Eleições estaduais em Alagoas em 2010
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Eleições estaduais em Alagoas em 2010 | ||||
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31 de outubro de 2010 (Segundo Turno) | ||||
Candidato | Teotônio Vilela Filho | Ronaldo Lessa | ||
Partido | PSDB | PDT | ||
Vice | José Thomaz Nonô | Joaquim Brito | ||
Votos | 712.789[1] | 638.762[1] | ||
Porcentagem | 52,74% | 47,26% | ||
Candidato mais votado por município no 2º turno (102): Teotonio Vilela (64) Ronaldo Lessa (38)
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Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais em Alagoas em 2010 aconteceram em 3 de outubro, como parte das eleições gerais no Brasil. Nesta ocasião, foram realizadas eleições em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Os cidadãos aptos a votar elegerão o Presidente da República, o Governador e dois Senadores por estado, além de deputados estaduais e federais. Como nenhum dos candidatos a cargos no Executivo (Presidente ou Governador) obtiveram mais da metade do votos válidos, um segundo turno foi realizado no dia 31 de outubro. Na eleição presidencial o segundo turno foi entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) com a vitória de Dilma; já em Alagoas o segundo turno foi entre Ronaldo Lessa (PDT) e Teotônio Vilela Filho (PSDB) com a vitória de Teotônio. Segundo a Constituição Federal, o Presidente e os Governadores são eleitos diretamente para um mandato de quatro anos, com um limite de dois mandatos. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pode ser reeleito, uma vez que se elegeu duas vezes, em 2002 e 2006. Já o Governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), eleito apenas em 2006, pôde se candidatar à reeleição.
Os principais candidatos ao governo de Alagoas foram o ex-Governador e ex-Presidente Fernando Collor de Mello (PTB), o atual Governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) e o ex-Governador Ronaldo Lessa (PDT).
Campanha
[editar | editar código-fonte]As eleições de 2010 foram marcadas pela polarização entre grupos favoráveis e contra a candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Os partidários deste organizaram o "Collor Já", movimento capitaneado pela Juventude do PTB e pelo prefeito da cidade de Traipu, Marcos Santos.[2] Seus opositores lançaram o movimento "Fora Collor", uma tentativa de trazer novamente à tona o movimento dos caras-pintadas que pediram o impeachment de Collor em 1992. É liderado por integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e dez sindicatos e entidades da sociedade civil organizada.[2]
No dia 11 de agosto, ambos os movimentos se encontraram na praça Sinimbú, no centro de Maceió, durante manifestações.[2] A Polícia Militar foi acionada para evitar um confronto entre os dois lados, que trocavam acusações.[2] A PM deteve duas pessoas por desordem, mas elas foram liberadas em seguida.[2] Durante o episódio, o "Fora Collor" denunciou que cada pessoa do "Collor Já" teria recebido 50 reais para segurar faixas a favor do candidato.[2] Os dois indivíduos detidas pela PM admitiram ter recebido 20 reais para ajudar a segurar faixas.[2]
Collor declarou apoio à candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, dizendo ser também apoiado por ela e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O jingle do candidato, que possui o trecho "é Lula apoiando Dilma, é Dilma apoiando Collor" causou grande constrangimento na direção estadual do PT, que indicou o vice na chapa do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT).[3] A campanha de Lessa interpelou judicialmente a campanha de Collor para que esta retirasse os nomes de seus aliados do jingle.[3] Em seguida, uma decisão do TRE-AL proibiu Collor de citar os nomes de Lula e de Dilma em suas propagandas eleitorais.[3] Apesar de omitir ambos os nomes na nova versão do jingle, a campanha de Collor deixou implícita a mensagem de que Dilma e Lula o apóiam em Alagoas. "Não adianta, o povo sabe quem tá apoiando quem. O povo tá decidido e vai apoiar também", diz o novo trecho.[4]
No dia 24 de setembro, a primeira pesquisa do Ibope no estado indicou que Lessa estava 1% à frente de Collor e 5% à frente do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).[5] Todos os três candidatos estavam empatados em primeiro lugar, uma vez que a margem de erro do levantamento era de 3% para mais ou para menos.[5] O instituto Gape, pertencente às Organizações Arnon de Mello (complexo de comunicação da família Collor), também divulgou no mesmo dia uma pesquisa de intenção de voto para governador.[5] Segundo essa sondagem, Collor liderava a corrida pelo governo com vantagem de 15% sobre Lessa, enquanto Teotônio conquistou a preferência de apenas 16% do eleitorado.[5] A pesquisa foi contratada por outra empresa da família Collor, o jornal Gazeta de Alagoas.[5] Após a divulgação das pesquisas, o coordenador do MCCE, Adriano Argolo, entrou com representação na Justiça Eleitoral contra o Gape.[6]
De acordo com o jornal O Globo, a divulgação da pesquisa Ibope fez a campanha de Collor alterar sua estratégia.[7] O ex-presidente está focando agora as regiões dominadas pelo tráfico de drogas e com altos índices de criminalidade, ao passo em que descarta sabatinas com setores mais esclarecidos da sociedade, como os universitários.[7]
Candidatos
[editar | editar código-fonte]A disputa em Alagoas apresentou seis chapas, sendo três delas coligações entre mais de dois partidos:[8]
Coligação Unidos Pelo Alagoas
[editar | editar código-fonte]A chapa do PTB é composta por seis partidos: PRB, PTB, PSL, PHS, PMN e PTC.
Cargo | Partido | Número | Nome |
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Governador | PTB | 14 | Fernando Collor |
Vice-Governador | PRB | - | Galba Novais |
Senador | PTB | 144 | Alvaro Vasconcellos |
Primeiro suplente | PTB | - | Antonio Paiva |
Segundo suplente | PHS | - | Chicão do PHS |
Senador | PTB | 145 | Flavio Emilio |
Primeiro suplente | PTB | - | Guilherme Perreira de Lima |
Segundo suplente | PTC | - | Carlos Roberto de Lima Soares |
Coligação Renova Alagoas
[editar | editar código-fonte]A chapa do PRTB é composta por três partidos: PTN, PRTB e PV.
Cargo | Partido | Número | Nome |
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Governador | PRTB | 28 | Jeferson Piones |
Vice-Governador | PRTB | - | Eusves Plex |
Senador | PRTB | 288 | Afonso Lacerda |
Primeiro suplente | PRTB | - | Marcos da Silva |
Segundo suplente | PRTB | - | Lucio de Jesus |
Senador | PRTB | 287 | Paulo Nunes Calaça |
Primeiro suplente | PRTB | - | Raquel Lima |
Segundo suplente | PRTB | - | Alcyonne Pinto |
Coligação Frente de Esquerda
[editar | editar código-fonte]A Chapa do PSOL é formada por dois partidos PSOL e PSTU
Cargo | Partido | Número | Nome |
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Governador | PSOL | 50 | Mario Agra |
Vice-Governador | PSOL | - | Mauricio Dias |
Senador | PSOL | 500 | Heloisa Helena |
Primeiro suplente | PSTU | - | Padre Eraldo |
Segundo suplente | PSOL | - | Afonso Marinho |
Coligação Frente Popular Por Alagoas
[editar | editar código-fonte]A chapa do PDT é formada por sete partidos: PDT, PT, PMDB, PSDC, PRP, PCdoB e PTdoB.
Cargo | Partido | Número | Nome |
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Governador | PDT | 12 | Ronaldo Lessa |
Vice-Governador | PT | - | Joaquim Brito |
Senador | PCdoB | 654 | Eduardo Bonfim |
Primeiro suplente | PCdoB | - | Vladimir Barros |
Segundo suplente | PCdoB | - | Marivone Ribeiro |
Senador | PMDB | 151 | Renan Calheiros |
Primeiro suplente | PMDB | - | Fabio Farias |
Segundo suplente | PMDB | - | Macedo Ferreira |
Coligação Frente Pelo Bem de Alagoas
[editar | editar código-fonte]A chapa do PSDB é formada por sete partidos: PR, PP, PSC, PPS, DEM, PSB e PSDB.
Cargo | Partido | Número | Nome |
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Governador | PSDB | 45 | Teotônio Vilela Filho |
Vice-Governador | DEM | - | José Thomaz Nonô |
Senador | PP | 111 | Benedito de Lira |
Primeiro suplente | PP | - | Daniele Barros |
Segundo suplente | PP | - | Maria Cavalcanti |
Senador | PPS | 234 | José Oliveira Costa |
Primeiro suplente | PPS | - | Cleyson Ferreira |
Segundo suplente | PPS | - | Eliane Agra |
Chapa do PCB
[editar | editar código-fonte]Cargo | Partido | Número | Nome |
---|---|---|---|
Governador | PCB | 21 | Tony Cloves Perreira |
Vice-Governador | PCB | - | Luciene Maria |
Senador | PCB | 211 | Diógenes Paes |
Primeiro suplente | PCB | - | Sergio Soares de Campos |
Segundo suplente | PCB | - | Olga Alves |
Resultado para Governador
[editar | editar código-fonte]- Primeiro turno
Candidato | Número | Votos | Em porcentagem |
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Teotônio Vilela Filho (PSDB) | 45 | 534.962 | 39,5% |
Ronaldo Lessa (PDT) | 12 | 394.155 | 29,1% |
Fernando Collor (PTB) | 14 | 389.337 | 28,8% |
Mário Agra (PSOL) | 50 | 18.520 | 1,3% |
Tony Cloves (PCB) | 21 | 8.758 | 0,65% |
Jeferson Piones (PRTB) | 28 | 5.752 | 0,43% |
- Segundo turno
Candidato | Número | Votos | Em porcentagem |
---|---|---|---|
Teotônio Vilela Filho (PSDB) | 45 | 712.789 votos | 52,7% |
Ronaldo Lessa (PDT) | 12 | 638.762 Votos | 47,26 |
Partido | Candidato | Votos | Votos (%) | |
---|---|---|---|---|
PSDB | Teotônio Vilela Filho | 712,789 | ||
PDT | Ronaldo Lessa | 638,762 | ||
Totais | 1 351,551 |
Resultado para Senador
[editar | editar código-fonte]Candidato | Número | Votos | Em porcentagem |
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Benedito de Lira (PP) | 111 | 904.345 | 35,94% |
Renan Calheiros (PMDB) | 151 | 840.809 | 33,42% |
Heloisa Helena (PSOL) | 500 | 417.636 | 16,60% |
Eduardo Bonfim (PCdoB) | 654 | 138.710 | 5,51% |
Zé Costa (PPS) | 234 | 112.921 | 4,49% |
Alvaro Vasconscelos (PTB) | 144 | 62.909 | 2,50% |
Paulo Nunes (PRTB) | 287 | 14.229 | 0,57% |
Flavio Emilio (PTB) | 145 | 13.320 | 0,53% |
Afonso Lacerda (PRTB) | 288 | 11.249 | 0,45% |
Diógenes Paes (PCB) | 211 | 0 | 0,00% |
Deputados Federais eleitos
[editar | editar código-fonte]Em Alagoas foram nove deputados federais eleitos.
Número | Candidato | Votos | Em porcentagem |
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1515 | Renan Filho (PMDB) | 140.180 | 9,90% |
1444 | Célia Rocha (PTB) | 124.504 | 8,80% |
4500 | Rui Palmeira (PSDB) | 118.363 | 8,36% |
1478 | João Lyra (PTB) | 111.104 | 7,85% |
4040 | Givaldo Carimbão (PSB) | 92.268 | 6,52% |
7000 | Rosinha da ADEFAL (PT do B) | 90.021 | 6,36% |
1111 | Arthur Lira (PP) | 84.676 | 5,98% |
1599 | Joaquim Beltrão (PMDB) | 77.832 | 5,50% |
2266 | Maurício Quintella Lessa (PR) | 54.937 | 3,88% |
Obs.: A tabela acima mostra somente os candidatos eleitos.
Deputados Estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]Em Alagoas foram vinte e sete deputados estaduais eleitos.
Representação eleita
PSDB: 6PDT: 3PMDB: 3PT: 3PTdoB: 2DEM: 2PTB: 2PPS: 2PSC: 1PMN: 1PRTB: 1PTN: 1
Número | Deputados estaduais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
45000 | Joãozinho Pereira | PSDB | 64.080 | 4,57% | Junqueiro | Alagoas |
12000 | Isnaldo Bulhões | PDT | 44.213 | 3,15% | Santana do Ipanema | Alagoas |
70000 | Antonio Albuquerque | PTdoB | 43.304 | 3,09% | Limoeiro de Anadia | Alagoas |
25800 | Jeferson Morais | DEM | 38.043 | 2,71% | União dos Palmares | Alagoas |
45678 | Inácio Loiola | PSDB | 38.025 | 2,71% | Canindé de São Francisco | Sergipe |
12777 | Sérgio Toledo | PDT | 37.513 | 2,67% | Maceió | Alagoas |
14789 | Marcelo Victor | PTB | 37.379 | 2,66% | Palmeira dos Índios | Alagoas |
20000 | Thaise de Souza Guedes | PSC | 36.804 | 2,62% | Maceió | Alagoas |
70111 | Ricardo Nezinho | PTdoB | 35.107 | 2,50% | Arapiraca | Alagoas |
45222 | Gilvan Barros | PSDB | 34.137 | 2,43% | Maceió | Alagoas |
15555 | Flávia Cavalcante | PMDB | 32.618 | 2,33% | Maceió | Alagoas |
14444 | Maurício Tavares | PTB | 32.091 | 2,29% | Maceió | Alagoas |
15456 | Olavo Calheiros | PMDB | 29.368 | 2,09% | Murici | Alagoas |
45789 | Nelito Gomes de Barros | PSDB | 28.081 | 2,00% | Maceió | Alagoas |
45123 | Fernando Toledo | PSDB | 27.059 | 1,93% | Cajueiro | Alagoas |
45555 | Edval Gaia | PSDB | 26.889 | 1,92% | Palmeira dos Índios | Alagoas |
12333 | Jota Cavalcante | PDT | 26.276 | 1,87% | Pão de Açúcar | Alagoas |
15000 | Luiz Dantas | PMDB | 25.365 | 1,81% | Batalha | Alagoas |
13500 | Judson Cabral | PT | 25.229 | 1,80% | Aracaju | Sergipe |
33000 | Dudu Holanda | PMN | 25.171 | 1,79% | Maceió | Alagoas |
23000 | Marcos Barbosa | PPS | 24.915 | 1,78% | Maceió | Alagoas |
25000 | Temóteo Correia | DEM | 24.756 | 1,76% | Anadia | Alagoas |
28888 | Almir Lira | PRTB | 22.027 | 1,57% | Feira Grande | Alagoas |
13000 | Ronaldo do INSS | PT | 19.862 | 1,42% | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro |
13123 | Marquinho Madeira | PT | 18.897 | 1,35% | Maceió | Alagoas |
19999 | João Henrique Caldas | PTN | 17.977 | 1,28% | Maceió | Alagoas |
23111 | Severino Pessôa | PPS | 16.206 | 1,16% | Arapiraca | Alagoas |
Obs.: A tabela acima mostra somente os candidatos eleitos. [9]
Referências
- ↑ a b Eleições Terra:Resultados da eleição de Alagoas. Acessado em dezembro de 2010.
- ↑ a b c d e f g Rios, Odilon. "AL: "Fora Collor" e "Collor Já" causam tensão em ruas de Maceió" Arquivado em 2013-01-01 na Archive.today. Terra. 11 de agosto de 2010.
- ↑ a b c Cavalcanti, Martina. "Collor é proibido de citar Lula e Dilma em jingle". eBand. 29 de julho de 2010.
- ↑ UOL. "Lula dribla briga de Collor e Lessa e pede votos para Renan em Alagoas". O Documento. 24 de agosto de 2010.
- ↑ a b c d e Rodrigues, Ricardo. "Lessa lidera pesquisa Ibope para governo de Alagoas". O Estado de S. Paulo. 24 de agosto de 2010.
- ↑ Rios, Odilon. "Lessa e Collor estão tecnicamente empatados na disputa pelo governo de Alagoas, aponta Ibope". O Globo. 24 de agosto de 2010.
- ↑ a b Rios, Odilon. "Empate faz Collor mudar discurso em Alagoas". O Globo. 27 de agosto de 2010.
- ↑ Divulgação de Candidaturas 2010 Arquivado em 3 de setembro de 2014, no Wayback Machine.. Tribunal Superior Eleitoral.
- ↑ | Eleições 2010: Resultado