� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Plano para ensino m�dio � um passo corajoso do governo
Rivaldo Gomes/Folhapress | ||
Escola estadual Antonio Vieira de Souza, em Guarulhos, na Grande S�o Paulo |
Ao apresentar um plano de reforma do ensino m�dio, o governo acerta diante da gravidade da crise da educa��o no pa�s. A iniciativa ataca um dos pontos nevr�lgicos do sistema educacional. Se a educa��o brasileira, de modo geral, clama por uma transforma��o capaz de alinh�-la �s exig�ncias do s�culo 21, nada � mais urgente do que estancar a sangria que acomete o ensino m�dio.
Os n�meros que apontam a degrada��o do setor s�o contundentes. A mais recente avalia��o do Ideb mostra que as notas nacionais do ensino m�dio est�o estacionadas, o desempenho em matem�tica foi o pior desde 2005 e at� os resultados obtidos pela rede privada retrocederam.
A reforma proposta contempla quest�es que s�o demandas hist�ricas de educadores, como a flexibiliza��o dos curr�culos, a inclus�o de conte�dos para a forma��o especializada e a expans�o da jornada de ensino, rumo � escola integral.
S�o temas que apresentei durante a campanha de 2014, sob a coordena��o da hoje secret�ria-executiva do Minist�rio da Educa��o, Maria Helena Guimar�es de Castro. As medidas s�o efetivas para melhorar o desempenho escolar e conter as altas taxas de evas�o. O pa�s tem 1,7 milh�o de adolescentes de 15 a 17 anos fora da escola. Por ano, 700 mil alunos abandonam o ensino m�dio.
Temos problemas s�rios a enfrentar, mas nada � mais grave -quando se olha para o futuro- do que uma guerra perdida na educa��o. Qualquer retrocesso nessa �rea tem impacto direto na forma��o de nossos cidad�os, na qualidade e empregabilidade da for�a de trabalho, na capacidade de inova��o das empresas, na competitividade da economia e no futuro de milh�es de brasileiros. O lugar que iremos ocupar no mundo depende da prioridade a ser dada � educa��o.
Ainda h� muito por fazer. Precisamos melhorar a infraestrutura das escolas, garantir tempo de capacita��o e planejamento do novo ensino m�dio para os professores e estruturar o modelo para o aluno que trabalha e estuda � noite, bem como para os alunos dos cursos supletivos.
Essas quest�es devem ser batidas para que se encontre o consenso fundamental aos resultados que esperamos. Mas � importante dar um primeiro passo.
Nos pr�ximos 120 dias, o pr�prio texto da MP ser� discutido e poder� ser aperfei�oado. O Congresso tem a obriga��o de aprofundar o debate com o devido senso de urg�ncia.
N�o se muda um quadro t�o deteriorado de um dia para o outro, apesar de ser poss�vel obter ganhos imediatos com uma gest�o mais respons�vel. Bons resultados dependem de pol�ticas p�blicas consistentes e de longo prazo.
A proposta apresentada pelo governo � um passo corajoso para virar o jogo. O Brasil precisa e os jovens merecem.
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