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Garotinho nega o envolvimento de
seu governo no Rio no caso Waldomiro
HENRI CARRIÈRES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) criticou ontem o antropólogo Luiz
Eduardo Soares, que, em entrevista ao site AOL, declarou ter recebido, em 2002, informações de
que haveria um esquema de corrupção na Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) na gestão de
Waldomiro Diniz.
Waldomiro foi presidente da
Loterj de fevereiro de 2001 até 1�
de janeiro de 2003, nos governos
de Garotinho e da petista Benedita da Silva. "Eu, que lidei com o
Luiz Eduardo, [o] conheço. Ele é
uma pessoa que costuma falar
muito, mas apresentar poucas
provas", disse Garotinho.
Soares ocupou a Subsecretaria
de Segurança no governo Garotinho. Em março de 1999, foi demitido por afirmar a existência de
uma "banda podre" na cúpula da
polícia. Garotinho abriu mão de
seu mandato em abril de 2002 para concorrer à Presidência da República. Benedita assumiu.
Soares, ligado ao PT, coordenou
a transição. Foi nessa época que
ele disse ter sido informado de
que o então presidente da Loterj,
Waldomiro, receberia R$ 300 mil
mensais dos bingos.
"Eu não tive conhecimento de
nenhum ato irregular praticado
pelo Waldomiro à época [de meu
governo]", disse Garotinho.
Ex-assessor do Planalto, Waldomiro aparece em gravação de
vídeo de 2002 pedindo propina de
um empresário do jogo.
Soares relatou ao site que ficou
"deprimido e perplexo" ao saber
que Waldomiro continuaria na
Loterj mesmo depois de ele ter levado a Benedita as suspeitas contra o presidente da autarquia.
Garotinho, que chefia a Secretaria de Segurança do Estado, nega
o risco de politização das investigações. "Se tiver que dar algum
depoimento para esclarecer qualquer fato, eu darei." Ele determinou à Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado)
que abrisse um inquérito. O delegado Milton Olivier disse que não
chamaria Garotinho a depor.
Desde que o caso Waldomiro
veio a público, há duas semanas,
Garotinho e sua mulher, a governadora Rosinha Matheus
(PMDB), tentam se preservar politicamente passando a idéia de
que o caso diz respeito apenas ao
PT. Ontem, Garotinho voltou a
defender uma investigação do caso pelo Congresso, com uma CPI.
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