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O faminto
Comida sem frescura
Orgia no balc�o
Boteco japon�s da rua dos Pinheiros, um hype gastron�mico paulistano, superou as expectativas
Tem certas noites em que, por uma combina��o de boa comida, bom ambiente e boa companhia, voc� manda o comedimento �s favas e come bem mais que deve, bebe mais que o recomend�vel e fala pelos cotovelos.
Passei por um desses momentos de felicidade em recente visita ao Minato Izakaya, o boteco japon�s da rua dos Pinheiros, caso raro de hype gastron�mico paulistano que supera as expectativas, de longe.
O Izakaya � pequeno. S�o dois balc�es, com dez lugares em cada. Chegue depois de 20h e voc� certamente ter� de esperar. Mas esperar, no Minato, n�o � das tarefas mais desagrad�veis, especialmente tomando um saqu� e batendo papo com o sushiman Sergio Kubo (ex-Hideki), que deu dicas das melhores pedidas da noite. E foram muitas.
O que recordo: come�amos com pequenas por��es de berinjela marinada e da inacredit�vel moelinha com cebola-roxa. Depois, veio um pratinho viciante, a pimenta-cambuci recheada com anchova. Seguiram-se por��es deliciosas de barriga de porco, l�ngua de boi na chapa, berinjela, ovas de tainha fatiadas, mandioca frita na manteiga, guioza no vapor e nir� refogado.
A� chegaram os frios: cortes caprichados de sashimi, com destaque para a cavalinha marinada, e algumas excelentes sele��es de sushi, al�m de shots de uni (ovas de ouri�o do mar) com gema de ovo de codorna. Para rebater, uma densa e perfumada sopa de cabe�a de peixe com nabo.
Uma das v�rias surpresas da noite ocorreu quando um dos donos, Fabio Koyama (ex-Aoyama) sugeriu um prato quente de lagostins cozidos que deixou todos os outros clientes da casa com inveja. "Traz um igualzinho pra n�s", disse um grupo sentado � nossa frente. Para infelicidade deles, eram os �ltimos lagostins. Foi mal, amigos.
Quando j� hav�amos dado a noite por encerrada, depois de mais de quatro horas de banquete, Koyama trouxe um robalo cozido com ameixa japonesa, que foi devorado. E o simp�tico dono ainda distribuiu saqu� para os clientes e puxou um "kampai!" coletivo. Que noite...