São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 2005

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CULTURA ELETRÔNICA

Os franceses Etienne de Crecy e Youngsters tocam em evento que começa amanhã e vai até 3/9 em SP

"Festival-processo" inverte mão do Ano do Brasil na França

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais um evento engorda a já disputada agenda de festivais de música e arte eletrônica do segundo semestre. É o Motomix, que ganha edição progressiva e turbinada já a partir desta semana e se espalha até setembro nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
As atrações internacionais do show de encerramento do festival, definido como um "processo" pelos organizadores, incluem o projeto Super Discount, do produtor de house music Etienne de Crecy; a dupla The Youngsters; o DJ Alex Kid e o veterano do hip hop MC Solaar. Todos da França.
"É a nossa tentativa de fazer o caminho inverso do Ano do Brasil na França. Em outras edições, pretendemos trazer artistas de outros países", afirma Fernando Ambrosio, gerente de marketing da patrocinadora Motorola.
Apesar da nacionalidade única, o line-up reflete diversidade musical: figura-chave na explosão da cena dance francesa nos anos 90, Etienne de Crecy apresenta remixes com Air, Phillipe Zdar, do Cassius, e Alex Gopher; parte do selo F Communications, de Laurent Garnier, os Youngsters Olivier Mateu e Gilles Escoffer mostram, ao vivo, produções que misturam tecno, soul music e eletrônica experimental; já o MC Solaar e a dupla Chateau Flight, que participa de palestras e de uma miniturnê pelos clubes das quatro capitais já na próxima semana, representam o lado hip hop/jazzístico da nova música francesa.
"Se, nos anos 90, se falava em segmentação da música, o que vemos hoje é a mistura de influências, a valorização do rock, da música acústica e do rap", explica Marcos Guzman, responsável pela produção artística do Motomix.
Além dos franceses, os brasileiros Carlos Slinger e Bid também participam do show de encerramento do evento. O show terá ainda apresentação multimídia da Project Band, grupo formado pelos 16 integrantes da semana de workshops ao lado de Alex Kid, Slinger e Bid -a participação nas oficinas, que acontecerão na última semana de julho, será escolhida por uma comissão julgadora.

Festival em processo
"O processo é o fim do Motomix", resume Chico Laundes, idealizador do evento, "um processo coletivo de criação em que um quebra-cabeça será montado entre os artistas convidados e os participantes dos encontros".
As oficinas e palestras, em que se poderá interferir também pela internet ou por fax, pretendem colocar em pauta a convergência entre artes visuais, música e tecnologia. A divulgação do evento será feita nas ruas com performances de artistas e coletivos.
Arte-propaganda? "Desde os anos 80, quando começou essa onda de intervenções, sempre procuramos apoio de empresas e instituições para viabilizar essa produção. Mais que transformar intervenção em commodity, estamos aperfeiçoando essa relação", defende Mario Ramiro, coordenador de artes do festival.


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