Velha Guarda Paulistana
Paulo Valentim cuida de quem guarda a mem�ria do samba
O figurino da Velha Guarda tem que estar alinhado, o equipamento de som deve estar regulado e o �nibus tem que sair no hor�rio certo e o evento. S�o essas as preocupa��es que Paulo Valentim tem dentro da escola de samba de seu cora��o, a Vai-Vai.
Afinal, como o samba da pr�pria escola canta, se � a Velha Guarda quem tem a mem�ria do samba, Paulo Valentim tem como of�cio zelar por ela. Aos 77 anos, mais de 70 vividos dentro do samba, Paulo � hoje o diretor do departamento da Velha Guarda de uma das mais tradicionais escolas de samba do Carnaval paulistano.
"Se n�o houvesse a Velha Guarda, as escolas n�o existiriam. Nela, est�o os fundadores da escola, aqueles que se dedicaram, lutaram contra o preconceito, lutaram contra a pol�cia, contra a repress�o, que muitas vezes foram demitidos de seus trabalhos por serem de escola de samba", explica Paulo.
Paulo n�o sabe dizer quando entrou para o samba. Lembra-se apenas de seu pai tocando cavaquinho pela casa e nas festas dos amigos. Lembra-se tamb�m da m�e cantando com Dalva de Oliveira.
Diego Padgurschi/Folhapress | ||
Paulo Valentim, presidente da Velha Guarda da Vai-Vai |
Quando deu por si j� estava nas escolas de samba de S�o Paulo. Passou pela Vai-Vai e pela Camisa Verde e Branco (algo como virar a casaca e, de corintiano passar a ser palmeirense), mas retornou a Vai-Vai.
Paulo ajudou ainda a abrir espa�o para o samba na imprensa paulista. "A sociedade achava que todo mundo que estava no samba era marginal. Hoje � status", comenta ele. E diante de mais um Carnaval, Paulo se diz saudoso do tempo em que a festa era feita pr�xima ao povo e havia maior senso de comunidade dentro das escolas de samba.
"As pessoas usavam a fantasia com prazer, orgulho. Hoje, n�o. Voc� assiste o desfile no Anhembi e depois da escola passar, voc� v� montanhas de roupas jogadas".
Nos tempos de desfile na avenida S�o Jo�o, no centro de S�o Paulo, Paulo se lembra de gostar de ficar horas ap�s o desfile de sua Vai-Vai conversando e contando piadas com colegas de outras escolas: Peruche, Nen�. Nessas, a farra que come�ava com o desfile no s�bado de Carnaval s� acabava na Quarta-feira de Cinzas, quando o sambista finalmente voltava para seu bairro. "Hoje o Anhembi � que nem um curral: Voc� entra, desfila, sai, j� vai pro �nibus e cada um vai parar no seu reduto", lamenta.
Como representante da Velha Guarda de sua escola, Paulo d� a li��o: Para se provar sambista, n�o basta ter samba no p�, cantar e festejar. "Se voc� for na serralheria da escola, o sambista est� l�. Seja soldando metal, colando adere�os, fazendo comida para o povo. Esse � o sambista de verdade".
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Acompanhe toda a cobertura dos blocos, festas e desfiles do Carnaval 2018, desde os preparativos
Tire as dúvidas sobre formas de contaminação, principais sintomas e o processo de imunização
Folha usa ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas feitas por Doria em campanha