Dinamica de Coalisoes
Dinamica de Coalisoes
Dinamica de Coalisoes
MINAS GERAIS
Geraldo Edmundo Silva Junior1
Mercio Botelho Faria2
Uyara de Salles Gomide3
This paper aimed to design connection network amongst Deputies of Legislative Assembly
of Minas Gerais State, from 13th to 15th legislatures, in order to analyze the public budged
processing of Minas Gerais State. Based on network methodology and statistical results from
network topology all networks were designed. The results showed coalizacional identification
to 13th legislature with a clear power division and some situation party generating a Bräess
Paradox. In the 14th legislature a fine power division between the situation and opposition
groups into centrality group formed. Finally, in the 15th legislature, the division of power
was most evident when into centrality group were showed the opposition group domain.
When analyzing the conduct of budgetary processes in their respective legislatures, there was
a huge gap in the 15th largest justified by the dominance of the opposition group centrality.
Keywords: political processes; rent-seeking; lobbying; elections; legislatures and voting behavior;
public goods; state and local budget and expenditures.
Este estudio tuvo como objetivo crear redes de conexiones entre los miembros de la Asamblea
Legislativa de Minas Gerais (ALMG) en el período entre las asambleas legislativas decima-tercero y
decimoquinto, con el fin de analizar la brecha del estado de procesamiento del presupuesto público.
Sobre la base de las redes de metodología fueron diseñados conexiones y se estima la estructura
topológica de la red. Los resultados mostraron una formación coalizacional en decima-tercero con
el reparto del poder y una cierta participación de la situación que genera una paradoja Bräess.
Decimocuarto legislatura hubo una clara división entre los grupos de estatus y la oposición con la
división más clara del poder en el grupo central formado. Por último, en la legislatura decimoquinto
de la observada para compartir el poder, donde el grupo central está dominada por la oposición.
En consecuencia, el análisis de la conducta del proceso presupuestario que había una brecha más
grande en el decimoquinto justificada por el predominio de la oposición en el grupo central.
Palabras clave: procesos políticos; la búsqueda de rentas; grupos de presión; elecciones;
legislativas y de comportamiento de los electores; productos públicas; presupuestos y gastos
estatales y locales.
Cette étude visait à établir des réseaux de liens entre les membres de l’Assemblée législative du
Minas Gerais (ALMG) dans la période entre les législatures 13e et 15e, en vue d’analyser l’écart
de l’état du budget public de traitement. Sur la base des réseaux de méthodologie ont été conçus
connexions et estimé la structure topologique du réseau. Les résultats ont montré une formation
coalizacional en 13e avec le partage du pouvoir et une certaine participation de la situation générer
un Braess paradox. 14e législature il y avait une nette division entre les groupes de statut et
l’opposition avec la plus claire division du pouvoir dans le groupe central formé. Enfin, dans la
15e législature observé le partage du pouvoir où le groupe central est dominé par l’opposition.
Par conséquent, l’analyse de la conduite du processus budgétaire il y avait un plus grand écart
dans le 15ème justifié par la domination de l’opposition dans le groupe central.
Mots-clés: politiciens processus; recherche de rente; lobbying; élections; législatives et
comportement des électeurs; biens publics; budgets et dépenses provinciales et locales.
JEL: D72; H41; H72.
1 INTRODUÇÃO
Embora a agregação constitua-se em uma hipótese excessivamente simplificadora,
bem como o caso extremo da atomicidade, a análise econômica em um ambiente
multiagentes tornaria tais casos particulares, e não gerais. Logo, as análises de
estruturas decisórias, como congressos, assembleias legislativas e câmaras,
constituem-se em um importante campo de estudo.
Do ponto de vista da relação entre agentes externos e internos, no estudo
dos processos legislativos de tais estruturas, a literatura tem dispensado especial
atenção sobre o tema formação de grupos, embora de maneira incipiente.
A Dinâmica das Coalizões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 353
4. Com base em Nunes (2008, p. 112), o sucesso médio de aprovação de matérias no Executivo nas legislaturas foram
os seguintes: 55,7% na 13a; 80% na 14a; e 83,8% na 15a .
354 planejamento e políticas públicas | ppp | n. 50 | jan./jun. 2018
grau de desenvolvimento institucional para esta ALMG, não foi possível modificar a
lógica do ultrapresidencialismo estadual. A ALMG, conforme Artigo 1o, Capítulo 1,
do Título 1, do seu Regimento Interno, estabelece a sua composição por deputados,
que representem o povo mineiro, eleitos para um mandato de quatro anos.
O Regimento Interno, ainda, define a bancada como uma coalizão de,
no mínimo, cinco deputados de um mesmo partido, e as representações podem
constituir blocos parlamentares, sob uma liderança comum, desde que o número
mínimo seja de dezesseis parlamentares, com regras de atuação fixadas pelo
Regimento. Para cada coalizão, um líder porta-voz da bancada e intermediário
entre a bancada e os diversos órgãos da Casa. O Executivo do governo estadual
também define um líder, e este escolherá até três vice-líderes.
Com tal estruturação básica, uma mesa, composta por um presidente,
três vices e três secretários, mandatários por um interstício de dois anos,
conduzirá os trabalhos da Assembleia. À mesa competirá, privativamente,
a direção dos trabalhos legislativos, as tomadas das providências acerca da
sua regularidade, a definição de prazos e competências para a ordenação de
despesas, a previsão orçamentária e a celebração de contratos, e, finalmente,
orientar serviços administrativos.
Logo, seja do ponto de vista econômico, seja político ou institucional,
a organização e o funcionamento da Assembleia Legislativa podem ser estudados a
partir da estrutura de redes em que os atores e as ações deliberadas por aquela
Assembleia podem ser especificados como um jogo formal entre os atores
ou grupos destes.
Tomando-se, portanto, as informações das 13a, 14a e 15a legislaturas,
compreendendo-se o período de 1995-2006, busca-se estabelecer características
fundamentais daquela Casa, e, ainda, inferências sobre o trâmite orçamentário,
dadas as estruturas das redes formadas em cada uma das legislaturas.
A grande vantagem da análise de estruturas de redes é que ela fornece as
informações relevantes para verificação da interação entre os agentes. Dos processos
interativos entre os agentes possibilita-se a análise de resultados administrativos,
votações, planos de execução orçamentária e negociações que podem antecipar e,
até mesmo, postergar ou impedir a provisão de certos bens públicos, ou de alguma
legislação que facilite ou impeça o funcionamento de alguns mercados.
Durante o período analisado, 1995-2006, três diferentes governadores
assumiram os seus cargos e três diferentes estruturas de relacionamentos foram
verificadas nas 13a, 14a e 15a legislaturas, respectivamente. Todos os processos
legislativos dependeram de tais coligações, as quais conseguiram a aprovação de
inúmeras medidas e, ainda, do orçamento do estado, em que se evidenciam os
A Dinâmica das Coalizões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 355
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A literatura de finanças públicas sempre considerou a oferta de bens públicos
como um jogo realizado entre o governo e a natureza. Isto é, ela consistiria
em um problema de otimização sujeito à restrição orçamentária do governo.
Entretanto, no contexto aqui considerado, o problema é apresentado de uma
maneira um pouco mais elaborada, evidenciando-se a provisão de bens públicos
como um processo resultante das coalizões formadas na ALMG, em que a inte-
ração entre os grupos resulta no processo orçamentário.
A abordagem da provisão de bens públicos começou a ser vislumbrada na
teoria econômica após as contribuições seminais de Shattschneider e Benthan,
no início do século XIX. Os cientistas políticos, a partir de então, apresentaram
uma teoria apenas dedutiva, sem o estabelecimento de hipóteses relevantes para
a especificação de um modelo teórico. Os economistas, por sua vez, sugeriram
abordagens mais abstratas e analíticas, mesmo o seu trabalho não sendo
356 planejamento e políticas públicas | ppp | n. 50 | jan./jun. 2018
esta abordagem fosse interpretada como o resultado de menu costs para uma das
partes, no caso os principais.
Este resultado foi encontrado em dois trabalhos de Bernheim, Peleg e
Whinston (1987) e Bernheim e Whinston (1987). Nesses trabalhos os autores
identificaram uma série de possibilidades para se mitigar a assimetria de infor-
mações entre os agentes, não havendo, contudo, provas satisfatórias para a
sua existência.
Grossman e Dominguez (2009) analisaram a afiliação a uma rede de
grupos de interesses que lançaram um candidato comum em eleições primárias.
As doações para os mesmos candidatos, bem como o suporte no Legislativo,
seriam os elementos-chave para a manutenção e os ganhos em uma situação
em que haveria a possibilidade com grupos rivais. Para aqueles autores, a rede
dos democratas teria como core as organizações sindicais, enquanto a rede dos
republicanos seria menos densa.
FIGURA 1
Estrutura da mesa diretora
QUADRO 1
Relações diádicas da mesa diretora
0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1
0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1
0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1
0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 1
0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1
0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1
0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
FIGURA 2
Estrutura das comissões
QUADRO 2
Relações diádicas das comissões
0 1 1 1 1 1
0 0 1 1 1 1
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
FIGURA 3
Estrutura das lideranças
QUADRO 3
Relações diádicas das lideranças
1 1 1 1 1 1 1
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
P ( Θ → A ), P ( Θ t+1) ∈ A, Θ t = Θ , (1)
em que h(0)(Θ) = densidade que fornece os valores iniciais para a cadeia de Markov.
A densidade de transição da cadeia de Markov é p(η|Θ), e, com relação à
medida de Lebesgue, obtém-se:
IX = –
2 ∑ log ηy (Xi, Xj) .
ij (4)
(i, j)∈ℵ
#(ℵ)
A Dinâmica das Coalizões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 365
HX =
4 ∑ πij 1 – πij . (5)
i, j =1
n(n – 1)
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A questão central em coalizões e redes seria o processo de formação delas. A lite-
ratura tem sugerido a endogeneidade na formação de coalizões, sendo o trabalho
referencial atribuído aos autores Ray e Vohra (2001), em que foi concluído,
no exemplo de políticas públicas, que o tamanho ótimo das coalizões seria quatro.
No presente trabalho, entretanto, as informações estatísticas oriundas da estru-
tura das redes formadas em cada uma das legislaturas possibilitariam inferências
sobre possíveis processos de tomada de decisão que poderiam ser implementados
para que importantes resultados pudessem ser viabilizados a partir do Legislativo.
Como exemplos citam-se a aprovação orçamentária e a criação de leis orgânicas
em cada um dos setores de atividade econômica.
Do ponto de vista gráfico, conforme a figura 4, que representa a rede da 13a
legislatura, vigente no período 1995-1998, durante o mandato do governador
Eduardo Azeredo, observou-se uma maior conectividade entre os agentes daquela
Casa, o que pode ser corroborado pelos resultados da tabela 1. Alguma centra-
lidade à direita pode ser observada e uma baixa polarização, embora alguns atores
5. Ver <https://goo.gl/g9Uf2y> para a obtenção de informações sobre as legislaturas, a composição das mesas diretoras
com mandato bianual, as composições das comissões e, finalmente, as estruturas das lideranças partidárias e dos blocos.
366 planejamento e políticas públicas | ppp | n. 50 | jan./jun. 2018
FIGURA 4
13a legislatura
FIGURA 5
14a legislatura
FIGURA 6
15a legislatura
TABELA 1
Estatísticas das redes para as legislaturas
Item Medidas 13a legislatura 14a legislatura 15a legislatura
(Continuação)
Item Medidas 13a legislatura 14a legislatura 15a legislatura
7, 25, 34, 1, 14, 21, 1, 4, 8, 24,
44, 44, 45, 40,
Estimativa grupo
45, 53, 59, 53, 59, 66, 48, 53, 57,
de centralidade
66, 67 e 83 e
67 e 87 68 91
Distância média 1,621 2,107 1,933
Distância baseada na coesão 0,691 0,54 0,565
Distância geodésica
Distância – fragmentação
0,309 0,46 0,435
ponderada
Número de triplas não vácuo
73350 12553 19209
transitivas ordenadas
Número de triplas de todos os
681384 681384 753480
tipos
Número de triplas i em j e j em k 112104 22256 33464
Número de triângulos com duas
189612 47694 77188
Transitividade pernas
Número de triângulos com três
73350 12553 19209
pernas
Triplas ordenadas (%) 10,76 1,85 2,55
Triplas i em j e j em k (%) 65,43 56,40 57,40
Triângulos com no mínimo duas
38,68 26,32 24,89
pernas (%)
apontando a baixa formação de coalizões, o que não foi observado nas 14a e 15a
legislaturas, respectivamente.
TABELA 2
Simulação estocástica de cadeias de Markov com amostragens de Gibbs
Número de coalizões Amostragem Critério de informação Iy Average of pairwise Critério de concentração Hx
2 Gibbs 1 0,9483 0,5169 0,9787
2 Gibbs 2 0,9480 0,5173 0,9775
2 Gibbs 3 0,9479 0,5180 0,9778
3 Gibbs 1 0,9443 0,3569 0,8812
3 Gibbs 2 0,9440 0,3565 0,8799
3 Gibbs 3 0,9441 0,3559 0,8811
4 Gibbs 1 0,9414 0,2755 0,7552
4 Gibbs 2 0,9410 0,2760 0,7552
4 Gibbs 3 0,9410 0,2758 0,7542
5 Gibbs 1 0,9380 0,2264 0,6534
5 Gibbs 2 0,9380 0,2268 0,6549
5 Gibbs 3 0,9380 0,2268 0,6549
6 Gibbs 1 0,9356 0,1937 0,5757
6 Gibbs 2 0,9355 0,1923 0,5721
6 Gibbs 3 0,9383 0,2262 0,6531
7 Gibbs 1 0,9331 0,1690 0,5119
7 Gibbs 2 0,9331 0,1689 0,5117
7 Gibbs 3 0,9329 0,1699 0,5140
8 Gibbs 1 0,9304 0,1521 0,4628
8 Gibbs 2 0,9300 0,1511 0,4621
8 Gibbs 3 0,9303 0,1520 0,4651
TABELA 3
Probabilidades das relações diádicas (0,0) entre as coalizões
1 2 3 4 5 6 7 8
1 0,61 0,624 0,636 0,621 0,634 0,643 0,64 0,633
2 0,624 0,609 0,639 0,628 0,636 0,644 0,639 0,637
3 0,636 0,639 0,626 0,64 0,645 0,656 0,653 0,654
4 0,621 0,628 0,64 0,606 0,634 0,641 0,639 0,636
5 0,634 0,636 0,645 0,634 0,622 0,649 0,649 0,644
6 0,643 0,644 0,656 0,641 0,649 0,623 0,648 0,653
7 0,64 0,639 0,653 0,639 0,649 0,648 0,622 0,65
8 0,633 0,637 0,654 0,636 0,644 0,653 0,65 0,619
TABELA 4
Probabilidades das relações diádicas (1,1) entre as coalizões
1 2 3 4 5 6 7 8
1 0,164 0,145 0,139 0,145 0,143 0,139 0,138 0,141
2 0,145 0,162 0,14 0,142 0,138 0,137 0,137 0,14
3 0,139 0,14 0,156 0,14 0,139 0,133 0,132 0,133
4 0,145 0,142 0,14 0,16 0,141 0,137 0,138 0,142
5 0,143 0,138 0,139 0,141 0,161 0,139 0,137 0,142
6 0,139 0,137 0,133 0,137 0,139 0,163 0,138 0,133
7 0,138 0,137 0,132 0,138 0,137 0,138 0,159 0,136
8 0,141 0,14 0,133 0,142 0,142 0,133 0,136 0,154
TABELA 5
Probabilidades das relações diádicas (1,0) entre as coalizões
1 2 3 4 5 6 7 8
1 0,113 0,117 0,112 0,117 0,1090,107 0,109 0,112 -
2 0,114 0,114 0,112 0,115 0,114 0,107 0,111 0,111
3 0,113 0,11 0,109 0,109 0,107 0,106 0,108 0,106
4 0,117 0,116 0,11 0,117 0,11 0,108 0,111 0,11
5 0,115 0,112 0,109 0,115 0,109 0,104 0,109 0,107
6 0,111 0,112 0,105 0,114 0,109 0,107 0,109 0,109
7 0,113 0,112 0,107 0,113 0,105 0,105 0,11 0,106
8 0,114 0,112 0,107 0,112 0,107 0,105 0,108 0,114
TABELA 6
Probabilidades das relações diádicas (0,1) entre as coalizões
1 2 3 4 5 6 7 8
1 0,113 0,114 0,113 0,117 0,115 0,11 0,113 0,114
2 0,117 0,114 0,11 0,116 0,112 0,112 0,112 0,112
3 0,112 0,112 0,109 0,11 0,109 0,105 0,107 0,107
4 0,117 0,115 0,109 0,117 0,115 0,114 0,113 0,112
5 0,109 0,114 0,107 0,11 0,109 0,109 0,105 0,107
6 0,107 0,107 0,106 0,108 0,104 0,107 0,105 0,105
7 0,109 0,111 0,108 0,111 0,109 0,109 0,11 0,108
8 0,112 0,111 0,106 0,11 0,107 0,109 0,106 0,114
6. Nota-se que, com base no estudo de Nunes (2008, p. 115, tabela 5), o PTB era da coligação vencedora, o PDT, o PFL
e o PMDB formaram a coalizão e apenas o PT era da bancada da oposição.
7. Segundo Nunes (2008), o PMDB, o PPS e o PMN eram da coligação, o PDT e o PSD da coalizão e, finalmente, o PFL
e o PSDB da oposição.
A Dinâmica das Coalizões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 373
QUADRO 4
Tramitação dos processos orçamentários
Ano PPAG Exercício Projeto de lei Plenário Final Duração
1995 1993-1996 1996 PL 234/1995 18/5/1995 01/8/1995 75 dias
1996 1997-2000 1997 PL 808/1996 16/5/1996 24/7/1996 69 dias
1997 1997-2000 1998 PL 1.218/1997 19/5/1997 30/7/1997 72 dias
1998 1997-2000 1999 PL 1.746/1998 12/5/1998 20/7/1998 69 dias
1999 1997-2000 2000 PL 343/1999 19/5/1999 29/7/1999 71 dias
2000 2000-2003 2001 PL 1.022/2000 16/5/2000 27/7/2000 72 dias
2001 2000-2003 2002 PL 1.539/2001 16/5/2001 26/7/2001 71 dias
2002 2000-2003 2003 PL 2.176/2002 16/5/2002 26/7/2002 71 dias
2003 2000-2003 2004 PL 715/2003 20/5/2003 18/5/2003 121 dias
2004 2004-2007 2005 PL 1.640/2004 18/5/2004 21/10/2004 156 dias
2005 2004-2007 2006 PL 2.328/2005 19/6/2005 15/7/2005 67 dias
2006 2004-2007 2007 PL 3.293/2006 16/5/2006 18/10/2006 155 dias
8. Na última legislatura, o PSDB formou a coligação, o PP, o PSC, o PSD, o PMDB, o PRB e o PDT formaram a coalizão
e o PT formou a oposição.
374 planejamento e políticas públicas | ppp | n. 50 | jan./jun. 2018
delas pela autoridade executiva. Outra característica, não menos essencial, é que,
entre os períodos eleitorais e o primeiro período dos mandatos das coalizões vence-
doras, os hiatos de tempo são maiores.
Ainda, a não coincidência entre a centralidade dos grupos e as represen-
tações das respectivas comissões caracterizam o processo de barganha em matéria
orçamentária, comum na maioria das Casas legislativas.
O hiato menor em estruturas menos centralizadas reflete a pouca confiança
em processos negociáveis, em que a simplicidade da matéria, sob certos aspectos,
reduziria os gastos extraorçamentários.
Nota-se que, apesar da predominância polarizadora na última legislatura,
a supremacia da oposição no grupo de centralidade deve explicar o maior hiato
temporal na tramitação do processo.
5 CONSIDERAÇÕES CONCLUSIVAS
O presente trabalho objetivou o estudo das coalizões formadas nas 13a, 14a e 15a
legislaturas da ALMG, e, de posse das redes estruturadas, identificar as medidas
estatísticas das redes. Baseando-se na metodologia de jogos de redes que combinam
a teoria dos grafos com a teoria dos jogos, os resultados mostraram uma formação
coalizacional na 15a legislatura com domínio da situação, e, também, na 14a,
com divisão de poder e ocorrência do paradoxo de Braess na 13a. Com base em
tais resultados, é possível a formulação de jogos de redes para a verificação dos
processos legislativos e a identificação dos procedimentos de barganha em cada
uma das legislaturas consideradas.
Tomando-se os termos do Executivo para as respectivas legislaturas, desta-
ca-se que: i) no primeiro período, o governador Eduardo Azeredo, do PSDB,
entre os anos de 1995 e 1998, com o suporte da coligação PSDB/PTB/PL,
representando a 13a legislatura; ii) no segundo, o governador Itamar Franco,
do PMDB, entre os anos de 1999 e 2002, com o suporte da coligação PMDB/
PT/PDT/PSB/PTB/PP/PL/PCdoB; iii) e, finalmente, o governador Aécio Neves,
do PSDB, entre os anos de 2003 e 2006, com o suporte da coligação PSDB/
PDT/PPS/PRTB/PSB/PV.
Finalmente, a aparente maioria legislativa não assegura facilidades na
tramitação nem do orçamento ou de qualquer outra matéria legislativa, como se
vislumbrou no quadro 4. Embora a vantagem coalizacional seja configurada pelos
dados da tabela 1, o hiato para aprovação do orçamento foi superior ao de outras
legislaturas com menor vantagem coalizacional.
A Dinâmica das Coalizões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais 375
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