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29/11/2004
-
12h15
da France Presse, em Maputo
Oito milh�es de mo�ambicanos devem comparecer �s urnas nesta semana para designar o sucessor do presidente Joaquim Chissano, que chegou ao poder em plena guerra civil h� 18 anos e decidiu n�o se candidatar a um novo per�odo. A elei��o geral em Mo�ambique acontece nestas quarta-feira (1) e quinta-feira (2).
Esta ser� a terceira elei��o geral do pa�s desde o final da guerra civil que arrasou Mo�ambique durante 16 anos (1976-1992) e deixou pelo menos 1 milh�o de mortos, al�m de arruinar a economia da antiga col�nia portuguesa, um dos pa�ses mais pobres da �frica.
A campanha eleitoral tem sido relativamente tranq�ila, com alguns atos de viol�ncias que, segundo o presidente da Comiss�o Nacional de Elei��es (CNE), Filipe Manjate, causaram menos de dez mortos e menos de 50 feridos.
Acidente
Chissano chegou ao poder em 1986, depois da morte em um misterioso acidente de avi�o do primeiro presidente de Mo�ambique independente, Samora Machel, um marxista-leninista convicto. Em 1994, foi eleito na primeira vota��o democr�tica no pa�s e reeleito em 1999.
Ele poderia tentar um terceiro mandato, mas, aos 65 anos, o homem que contribuiu para levar a paz a seu pa�s e aplicou uma pol�tica pragm�tica para a reativa��o da economia, preferiu abandonar o cargo.
Seu partido, a Frente de Liberta��o de Mo�ambique (Frelimo), designou seu secret�rio-geral Armando Guebuza, 61, como o candidato � Presid�ncia. No in�cio da d�cada de 90, ele negociou a paz com a Resist�ncia Nacional de Mo�ambique (Renamo), o principal partido de oposi��o.
Combatente na guerra pela independ�ncia, obtida em 1975, Guebuza ocupou v�rias pastas ministeriais nas equipes Machel e Chissano.
"Improdutivos"
Em 1983, o Minist�rio do Interior obrigou milhares de desempregados "improdutivos" de Maputo e Beira [segunda cidade do pa�s, localizada no centro-leste] a se instalarem nos campos pobres do norte, uma medida nada popular.
Empres�rio pr�spero, foi apresentado por Chissano como "a boa pessoa para continuar o programa de desenvolvimento do pa�s".
Seu principal advers�rio ser� Afonso Dhlakama, 51, ex-l�der da rebeli�o e hoje chefe da oposi��o.
A Renamo, apoiada durante a guerra pelo regime segregacionista da vizinha �frica do Sul, cometeu v�rias atrocidades. Por�m, Dhlakama continua sendo muito popular em seus redutos do centro e norte.
Ele contestou os resultados das elei��es de dezembro de 1999 e acusou a Frelimo de cometer fraudes. Chissano venceu com 52,2% de votos, contra 47,7% de Dhlakama.
Fraudes
A Renamo tamb�m acusou o partido que est� no poder de querer cometer fraudes e alega que isso fica comprovado com o fato da CNE ser contr�ria a uma vigil�ncia total do processo eleitoral por observadores estrangeiros.
Os observadores da Uni�o Europ�ia (UE), da Comunidade Brit�nica (Commonwealth), do Centro Carter e da Comunidade de Desenvolvimento da �frica Austral (SADC) desejam uma vigil�ncia total da vota��o, mas a CNE contesta.
Guebuza � o favorito, mas os analistas n�o excluem a possibilidade de um segundo turno com Dhlakama caso nenhum obtenha a maioria absoluta na primeira vota��o. Isto seria uma novidade hist�rica em Mo�ambique, onde a Frelimo sempre dominou a vida pol�tica.
Outros tr�s candidatos se apresentaram � elei��o e quase 20 partidos pequenos participam das elei��es legislativas para renovar os 250 deputados da Assembl�ia Nacional, dominada pela Frelimo.
A pobreza, apesar de um �ndice de crescimento de 7% em 2003, e a Aids --1,1 milh�o de soropositivos entre 17 milh�es de habitantes-- ser�o as prioridades do novo governo.
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Mo�ambique elege novo presidente nesta semana
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Oito milh�es de mo�ambicanos devem comparecer �s urnas nesta semana para designar o sucessor do presidente Joaquim Chissano, que chegou ao poder em plena guerra civil h� 18 anos e decidiu n�o se candidatar a um novo per�odo. A elei��o geral em Mo�ambique acontece nestas quarta-feira (1) e quinta-feira (2).
Esta ser� a terceira elei��o geral do pa�s desde o final da guerra civil que arrasou Mo�ambique durante 16 anos (1976-1992) e deixou pelo menos 1 milh�o de mortos, al�m de arruinar a economia da antiga col�nia portuguesa, um dos pa�ses mais pobres da �frica.
A campanha eleitoral tem sido relativamente tranq�ila, com alguns atos de viol�ncias que, segundo o presidente da Comiss�o Nacional de Elei��es (CNE), Filipe Manjate, causaram menos de dez mortos e menos de 50 feridos.
Acidente
Chissano chegou ao poder em 1986, depois da morte em um misterioso acidente de avi�o do primeiro presidente de Mo�ambique independente, Samora Machel, um marxista-leninista convicto. Em 1994, foi eleito na primeira vota��o democr�tica no pa�s e reeleito em 1999.
Ele poderia tentar um terceiro mandato, mas, aos 65 anos, o homem que contribuiu para levar a paz a seu pa�s e aplicou uma pol�tica pragm�tica para a reativa��o da economia, preferiu abandonar o cargo.
Seu partido, a Frente de Liberta��o de Mo�ambique (Frelimo), designou seu secret�rio-geral Armando Guebuza, 61, como o candidato � Presid�ncia. No in�cio da d�cada de 90, ele negociou a paz com a Resist�ncia Nacional de Mo�ambique (Renamo), o principal partido de oposi��o.
Combatente na guerra pela independ�ncia, obtida em 1975, Guebuza ocupou v�rias pastas ministeriais nas equipes Machel e Chissano.
"Improdutivos"
Em 1983, o Minist�rio do Interior obrigou milhares de desempregados "improdutivos" de Maputo e Beira [segunda cidade do pa�s, localizada no centro-leste] a se instalarem nos campos pobres do norte, uma medida nada popular.
Empres�rio pr�spero, foi apresentado por Chissano como "a boa pessoa para continuar o programa de desenvolvimento do pa�s".
Seu principal advers�rio ser� Afonso Dhlakama, 51, ex-l�der da rebeli�o e hoje chefe da oposi��o.
A Renamo, apoiada durante a guerra pelo regime segregacionista da vizinha �frica do Sul, cometeu v�rias atrocidades. Por�m, Dhlakama continua sendo muito popular em seus redutos do centro e norte.
Ele contestou os resultados das elei��es de dezembro de 1999 e acusou a Frelimo de cometer fraudes. Chissano venceu com 52,2% de votos, contra 47,7% de Dhlakama.
Fraudes
A Renamo tamb�m acusou o partido que est� no poder de querer cometer fraudes e alega que isso fica comprovado com o fato da CNE ser contr�ria a uma vigil�ncia total do processo eleitoral por observadores estrangeiros.
Os observadores da Uni�o Europ�ia (UE), da Comunidade Brit�nica (Commonwealth), do Centro Carter e da Comunidade de Desenvolvimento da �frica Austral (SADC) desejam uma vigil�ncia total da vota��o, mas a CNE contesta.
Guebuza � o favorito, mas os analistas n�o excluem a possibilidade de um segundo turno com Dhlakama caso nenhum obtenha a maioria absoluta na primeira vota��o. Isto seria uma novidade hist�rica em Mo�ambique, onde a Frelimo sempre dominou a vida pol�tica.
Outros tr�s candidatos se apresentaram � elei��o e quase 20 partidos pequenos participam das elei��es legislativas para renovar os 250 deputados da Assembl�ia Nacional, dominada pela Frelimo.
A pobreza, apesar de um �ndice de crescimento de 7% em 2003, e a Aids --1,1 milh�o de soropositivos entre 17 milh�es de habitantes-- ser�o as prioridades do novo governo.
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