DA REDAÇÃO

As aeromoças vão para o céu porque são boas ou, justamente porque são egoístas e não se importam com os outros, o firmamento é o lugar ideal para flutuarem sobre os problemas mundanos? A comédia "Todas las Azafatas Van al Cielo" exuma o cadáver de uma aeromoça morta para responder a essa pergunta. Seu fantasma está por trás do elo que une um médico viúvo e uma aeromoça solitária.
Levados ao extremo do desespero pelo abandono, os dois vão a Ushuaia, no extremo sul da Argentina. Ele leva as cinzas da mulher-aeromoça morta para espalhar no canal de Beagle, ela viaja com a companhia aérea em que trabalha, crê que está grávida e, em desespero, busca colo com uma prostituta local. Os dois então se conhecem numa tentativa dupla e ridícula de se matarem, abandonando-se no meio da neve com os olhos fechados.
De argumento original, com belas fotografia e trilha sonora, o filme vai bem enquanto explora a oposição terra e ar. Quando se espera uma superação disso, porém, a trama se abriga numa solução convencional e o que levanta vôo como uma boa idéia acaba tendo de fazer um pouso de emergência. (SYLVIA COLOMBO)

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