Hospitais
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Carin Petti — Para o Valor, de São Paulo


Vera Valente, da FenaSaúde: “Precisamos buscar soluções que visem o uso racional dos recursos dos planos de saúde e promovam a eficiência operacional” — Foto: Divulgação
Vera Valente, da FenaSaúde: “Precisamos buscar soluções que visem o uso racional dos recursos dos planos de saúde e promovam a eficiência operacional” — Foto: Divulgação

Correção: Ao contrário do reportado, Fernando Torelly, CEO do Hcor, disse que é comum que as operadoras negociem reajustes inferiores à variação do IPCA. Ele não defende a negociação de reajustes abaixo da inflação.

A crise nas operadoras de convênios de saúde, com prejuízo operacional de R$ 10,7 bilhões em 2022, vem atingindo as contas e os planos de investimento dos hospitais privados, afetados por aumentos no prazo de pagamento, questionamentos de faturas e descredenciamento de serviços. A avaliação é do diretor-executivo da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), Antônio Britto.

“A falta de dinheiro em caixa e os juros altos estão provocando adiamento generalizado de investimentos em equipamentos e novas instalações”, diz Britto. É o caso do Hcor, em São Paulo. Segundo seu CEO, Fernando Torelly, a instituição adiou a construção de um novo bloco com 210 leitos, orçada em R$ 400 milhões e com início originalmente previsto para 2024.

“Decidimos só começar as obras depois de negociarmos o credenciamento das operadoras para o novo bloco”, diz Torelly. O motivo da cautela são os frequentes descredenciamentos seletivos. “De um dia para o outro, somos descredenciados para realização de determinados tipos de exames para planos interessados em cortar custos. Isso afeta nosso caixa e também os pacientes, que tinham todo histórico de exames conosco”.

Leia mais:

Segundo Torelly, é também comum que as operadoras negociem com os hospitais reajustes inferiores à variação do IPCA. Os repasses têm ficado em torno de 70% da inflação. O questionamento das contas apresentadas também é frequente. “Em média 60% do que é questionado pelos planos acaba sendo pago, mas com atraso entre 150 e 200 dias”, conta o executivo do Hcor.

Os planos estão usando nosso fluxo de caixa para resolver o deles”
— Antônio Britto

Segundo a Anahp, as glosas (recusa nos pagamentos) subiram em média de 3,7% da receita líquida dos hospitais em 2021 para 4,5% em 2022. No mesmo período, o prazo médio de pagamento aumentou de 68,5 dias para 73,5 dias. “Os planos estão usando nosso fluxo de caixa para resolver o deles”, diz Britto. “Mas não adianta cada um só pensar em salvar a própria pele. Seria necessário buscar soluções envolvendo toda a cadeia de saúde, governo e Agência Nacional de Saúde Suplementar [ANS ]”.

Entre possíveis soluções para o futuro, Britto menciona a flexibilização dos planos, com opções de cobertura exclusivamente hospitalar ou ambulatorial. Outra opção são planos com franquia. O executivo também defende o modelo adotado em países da Europa, em que cabe a um médico de família encaminhar os pacientes a especialistas e hospitais. “Assim há alguém com todo o histórico do paciente, que pode ajudá-lo a não dar passos errados, como, de um lado, procurar hospitais para gripezinhas e, de outro, deixar de fazer exames preventivos, aumentando o risco de doenças futuras”.

A diretora-executiva da Federação Nacional da Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente, concorda. “Precisamos de soluções que visem o uso racional dos recursos dos planos de saúde e promovam eficiência operacional”, diz. Segundo a entidade, entre 2021 e 2022, as receitas das operadoras cresceram 5,6%, enquanto as despesas aumentaram 11,1%. Neste cenário, o setor está no vermelho por sete trimestres consecutivos.

“Os desperdícios são um ralo de recursos”, diz Valente. Em sua opinião, a remuneração aos hospitais por serviço prestado agrava o problema por incentivar procedimentos e exames desnecessários. “É um modelo criticado em vários países por remunerar o hospital por suas compras, independentemente dos esforços em comprar bem”, diz a professora da FGVsaúde, Ana Maria Malik. Conforme as executivas, modelos alternativos podem incluir a remuneração por pacotes com materiais e procedimentos predeterminados, como ocorre com os partos ou com o pagamento baseado nos resultados obtidos para os pacientes.

Para a FenaSaúde, a crise do setor é agravada pelos constantes acréscimos à lista de novos medicamentos e tratamentos de cobertura obrigatória, definida pela ANS, especialmente depois de março de 2022, quando o prazo para avaliação de itens adicionados caiu de 18 meses para 180 dias (prorrogáveis por mais 90). “Nós fazemos nossos cálculos atuariais com base no rol existente, mas novas tecnologias que encarecem tratamentos em milhões surgem a todo momento”, diz Valente. Outro problema citado pela executiva são fraudes.

Mais recente Próxima Com prevenção, Joinville vira referência no combate ao AVC

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Queda do CPI de junho reforça percepção de que início do ciclo de cortes de juros americanos está mais próximo

Ibovespa e dólar sobem com inflação americana no radar

Média móvel de quatro semanas ficou em 233.500 pedidos, uma queda de 5.250 em relação à média revisada da semana anterior

Pedidos de seguro-desemprego nos EUA ficam em 222 mil na semana anterior

Presidente colombiano está prestes a ter maioria de indicados no banco central do país; nervosismo de economistas aumentou com a recente turbulência no mercado brasileiro após ataques de Lula à política monetária brasileira

Colômbia olha para o Brasil com medo de nomes de Petro no banco central

Contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em alta de 0,79%, a 828,0 yuans (US$ 113,79) a tonelada

Minério de ferro sobe na Bolsa de Dalian

A avaliação é que os cálculos sobre como ficará o valor da alíquota geral, cujo teto foi fixado em 26,5% no texto da Câmara, terão de ser refeitos no Senado.

Senado adota cautela sobre regulamentação da reforma tributária e avalia tirar urgência

Na operação desta quinta-feira, PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, e entre os presos está Marcelo de Araújo Bormevet, agente da PF que integrou a equipe de Ramagem na Abin

Moraes retira sigilo de operação sobre Abin paralela

Recursos serão destinados, em grande parte, no desenvolvimento e produção de um veículo totalmente novo, de um segmento no qual a montadora ainda não atua, revelou o presidente da GM na América do Sul

Dos R$ 7 bilhões de investimento anunciados pela GM no país, R$ 1,2 bilhão vão para fábrica do RS

Volume de vendas cresceu 1,8% em maio ante abril, acima da média brasileira, que foi de 1,2%. Já a receita teve alta de 1,2% no estado, ante variação de 1,3% no Brasil

Corrida aos supermercados e doações puxam alta das vendas do comércio no Rio Grande do Sul

Segundo o UBS, o ouro pode ser “trazido de volta à vida pelas tendências geopolíticas em curso”

'Armamentização' de reservas cambiais é grande risco para bancos centrais

Inscrições começam no dia 29 de julho e termina em 30 de agosto

UNB fará concurso para contratar professor para Faculdade de Medicina