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Polícia Federal do Brasil destaca acolhimento dos franceses e ação de pickpockets em Paris 2024

Agentes da Polícia Federal (PF) do Brasil que desembarcaram na França em julho para dar suporte aos Jogos Olímpicos permanecem em ação em Paris, apoiando também as Paralimpíadas. Quatorze policiais brasileiros foram destacados para atuar na segurança pública e permanecem em missão na Cidade Luz. 

A agente Luiza Maria de Araújo, no centro da imagem, cercada por colegas policiais federais brasileiros durante patrulha em frente à Basílica do Sagrado Coração, a Sacre Coeur de Paris.
A agente Luiza Maria de Araújo, no centro da imagem, cercada por colegas policiais federais brasileiros durante patrulha em frente à Basílica do Sagrado Coração, a Sacre Coeur de Paris. © Divulgação/Arquivo pessoal
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Luiza Ramos, da RFI

Os agentes estão divididos em duas equipes, uma no 9º distrito e outra 18º, onde fica localizado o charmoso bairro de Montmartre e a imponente Basílica do Sacré-Coeur (Sagrado Coração).

Em entrevista à RFI, a policial papiloscopista Luiza Maria de Araújo, que atua nos arredores do monumento, revelou que o privilégio de trabalhar na bela zona parisiense contrasta com as ocorrências diárias. A papiloscopista afirma que, apesar de a realização de patrulhas não ser função da Polícia Federal no Brasil, as ocorrências são parecidas nos dois países, principalmente por se tratar de pontos turísticos, onde casos de furtos são frequentes.

“O que mais pudemos observar foram os pickpockets [ladrões que furtam objetos ou carteiras] e casos de vendedores ambulantes sem permissão e ilegais que, especificamente durante o período de Jogos, não podem atuar”, explica a policial, que fala fluentemente francês, inglês e espanhol. Ela já trabalhou em Salvador e exerce suas funções em Brasília.

A papiloscopista Luiza Maria de Araújo conversa com agente da polícia francesa nas escadarias da Basílica do Sacré-Couer. Ela integra um grupo de mais de 1.700 policiais estrangeiros convidados para atuar em Paris 2024.
A papiloscopista Luiza Maria de Araújo conversa com agente da polícia francesa nas escadarias da Basílica do Sacré-Couer. Ela integra um grupo de mais de 1.700 policiais estrangeiros convidados para atuar em Paris 2024. © Arquivo pessoal

Luiza apontou também casos de tráfico de drogas em zonas mais afastadas do monumento religioso, mas ainda na região do icônico bairro de Montmartre, cenário de filmes e séries de TV. A policial federal ressaltou as diferenças que percebeu em relação ao Brasil: em Paris, a quantidade de ações criminosas é menor e elas são menos violentas, aponta. “Temos [no Brasil] muito mais casos de furtos e roubos e com mais agressividade”, comparou. 

Mesma equipe segue em Paris até setembro 

A convite da França, 20 policiais federais brasileiros foram escalados para atuar em três principais frentes: segurança pública, troca de informações e inteligência para prevenção ao terrorismo. 

Desses, 14 se dividiram em duas equipes. A de Luiza patrulhava os arredores da Basílica do Sagrado Coração e a outra operou no 9º distrito, não muito distante de Montmartre. As equipes rodam em turnos de oito horas diárias com escalas de três dias de trabalho e três de repouso, sempre no mesmo local, para garantir melhor conhecimento da zona. 

Agentes da Polícia Federal do Brasil observam o movimento de turistas do alto da Basílica do Sagrado Coração, em Paris.
Agentes da Polícia Federal do Brasil observam o movimento de turistas do alto da Basílica do Sagrado Coração, em Paris. © Arquivo pessoal

A policial federal conta que o mesmo time de agentes que chegou para as Olimpíadas vai permanecer até o final das Paralimpíadas, que acontecem de 28 de agosto a 8 de setembro.

“O Brasil é um país que não teve troca de equipe, provavelmente por ser mais distante. Outros países fizeram duas ou três divisões, com uma equipe só para os Jogos Olímpicos e outra só para os Paralímpicos, e alguns ainda tiveram no período entre os dois eventos”, detalhou Luiza Maria de Araújo. 

Recepção francesa e expectativas para as Paralimíadas

Luiza acredita que, nas Paralimpíadas, tudo continuará a transcorrer na mesma tranquilidade dos Jogos Olímpicos. Ela ressalta o acolhimento recebido pelos colegas policiais franceses. “Realmente tivemos um tratamento diferenciado, fomos muito bem acolhidos. É uma prestatividade fenomenal que os colegas daqui tiveram conosco, do Brasil e de todos os países. Isso é algo bem marcante que nós vamos levar”, revela. 

Policias franceses posam ao lado de agentes da Polícia Federal do Brasil no 18º distrito de Paris.
Policias franceses posam ao lado de agentes da Polícia Federal do Brasil no 18º distrito de Paris. © Arquivo pessoal

A agente destacou à RFI o rigor dos policiais franceses ao repreender pessoas que tentavam trabalhar sem licença durante o período dos Jogos de Paris 2024, como vendedores ambulantes, pessoas fazendo show de rua, desenhistas e caricaturistas – que costumam ser encontrados na Place du Tertre, praça turística ao lado da Basílica do Sacré-Coeur. 

Luiza observou ainda a aceitação dos parisienses com relação à presença do policiamento estrangeiro. “Para mim e para os colegas, o mais marcante foi a aceitação tanto dos próprios franceses quanto dos turistas de diversos países. E não só a aceitação, mas o carinho com relação a todos os policiais estrangeiros que estavam aqui”, compartilha. “Muitos passavam e agradeciam, perguntavam de onde a gente era e perguntavam se nós estávamos bem, bem alojados, e nos davam parabéns", relata a policial federal.

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