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Linha Direta

Claudia Sheinbaum, eleita nova presidente do México, será primeira mulher a governar o país

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Até o fechamento dessa reportagem, a candidata do partido Morena tinha cerca de 58% dos votos, de acordo com os resultados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional Eleitoral. A primeira mulher a governar o país terá grandes desafios, como os altos índices de feminicídio, o combate ao narcotráfico, a taxa de pobreza e a imigração. 

México: primeiros resultados oficiais dão vitória a Claudia Sheinbaum.
México: primeiros resultados oficiais dão vitória a Claudia Sheinbaum. REUTERS - Raquel Cunha
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Larissa Werneck, correspondente da RFI no México

As urnas fecharam às 18h, no horário local. Os resultados preliminares, que começaram a ser divulgados pelo Instituto Nacional Eleitoral em tempo real duas horas depois, já apontavam a vitória de Claudia Sheinbaum.

A confirmação veio por volta da meia-noite da noite, em uma mensagem transmitida pelo INE em rede nacional quando quase 29 por cento das urnas haviam sido apuradas.

De acordo com a contagem rápida, que apresenta uma estimativa dos resultados, a nova presidente venceu as eleições com cerca de 58%.

Apesar dos partidos de oposição terem solicitado aos veículos de comunicação que não divulgassem os resultados preliminares, Claudia Sheinbaum foi anunciada como a nova presidente da República.

Logo após o anúncio dos resultados, o atual presidente López Obrador fez um discurso em cadeia nacional, agradecendo a participação da população nas urnas e cumprimentou os candidatos, principalmente a vencedora Claudia Sheibaum. O presidente afirmou que o nome de México estava de novo “nas alturas”.

Já a nova presidente do país fez um de agradecimento enfatizando a diferença de trinta pontos em relação à segunda candidata, Xóchitl Gálvez. Ela agradeceu aos milhões de mexicanas e mexicanos que decidiram votar por ela para ser a primeira mulher presidente do México. “É o reconhecimento do povo do México ao nosso projeto de nação. E eu não chego sozinha, chegamos juntas com as nossas ancestrais”, disse Claudia Sheinbaum.

Cientista e braço direito de López Obrador

Aos 61 anos, ela tem uma posição de destaque na política nacional e uma relação próxima e de longa data com o atual presidente Andrés Manuel López Obrador. De ascendência judaica, ela é filha de cientistas: seu pai, Carlos Sheinbaum Yoselevitz, é químico, e sua mãe, Annie Pardo Cemo, é bióloga.

O interesse pela política é de família, já que ambos foram apoaidores da esquerda mexicana e tiveram grande ativismo político nos anos 1960, incluindo a participação ativa no movimento estudantil mexicano de 1968.

Sheinbaum é graduada em Física pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), onde também concluiu o mestrado e o doutorado em Engenharia Energética. Entre 2000 e 2006, atuou como Secretária de Meio Ambiente sob a gestão de Obrador enquanto ele era chefe de governo da Cidade do México. Em 2007, integrou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.

Em 2006, foi porta-voz da campanha de Obrador em sua primeira tentativa de alcançar a presidência da república. Junto com ele, foi uma das fundadoras do Morena, partido Movimento de Regeneração Nacional, oficialmente estabelecido em 2014.

Em 2018, foi eleita chefe de governo da Cidade do México, sendo a primeira mulher a ocupar esse cargo.  Em junho de 2023, quando pediu licença para concorrer à candidatura presidencial, declarou: "quero ser a primeira mulher na história a liderar os destinos da nação".

Ao longo de toda a campanha eleitoral, Sheinbaum declarou apoio incondicional aos planos de governo de Obrador, conhecido como “quarta transformação”, e foi defensora do presidente em diferentes ocasiões.

Nos debates, demonstrou uma postura forte, muitas vezes considerada fria, ao ser atacada pelos adversários, principalmente por Xóchitl Galvéz, candidata da oposição que ficou em segundo lugar nas eleições deste domingo com cerca de 28 por cento dos votos.

Governar com autonomia ou seguir mentor

Pela sua longa relação de confiança com López Obrador, críticos da presidente eleita se perguntam se ela irá governar com autonomia ou se vai seguir o que disser o seu mentor. No entanto, em uma coletiva de imprensa Claudia Sheinbaum afirmou que vai governar com independência.

“Muitos dizem que eu não tenho personalidade e que o presidente me diz tudo o que eu tenho que fazer. Mas eu sou muito segura de mim mesma.”, disse ela.

Evo Morales presta homenagem à nova presidente do México

Horas antes do anúncio da vitória, Claudia Sheibaum se reuniu com representantes do partido Morena e com os ex-presidentes Evo Morales, da Bolívia, e Alberto Fernandez, da Agentina. Os dois vieram ao México como parte de uma missão de observação do processo eleitoral. No encontro, Morales afirmou que Claudia Sheinbaum “é a América Latina” e celebrou a vitória da sucessora de López Obrador: "flamejante presidenta eleita do México”, disse ele.

A posse de Claudia Sheibaum será no dia 1° de outubro. Pelos próximos seis anos, que é o tempo do mandato presidencial no México, a presidente terá muitos desafios, incluindo uma agenda feminista, o combate ao feminicídio, o combate ao narcotráfico, a taxa de pobreza e a imigração, que será uma pauta que vai depender da relação de Claudia Sheinbaum com o presidente eleito nas eleições dos Estados Unidos, em novembro. Tudo isso, diante do Congresso Nacional renovado que poderá, ou não, estar alinhado com os planos do novo governo.

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