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OSCAR 2004
"Cidade de Deus" vai à badalação pré-cerimônia
DO ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES
Zé Pequeno chegou lá. Após
enfrentar as 13 horas de vôo e
as dezenas de posições no IDH
(Índice de Desenvolvimento
Humano) que separam a Cidade de Deus de Beverly Hills, o
garoto da favela carioca entrou
pelo Grand Ballroom do hotel
St. Regis, na avenida das Estrelas, na cidade dos ricos e famosos da indústria do cinema
plantada em Los Angeles.
Ali, recebeu das mãos de um
dos executivos mais poderosos
e gananciosos deste lado do
mundo um cheque de US$ 25
mil. Na platéia, aplaudindo tudo, nomes como Renée Zellweger, Quentin Tarantino e Jude
Law. Isso é Hollywood.
Aconteceu na noite de sábado, numa cerimônia armada
anualmente por Harvey
Weinstein, um dos proprietários da Miramax, que distribui
"Cidade de Deus" nos EUA.
O dinheiro foi entregue a
Leandro Firmino da Hora, intérprete do marginal Zé Pequeno em "Cidade de Deus" e morador da Cidade de Deus, que
veio para a entrega do Oscar.
Servirá para comprar a sede da
ONG Nós do Cinema, comandada por Firmino e atores do
longa, que produz filmes e forma profissionais na favela.
Já Fernando Meirelles não
ganhou dinheiro do chefão da
Miramax, mas fechou a véspera do Oscar com um troféu na
mão. Não foi do Independent
Spirit Awards, prêmio alternativo ao Oscar entregue pelo Independent Feature Project
(IFP). "Cidade de Deus" concorria por filme estrangeiro,
mas acabou perdendo para
"Encantadora de Baleias".
Seu prêmio veio das mãos do
próprio Harvey Weinstein, tem
a forma de uma mulher segurando uma estrela e é feito de
chocolate. Trata-se do Max
Awards, cerimônia bem-humorada que o dono da Miramax promove há sete anos.
Na festa, o roliço executivo
entrega um troféu a cada um
dos indicados da casa -filmes
produzidos ou distribuídos pela Miramax. Harvey criticou a
imprensa, xingou os eleitores
da Academia e atacou George
W. Bush. "O Oscar de melhor
produção deste ano tinha de
ser dado para aquela armação
de Bush recebendo o peru falso
em Bagdá", disparou ele, referindo-se à visita-relâmpago do
presidente norte-americano ao
Iraque no final do ano passado.
"Se Deus quiser, tiraremos de
vez este homem de nossa vida
nas eleições deste ano."
Isso também é Hollywood.
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