Iolanda Fleming
Iolanda Fleming | |
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9.ª Governadora do Acre | |
Período | 14 de maio de 1986 15 de março de 1987 |
Vice-governador | [nota 1] |
Antecessor(a) | Nabor Júnior |
Sucessor(a) | Flaviano Melo |
4.ª Vice-governadora do Acre | |
Período | 15 de março de 1983 14 de maio de 1986 |
Governador | Nabor Júnior |
Antecessor(a) | José Fernandes Rego |
Sucessor(a) | Édison Simão Cadaxo |
Deputada estadual pelo Acre | |
Período | 1º de fevereiro de 1979 1º de fevereiro de 1983 |
Vice-prefeita de Rio Branco | |
Período | 1º de janeiro de 1989 1º de janeiro de 1993 |
Prefeito | Jorge Kalume |
Antecessor(a) | Airton Rocha[1] |
Sucessor(a) | Regina Lino |
Vereadora de Rio Branco | |
Período | 1º de fevereiro de 1973 1º de fevereiro de 1979 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Iolanda Ferreira Lima |
Nascimento | 20 de junho de 1936 (88 anos) Manoel Urbano, AC |
Nacionalidade | Brasileira |
Cônjuge | Geraldo Fleming |
Partido | PTB (1954-1965) MDB (1966-1979) PMDB (1980-1988) PDS (1988-1993) PMDB (1994-2009) PTB (2009-2022) UNIÃO (2022-presente) |
Profissão | professora |
Iolanda Ferreira Lima, mais conhecida como Iolanda Fleming (Manoel Urbano, 20 de junho de 1936), é uma professora e política brasileira filiada ao União Brasil (UNIÃO). Foi a 4.ª vice-governadora do Acre de 1983 a 1986, e, posteriormente, a 9.ª governadora de 1986 a 1987, tendo sido a primeira mulher a governar um estado brasileiro.[2][3]
Dados biográficos
[editar | editar código-fonte]Origem e formação
[editar | editar código-fonte]Natural de Manoel Urbano, Iolanda Ferreira Lima é filha do seringueiro cearense Horácio Lima e da imigrante árabe Nazira Anute. Agricultora e empregada doméstica, estudou no Instituto Santa Juliana, em Sena Madureira, antes de formar-se professora na Escola Normal Lourenço Filho.[4] Aos doze anos de idade, foi animadora dos comícios do PTB no Acre,[nota 2] casando-se anos depois com Geraldo Fleming, veterinário e capitão do exército nascido na cidade mineira de Campanha.[5] Em 1961 o governador Rui Lino a nomeou para trabalhar na rede estadual de ensino e um ano depois, Geraldo Fleming foi eleito deputado estadual, licenciando-se para ocupar os cargos de secretário de Agricultura e secretário de Justiça[nota 3] no governo Edgar Cerqueira, alçado ao Executivo acriano nos primeiros meses do Regime Militar de 1964.[6] No ano seguinte, Iolanda Fleming foi exonerada do cargo de diretora da escola Neutel Maia, em Rio Branco.[7]
Governadora do Acre
[editar | editar código-fonte]Quando os militares impuseram o bipartidarismo em 1965,[8] Geraldo Fleming e Iolanda Fleming viram-se sem o PTB e optaram pelo MDB. Nesta legenda ela foi eleita vereadora em Rio Branco em 1972 e 1976, chegando à presidência da Câmara Municipal e formando-se advogada no ano seguinte pela Universidade Federal do Acre.[7] Eleita deputada estadual em 1978 após quatro mandatos consecutivos do marido,[9] filiou-se ao PMDB com o retorno do pluripartidarismo em 1980,[10] sendo eleita vice-governadora do Acre na chapa de Nabor Júnior em 1982.[11][12]
Em 28 de março de 1983 entrou para a história política brasileira como a primeira mulher a assumir o governo de um estado, pois Nabor Júnior viajou para Belém, onde participou de uma reunião no Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia.[13][nota 4] Investida no cargo em outras oportunidades, foi em uma de suas passagens pelo governo que eclodiu a "Questão do Abunã", uma disputa territorial envolvendo Acre e Rondônia.[14][15][nota 5] Tomou posse como governadora em 14 de maio de 1986, quando Nabor Júnior renunciou para candidatar-se a senador,[16] numa cerimônia prestigiada por Nicette Bruno e Yoná Magalhães,[17] além do ministro da Justiça, Paulo Brossard (em nome do presidente José Sarney) e do deputado Heráclito Fortes (em nome de Ulysses Guimarães, presidente nacional do PMDB e da Câmara dos Deputados).[18] Deixou o Palácio Rio Branco ao final do mandato, mas foi secretária de Transportes no governo de seu sucessor, Flaviano Melo.[7]
Filiação ao PDS
[editar | editar código-fonte]Ao longo de 1987 separou-se de Geraldo Fleming passando a assinar "Iolanda Lima" e em maio do ano seguinte deixou a Secretaria de Transporte alegando "desprestígio" junto ao governo estadual. Um mês depois assinou a ficha de filiação ao PDS,[19] elegendo-se vice-prefeita de Rio Branco na chapa de Jorge Kalume em 1988 e amargando o penúltimo lugar como candidata a senadora em 1990.
Atividades recentes
[editar | editar código-fonte]Em seu retorno ao PMDB, candidatou-se a deputada federal em 1994, a vereadora de Rio Branco em 1996 e a deputada estadual em 2002, repetindo esta última empreitada via PTB em 2010, não se elegendo em nenhum desses casos.[9][20] Em 2019 foi agraciada pelo Senado Federal com o Diploma Bertha Lutz,[21][22]
Atualmente está filiada ao União Brasil (UNIÃO).[23]
Notas
- ↑ Durante o mandato da governadora Iolanda Fleming, seus substitutos foram o deputado Alcimar Leitão, presidente da Assembleia Legislativa, e o desembargador Minervino Bezerra de Farias, presidente do Tribunal de Justiça.
- ↑ Iolanda Fleming completou doze anos em 1948, ano em que não houve eleições no Acre, então um território federal, embora mantenhamos a informação originária do Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas.
- ↑ Conforme a nomenclatura da época, Geraldo Fleming foi secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, e depois secretário de Segurança, Interior e Justiça.
- ↑ Em 3 de janeiro de 1984 a advogada Janilene Melo, secretária de Planejamento de Rondônia (estado onde não existia o cargo de vice-governador), assumiu interinamente o governo durante 42 dias em substituição a Jorge Teixeira, mas a condição de Iolanda Fleming como a primeira de nossas governadoras foi salientada pela coluna Informe JB publicada pelo Jornal do Brasil no dia 9 de janeiro daquele ano, sob o título "A segunda".
- ↑ O cerne da questão foram as benfeitorias feitas pelos acrianos nos distritos de Extrema e Nova Califórnia, situados em Porto Velho. Ao comentar o caso, Iolanda Fleming sustentava que o Acre apenas retomou uma área que historicamente lhe pertencia, afinal o estado vizinho foi quem errou ao instalar um posto fiscal em solo acriano, tese rejeitada de forma veemente pelo governador de Rondônia, Ângelo Angelim.
Referências
- ↑ Redação (3 de janeiro de 1986). «Aragão muda apenas dois do secretariado anterior. Matutina – O País, p. 02». acervo.oglobo.globo.com. O Globo. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, pós 1930. 2ª edição. volume II. Rio de Janeiro; editora da FGV, 2001. p. 2219/2220.
- ↑ Matheus Tupina (31 de outubro de 2022). «Com Raquel Lyra e Fátima, Brasil chega a dez governadoras eleitas na história». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de novembro de 2022
- ↑ Tião Maia (16 de setembro de 2022). «Instituto Santa Juliana completa 100 anos no mais completo abandono, em Sena». contilnetnoticias.com. Contilnet. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Geraldo Fleming no CPDOC». Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Geraldo Fleming». Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ a b c BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Iolanda Fleming no CPDOC». Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Dois de 27/10/1965». Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ a b BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 6.767 de 20/12/1979». Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Pedro Duran (29 de outubro de 2022). «Brasil vai eleger 9ª mulher para comandar um estado; sete vices também assumiram governos». cnnbrasil.com. CNN Eleições 2022. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Dados estatísticos: eleições federais, estaduais e municipais realizadas em 1982. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 1988. v.14 t.1.
- ↑ Redação (29 de março de 1983). «Acre tem mulher no governo. Primeiro Caderno, Política – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Redação (15 de janeiro de 1986). «Acre retoma duas vilas de Rondônia. Primeiro Caderno – p. 14». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Redação (19 de janeiro de 1986). «Acre disputa território com Rondônia. Primeiro Caderno, Nacional – p. 18». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Tácita Muniz (15 de junho de 2021). «Professor cria página no Instagram para contar história do Acre com acervo de fotos antigas». g1.globo.com. G1 Acre. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Redação (14 de maio de 1986). «Mulheres chegam ao Acre para a posse de Iolanda. Primeiro Caderno, Política – p. 02». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Redação (15 de maio de 1986). «Vices tomam posse com promessas de continuar obras de ex-governadores. Primeiro Caderno, Política – p. 07». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 6 de março de 2023
- ↑ Redação (7 de junho de 1988). «Iolanda no PDS. Nacional – p. 14». bndigital.bn.gov.br. Correio Braziliense. Consultado em 7 de março de 2023
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais». Consultado em 8 de março de 2023
- ↑ Agência Senado (26 de março de 2019). «Presença feminina na sociedade marca entrega do Bertha Lutz 2019». Senado Federal do Brasil. Consultado em 3 de novembro de 2022
- ↑ BRASIL, Senado Federal do. Mais mulheres na política Arquivado em 30 de setembro de 2015, no Wayback Machine.. Senado Federal. Acesso em 11 de outubro de 2015.
- ↑ «Baixa no União Brasil: Iolanda Fleming apoia Sanderson Moura em vez de Alan Rick». Acre in Foco. 1 de outubro de 2022. Consultado em 3 de novembro de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Slide, entrevista e foto de Iolanda Fleming com a faixa de governadora do Acre.
- Primeira governadora no país conta como conseguiu espaço no meio político do Acre
Ver também
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- Nascidos em 1936
- Naturais de Manoel Urbano
- Governadores do Acre
- Vice-governadores do Acre
- Deputados estaduais do Acre
- Vice-prefeitos do Brasil
- Vereadores de Rio Branco
- Governadoras do Brasil
- Vereadoras do Brasil
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1966)
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1980)
- Membros do Partido Trabalhista Brasileiro (1945)
- Membros do União Brasil
- Brasileiros de ascendência libanesa
- Mulheres do Acre na política
- Agraciadas com o Diploma Bertha Lutz
- Membros do Partido Trabalhista Brasileiro (1979)