� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Novas perspectivas se abrem para o Mercosul
Boris Vergara - 5.ago.2016/Xinhua | ||
Militares venezuelanos hasteiam bandeira do Mercosul em Caracas para marcar presid�ncia do bloco |
Nossa diplomacia acaba de adotar uma posi��o hist�rica. Em defesa da democracia e das institui��es, impediu, ao lado das chancelarias da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, que a Venezuela ocupasse a presid�ncia tempor�ria do Mercosul. Com a decis�o, abrem-se novos caminhos para o bloco.
Esta seria a segunda ocasi�o em que o pa�s liderado por Nicol�s Maduro chefiaria o Mercosul —a primeira foi h� tr�s anos. Desta vez, por�m, prevaleceu a postura firme do governo do Brasil, com o apoio dos demais parceiros. Valeu o que estabelecem as regras do bloco: � preciso cumprir plenamente os requisitos previstos para exercer a presid�ncia.
Um pa�s que nem de longe lembra uma democracia —pude ver isso de perto�em viagem a Caracas, um ano atr�s,�ao lado de outros senadores—,��e que desrespeita reiteradamente os direitos humanos n�o poderia sequer ter sido aceito na alian�a regional. Mas o alinhamento ideol�gico que dominou a diplomacia de alguns dos pa�ses-membros do Mercosul at� pouco tempo atr�s�permitiu o ingresso da Venezuela em 2012.
Se persistir a intransig�ncia do governo venezuelano, em dezembro o pa�s poder� ser suspenso do bloco. N�o � o desej�vel, uma vez que a inten��o dos pa�ses membros � fortalecer o Mercosul e�apoiar�o povo irm�o da Venezuela na�supera��o das enormes dificuldades a que tem sido sujeitado. Mas ser� inevit�vel, caso o governo Maduro n�o desista da escalada autorit�ria que vem patrocinando.
N�o � poss�vel aceitar como parceiro diplom�tico e comercial um governo que trata como crime o mero exerc�cio do direito de opini�o, que encarcera seus opositores e reprime seus advers�rios violentamente nas ruas.
As tentativas de di�logo e de encaminhamento de uma solu��o pac�fica e democr�tica v�m naufragando. N�o bastasse o terror antidemocr�tico, os venezuelanos est�o hoje sujeitos a condi��es de vida deplor�veis. O pa�s apresenta uma das mais altas taxas de infla��o do mundo e assiste seu PIB decair de forma continuada.
Recentemente, Caracas superou a hondurenha San Pedro Sula e tornou-se a cidade mais violenta do planeta.
A experi�ncia venezuelana ressalta, com tintas fortes, os limites e o fracasso dos regimes populistas. A trucul�ncia, a manipula��o econ�mica, a irresponsabilidade fiscal, o desmazelo com o patrim�nio p�blico e um intervencionismo sem paralelo produziram um pa�s empobrecido, com mais de 70% da popula��o em condi��o de pobreza.
Com a recente decis�o, a diplomacia brasileira, sob a lideran�a do chanceler Jos� Serra, est� conduzindo o Mercosul a seus melhores caminhos, deixando para tr�s o isolacionismo que marcou a �ltima d�cada e abrindo novas perspectivas para o bloco.
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