� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.
Queda livre
O novo rebaixamento da nota de risco do Brasil, apenas seis meses depois de o pa�s perder o selo de bom pagador, n�o surpreendeu ningu�m.
Ainda que previs�vel, diante da deteriora��o crescente da economia e da incapacidade do governo de reagir, esse � um fato que jamais deveria ser banalizado. Mas s�o tantas as not�cias ruins, que corremos o risco de nos acostumarmos com elas.
O rebaixamento afeta o dia a dia de todos os brasileiros, mesmo que, para muita gente, pare�a algo incompreens�vel. � a vida cotidiana que se torna ainda mais dura. Significa juros mais altos para nossas empresas, redu��o de investimentos, produtos mais caros, infla��o e mais inadimpl�ncia, al�m do desemprego crescente. � tamb�m um per�odo de maior dificuldade para o governo brasileiro se financiar e mais impostos no futuro para pagar essa d�vida e a necessidade de cortes maiores das despesas.
O Brasil precisou percorrer uma longa estrada, que se iniciou com FHC e o Plano Real, em 1994, para ganhar o selo de bom pagador. Em menos de uma d�cada, o governo do PT, com suas pol�ticas equivocadas, nos tirou essa conquista.
� preciso registrar que o total de desempregados no pa�s cresceu 41,5% em um ano e j� ultrapassou 9 milh�es de brasileiros. A redu��o nas vendas mostra o consumo das fam�lias em queda acelerada em todos os segmentos. Com a infla��o alta e o cr�dito apertado, os brasileiros diminu�ram a compra de eletrodom�sticos, autom�veis, roupas, material de constru��o, alimentos. Na etapa seguinte, o que se corta s�o os servi�os. Quem � pai ou m�e sabe o quanto d�i mudar a escola do filho.
� o Brasil, sem disfarces ou truques de marketing, mostrando a sua cara.
O rebaixamento n�o � obra do acaso. A tormenta tem nome, sobrenome e RG. N�o veio de fora, como um ataque alien�gena, como sempre querem fazer crer para justificar o injustific�vel. Segundo Lisa Schineller, da ag�ncia S&P, "o rebaixamento foi resultado da pol�tica dom�stica, de a��es ou falta de a��es dom�sticas". �, portanto, obra de um governo, de um partido, de um conjunto de ideias rasas e equivocadas que est�o destruindo um patrim�nio de conquistas que � de todos n�s.
De uma amostra de 30 pa�ses que perderam o grau de investimento desde 1980, poucos recuperaram suas posi��es. A vida entre as na��es da segunda divis�o vai cobrar um pre�o alto dos brasileiros. E n�o h� sa�da f�cil.
Ser� preciso lideran�a pol�tica, uma equipe competente e compromisso com uma ampla agenda de reformas para superarmos a atual crise, que j� � a maior das �ltimas d�cadas. Infelizmente faltam a este governo convic��o, capacidade e estatura moral para conduzir o pa�s nesta dire��o.
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