Duda começou a jogar futebol de salão, o atual futsal, pelo Besc, um dos principais times de Florianópolis na década de 80. Era franzino e bom de bola. Depois foi para a Elase e de lá, ainda muito jovem, cruzou o oceano em 1991 para tentar a sorte num time de Andorra, que jogava na Liga de Futsal da Espanha. Foi bem no time do principado e na temporada seguinte se transferiu para Zaragoza, onde começou a construir sua história na elite da modalidade.

Ganhou títulos e respeito por onde passou até a aposentadoria precoce aos 31 anos para assumir o El Pozo Múrcia, seu último time como jogador. Duda, desde muito jovem, já era apaixonado por tática e todos projetavam que seria um grande treinador. O tempo confirmou a expectativa e ele ficou 17 anos anos como treinador em Múrcia, conquistando quatro Ligas, algumas Copas e até um prêmio “Juego Limpio” das mãos do Rei Juan Carlos, por ter deixado seu time sofrer um gol após marcar um com um rival lesionado.

Muitos brasileiros estiveram na final deste ano. O catarinense Gadeia, Marlon, Felipe Valério, Marcel e Rafa Santos, pelo El Pozo, e Waltinho, Lucão, Tomaz e Motta por Jimbee. Isso mostra a força do salonismo brasileiro na principal liga do mundo. Alguns desses grandes jogadores certamente estarão entre os convocados para o Mundial de Futsal, que será disputado em setembro, no Uzbesquistão, onde o Brasil vai tentar ganhar o título que não vence desde 2012, quando era comandado por Marcos Sorato, outro treinador catarinense de muito sucesso.

Mas o grande protagonista da final espanhola foi o técnico Duda. Com um orçamento bem mais modesto, levou o Jimbee Cartagena ao título, vencendo o grande rival da região de Múrcia, o El Pozo, ex-time do treinador campeão. São 33 anos de Espanha e um currículo difícil de ser igualado. É o técnico brasileiro mais vitorioso na história do futsal espanhol. Espelho para os muitos brasileiros que chegam todos os anos na península ibérica buscando reconhecimento e sucesso em suas carreiras.