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Perfis de influenciadores de luxo desaparecem das redes sociais na China

Os censores das mídias sociais chinesas bloquearam várias contas de influenciadores que mostram estilos de vida luxuosos, depois que as autoridades da China anunciaram uma repressão à ostentação de riqueza on-line. 

Perfis de influenciadores que ostentam luxo e riqueza são proibidos a partir de agora na China.
Perfis de influenciadores que ostentam luxo e riqueza são proibidos a partir de agora na China. © Andrey Rudakov / Bloomberg via Gettyimages
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Nerea Hernández, correspondente da RFI em Pequim

Um dos alvos dessa medida foi Wang Hongquan. Apelidado de “Kim Kardashian da China”, o criador de conteúdo com mais de quatro milhões de seguidores postou vídeos se gabando de roupas de grife, voos de primeira classe e uma coleção de joias de jade.

Sua conta no Douyin, a versão chinesa do TikTok, ficou inacessível na terça-feira. Quem tenta visitar seu perfil encontra apenas uma mensagem informando que a conta está bloqueada “por violar as diretrizes” da rede social.

A China, o país com o maior número de usuários de Internet do mundo, surpreende com uma medida enérgica contra as contas de influenciadores de luxo.

Várias redes sociais chinesas, como Weibo e Bilibili (a versão chinesa do YouTube) bloquearam contas de influenciadores populares conhecidos por exibir seu padrão de vida luxuoso.

Esse também foi o caso de Wang Hongquan. Além de aparecer em seus vídeos com bolsas e acessórios de luxo, o influenciador é conhecido por se gabar de sempre sair de casa com quantias astronômicas de dinheiro.

A campanha oficial contra a disseminação de valores morais considerados "errados" na Internet foi ampliada desde dezembro passado. O Escritório da Comissão Central de Assuntos do Ciberespaço da China apontou o dedo para os criadores de conteúdo que lucram com a demonstração de pobreza e, no extremo oposto do espectro, para aqueles que exibem uma vida de luxo e "adoração ao materialismo".

"Reorientar" a juventude chinesa

Em um contexto de desaceleração econômica e certo grau de descontentamento social, essa medida busca, acima de tudo, reorientar a juventude chinesa. O presidente chinês, Xi Jinping, defende a iniciativa de “prosperidade comum”, que se choca frontalmente com a tendência de exibir ostensivamente e publicamente a riqueza.

A mídia estatal indicou que os vídeos de Wang desapareceram do Douyin este mês, juntamente com outras contas do mesmo estilo. Sister Abalone, uma influenciadora que se filmava em sua mansão, muitas vezes exibindo colares de pérolas e diamantes, também parece ter sido alvo. Seus vídeos no Bilibili não estavam disponíveis na terça-feira.

A conta do influenciador “Young Master Bo”, que costumava publicar vídeos de si mesmo dirigindo carros Rolls Royce e ostentando bolsas Hermès, também desapareceu do Douyin na terça. Ao tentar acessá-la, aparece uma mensagem de erro informando que seu proprietário “violou regras e regulamentos”.

Em um comunicado, Douyin disse que também começará a tomar medidas contra falsos “eventos”, como vídeos de crises médicas e conflitos domésticos simulados para atrair visualizações. “A Douyin aconselha os criadores a registrarem vidas boas e verdadeiras”, disse a empresa chinesa.

Nos últimos anos, o governo comunista da China tentou controlar as celebridades nas mídias sociais, criticando-as por “adorar o dinheiro” e publicar conteúdo “vulgar”.

Além disso, de acordo com a estratégia do presidente Xi Jinping para reduzir a desigualdade econômica, influenciadores como Viya, conhecida como a “rainha da transmissão ao vivo”, foram multados em US$ 204 milhões por evasão fiscal em 2021.

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