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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu lei geral de proteção de dados

Demanda por segurança cibernética alcança receita de 2020 no primeiro semestre de 2021

Procura pelo serviço teve alta expressiva com aumento de ataques a sistemas

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São Paulo

Com a onda de ataques a sistemas e redes de computadores, cresceu também a procura por seguros cibernéticos no primeiro semestre de 2021. Até junho, o setor alcançou receita superior a R$ 41 milhões —quase a mesma gerada em todo o ano de 2020, segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Em 2019, o setor levantou cerca de R$ 20 milhões em prêmios.

Na corretora 3 SEG, o volume de apólices de seguros cibernéticos emitidos no primeiro semestre deste ano superou em mais de 50% o número de contratos fechados em 2020.

Segurança de dados
Com a onda de ataques a sistemas e redes de computadores, cresceu também a procura por seguros cibernéticos. - Pixabay

Segundo a empresa, houve um pico de demanda entre abril e julho, antes de começarem a valer as sanções administrativas aplicadas pela ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), em agosto.

As áreas de saúde, varejo, tecnologia e financeira estão entre as que mais recorreram ao serviço, diz a empresa, que ainda prevê crescimento.

A Zurich, que oferece seguro de proteção de dados para evitar perdas financeiras, diz que percebe aumento na procura por seguros cibernéticos desde 2018.

A empresa afirma que, no ano passado, emitiu um total de prêmios 217% superior ao registrado em 2019, com base em dados da Susep. No primeiro semestre de 2021, a seguradora também diz que alcançou praticamente o mesmo volume de 2020 inteiro.

Segundo a consultoria Control Risks, o setor mais afetado neste ano por ataques de ransomware, que bloqueiam sistemas, foi o governo, seguido por educação, saúde e varejo.

Em 2020, foram 304,6 milhões de ataques relatados globalmente, e nos primeiros seis meses deste ano, 304,7 milhões. No Brasil, já foram mais de 9 milhões registrados apenas em 2021, diz a consultoria.

Para o diretor de segurança cibernética da Control Risks, Felix Rodriguez, o número de ataques deve seguir crescendo em 2022.

Ele diz que a pandemia aumentou a vulnerabilidade das empresas a ataques cibernéticos por causa da mudança para o trabalho remoto, que reduziu controles técnicos e ampliou o uso de equipamentos externos e de redes de internet abertas para acessar dados da empresa.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

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