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Jipe rob�tico chin�s vai tentar pousar na Lua amanh�

Se tiver sucesso, China ser� a terceira na��o a realizar pouso suave no sat�lite, al�m dos EUA e dos sovi�ticos

Aparelho dever� fazer an�lises do solo lunar, mas o objetivo de longo prazo � preparar uma miss�o tripulada

SALVADOR NOGUEIRA COLABORA��O PARA A FOLHA

Se tudo correr bem, �s 13h35 deste s�bado (pelo hor�rio de Bras�lia) a China se tornar� o terceiro pa�s a realizar um pouso suave na Lua.

� para quando est� marcada a alunissagem da sonda Chang'e-3, que leva consigo o jipe rob�tico Yutu. A regi�o escolhida para o pouso � na borda de Sinus Iridum (veja quadro ao lado), uma plan�cie bas�ltica a noroeste do Mare Imbrium.

N�o muito longe dali, os sovi�ticos pousaram seu primeiro jipe lunar, o Lunokhod-1, em 1970. E do outro lado do Mare Imbrium desceu a miss�o tripulada americana Apollo-15.

A miss�o chinesa � a primeira tentativa de pouso lunar suave desde 1976, quando a sonda sovi�tica Luna-24 fez recolhimento autom�tico de amostras.

Desde ent�o, diversas sondas despencaram na Lua --seja porque sua �rbita decaiu, como no caso da orbitadora indiana Chandrayaan-1, em 2012, seja porque sua miss�o era mesmo colidir, como no caso da americana LCROSS, em 2009.

ESTRAT�GIA

A nova miss�o, batizada em homenagem � deusa lunar das antigas lendas chinesas, � a terceira de sua s�rie. As sondas Chang'e-1 (2007) e 2 (2010) apenas orbitaram a Lua, mas fizeram extenso mapeamento do sat�lite natural, em prepara��o para uma tentativa de pouso.

O jipe Yutu foi batizado em homenagem ao mascote da deusa Chang'e, um coelho que supostamente vivia com ela na Lua. O rob�, que lembra os americanos Spirit e Opportunity, enviados a Marte, tem uma miss�o de tr�s meses. Mas nada impede que ela dure mais, caso o ve�culo permane�a em boa forma.

Equipado com diversos instrumentos, o Yutu far� uma sondagem por radar dos primeiros 100 metros de profundidade do solo. Um espectr�metro permitir� investigar a composi��o de rochas.

N�o h� nada fundamental ou revolucion�rio que os cientistas chineses esperam descobrir sobre a Lua. Mas sempre h� potencial para novas revela��es, uma vez que o jipe estudar� uma regi�o da Lua nunca antes visitada.

No m�dulo de pouso, h� um telesc�pio �ptico focado em observa��es na regi�o ultravioleta do espectro, dif�cil de observar sob a atmosfera terrestre. Os chineses pretendem fazer com ele pesquisas astron�micas na Lua.

N�o � uma ideia sem precedentes. A Apollo-16 chegou a levar um telesc�pio �ptico ultravioleta, mas o equipamento se concentrava na por��o mais energ�tica dos raios UV, e o chin�s se concentra nos menos energ�ticos.

Apesar de todas essas investiga��es, ningu�m contesta o fato de que a miss�o � uma precursora.

"A qualifica��o de voo de m�dulo de pouso robusto e grande da Chang'e-3 fornecer� um sistema e uma experi�ncia espacial relevantes para futuras miss�es rob�ticas e humanas na Lua", afirma Paul Spudis, pesquisador do Instituto Lunar e Planet�rio, nos Estados Unidos.

AMBI��ES FUTURAS

O sucesso, caso se concretize, marca o in�cio de uma nova etapa no programa espacial chin�s, que se tornou o terceiro a colocar astronautas em �rbita por meios pr�prios, em 2003, e agora busca construir sua esta��o espacial at� 2020.

Nos pr�ximos anos, os chineses devem ampliar suas opera��es em solo lunar. A sonda Chang'e-4 (2015) deve ser uma r�plica da atual miss�o, e a Chang'e-5 (2017) promover� o retorno automatizado de amostras. Depois disso, restar�o as miss�es tripuladas, que est�o nos planos chineses para 2025.

"Todas essas miss�es, tecnologias e atividades s�o necess�rias se a meta de longo prazo da China � dominar o espa�o cislunar, o volume de espa�o entre a Terra e a Lua", afirma Spudis, que defende h� tempos a instala��o de uma base lunar americana no sat�lite natural. Ao que parece, ele ter� de ver os chineses fazendo isso ao longo da pr�xima d�cada.

"Ir � Lua e desenvolver o espa�o cislunar pode n�o ser importante para alguns. Claramente n�o � para a atual lideran�a da Nasa", diz. "Mas, antes de 4 de outubro de 1957, colocar um sat�lite em �rbita da Terra tamb�m n�o era visto como importante."


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