Depois de quebrarem recordes em sequência em julho, as altas temperaturas que têm marcado o verão no Hemisfério Norte não deram trégua neste mês de agosto. No início da semana, os Estados Unidos anunciaram que o incêndio florestal que reduziu a cidade de Lahaina, no Havaí, a pilhas de cinzas, não só foi o pior desastre ambiental da história do estado como se tornou a queimada mais letal do país em mais de um século, deixando ao menos 111 mortos e mais de mil desaparecidos.
Mais incêndios devastadores foram vistos em outras partes da América do Norte, além da Europa. Nesta sexta-feira (18), milhares de pessoas ainda tentavam deixar a remota cidade de Yellowknife, no norte do Canadá, antes que as chamas impedissem sua passagem, naquela que é a pior temporada de queimadas florestais já registrada no país.
Cenas semelhantes se repetiram no continente europeu. Na ilha de Tenerife, na Espanha, quase 4.000 hectares foram consumidos pelo fogo; na região dos Pirineus Orientais, na França, outros 500 hectares de vegetação foram carbonizados.
Enquanto isso, na Ásia, fortes tempestades, algumas delas somadas a tufões, destruíram pontes e estradas, inundaram bairros inteiros, causaram deslizamentos de terra e forçaram milhares de pessoas a deixarem suas casas. Partes da China, do Japão e da Coreia do Sul foram afetadas, assim como algumas regiões da Índia.
Na quarta-feira (16), Josef Aschbacher, que comandava o programa de monitoramento Copernicus, ligado à União Europeia, antes de assumir a direção-geral da Agência Espacial Europeia (EAS), chamou os eventos de "alarmantes" à agência de notícias Reuters.
"Tudo isso só confirma que a crise do clima é a maior ameaça que há ao nosso planeta, à humanidade, e continuará a sê-lo nas próximas décadas", disse. "Precisamos fazer tudo o que for possível para mitigar seus efeitos." O IPCC, painel científico do clima da ONU, já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dos eventos naturais extremos vivenciados na atualidade são resultado direto da ação humana.
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