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Reforma Ortográfica de 1971

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A Reforma Ortográfica do Português de 1971 foi uma reforma ortográfica adotada pelo Brasil e imposta pela Lei Federal 5.765, de 18 de dezembro de 1971.

Após a rejeição do Acordo Ortográfico de 1945 no Brasil, este continuou a reger-se pelo Formulário Ortográfico de 1943, o que criou muitas diferenças ortográficas, especialmente no uso de palavras com acento diferencial. Em 22 de abril de 1971, a Academia Brasileira de Letras e a Academia das Ciências de Lisboa emitiram um parecer conjunto,[1] no qual indicam todas as alterações a serem empreendidas.

Esta reforma ortográfica, diferentemente de outros regulamentos ortográficos, tais como o Formulário Ortográfico de 1943 e o Acordo Ortográfico de 1990, simplificou apenas regras de acentuação. Das dez regras então vigentes, duas foram abolidas:[2]

  1. Oxítonas terminadas em a(s); e(s); é(s); o(s); e ó(s); além de em em e ens onde deveria ser .
  2. Paroxítonas terminadas em r; x; n; l; ditongos; i(s); u(s); um; uns; ão(s); ps; ou ã(s).
  3. Todas as proparoxítonas sem exceção
  4. I e u, quando são a segunda vogal do hiato sós ou seguidos "s" na sílaba, exceto antes do "NH".
  5. E e o tônicos fechados.
  6. Levam acento grave onde antes havia agudo, mas a palavra recebeu sufixo iniciado em z ou o sufixo mente.
  7. Levam trema o u átono dos grupos gue; gui; que; e qui.
  8. Primeira vogal dos ditongos éu(s); ói(s); e éi(s) quando abertos; ôo(s) quando fechado; e êem e êm quando indicam a terceira pessoa do plural.
  9. Quando deveria ser hiato, mas é ditongo.
  10. Usa-se o acento grave na crase.

Queda dos acentos diferenciais

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Em Portugal, entre 1911 e 1945, assim como no Brasil entre 1943 e 1971, houve a existência de um recurso chamado acento diferencial. Dada a existência de muitas palavras homógrafas, mas não homófonas, julgou-se necessário criar diferenciações entre elas:

Exceções mantidas

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Alguns casos do acento diferencial permaneceram:

  • por (preposição) / pôr (verbo)
  • pode (verbo poder, presente) / pôde (verbo poder, pretérito perfeito)
  • pera (forma arcaica de pedra) / pêra
  • polo (palavra átona, forma antiga de pelo) / pólo
  • pelo, pela(s) (contração) / pêlo (substantivo) / pélo, péla(s) (verbo pelar, presente)
  • coa(s) (contração de com + a, respectivamente, essas formas são muito comuns em poesia) / côa(s) (verbo coar)
  • tem, vem / têm, vêm
  • para (preposição) / pára (verbo parar)

Facultativamente:

  • forma / fôrma"
  • demos (pretérito) / dêmos (presente do subjuntivo)

Queda do acento grave das sílabas subtônicas

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Até essa época, todas as palavras que tinham acento ou sinal gráfico, se fossem transformadas mediante um sufixo (-mente, -zinho, -zal, etc.), mantinham-no:

  • econômica > econômicamente (regra abolida em 1971 junto com a do acento grave)
  • conseqüente > conseqüentemente (regra abolida com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990)
  • cristã > cristãmente (regra mantida).

Entretanto, se a palavra original tivesse acento agudo ( ´ ), com o acréscimo do sufixo, passava a acento grave ( ` ):

  • inegável > inegàvelmente
  • indelével > indelèvelmente
  • sensível > sensìvelmente

Tal mudança gráfica, também presente no Acordo Ortográfico de 1945 em Portugal, veio a ser abolida dois anos depois, em 1973.

Exceção: Se a palavra for grafada com til, manter-se-á na derivada. Exemplo: irmão - irmãmente; vilão - vilãmente etc.

Casos de manutenção do acento grave

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  • à (contração da preposição a com o artigo definido a).
  • às (contração da preposição a com o artigo feminino as).
  • àquele(s) (contração da preposição a com o pronome aquele(s)).
  • àquela(s) (contração da preposição a com o pronome aquela(s)).
  • àquilo (contração da preposição a com o pronome aquilo)
  • àqueloutro(s) (contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquele contraído com o pronome indefinido outro(s))
  • àqueloutra(s) (contração da preposição a com o pronome demonstrativo aquela contraído com o pronome indefinido outra(s))

Referências

  1. Lei 5.765/1971, art. 1°
  2. Português para Principiantes, 1ª Edição, página 18, Nélson Custódio de Oliveira e Maria José de Oliveira, Gráfica Barbeiro S.A., 1966.

Ligações externas

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Precedido por
Acordo Ortográfico de 1945
Reformas ortográficas da Língua Portuguesa
1971
Sucedido por
Acordo Ortográfico de 1990