Regime s�rio enforcou at� 13 mil oponentes em pris�o, diz ONG
O regime s�rio enforcou at� 13 mil oponentes em uma pris�o durante os primeiros cinco anos de guerra, segundo um relat�rio publicado pela Anistia Internacional.
A pol�tica de exterm�nio teria sido realizada de maneira secreta e sob ordens do alto escal�o. Outros milhares teriam morrido por tortura ou fome durante o per�odo.
Divulga��o/Anistia Internacional | ||
Foto a�rea da pris�o Saydnaya, na S�ria |
O relat�rio, assinado por Nicolette Waldman, foi redigido a partir de 84 entrevistas, incluindo guardas que trabalhavam na pris�o de Saydnaya, onde os enforcamentos teriam ocorrido. O local est� a 30 quil�metros da capital, Damasco.
Os guardas disseram que uma ou duas vezes por semana entre 20 e 50 pessoas eram enforcadas ap�s julgamentos simulados. A causa da morte era forjada em um hospital militar, em geral registrada como problema respirat�rio ou insufici�ncia card�aca.
Segundo o texto, as v�timas "permaneciam vendadas" e "elas n�o sabiam quando ou como iam morrer at� que a corda fosse colocada nos seus pesco�os".
A partir dos relatos, a Anistia Internacional estimou o total de enforcamentos entre 5.000 e 13 mil. A a��o � um crime de guerra e contra a humanidade.
Os corpos eram sistematicamente deixados em fossas comuns na periferia de Damasco entre a meia-noite e o amanhecer, �s ter�as-feiras, por cinco anos, de acordo com a Anistia Internacional.
O texto menciona apenas os primeiros cinco anos porque os informantes teriam deixado a pris�o ap�s esse per�odo. H� suspeita, no entanto, de que os enforcamentos n�o foram interrompidos.
HIST�RICO
O conflito s�rio foi iniciado em mar�o de 2011 e, desde ent�o, ao menos 400 mil pessoas foram mortas. Quase metade da popula��o do pa�s foi deslocada, com milh�es refugiando-se em pa�ses vizinhos e na Europa.
J� foram feitas outras den�ncias de execu��es sistem�ticas na S�ria ligadas ao alto mando, com documenta��o de um fot�grafo que havia trabalhado na pol�cia.
O Observat�rio S�rio para os Direitos Humanos, baseado em Londres, afirmou tamb�m em maio do ano passado que ao menos 60 mil pessoas morreram ap�s tortura ou m�s condi��es em pris�es desde o in�cio da guerra.
ASSAD
Paralelamente � acusa��o da Anistia Internacional, o ditador s�rio, Bashar al-Assad, afirmou que a pol�tica americana em rela��o ao Estado Isl�mico (EI) � promissora.
Assad disse, segundo a ag�ncia de not�cias estatal Sana, que o fato de o presidente Donald Trump priorizar o combate � organiza��o terrorista � um bom sinal, mas que ser� preciso esperar para ver os primeiros passos dados por ele.
Trump indicou, anteriormente, ter a inten��o de cortar o apoio americano a rebeldes s�rios moderados e auxiliar o regime s�rio a combater o EI, uma das metas de seu mandato.
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