0% acharam este documento útil (0 voto)
20 visualizações4 páginas

Padrao de Resposta

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 4

Universidade Federal de Alagoas

Instituto de Matemática
Programa de Pós-Graduação em Matemática

Seleção de Mestrado: Análise Real

Data: 18 de julho de 2023 Horário: 09h às 12h

Inscrição:
Justique todas as suas respostas.

√ √
1. Seja a > 0. Dena uma sequência real (xn ) de modo que x1 = a e xn = a + xn−1 , para
cada natural n ≥ 2. A sequência (xn ) é convergente?
Pontuação: 1,25.
Assunto: Limite de uma sequência.
Solução: Primeiro mostraremos
√ √
por indução nita que (xn ) é crescente. De fato, como
a > 0 temos x1 = a < a + x1 = x2 e supondo n ∈ N tal que xn < xn+1 temos
√ √
xn+1 = a + xn < a + xn+1 = xn+2 . Agora mostraremos que (xn ) é limitada. √
De fato,

como

xn < xn+1 = a + xn temos xn − xn − a < 0 e consequentemente
2 1− 1+4a
2 < xn <
1+ 1+4a
2 , para cada n ∈ N. Já que (xn ) é monótona e limitada concluímos que (xn ) é
convergente.
2. Verique se a série ∞ n=1 n2 é convergente.
cos n
P

Pontuação: 1,25.
Assunto: Séries convergentes e Testes de convergência.
Solução: Inicialmente, note que cos ≤ 12 . A série ∞ 12 é uma série convergente.
n P
n2 n n=1 n
De fato, pelo teste da integral, tomando f (x) = x12 , temos que

1 ∞
Z
1
dx = − = 1.
1 x2 x 1

Isto implica que a série ∞


n=1 n2 é convergente. Assim, a série é absolutamente
P 1 P∞ cos n
n=1 n2
convergente e portanto convergente.
xn
3. Dado n ∈ N calcule lim .
x→+∞ ex
Pontuação: 1,25.
Assunto: Limites no innito e Fórmula de Taylor.
Solução: f : R → R denida por f (x) = ex é uma função de classe C ∞ , pois f (j) (x) = ex ,
para cada x ∈ R e j ∈ {0, 1, . . . }. Dado x > 1, pela fórmula de Taylor com resto de
Lagrange, existe x0 ∈ (1, x) tal que
n n
x
X f (j) (1) j f (n+1) (x0 ) X e ex0
e = (x − 1) + (x − 1)n = (x − 1)j + (x − 1)n+1 .
j! (n + 1)! j! (n + 1)!
j=0 j=0

1 −n (n+1)! 1 −n (n + 1)!
Logo, 0 ≤ xn (n+1)!
< xn (x−1) Como lim
 
ex n+1 = 1− x (x−1) . 1− x = 0
x→+∞ (x − 1)
xn
concluímos que lim = 0.
x→+∞ ex

4. Se F ⊂ R é um conjunto fechado e x ∈ R é um ponto xado, mostre que exite y0 ∈ F tal


que a distância entre x e F é dada por d(x, F ) = |x − y0 |.
Pontuação: 1,25.
Assunto: Limite de uma sequência, conjuntos fechados e conjuntos compactos
Solução: A distância entre o ponto x e um conjunto F é dada por
d(x, F ) = inf{|x − y|; y ∈ F }.

Seja {yn }n ⊂ F uma sequência de pontos tal que


lim |x − yn | = inf{|x − y|; y ∈ F } = d(x, F ).

Em particular, {yn }n é uma sequência limitada. De fato, para n sucientemente grande,


|yn | = |yn − x + x| ≤ |yn − x| + |x| ≤ d(x, F ) + 1 + |x|.

Como F é um conjunto fechado e a sequência {yn }n é limitada, temos que {yn }n possui
uma subsequência convergente {ynk }k que converge para um ponto de F . Ou seja, existe
y0 ∈ F tal que limk ynk = y0 . Pela continuidade da função módulo, temos que

lim |x − ynk | = |x − y0 |.

Daí segue o resultado.


5. Uma função f : R → R é localmente constante se para cada x ∈ R, existem c ∈ R e
um intervalo aberto I contendo x tal que f (y) = c para todo y ∈ I . Mostre que se f é
contínua e localmente constante então f é constante. Dica: Fixado a ∈ R mostre que
A = {x ∈ R : f (x) = f (a)} é aberto e fechado.
Pontuação: 1,25.
Assunto: Conjuntos abertos e fechados
Solução: Como f é contínua e R \ {f (a)} é aberto temos que R \ A = {x ∈ R : f (x) =
f (a)} = f −1 (R \ {f (a)}) é aberto. Consequentemente A é fechado. Por outro lado, dado
x0 ∈ A temos que f (x0 ) = f (a). E, como f é localmente constante temos que existe r > 0
e c ∈ R tal que f (x) = c, ∀x ∈ (x0 − r, x0 + r). Em particular c = f (x0 ) = f (a). Assim,
(x0 − r, x0 + r) ⊂ A. Concluindo que A é aberto. Como R é conexo, A ̸= ∅ e A ⊂ R é
aberto e fechado concluímos que A = R.
6. Sejam f, g : [a, b] → R funções de classe C 1 tais que |f ′ (t)| ≤ g ′ (t) para todo t ∈ (a, b).
Mostre que |f (b) − f (a)| ≤ g(b) − g(a).
Pontuação: 1,25.
Assunto: : Os teoremas clássicos do Cálculo Integral.
Solução: Pelo teorema fundamental do cálculo,
Z b Z b Z b
′ ′
g ′ (t)dt = g(b) − g(a).

|f (b) − f (a)| = f (t)dt ≤ |f (t)|dt ≤
a a a

7. Sejam ϕ, ψ : [a, b] → R funções de classe C 1 . Mostre que


Z b b Z b

ϕ(t)ψ (t)dt = ϕ(t)ψ(t) − ϕ′ (t)ψ(t)dt.

a a a

Pontuação: 1,25.
Assunto: : Os teoremas clássicos do Cálculo Integral.
Solução: Como [ϕ(t)ψ(t)]′ = ϕ′ (t)ψ(t) + ϕ(t)ψ′ (t), temos
Z b Z b Z b
[ϕ(t)ψ(t)]′ dt = ϕ′ (t)ψ(t)dt + ϕ(t)ψ ′ (t)dt.
a a a

Por outro lado, pelo teorema fundamental do cálculo temos que


Z b b
[ϕ(t)ψ(t)]′ dt = ϕ(t)ψ(t) ,

a a

o resultado segue.
8. Sejam f : [a, b] → R uma função de classe C 1 e m = a+b
2 . Mostre que
Z b
2
[f (x) + (x − m)f ′ (x)]dx = f (a) + f (b).
b−a a

Dica: Use o exercício acima.


Pontuação: 1,25.
Assunto: Propriedades da integral.
Solução: Como f e f ′ são integráveis (pois são contínuas), integrando por partes temos
Z b Z b Z b
2 ′ 2 2
[f (x) + (x − m)f (x)]dx = f (x)dx + (x − m)f ′ (x)dx
b−a a b−a a b−a a
 Z b Z b 
2
= [(x − m)f (x)]ba − (x − m)f ′ (x)dx + (x − m)f ′ (x)dx
b−a a a
2
= [(b − m)f (b) − (a − m)f (a)]
b−a 
2 b−a a−b
= f (b) − f (a) = f (b) + f (a).
b−a 2 2

Você também pode gostar