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POLÍTICA CULTURAL
Entidades devem acompanhar sessão
Deputados votam projeto para criação de fundo para a cultura
DA REPORTAGEM LOCAL
A Assembléia Legislativa vota
hoje o projeto de lei que permite a
criação do Fundo Estadual de Arte e Cultura, cujo objetivo é
"apoiar a pesquisa, criação e circulação de obras e atividades artísticas e/ou culturais".
Para tanto, o projeto prevê verba de cerca de R$ 115 milhões (8,7
milhões de Ufesps -Unidade
Fiscal do Estado de São Paulo). A
liberação do valor seria em três
anos. De acordo com o projeto, o
montante deve fazer parte do orçamento da Secretaria Estadual
da Cultura, à qual o fundo seria
vinculado.
"Quando entrei, a questão já estava colocada. Posso oferecer mediação política, é preciso sempre
pensar na viabilização do projeto", afirma João Batista de Andrade, secretário estadual de Cultura.
Andrade lembra que, depois de
aprovado pelos deputados, o projeto precisa ainda ser sancionado
pelo governador para vigorar.
"Proponho uma política mais
ampla, não só o fundo com recursos destinados a certas produções
culturais. É preciso pensar mais
na sociedade, no interesse que o
governo tem na cultura como um
todo, e não nas pessoas que estão
querendo os recursos. Isso é uma
inversão", diz o secretário.
Segundo ele, o montante para a
criação do fundo não existe hoje
no orçamento da secretaria.
"O governo vai ter até 2010 para
adaptar a lei ao orçamento. Não é
a partir do ano que vem que o Estado vai desembolsar todo o dinheiro. No próximo ano, serão
apenas R$ 12 milhões, caso o projeto entre em vigor", defende Nei
Piacentini, diretor da Cooperativa
Paulista de Teatro.
A cooperativa e outras 24 entidades artísticas estão mobilizadas
para a criação do fundo, através
da Comissão Pró-Fundo Estadual
de Arte e Cultura.
A mobilização deve resultar numa manifestação dos artistas durante a votação hoje, às 19h. São
esperadas 2.000 pessoas.
De acordo com o texto da lei, o
dinheiro deve financiar ações em
nove áreas da cultura. Por exemplo: circo receberia 6%; música,
11%, e audiovisual, 20%, o maior
percentual.
Segundo Piacentini, o projeto
vem sendo debatido há três anos e
foi colocado no papel pela equipe
que desenvolveu o texto da Lei
Municipal de Fomento ao Teatro.
"Tenho as melhores expectativas em relação ao João Batista de
Andrade. Ele tem discernimento
estético e político incontestável."
"A nossa proposta é essa, o governo não pode deixar de dizer a
que veio. O fundo seria um financiamento direto. O governo não
pode ignorar o seu direito de intervir na cultura", diz Piacentini.
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