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Eleição histórica no México deve levar primeira mulher à presidência do país

O México realiza eleições gerais neste domingo (2) para escolher, entre outros cargos, o próximo presidente da República. Ao que tudo indica, uma mulher será pela primeira vez na história a nova dirigente do país pelos próximos seis anos. Marcado pela violência, o México registra de nove a dez feminicídios por dia, segundo dados da ONU.

Da esquerda para a direita, os candidatos à presidência do México Jorge Alvarez Maynez, Claudia Sheinbaum (centro) e Xóchitl Gálvez.
Da esquerda para a direita, os candidatos à presidência do México Jorge Alvarez Maynez, Claudia Sheinbaum (centro) e Xóchitl Gálvez. © AFP - ALFREDO ESTRELLA
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Larissa Werneck, correspondente no México

As eleições deste domingo são as maiores já realizadas no país. De acordo com o Instituto Nacional Eleitoral, entidade autônoma responsável pela organização da votação, cerca de 98 milhões de pessoas irão às urnas para eleger, além do presidente, mais de 20 mil candidatos a diversos cargos, tanto em nível federal quanto local. Entre eles, senadores, deputados, governadores de oito estados (Chiapas, Guanajuato, Jalisco, Morelos, Puebla, Tabasco, Veracruz e Yucatán) e o chefe de governo da Cidade do México, que é considerado um dos cargos mais importantes do país.

As urnas abrem às 8h e fecham às 18h pelo horário local. Mexicanos que residem no exterior também podem votar nos consulados ou nas embaixadas. 

Na disputa pela presidência estão Claudia Sheibaum, do partido de esquerda Morena, ex-chefe de governo da Cidade do México entre 2018 e 2023, e candidata que representa a continuidade do governo López Obrador; Xóchitl Gálvez, senadora e representante da coalizão de oposição formada pelos partidos de direita PRI, PAN e PRD; e Jorge Álvarez Máynez, do partido Movimiento Ciudadano, considerado o azarão da corrida eleitoral, mas que tem apoio significativo de jovens mexicanos.

Um dos principais desafios que os candidatos têm de enfrentar é a participação, uma vez que o voto não é obrigatório no México. Nas eleições anteriores, em 2018, a taxa de abstenção ficou pouco acima de 36%.

Segundo as últimas pesquisas, divulgadas em 29 de maio, Claudia Sheinbaum tem 50% das intenções de voto, contra 27,4% de Xóchitl Gálvez e 10,4% de Álvarez Máynez. Se as projeções se confirmarem, o México terá uma mulher na presidência da República pela primeira vez em sua história. O país não realiza segundo turno das eleições. 

Os resultados preliminares começarão a ser divulgados já na noite de domingo, de acordo com um sistema de contagem rápida realizado pelo Instituto Nacional Eleitoral, que contabiliza os resultados a partir de uma amostra aleatória das urnas e faz uma previsão das tendências de votação. 

Contexto de violência 

Um dos principais problemas do México é a violência relacionada com o narcotráfico que também se manifesta nas campanhas políticas. Desde dezembro de 2006, quando o governo federal lançou uma polêmica ofensiva militar antidrogas, o país contabiliza mais de 450.000 assassinatos e aproximadamente 100.000 desaparecidos, segundo dados oficiais.

No contexto da atual campanha, desde setembro do ano passado, cerca de 25 candidatos que participariam destas eleições foram assassinados, entre eles pelo menos três no estado de Chiapas, na região sul do território mexicano. Em uma estrada neste estado, no dia 21 de abril, a candidata Claudia Sheinbaum foi retida brevemente por homens encapuzados.

No sábado (1°), as autoridades eleitorais suspenderam as eleições gerais em dois municípios de Chiapas – Pantelhó e Chicomuselo –, após atos violentos que impediram a instalação de cabines de votação. O Instituto Eleitoral (IEPC) desse estado fronteiriço com a Guatemala justificou a medida "devido à "situação de violência e ingovernabilidade", segundo um comunicado divulgado à imprensa.

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