� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Ciclo perverso
A poucos dias da comemora��o do Dia do Trabalho, milh�es de brasileiros compartilham o mesmo sonho: voltar a trabalhar com a carteira assinada.
Apenas em mar�o, 118 mil pessoas perderam seus empregos no mercado formal, o pior resultado em 25 anos. Em todo o Brasil j� s�o mais de 10 milh�es de trabalhadores � margem do mercado. N�meros que se tornam mais preocupantes quando compreendidos na dimens�o familiar. A perda do emprego por um trabalhador ou trabalhadora chefe de fam�lia impacta a vida de um universo ainda maior de pessoas.
O governo de transi��o que, ao que tudo indica, se avizinha, tem uma enorme lista de a��es emergenciais a serem implementadas na tentativa de salvar o pa�s. � preciso reorganizar as contas p�blicas, tirar da in�rcia os setores produtivos, iniciar reformas estruturantes e adotar um pacote de medidas capazes de restabelecer a confian�a do mercado e dos cidad�os.
Qualquer a��o emergencial, no entanto, precisar� ter como prioridade a quest�o do trabalho, tal a gravidade da situa��o. Segundo estudo do Instituto Teot�nio Vilela, tomando-se como refer�ncia o ano de 2015, em um conjunto de 59 pa�ses, o Brasil foi o campe�o mundial em gera��o de desemprego. O segundo lugar foi a Nig�ria, pa�s que sofre com o terrorismo e com a queda do pre�o do petr�leo.
A deteriora��o do mercado de trabalho � o retrato cruel de uma economia paralisada. Sem crescimento, as empresas param de investir e passam a demitir, o poder de compra das fam�lias cai e as vendas despencam. Com a recess�o instalada, o ciclo se repete. O desemprego precisa merecer a aten��o do pa�s, n�o apenas como estat�stica econ�mica, mas no seu aspecto social, como elemento devastador e desagregador da vida familiar. Hoje, ele atinge trabalhadores com todos os n�veis de escolaridade, inclusive os profissionais com curso superior.
Tudo isso contribui para desenhar um futuro de profunda incerteza. Ao deslocar para fora do mercado um enorme contingente de profissionais experientes e qualificados, estamos colocando em risco parte substancial do esfor�o feito, nos �ltimos anos, em qualifica��o e forma��o de m�o de obra. � como se, de uma hora para outra, o pa�s ficasse com menos potencial para voltar a crescer.
A retomada da economia t�o desejada pela na��o ter� de cumprir um duro percurso. Foram muitos os descalabros promovidos em anos de in�pcia e irresponsabilidade. O pa�s j� disse que quer mudan�as e o Parlamento brasileiro est� alinhado com este sentimento dominante. Precisamos ter clareza n�o apenas da profundidade da crise na qual estamos imersos, mas, principalmente, da necess�ria urg�ncia em come�ar a super�-la.
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