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De olho na reeleição, Biden endurece regras de imigração e fecha temporariamente fronteira mexicana

O presidente Joe Biden fechará temporariamente a fronteira entres Estados Unidos e o México para requerentes de asilo sempre que o número de travessias ilegais de migrantes aumentar. O anúncio, feito nesta terça-feira (4), faz parte de uma mudança de discurso do chefe de Estado depois que pesquisas de opinião revelaram que a questão da imigração será crucial caso queira vencer a corrida eleitoral contra o magnata e ex-presidente republicano, Donald Trump.

O presidente Joe Biden anunciou medidas mais restritivas para os imigrantes que tentam entrar no país pela fronteira com o México.
O presidente Joe Biden anunciou medidas mais restritivas para os imigrantes que tentam entrar no país pela fronteira com o México. AP - Manuel Balce Ceneta
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O líder democrata, de 81 anos, vai assinar um decreto para permitir que as autoridades suspendam a entrada de solicitantes de asilo e migrantes quando superar mais de 2.500 casos em um dia, informou a Casa Branca.

As restrições devem entrar em vigor imediatamente, já que as travessias de migrantes ilegais já excederam o limite de 2.500 por dia. O texto oficial prevê a reabertura da fronteira apenas quando o número de requerentes de asilo for inferior a 1.500 por dia.

As apresentar o projeto na tarde desta terça-feira, Biden disse que as novas restrições à imigração “protegerão” a fronteira entre os Estados Unidos e o México, acusando mais uma vez seus oponentes republicanos de bloquear qualquer reforma. Essas medidas “nos ajudarão a recuperar o controle de nossas fronteiras e a restaurar a ordem no processo de asilo”, disse o presidente em um discurso, acrescentando que elas respeitavam “a lei internacional”.

Texto mais restrito já defendido por um líder democrata nos EUA

O texto, que facilitará as deportações ao México, está sendo visto como uma das políticas de imigração mais restritivas já adotadas por um presidente democrata. A tal ponto que ele já está sendo comparado às propostas de seu rival na corrida eleitoral, o ex-presidente Donald Trump, que chocou a comunidade internacional com seu projeto de construção de um muro entre os Estados Unidos e o México.

Antecipando os comentários e as comparações, a Casa Branca procurou neutralizar as críticas de que Biden estaria copiando a estratégia migratória linha dura de Trump. “Todas essas políticas contrastam muito com a maneira como o governo anterior lidou com a imigração”, argumentou um funcionário do alto escalão do governo. “Eles demonizaram os imigrantes, instituíram controles de documentos em massa, separaram famílias na fronteira e colocaram crianças em celas”, comparou.

Pesquisas de opinião guiam estratégia de Biden

Biden está tentando mudar sua política de imigração desde que pesquisas de opinião apontaram que o assunto terá muito peso na disputa eleitoral. Porém, seu plano é arriscado, pois pode irritar membros e militantes da ala esquerda do Partido Democrata, assim como grupos de defesa dos direitos civis.

Mais de 2,4 milhões de migrantes cruzaram a fronteira sul dos Estados Unidos apenas em 2023. A maior parte é proveniente da América Central e Venezuela e foge da pobreza, violência e desastres naturais intensificados pela mudança climática. O número alcançou um recorde de 10.000 pessoas por dia em dezembro, embora este volume tenha reduzido nos últimos meses.

A administração Biden tentou impedir as travessias trabalhando em coordenação com o México e outros países para reduzir os fluxos migratórios por meio de políticas econômicas e da aplicação de leis mais restritivas, mas as pesquisas revelam que para os eleitores isso não foi suficiente.

Biden conversou na segunda-feira com Claudia Sheinbaum, a primeira mulher eleita presidente do México, para parabenizá-la por sua vitória contundente no domingo e prometer uma "parceria forte e colaborativa" em questões como a migração.

(Com agências)

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