arco branquial, adaptado para filtrar plâncton. A coloração na
maioria das vezes é parda (metade superior) e negra (metade inferior) do corpo (Figura 10),
mas pode variar de acordo da cor da água em que habita. Contudo são planctófagos na fase
larval até a fase adulta, no entanto, alimentam-se mais de frutos, sementes e moluscos na fase
adulta. Quando criados em cativeiros, tem uma boa aceitação de ração, grãos e subprodutos
agrícolas e industriais. Em 1,0 ano pode alcançar de 700g a 1000g, e de 1500g a 3000g (ou
mais) no segundo ano de cultivo. Com essas características de adaptações, taxa de conversão e
hábito alimentar da espécie, proporciona o sucesso econômico para criação em cativeiro
econômico (VAL E HONCZARYK, 1995; VAL e ALMEIDA – VAL, 1995; EMATER-RO,
2006).

Figura 10 – Representação do tambaqui Colossoma macropomum (Cuvier, 1818).

Fonte: pescariaamadora.Blogspot.com

De acordo com, Kabata (1985) e Figueira e Cecarelli (1991), o piscicultor deve ter o
mínimo de conhecimentos teóricos, onde permitirão, o manejo correto e quando necessários, a
aplicação de técnicas de melhoria ou correção do ambiente cultivado. E conhecer os principais
agentes patogênicos que possam eventualmente estar presente na piscicultura. Então, a
observação e a manutenção do sistema de cultivo, são requisitos indispensáveis para que se
possam tomar medidas necessárias e manter uma boa situação sanitária das pisciculturas.
33

3.8.2 Jambu (Acmella oleracea)

3.8.2.1 Classificação taxonômica

A espécie Acmella oleracea (L.) R.K. Jansen, se enquadra entre as hortaliças


consideradas não tradicionais, popularmente conhecida pelo nome de jambu (Figura 11). É
muito cultivada e apreciada nos pratos típicos da culinária dos estados do Amazonas e Pará
(FAVORETO; GILBERT, 2010; VASCONCELOS et al., 2012). Encontrado na Amazônia
brasileira, há relatos de ocorrência da espécie nos continentes Africano e Asiático (HOMMA
et al., 2011), tendo a seguinte classificação taxonômica:

Reino: Vegetalia
Filo: Plantae
Divisão: Magnoliopsida
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Gênero: Acmella
Espécie: Acmella olerace (L.) R. K. Jansen

3.8.2.2 Caracteres morfológicos e fisiológicos

O jambu (figura 11) pertencente à família Asteraceae, adapta-se bem em regiões com
elevada temperatura e umidade, hábito de crescimento rasteiro, porte herbáceo, variando de
0,50 a 0,70 m de altura em condições selvagens. Suas flores são inflorescentes que dão origem
aos frutos do tipo aquênios (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013; VILLACHICA et al., 1996). Apesar
da planta ser tipicamente de clima tropical-úmido, onde a temperatura média anual é superior a
25,9 ºC e a umidade relativa do ar girar em torno de 80%, também pode ser cultivada em outras
condições climáticas (BORGES et al., 2013), onde é conhecido pelos nomes de agriãodo-Pará,
agrião-do-norte, agrião-do-brasil, abecedária e jambuaçu.
34

Figura 11 – Jambu (acmella oleracea).

Fonte: acervo pessoal.

O sabor é marcante por ter características de ´´formigamento`` na boca e efeito


anestésico momentâneo, onde vem conquistando o paladar do consumidor brasileiro e do
mundo (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013; SANTOS; GENTIL, 2015). Essa sensação ocorre devido
a presença de um composto ativo denominado de espilantol, presente em todos os tecidos que
compõem o vegetal (PRACHAYASITTIKUL et al., 2013). O espilantol foi estudado por
farmacológicos e constataram que possui propriedades anti-inflamatória, antioxidante,
antipirética, inseticida, diurética e afrodisíaca (DIAS et al., 2012; ELUMALAI et al., 2012;
SHARMA et al., 2012; PRACHAYASITTIKUL et al., 2013; ABEYSIRI et al., 2013; DUBEY
et al., 2013).
Sendo utilizado no preparo de pratos típicos da culinária regional, tais como tacacá e o
pato no tucupi. Além disso são fabricadas bebidas artesanais, muito apreciados por moradores
locais e turistas que visitam a cidade de Belém (HOMMA et al., 2011; GUSMÃO; GUSMÃO,
2013).
O jambu pode ser cultivado de forma convencional ou hidropônica, sendo manejo é
semelhante ao aplicado a outras culturas olerícolas como, o coentro por exemplo (SOUSA et
al., 2011), onde os vegetais são cultivados sob elevadas densidades de semeadura. Quando estão
prontos para a colheita, são colhidos e comercializadas em “molhos” ou “maços” (HOMMA et
al., 2011)
35

3.8.3 Alface (Lactuca sativa)

3.8.3.1 Classificação taxonômica

A alface da espécie Lactuca sativa, possui origem asiática, mas há relatos que essa
verdura foi utilizada por egípcios, gregos e romanos, e introduzida no Brasil pelos portugueses
no século XVI (UNIJUÍ, 2013), com a seguinte classificação taxonômica.

Reino: Vegetalia
Filo: Plantae
Divisão: Magnoliopsica
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Gênero: Lactuca
Espécie: Lactuca sativa

3.8.3.2 Caracteres morfológicos e fisiológicos

No Brasil a alface é a hortaliça folhosa mais consumida (Figura 12), representando


cerca de 40% do volume negociado pelas empresas de abastecimento, tendo como
características morfológicas o porte herbáceo com folhas alternas presas a um caule curto
(OLIVEIRA et al., 2010).
A alface é delicada e sensível às condições climáticas como temperatura extrema, e
apresenta melhor desenvolvimento em condições de temperaturas amenas entre 18 a 25°C,
sendo necessário controle de luminosidade no cultivo. Possui níveis consideráveis de cálcio,
potássio, fósforo, ferro, magnésio, flúor e vitaminas A, B1, B2 e C, boa quantidade de fibras e
baixas calorias (KESKINEN et al., 2009).
36

Figura 12 – Alface (Lactuca sativa).

Fonte: Acervo pessoal.

O cultivo da alface pode ser realizado pelos sistemas tradicional (cultivo no solo),
orgânico e hidropônico (cultivo em canaletas onde a água leva os nutrientes necessários). O
cultivo em campo aberto ainda é predominante, apesar das perdas e limitações. Já o cultivo em
condições de ambientes protegidos, seja no solo ou em sistema hidropônico, vem crescendo em
função de minimizar riscos de perda, previsibilidade e constância da produção, principalmente
durante o período de verão (CHAVES et al., 2000).
37

4 MATERIAl E MÉTODOS

4.1 Local de Estudo

Para a realização deste estudo, o projeto foi submetido à Comissão de Ética no Uso de
Animais – CEUA, da Universidade Federal Rural da Amazônia, com parecer favorável para a
sua execução, número de protocolo 23084.031418/2019-08 (UFRA).

O experimento teve duração de 90 dias e foi realizado no Laboratório de Aquicultura


Tropical (LaqTrop) (1o27`31``S48o26`08``W), localizado na Universidade Federal Rural da
Amazônia, Campus Belém/PA (Figura 13). Os alevinos de tambaqui (Colossoma
macropomum) foram comprados na fazenda Tataueira localizada no município de Peixe Boi –
Pa, e as sementes das hortaliças (Feltrin) foram compradas em supermercado na região
metropolitana de Belém – Pa.

Figura 13 – Localização do Laboratório de Aquicultura Tropical.

Fonte: Google Earth

4.2 Sistema Aquapônico

O sistema aquapônico encontra-se dividido em setores, de forma integrada,


proporcionam o bom funcionamento da produção. Os setores do sistema aquaponico são:
Estufa; Setor de produção Animal; Setor de produção Vegetal; Setor de Tratamento da Água e
Setor de bombeamento da Água.
38

4.2.1 Estufa

A estufa é uma estrutura de auxílio ao sistema de produção, a qual tem como função
impedir ou amenizar a interferência externa ambiental, tais como oscilações de temperatura e
incidência de pragas. Possui as seguintes dimensões: 10 metros de comprimento, 4,0 m de
largura, pé direito de 2,5 m e pilar central de 3,5 metros.
Suas estruturas de sustentação, como pilares e vigas, são de madeira, e é coberta por
plástico anti-UV de 100 micras de espessura (Figura 14).

Figura 14 – Estufa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.2 Setor de Produção Animal

O setor de produção animal é representado por uma caixa d’água circular de polietileno,
com volume de 1000 litros (Figura 15). Neste ambiente foram confinados 40 juvenis de
tambaquis, com peso médio de 22,5 g e 10,5 cm de comprimento.
39

Figura 15 - Ambiente de cultivo dos peixes.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.3 Setor de Produção Vegetal

Este setor está dividido em dois ambientes, a) onde ocorreu a germinação das sementes;
b) local de crescimento e desenvolvimento das cultivares até a fase final do ciclo de produção.

4.2.3.1 Bancada de Germinação

Inicialmente as sementes foram colocadas em células de germinação em local protegido


para que não ocorresse variações brusca de temperatura, buscando sempre monitorar se estavam
constantemente úmidas. O período compreendido entre 48 a 72h, as placas foram transportadas
para a bancada de germinação (Figura 16), local de grande luminosidade e disponibilidade
hídrica. As mudas permaneceram neste ambiente por cerca de 25 dias, período que aparecerão
as primeiras folhas verdadeiras. Após isso foram transplantadas para o ambiente de hidroponia.
40

Figura 16- Ambiente de germinação das plantas.

Fonte: Elaborado pelo autor

4.2.3.2 Ambiente de Hidroponia

Neste ambiente ocorreu o crescimento das mudas até a fase de colheita, o qual teve
duração média de 30 dias. O ambiente de hidroponia consiste em 6 canos PVC, com 75 mm de
diâmetro e 6,0 metros de comprimento cada, posicionados paralelamente com espaçamento de
25 cm. Cada cano possui 24 orifícios para alocação das cultivares, também espaçada em 25 cm
entre os furos, gerando um total de 144 aberturas (Figura 17). Neste ambiente ocorreu entrada
de efluentes provenientes do filtro biológico, nutrindo os vegetais e em seguida retornando a
área de cultivo dos peixes. O tempo de entrada da água foi de 15 minutos, em intervalos
contínuos, para que não ocorra o estresse hídrico nas plantas.
41

Figura 17 - Ambiente de Hidroponia.

6,0 m
25 cm

25 cm
Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.4 Setor de Tratamento da Água

O setor de tratamento de água é composto por 4 bombonas plástica de 200,0 litros,


sendo: 02 utilizados para retiradas de resíduos sólidos (decantador), 01 como biofiltro para
nitrificação, tendo como camada filtrante 100,0 litros de argila expandida e 4,0 litros de areia
fina; e 01 reservatório de água para a correção dos parâmetros de qualidade de água (Figura
18).

Figura 18 - Ambiente de tratamento de água.

Fonte: Elaborado pelo autor


42

4.2.5 Setor de Bombeamento da Água

Após circular pelo setor de tratamento, a água foi bombeada por meio de uma bomba
periférica, com potência de 0,5 CV e vazão média de 2000 litros/hora, a qual funcionam em
intervalos de 15 minutos, programada por um timer analógico. Ambos instalados na casa de
bomba (Figura 19).

Figura 19 - Setor de bombeamento da água: A) Bomba periférica; B) Timer Analógico; C) Casa de Bomba.

Fonte: Elaborado pelo autor

4.3 Manejo Operacional do Sistema

O manejo de todo o sistema aquapônico é de grande importância, pois todos os setores


têm sua demanda nutricional de necessidade exigida, tanto para os animais, vegetais e a
qualidade da agua. Contudo, deve-se realizar continuamente um monitoramento para que haja
uma boa prática de manejo.

4.3.1 Manejo Animal

Os peixes foram alimentados diariamente, em três tratos o dia, nos horários de 8:00,
13:00 e 18:00 h até atingir a saciedade aparente. Foi utilizado ração comercial extrusada, com
40% de PB (proteína bruta) e granulometria de 1,8 mm. Para avaliar o desenvolvimento dos
organismos, foram realizadas biometrias quinzenais, realizadas com 100% dos organismos.
43

4.3.2 Manejo Vegetal

Primeiramente foi feito a germinação das sementes e permanecendo 25 dias na bancada


de germinação, então surgindo as primeiras folhas das hortaliças. Em seguida foram
transplantadas para bancada hidropônica, alocados por 30 dias, completando o final do ciclo,
tendo 02 ciclos no período do estudo. Cada ciclo de cultivo, todas as plantas foram colhidas,
enxugadas e posteriormente pesadas individualmente, incluindo caule, folhas e raízes para o
cálculo dos indicadores fitotécnicos. Para a avaliação do estado nutricional, foi coletada uma
amostra da canaleta 1 e número 1 (Figura 20) das cultivares, realizada no laboratório de solos
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa.

Figura 20 – coleta de amostra da canaleta

Fonte: acervo pessoal

4.3.3 Manejo da Água

A análise da qualidade da água foi mensurada e monitorada 02 vezes por semana, no


período da manhã, no setor de cultivo dos animais e no reservatório de água (Figura 18). Os
parâmetros analisados foram: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica,
sólidos dissolvidos, turbidez e nitrato (por meio do medidor Hannah multiparamétrico HI9829)
e amônia total, nitrito e alcalinidade (através de kits colorimétricos da marca Labcon). Para
quantificar o volume de água necessário na produção animal e vegetal, todo o volume de água
utilizado durante o experimento foi contabilizado, levando em consideração as perdas e
reposições de água.
44

4.4 Análise dos Dados

Neste estudo, foram utilizados com índices de produtividade para os peixes:


 Peso médio (Px);
 Ganho de peso (GPx);
 Incremento de biomassa (IB);
 Produtividade (Prod);
 Conversão alimentar aparente (CAA);
 Taxa de sobrevivência (%);
 Relação peso-comprimento.

O peso médio dos organismos cultivados foi calculado por meio da seguinte fórmula:
Px = ∑ peso/npeixes
Onde, “∑peso” é a soma do peso dos peixes e “no peixes” a quantidade de peixes da
biometria.
Para calcular o ganho de peso médio foi utilizada a seguinte fórmula:
GPx = (Pfx - Pix)/npeixes
Onde, “Pfx”: peso médio final (g) e “Pi”: peso médio inicial (g) e “npeixes” quantidade
de peixes.
O incremento de biomassa foi calculado por meio da seguinte fórmula
IB = ∑PpeixesF - ∑PpeixesI
Onde, “∑PpeixesF” é a soma do peso final dos peixes e “∑PpeixesI” é a soma do peso
inicial dos peixes.
A produtividade foi calculada por meio da seguinte fórmula: Prod = biomassa
total/volume do tanque (kg/m3) onde, “biomassa total” é a soma do peso de todos os peixes.
A taxa de Conversão Alimentar Aparente (CAA) será calculada por meio da seguinte
fórmula:
CAA = Quantidade de ração ofertada (g)/Ganho de biomassa (g)
A taxa de sobrevivência será calculada por meio da fórmula:
TS (%) = (NFp/NIp) * 100
Onde: “NFp” é o número final de peixes e “NIp” é número inicial de peixes.
As variáveis comprimento total (cm) e peso (g) dos peixes, foram correlacionadas
através de equações potenciais do tipo Y= a*xb, para cada densidade estudada; onde a variável
dependente (Y) é o peso e a variável independente (X) é o comprimento total dos mesmos. A
45

existência de correlação foi avaliada pelo coeficiente de Pearson (r), calculado pelo método dos
mínimos quadrados, através da elaboração de duas hipóteses: H0: r = 0, não há correlação entre
o comprimento total com o peso dos peixes; H1: r ≠ 0, há correlação entre o comprimento total
com os pesos dos peixes. A interpretação do coeficiente de correlação de Pearson (r) foi
realizado pelo valor crítico de r conforme (MILTON, 1992) (Tabela 2). O coeficiente de
determinação r² foi calculado para determinar a porcentagem da variação da variável
dependente (peso dos peixes), que é explicada pela variável independente (comprimento total
do mesmo).

Tabela 2 - Interpretação do coeficiente de correlação de Pearson (r).

Fraca Moderada Forte


0 ≤ r ≤ 0,50 0,50 ≤ r ≤ 0,90 0,90 ≤ r ≤ 1,00
Fonte: Milton, 1992.

O teste t de Student foi utilizado para verificar se o coeficiente de correlação de Pearson


(r) é significante (α = 0,05), para as variáveis dependente e independente, de acordo com as
seguintes hipóteses:
H0: t0<ttab = A correlação de Pearson r entre o peso dos peixes (Y) e o comprimento total do
peixe (X) não é significativa.
H1: t0>ttab = A correlação de Pearson r entre o peso dos peixes (Y) e comprimento total do
peixe (X) é significativa.
O teste t de Student, para a correlação de Pearson r, foi calculado onde t0= Valor do
teste calculado; r= Coeficiente de Pearson; r²= Coeficiente de determinação, e n= número de
ocorrências, por meio da seguinte equação.

(t0 = r √ ) n-2
1 – r²
Neste estudo foram utilizados com índices de produtividade para as plantas:
 Peso médio total (PTx);
 Biomassa total (BT);
 Peso médio da parte aérea (PAx);
 Taxa de sobrevivência (TS).
O peso médio total das plantas foi calculado por meio da seguinte fórmula:
PTx = ∑ peso/nplantas
Onde; “∑peso” é a soma do peso das plantas e “nplantas” quantidade final de plantas vivas.
46

Para calcular da biomassa total, será utilizada a seguinte fórmula:


BT = ∑Pplantas
Onde; “∑Pplantas” é a soma do peso de todas as plantas.
O peso médio da parte aérea foi calculado por meio da seguinte fórmula:
PAx = ∑Paéreo/nplantas
Onde; “∑Paéreo” é a soma do peso da porção aérea das plantas e “n0 plantas” quantidade final
de plantas vivas.
A taxa de sobrevivência foi calculada por meio da fórmula:
TS (%) = (NFp/NIp) * 100
Onde; “NFp” é o número final de plantas e “NIp” é número inicial de plantas.
47

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos no período do estudo, estão descritos a qualidade da água;


desempenho animal e vegetal, a seguir.

5.1 Parâmetros físico-químicos da água

Valores dos parâmetros de qualidade da água, com os médios seguidos pelo desvio padrão.

Tabela 3 – Valores médios dos parâmetros físico-químicos da água seguidos pelo desvio padrão nos pontos de
coleta.

O parâmetro turbidez apresentou valores com variações no decorrer do experimento,


nos locais de análises coletados, obtiveram valores ao longo do cultivo de 0,4 a 25,70 NTU e
uma média de 12,58±6,66 no tanque dos peixes e no reservatório de água indo de 0,3 a 28,50
NTU com média de 11,45±6,41 (Figura 21). O aumento nos valores de turbidez possui uma
estreita relação com os sólidos totais, quantidade de matéria orgânica, presença de algas e
microorganismos microscópicos no sistema, aumentado à demanda de oxigênio (BUFORD et
al, 2004). Os valores observados no presente estudo estão de acordo com a resolução do
CONAMA 357/2005 que admite valores inferiores a 100 NTU.
48

Figura 21 – Turbidez (NTU) da água durante o período de cultivo no T.P. e R.A.


30

25

20
Turbidez

15

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)

A condutividade elétrica (CE) é utilizada para indicar a concentração de sais na solução


nutritiva, o sistema variou de 65,0µS cm-1 a 372,0 µS cm-1 e uma média de 269,13±51,42 µS
cm-1 no T.P. e para o R.A. de 63,0 a 360,0 µS cm-1 com média de 267,90±49,90. No tanque de
peixes esteve de acordo com os parâmetros sugeridos por Barbosa (2011) são entre 50 µS/cm-1
e. 500 µS/cm-1. Entretanto, para os vegetais, a condutividade elétrica não foi suficiente tanto
para o jambu e a alface, onde Gusmão e Gusmão (2013) recomenda os valores de 1.600 a 1.800
µS cm-1 para o jambu (A.oleracea) em cultivo convencional de hidroponia. Já o recomendado
é para a alface de acordo com Furlani et al, (1999) para o cultivo da alface em hidroponia NFT
(técnica do filme de nutrientes) em locais com altas temperaturas e luminosidade, seja mantida
entre 1.200 e 1.500 µS cm-1. Podemos observar uma queda no mês 3, devido à alta absorção da
solução nutritiva, por conta do crescimento dos vegetais (Figura 22).
49

Figura 22 – Condutividade elétrica da água durante o período de cultivo.

400

Condutividade elétrica 350

300

250

200

150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)

Os Sólidos Suspensos apresentam comportamento semelhante aos de condutividade


elétrica, com amplitude variando de 33 a 166 mg/L e uma média de 134,96±20,13 no tanque
dos peixes e 32 a 163 mg/L com média de134,35±19,17 no reservatório de água (Figura 23).

Figura 23 - Sólidos dissolvidos presentes na água durante o período de cultivo.


180

160

140
Sólidos Suspensos (mg/l)

120

100

80

60

40

20

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)

Para Ituassu et al. (2004), essa variação está relacionada ao acúmulo de matéria orgânica
no ambiente de cultivo dos peixes, provenientes das excretas produzidas pelos organismos e de
restos de ração não consumida. Esses valores foram considerados dentro da faixa de conforto
para o cultivo de peixes de água doce (5-200 mg/L) (WEDEMEYER, 1997).
50

O pH da água do sistema apresentou valores no T.P. de 4,30 a 9,89 com média de


7,72±0,57 e no R.A. de 4,15 a 9,96 e uma média de 7,68±0,52. As amostragens de pH indicaram
elevação inicial devido a correção feita, por não estar no ideal do sistema (Figura 24).

Figura 24 – Variações médias do pH durante o período de cultivo.


9

7
pH

4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)

Kubitza (2003), recomenda um pH entre a faixa 6,5 – 8,0 para o cultivo de peixes, pois
valores fora desta faixa podem prejudicar o crescimento e a reprodução e, em condições
extremas, causar a morte dos mesmos. Então, visando o equilibrio de um sistema aquapônico
com recirculação de água, conciliando pH ótimo para produção de plantas (5,5-6,5),
crescimento de bactérias nitrificantes e para a maioria de peixes de água doce de interesse
econômico (7,5-9,0), a manutenção do pH próximo a 7,0 é a opção mais adequada para atender
a todos os componentes biológicos presentes em um sistema aquapônico (TIMMONS et al.,
2002; RAKOCY et al., 2006; TYSON, 2007).
Tratando-se de cirulação da água, auxilia para disponibilizar os níveis de oxigênio
dissolvido no sistema aquapônico para o bom desenvolvimento de juvenis de tambaqui segundo
Izel e Melo (2004). Oxigênio Dissolvido apresentou variações ao longo do estudo, indo de 3,84
a 10,05 mg/L e uma média de 6,88±1,4 mg/L no T.P. e no R.A. com amplitude de 4,13 a 8,64
mg/L e com média de 5,55±1,07 mg/L. Com esses níveis apresentando varrições ao longo do
cultivo (Figura 25).
51

Figura 25 – Concentrações de oxigênio dissolvido mensal no período de cultivo.


9

7
Oxigênio Dissolvido

3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)

De acordo com Baldisserotto (2002), as principais causas relacionadas à redução de


oxigênio dissolvido nas análises da semana 8;14;19 e 23 da água consistem na presença de
matéria orgânica, decomposição aeróbia, respiração de animais e plantas e aumento na
temperatura, haja vista que a mesma causa redução na solubilidade de oxigênio e aumento no
consumo por parte dos peixes, devido ao aumento na taxa metabólica. Então o decantador do
sistema foi aberto, para a retirada do excesso de sólidos no sistema
Os valores de amplitude de temperatura ao longo do cultivo estão descritos a seguir,
atingindo no Tanque de Peixe (T.P.) a mínima de 26,74 0C e 32,85 0C a máxima, e uma média
de 29,79±2,17 0C. No Reservatório de Água (R.A.) indo de 26,70 0C a 32,76 0C e com uma
média de 29,88±0,16 0C (Figura26).
52

Figura 26 – Temperatura da água do sistema aquapônico.

O presente experimento apresentou perante o ciclo aquapnico, faixa de temperatura no


período da tarde fora do recomendável (exceto na análise 20), sendo por Kubitza (1999), onde
recomenda valores de temperatura entre 28 a 30° C para o bom desempenho de espécies de
peixes tropicais como o tambaqui, a pirapitinga e o híbrido tambatinga. Valores acima ou abaixo
disso influenciam de forma a reduzir seu crescimento. Em caso de temperaturas extremas e/ou
variações bruscas de mais ou menos 5° C em um único dia, podem acarretar em mortalidades
(LEIRA et al., 2017).
Além disso, elevada temperaturas implicam em um aumento na taxa de arraçoamento
para suprir a exigência alimentar em decorrência da aceleração do metabolismo, tendo em vista
que variações na temperatura modificam as respostas fisiológicas em peixes, especialmente
sobre o ritmo diário de alimentação
(MENDONÇA et al., 2009; GURGEL e VINATEA, 2010). Segundo Gusmão e
Gusmão (2013), temperaturas entre 25 ºC e 35 ºC são indicadas para o melhor desenvolvimento
e crescimento de cultivares de jambu. Já a alface é um vegetal mais sensível comparado com o
jambu, tendo exigências de temperaturas entre 15 ºC a 25 ºC (QUEIROZ; BOEIRA, 2007).
As concentrações de amônia total registradas no decorrer do experimento apresentaram
comportamento semelhante nos dois ambientes, tendo um aumento amoniacal nas primeiras
semanas do ciclo, chegando no seu máximo em 1,0 ppm e tendo uma mínima de 0,25 ppm e
com média de 0,33±0,20 no Tanque de Peixe (T.P.). Já no reservatório de água, chegou em 0,50
ppm seu nível mais alto amoniacal e a mínima de 0,25 ppm e uma média de 0,25±0,09. É
possível observar uma estabilização dos valores após a 10º semana de análises, onde significa
que teve um bom funcionamento do biofiltro (Figura27).
53

Figura 27 – Concentrações médias mensal de amônia durante o período de cultivo.


1,2

0,8

0,6
amônia ppm

0,4

0,2

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)

As concentrações de nitrito no tanque dos peixes e reservatório de água foram mais


elevadas no início do ciclo, por estarem diretamente relacionados com a concentração da
amônia, aingindo o máximo em os ambos lugares de 1,25 mg/l a máxima e mínima 0,0 mg/l,
ambos com média de 0,29±0,29 mg/l (Figura 28)

Figura 28 – Concentrações médias mensais de nitrito durante o período de cultivo.


1,5

1,25

1
Nitrito

0,75

0,5

0,25

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)
54

Timmons et al, (2002), cita que a faixa ideal de nitrito para peixes tropicais é até 1,0
mg/L. Então o presente estudo apresentou-se estar fora da faixa favorável na análise da 5º
semana, de acordo com o autor.
No crescimento das plantas nutridas com amônia têm, usualmente, a produção de massa
de matéria seca reduzida em 15 a 70% em relação as plantas supridas com nitrato (SALSAC et
al., 1987). De acordo com Figueiras et al. (2002), teores de nitrato em elevada concentração da
solução nutritiva, beneficia o crescimento de massa fresca. No estudo apresentou valores com
a máxima de 22,0 mg/L e 0,38 mg/L a mínima, e uma média de 5,29±5,28 mg/L no Tanque dos
Peixes. E no Reservatório de Água sua máxima atingiu em 20,0 mg/L e a mínima de 0,42 mg/L
e com média de 5,29±5,28 mg/L (Figura 29).

Figura 29 – Concentrações médias mensais de nitrato durante o período de cultivo.


25

20
Nitrato

15

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Semana
Tanque de peixe (T.P.) Reservatório de água (R.A.)

Houve o decréscimo de nível ao decorrer do estudo (14º semana) devido ao crescimento


dos vegetais. Somerville et al, (2014) cita que nitrato é a forma mais acessível de nitrogênio
para as plantas, onde necessita para auxiliar no crescimento foliar dos vegetais. Os peixes
podem tolerar níveis de até 300 mg/L, com algumas espécies podendo suportar até mesmo 400
mg/L de nitrato na água. Porém, níveis acima de 250 mg/L de nitrato podem acarretar em
crescimento excessivo e acumulação perigosa de nitrato nas folhas das plantas, o que é perigoso
para a saúde humana.
55

5.2 Desempenho Zootécnico

A avaliação do desempenho zootécnico é um dos principais fatores para determinar a


eficaz da produção na piscicultura de um modo geral. Foram realizadas observações continua
para, controlar a produção e minimizar os erros que podem ocorrer no decorrer do cultivo nos
90 dias de experimento.
Os animais entraram no sistema com peso médio de 22,50 ± 2,16 g e finalizaram o
experimento com peso médio de 100,8 ± 14,10 g (Tabela 4).

Tabela 4 – Estatística descritiva dos dados de peso e comprimento dos peixes.


Estat. Início Final
Descritiva Comprimento (cm) Peso (g) Comprimento (cm) Peso (g)
Média 10,44 22,5 17,66 100,8
Mínimo 10 18 16 69
Máximo 11,5 26 19,9 133
Erro padrão 0,0632 0,3597 0,1725 2,8523
Desvio padrão 0,3789 2,1580 1,0349 14,10
Variância 0,1436 4,6571 1,0710 292,8921

Os dados referentes aos indicadores zootécnicos estão descritos na tabela 5.

Tabela 5 - Valores dos indicadores de desempenho zootécnico.

Parâmetros produtivos
Peso médio inicial (g) 22,5±2,16
Peso médio final (g) 100,8±14,10
Ganho de peso médio (g) 78,3±7,16
Ganho de biomassa total (g) 2818,8±257,63
Produtividade (kg/m3) 3,63±1,09
Conversão alimentar 1,5±0,2
Sobrevivência (%) 100%

O peso médio final dos organismos cultivados foi de 100,80 g, com ganho de peso de
78,30 g ao final dos 90 dias de experimento. A regressão linear de alto coeficiente de
56

determinação para o peso médio final foi de R2 0,9505, (Figura 30) e para o ganho de peso
médio de R 2 0,7763 (Figura 30).

Figura 30 – Regressão linear de peso médio final.

120,0
Peso Médio fFinal (g)

100,0
80,0
60,0
40,0 y = 13,72x + 15,196
R² = 0,9505
20,0
0,0
0 15 30 45 60 75 90
Dias

A regressão linear de peso médio final apresentou uma linha de tendência crescente com
alto coeficiente de determinação, R2 0,9505 (Figura 30). O R² explica a porcentagem de
variação da variável dependente em relação a independente, é de 95,05%.
No ganho de peso médio mensal, observou-se um decréscimo. Ocasionado pela alta
amplitude de variação da temperatura. De acordo com Emater (2006), temperatura ideal para
criação de tambaqui e na faixa de 26 a 300C (figura 31).

Figura 31 – Regressão linear do ganho de peso médio.


Ganho de Peso Médio (g)

25,0
20,0 y = -3,3701x + 24,846
R² = 0,7763
15,0
10,0
5,0
0,0
15 30 45 60 75 90
Dias
57

De forma geral, o valor médio de ganho de peso médio ao final do estudo foi de 78,3±
7,16 g, valores maiores de acordo com Aieres (2019), atingiu 41,19±5,45 g em 90 dias de
cultivo. Lima et al. (2016) (15,17 g) para alevinos de tambaqui alimentados com ração de 40 %
PB em sistema de recirculação durante 45 dias.

5.2.2 Ganho de biomassa e produtividade

O ganho de biomassa e a produtividade, é o principal desempenho zootécnico a ser


observado, em que por meio deles se avalia o êxito final do cultivo (RESENDE, 2009). No
presente trabalho foi registrado uma biomassa total de 3626,8 g e chegando a produzir
3,62kg/m3; Oliveira e Costa (2019), conseguiu uma produtividade de 3,99kg/m3 em sistema
aquaponico NFT em 90 dias.
A regressão linear de incremento de biomassa e de produtividade apresentaram alto
coeficiente de determinação (R2 0,9839) para incremento de biomassa (Figura 32A) e 0,9502
para produtividade (Figura 32B),

Figura 32 – Regressão linear do ganho de biomassa (A) e Regressão linear da produtividade (B).
4000,0 5,0
Inc. de Biomassa (g)

4,0
3000,0
Produtividade (kg/m3)

3,0
2000,0 y = 0,4934x + 0,5503
y = 569,03x + 346,73 2,0
R² = 0,9839 R² = 0,9502
1000,0 1,0

0,0 0,0
15 30 45 60 75 90 0 15 30 45 60 75 90
Dias Dias

Nesse sentido, se o ganho de peso crescente, consequentemente a produtividade tem


ganho também. Dessa forma, chegou-se a atingir um ganho de biomassa total de 2818,8 g. Aires
(2019), obteve um ganho de biomassa média total de 2.294,8 g para juvenis de tambaqui em 90
dias.
58

5.2.3 Conversão alimentar

Quanto aos valores de conversão alimentar, o mesmo variou entre 0,9 kg e 2,0kg durante
todo período do estudo, tendo seu R2 0,6472 (Figura 33).

Figura 33 - Regressão linear da conversão alimentar.


2,5

2,0
Conversão Alimentar

1,5

1,0
y = 0,1815x + 0,82
R² = 0,6472
0,5

0,0
15 30 45 60 75 90
Dias

O maior valor médio de conversão alimentar foi visto no 75º dia, significando que foi
necessário gastar 2,0 kg de ração para ganhar 1,0 kg de biomassa corporal. Este valor no dia
75º esteve acima do recomendado por Medri et al. (2005), que de 0,9 a 1,8kg para o cultivo de
peixes e por Oliveira e Costa (2019), e de 1,12 a 1,57. Da Silva e Fujimoto (2015) explicam
que valores de conversão alimentar abaixo ou próximos a 1,0 indica que os organismos
utilizaram com eficiência a ração oferecida para incremento de massa.
Durante o período de estudos, foi observado a necessidade de efetuar o manejo alimentar
da melhor forma possível. Oliveira e Costa (2019), relatam que o manejo e realizado por conta
da alta variação de temperatura ao longo do dia, onde colaborou para a falta de apetite dos
peixes, e haja vista que geralmente os organismos não despertavam interesse alimentar durante
o período da manhã. Resultados que corroboram com Mendonça et al. (2009) e Gurgel e
Vinatea (2010), afirma a interferência que o aumento da temperatura pode exercer sobre a oferta
de ração devido a aceleração no metabolismo e a grande variação de temperatura do ambiente,
causando estresse ocasionando a falta de interesse alimentar.
59

5.2.4 Sobrevivência

A sobrevivência foi de 100%, onde Affonso e Ono (2016), para a fase de juvenis do
tambaqui a taxa de sobrevivência esperada é de 80%. Observa-se então que os valores atingidos
nesse trabalho foram muito superiores aos estabelecidos por esses autores tendo 100% de
sobrevivência.
Os resultados também foram superiores aos obtidos por: Brandão et al. (2004); Costa et
al. (2004); Ibrahim et al. (2015), com valores de sobrevivência de juvenis tendo 68,8 – 84,0 %;
87,84 – 96,46 %; e 58,33 – 86,67 % respectivamente para os autores. Quando comparados com
Oliveira e Costa (2019); Da Silva e Fujimoto (2015), as taxas foram próximos com valores de
94,90 – 99,19% e 97,4 a 99,7 %, todos em sistema de recirculação.

5.2.5 Relação Peso – Comprimento

Os valores de regressão calculados para avaliar a relação da variável dependente (peso)


em função da variável independente (comprimento) do sistema de cultivo, obteve o coeficiente
de determinação, R2 de 0,959 expresso na figura 34.

Figura 34 - Relação peso comprimento do tambaqui no sistema aquaponico

160

140

120

100
peso (g)

80

60

40 y = 0,0123x3,1554
R² = 0,9592
20 r = 0,9794

0
0 5 10 15 20 25
comprimento (cm)

Os valores determinados para os coeficientes de regressão, indicam que a relação entre


o peso corporal e o comprimento corporal total é alométrica positiva no sistema aquapônico
(b>3), O coeficiente de Pearson (r) calculado encontra-se na faixa de 0,90 ≤ r ≤ 1,00,
60

demonstrando uma correlação forte e positiva entre peso e comprimento, em que o coeficiente
de determinação (R²) indica que a variação do peso corporal é explicada a 95,92% pela variação
do comprimento. Estudo realizado por Souza et al. (2000) para a relação peso/comprimento do
tambaqui resultou em valores de 3,0029; 3,0407 e 3,0722 para o coeficiente de regressão,
possuindo alometria positiva. O resultado da alometria indica que no sistema os peixes tiveram
um incremento maior do peso que o comprimento corporal total.

5.3. Vegetais

Os parâmetros produtivos para as cultivares de jambu (A. olleracea) e alface (L.sativa)


estão descritos a seguir:

5.3.1. Jambu (A. olleracea)

Os parâmetros produtivos dos cultivares de jambu no ciclo aquapônico, está descrito na


tabela 6.

Tabela 6 - Parâmetros de desempenho produtivo do jambu (A. olleracea).


Vegetais
Parâmetros produtivo
Jambu
Peso médio inicial (g) 6,53±1,82
Peso médio final (g) 82,95±27,63
Ganho individual médio (g) 76,42±49,41
Ganho de biomassa total (g) 10545,53±6819,74
Produtividade (kg/m2) 953,88±621,40
Sobrevivência 100%

5.3.1.1 Peso médio inicial e peso médio final dos vegetais

O peso inicial do jambu nas canaletas foi de 6,53±1,82 g e alcançando valores médio
final de 82,95±27,63 g. Borges et al (2013) verificou um peso médio de 60,11g para o cultivo
com adubação orgânica e 72,01g com adubação mineral em 90 dias após a semeadura. Já para
o cultivo em solo encontraram valores inferiores com 65,55g de massa seca da parte aérea, no
61

mesmo período citado anteriormente e Farias et al (2010), em 90 dias de cultivar obtiveram


valores médios de 146,92g massa fresca da parte aérea de cultivares de jambu em um período
de 29 dias após o transplante em sistema de hidroponia.
Os valores acima encontrados no presente estudo, referente ao peso médio final das
cultivares de jambu, sofreram influência devido a ocorrência de pragas como a lagarta rosca
(Agrotis ipsilon), lagarta mede palmo (Thicoplusia ni) que provocaram danos nas folhagens,
nas quais ficaram cortadas e perfuradas (Figura 35A). Além da ocorrência de formiga de fogo
(Solenopsis sp.) associada a presença de pulgões (Figura 35B), que se alimenta dos seus
excrementos adocicados (GUSMÃO e GUSMÃO, 2013).

Figura 35 – Danos provocados por pragas nas folhas (A) e presença de pulgões (B) no jambu.

Fonte: acervo pessoal.

E com isso, alguns métodos de combate contra as pragas foram adotados, como a
aplicação das soluções (Figura 36) na área folhear de calda bordalesa (Figura 36A) (sulfato de
cobre, cal virgem, 1L de agua), calda de fumo (Figura 36B) (400 ml de água, 400 ml de alcool
92,5%, 100 g de fumo) e a calda de Neem (Figura 36C) (100ml de caldo da folha amassada e
1L de agua). A aplicação dessas soluções pode ser semanalmente, intercalando entre elas, com
uma função de prevenção, evitando a chegada e/ou proliferação de pragas, e ajudando em
alguns parâmetros nutricionais.
62

Figura 36 – Soluções de calda bordalesa (A), Calda de fumo (B) e folhagem de neem macerada para gerar a
calda (C).

Fonte: acervo pessoal

5.3.1.2 Ganhos de peso médio e ganho de Biomassa total

No presente estudo, o ganho de peso médio obtido foi de 76,42 g e o ganho de biomassa
total de 10.545,53, com uma produtividade de 878,79 kg/m2. Já Gusmão (2013) em sistema
hidropônico (NFT) obteve uma produção média de 150 g por maço.

5.3.1.3 Peso médio da parte aérea

Peso da parte aérea, trata-se das folhagens do vegetal, onde a raiz é retirada para a
pesagem (Figura 37).
63

Figura 37 – Pesagem da parte aérea com raiz (A) e sem raiz (B)

Fonte: Acervo pessoal

Valores dos parâmetros produtivos das partes aérea do jambu, cultivado no experimento
aquapônico (tabela 7)

Tabela 7 – Parâmetros produtivos das partes aéreas do jambu.


Parâmetros produtivos Parte aérea
Peso médio aéreo (g) 63,70±21,57
Peso total aéreo (g) 8790,79
Peso de raiz (total-aérea) (g) 2655,7

De acordo com Gusmão (2013), o espaçamento entre os vegetais cultivados tem um


efeito significativo para o crescimento aéreo das folhagens; onde a massa fresca da parte aérea
por planta de jambu aumenta conforme o aumento do espaçamento GUSMÃO e GUSMÃO
(2013), normalmente, o aumento da densidade reduz a produção por planta, sendo a produção
total compensada pelo maior número de plantas por unidade de área
No presente estudo, foi possível observar que, o peso da raiz contribuiu na perda do
peso total de 2.655,70 g, deixando sua parte aérea de folhagem com 8.790,79 g, com
espaçamento entre elas de 25 x 25cm.
64

5.3.1.4 Taxa de sobrevivência

A percentagem de sobrevivência foi obtida através da contagem direta onde foram


plantados 138 exemplares de jambu (A. olleracea), e na colheita o mesmo número inicial do
estudo. ParaGusmão et al. (2013), a sobrevivência em sistema hidropônico é de 100% de, por
conter um ambiente favorável para a sobrevivência e ser um vegetal rústico capaz de ser
resistente a variações ambientais.

5.3.1.5 Níveis de nutrientes na parte aérea dos vegetais

A análise química das plantas, é utilizada em virtude do estado nutricional da cultura,


da forma o quanto de micronutrientes e macro nutrientes foram acumulados e absorvidos ao
longo do ciclo de cultivo. Descrito a seguir os valores nutricionais do jambu (tabela 8).

Tabela 8 – Teores de macro e micronutrientes de jambu na parte aérea das folhagens de jambu no final do ciclo
de cultivo.
Valores nutricionais do Jambu
Nutrientes
Experimento Valor referencial
Nitrogênio (N) 44,64 30 a 50
Fósforo (P) 4,82 4 a 10
Potássio (P) 9,78 40 a 90
Cálcio (Ca) 8,12 8 a 15
Magnésio (Mg) 4,67 2a6
Zinco (Zn) 68,3 40 a 100
Manganês (Mn) 68,4 40 a 200
Ferro (Fe) 172,2 100 a 1100
Cobre (Cu) 194,6 4 a 35

Fonte: valores referenciais obtidos por Gusmão (2013).

No presente experimento, quase todos os valores se enquadraram ao referencial exceto


para cobre (Tabela 8), que excedeu por conta da aplicação da calda bordalesa, (onde um dos
componentes usados é o sulfato de cobre) e o potássio, que apresentou valores inferiores. Água
do cultivo dos peixes é capaz de fornecer quantidades suficientes de quase todos os nutrientes
65

de planta, exceto potássio e magnésio (LEWIS et al., 1978; QUILLERÉ et al., 1993).
Independente da espécie de peixe utilizada, o que torna necessário uma suplementação mineral
para o correto desenvolvimento das plantas. Por conta da deficiência de potássio, alguns
sintomas visuais diferenciados foram evidenciados nas plantas de jambu cultivadas (Figura 38).

Figura 38 – Jambu apresentando deficiência nutricional.

Fonte: acervo pessoal

De acordo com Gusmão (2013), a deficiência de potássio (K) provoca o encurtamento


dos entrenós e as plantas com uma perda geral da cor verde-escura da folha. O K move-se
facilmente de folhas velhas para folhas jovens; portanto os sintomas de deficiência aparecem
primeiro em folhas velhas. As folhas mais jovens, crescendo ativamente, extraem o potássio
das partes velhas, e consequentemente, as folhas novas permanecem geralmente verdes e
aparentemente saudáveis. Os sintomas começam como uma clorose amarela pálida na ponta
das folhas velhas, que cobrem o tecido marginal. A clorose é seguida de necrose castanho pálido
e tanto a clorose quanto a necrose avançam para a margem em direção à base. A clorose
marginal e a necrose das folhas mais velhas, são os sintomas específicos da deficiência de K.
Em condições de deficiência grave, proeminentes faixas vermelhas se desenvolvem no tronco
inferior e nas bainhas foliares.
66

5.3.2 Alface (L.sativa)

Alface foi o segundo ciclo aquapônico realizado no presente experimento, e


apresentando os seguintes parâmetros produtivos dos cultivares (tabela 9).

Tabela 9 - Parâmetros de desempenho produtivo do jambu (L.sativa).


Vegetais
Parâmetros produtivo
Alface
Peso médio inicial (g) 10,31±2,97
Peso médio final (g) 67,55±27,01
Ganho individual médio (g) 57,24±33,18
Ganho de biomassa total (g) 7898,90±4579,26
Produtividade (kg/m2) 658,24±381,60
Sobrevivência 100%

5.3.2.1 Peso médio inicial e peso médio final do vegetal

A alface iniciou o ciclo com peso médio de 10,31 g nas canaletas de crescimento e em
sua colheita atingiu uma média final de 67,55g. Em cultivos hidropônicos convencionais de
alface, Vaz e Junqueira (1998), obtiveram valores de 175,0 a 183,0 g, em um período de 56
dias. Cortez et al. (2009), verificou peso médio fresco de 209 a 403 g, para um ciclo cultural de
56 dias em sistema integrado de matrinxã e alface. FERNANDES et al. (2002) de 150,8 g e
195,1 g para as mesmas cultivares, em cultivo hidropônico NFT em 40 dias.
O peso médio final conforme a tabela 9, ficou bem abaixo dos comparativos citados. O
fator principal de influência de ganho de peso foi a temperatura da água, onde no período da
tarde, atingiu em uma média de 31,79 0C. Para NAGAI (1980), temperatura é o componente
climático que mais influência no crescimento e na qualidade comercial da alface. Temperaturas
elevadas, podem estimular o florescimento precoce da planta, e à medida que ocorre a emissão
do pendão floral, há uma redução no número de folhas.
Dentre as características de produção da alface, pode-se destacar o número de folhas por
planta e a massa fresca da planta inteira, que podem ser influenciados pelo cultivar, fotoperíodo
e temperatura (FRANK e BAUER, 1995; SEDIYAMA et al., 2007)
67

5.3.2.2 Ganhos de peso médio e ganho de Biomassa total

A colheita do ciclo de alface na aquaponia, teve um ganho de biomassa total de 7.898,90


g, com peso médio de 57,24 g por maço. No estado de São Paulo, destaca-se a região do cinturão
verde da Capital, os municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e Suzanlo, que
são os recordistas em produção de hortaliça, ultrapassando 1,5 milhão de pés por dia (141.000
toneladas por ano), em área de 4.700 ha (CARDOSO, 2000).

5.3.2.3 Peso médio da parte aérea

O peso da parte aérea, trata-se das folhagens do vegetal, onde a raiz e retirada para a
pesagem (figura 39).

Figura 39 – Pesagem da parte aérea, com raiz (A) e sem raiz (B).

Fonte: acervo pessoal

Valores dos parâmetros produtivos das partes aéreas da alface, cultivado no experimento
aquapônico (Tabela 10).
68

Tabela 10 - Parâmetros produtivos das partes aéreas.


Parâmetros produtivos Parte aérea
Peso médio aéreo (g) 59,84±24,63
Peso total aéreo (g) 8258,18
Peso de raiz (total-aérea) (g) 1063,56

A produção de parte aérea foi de 8258,18 g tendo uma média de 59,84 g e uma produção
de 2,37 kg para cada 1 kg de peixe. Segundo Graber & Junge (2009), em seu estudo realizado,
produziu em média de 1,9 a 2,6 kg de folhagem de alface para cada 1kg de peixes, somando
apenas a pesagem de folhas produzidas.
É válido ressaltar de acordo com Ferri (1979) destaca que um dos sintomas mais
comuns com relação a deficiência de nitrogênio é a clorose generalizada por toda a planta, e
com isso ocorre a perda de folhagem, onde é diretamente afetada na contabilização de ganho
de peso das partes aéreas.
As partes aéreas dos vegetais, pode ter influência direta com a diminuição do
comprimento da brotação, que está ligada ao fato de que as citocininas estimulam a maior
produção de partes aéreas até uma determinada concentração, o que varia de acordo com cada
espécie, e a partir desta concentração ocorre um efeito tóxico que se caracteriza por falta de
alongamento (GRATTAGAGLIA; MACHADO, 1998). Hartmann et al. (1997), mencionam
que os principais efeitos dos substratos se manifestam sobre as raízes, podendo acarretar
algumas influências sobre o crescimento das partes aéreas.

5.3.2.4 Taxa de sobrevivência

A sobrevivência no presente estudo com a alface cultivada, foi de 100% de êxito. Foi
realizada por contagem direta de número de maços retiradas das canaletas. COSTA et al.
(2007), a grande vantagem do sistema hidropônico é o poder de observar e corrigir rapidamente,
para que não ocorra mortalidade, em seu cultivo de alface no sistema que teve uma mortalidade
zero até o final do seu ciclo.

5.3.2.5 Níveis de nutrientes nas partes aéreas dos vegetais

A análise química nutricional da alface ao final do cultivo (Tabela 11).


69

Tabela 11 - Teores de macro e micronutrientes na parte aérea das folhagens de alface determinados aos 55 dias
após a semeadura.

Valores nutricionais do Alface


Nutrientes Valor
Experimento
referencial
Nitrogênio (N) 29,13 30-50
Fósforo (P) 4,37 4-7
Potássio (K) 11,47 50-80
Cálcio (Ca) 11,93 15-25
Magnésio (Mg) 4,41 4-6
Zinco (Zn) 35,8 30-100
Manganês (Mn) 35,8 30-150
Ferro (Fe) 140,1 50-150
Cobre (Cu) 197,1 7-20
Fonte: valores referenciais obtidos por Trani e Raiji, 1997.

De maneira geral, as concentrações de N, P, Zn, Mn, Mg estão de acordo com os valores


de referência citados por Trani e Raiji, (1997). O presente experimento apresentou deficiência
dos nutrientes, potássio, cálcio onde apresentou deficiência, podendo ser notada visualmente na
parte foliar (Figura 40).
Jackson et al. (1999), observaram temperaturas muito elevadas podem favorecer a
formação de cabeças pouco compactas e, também, contribuir para a ocorrência de “tip burn”,
distúrbio resultante da deficiência de cálcio nas bordas das lâminas foliares. Segundo Mengel
e Kirkby (1987), a deficiência de K não apresenta sintomas visíveis imediatos, causando
primeiramente redução do crescimento e somente mais tarde ocorrem cloroses e necroses.
70

Figura 40 – Folhagens de alface com deficiência de cálcio e potássio.

Fonte: acervo pessoal

Já o excesso de cobre na alface, foi devido a aplicação da calda bordalesa, ocasionado


pelo sulfato de cobre que contem como componente da calda. Essa aplicação da calda no vegetal
foi para prevenir o vegetal, para que não fosse atacado por pragas e doenças no período
cultivado.

5.4 Volumes de água (m3) utilizado para produção de peixes (Kg) e hortaliças (Kg).

No presente estudo aquapônico, foi iniciado o sistema com 1500 litros de água. No
decorrer do experimento, observou-se a necessidade de reposição de água, devido a evaporação
(por todo o sistema) e evapotranspiração (das plantas). A evaporação varia de um local para o
outro, devido às diferenças climáticas (temperatura do ar, velocidade do vento, radiação solar,
umidade relativa, precipitação), características e práticas de manejo do uso da água
(BENZAGHTA, 2011).
Dessa forma, foi necessário realizar reposição de 930 litros de água no decorrer do
experimento, totalizando um total de 2430 litros até o fim do cultivo. Assim, o volume de água
para produzir 1 kg de peixe foi de 861,70 L/Kg e para as hortaliças de jambu 211,30 L/Kg e
alface 260,0 L/Kg.
71

6 CONCLUSÃO

A recria de tambaquis em sistema de recirculação, proporcionou desempenho


zootécnico similar aquelas cultivada em tanques-rede ou em viveiros. E de acordo com o que
foi abordado, pode-se dizer que é de fundamental importância integrar a piscicultura com a
hidroponia, pois isso resultará em maior diversidade de produtos e aproveitamento de recursos
não explorados, onde todos se beneficiam. Dessa forma, tornando-se possível produzir alimento
de duas culturas distintas na mesma água, produzindo proteína de alto valor nutricional, peixes
e hortaliças de qualidade, sem uso de pesticidas ou fertilizantes químicos. Então visando a
diminuição do impacto ambiental, diminuindo os custos através dos benefícios da interação
entre essas duas culturas.
Porém é válido ressaltar, que devemos cumprir com as necessidades de cada organismo
vivo, respeitando seu nível de tolerância de stress ambiental em que vive. E caso seja necessário
uma adequação no ambiente, terá que ser realizado de imediato, para que não prejudique o
desempenho de crescimento ou ganho de peso, afetando diretamente a produção final do
sistema aquapônico.
Para a aquaponia ser mais promissora, necessita-se ainda de mais estudos e de
melhoramento genético para as espécies de peixes e de plantas, para terem uma maior
proximidade em suas exigências aos meios de cultivo, aumentando assim a eficiência em
desempenho na produção. Afinal plantar seu próprio alimento é como imprimir seu próprio
dinheiro
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