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CULTURA ELETRÔNICA
Os franceses Etienne de Crecy e Youngsters tocam em evento que começa amanhã e vai até 3/9 em SP
"Festival-processo" inverte mão do Ano do Brasil na França
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais um evento engorda a já
disputada agenda de festivais de
música e arte eletrônica do segundo semestre. É o Motomix, que
ganha edição progressiva e turbinada já a partir desta semana e se
espalha até setembro nas capitais
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte e Porto Alegre.
As atrações internacionais do
show de encerramento do festival,
definido como um "processo" pelos organizadores, incluem o projeto Super Discount, do produtor
de house music Etienne de Crecy;
a dupla The Youngsters; o DJ Alex
Kid e o veterano do hip hop MC
Solaar. Todos da França.
"É a nossa tentativa de fazer o
caminho inverso do Ano do Brasil
na França. Em outras edições,
pretendemos trazer artistas de
outros países", afirma Fernando
Ambrosio, gerente de marketing
da patrocinadora Motorola.
Apesar da nacionalidade única,
o line-up reflete diversidade musical: figura-chave na explosão da
cena dance francesa nos anos 90,
Etienne de Crecy apresenta remixes com Air, Phillipe Zdar, do
Cassius, e Alex Gopher; parte do
selo F Communications, de Laurent Garnier, os Youngsters Olivier Mateu e Gilles Escoffer mostram, ao vivo, produções que misturam tecno, soul music e eletrônica experimental; já o MC Solaar
e a dupla Chateau Flight, que participa de palestras e de uma miniturnê pelos clubes das quatro capitais já na próxima semana, representam o lado hip hop/jazzístico da nova música francesa.
"Se, nos anos 90, se falava em
segmentação da música, o que vemos hoje é a mistura de influências, a valorização do rock, da
música acústica e do rap", explica
Marcos Guzman, responsável pela produção artística do Motomix.
Além dos franceses, os brasileiros Carlos Slinger e Bid também
participam do show de encerramento do evento. O show terá
ainda apresentação multimídia
da Project Band, grupo formado
pelos 16 integrantes da semana de
workshops ao lado de Alex Kid,
Slinger e Bid -a participação nas
oficinas, que acontecerão na última semana de julho, será escolhida por uma comissão julgadora.
Festival em processo
"O processo é o fim do Motomix", resume Chico Laundes,
idealizador do evento, "um processo coletivo de criação em que
um quebra-cabeça será montado
entre os artistas convidados e os
participantes dos encontros".
As oficinas e palestras, em que
se poderá interferir também pela
internet ou por fax, pretendem
colocar em pauta a convergência
entre artes visuais, música e tecnologia. A divulgação do evento
será feita nas ruas com performances de artistas e coletivos.
Arte-propaganda? "Desde os
anos 80, quando começou essa
onda de intervenções, sempre
procuramos apoio de empresas e
instituições para viabilizar essa
produção. Mais que transformar
intervenção em commodity, estamos aperfeiçoando essa relação",
defende Mario Ramiro, coordenador de artes do festival.
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