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Israel: manifestantes protestam contra ação de Netanyahu em Gaza, que coloca reféns em risco

Em um comunicado, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que o país pretende alcançar "todos os seus objetivos de guerra", apesar do grupo Hamas aceitado negociar a libertação dos reféns isralenses sem condicioná-lo ao cessar-fogo. A guerra na Faixa de Gaza completou 10 meses neste domingo (7).

Milhares de manifestantes pedem liberação de reféns em Gaza
Milhares de manifestantes pedem liberação de reféns em Gaza © Leo Correa / AP
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Michel Paul, correspondente da RFI em Jerusalém

Qualquer acordo com o Hamas deve permitir a Israel a retomada dos combates para alcançar seus “objetivos de guerra”, diz o comunicado. A declaração do premiê israelense, Benjamin Netahyahu, supreendeu os políticos israelenses, inclusive dentro da própria coalizão.

No domingo, o Hamas concordou em negociar a libertação dos reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza, sem condicionar a discussão a um cessar-fogo. Mas a declaração de Netanyahu pode prejudicar a soltura dos prisioneiros.

Para as famílias dos reféns, o premiê esta sob pressão dos seus ministros de extrema direita. "Não vamos deixar isso acontecer", disse Einav Zangauker, mãe de Natan, sequestrado pelo Hamas em 7 de outubro.

Protesto nacional

Na noite do domingo, dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas em Tel Aviv et Jerusalém, em um protesto mais violento do que o normal. Eles visam pressionar Netanyahu a aceitar um acordo de trégua para libertar os reféns, ou, caso contrário, pedir demissão.

O protesto nacional começou às 6h29, hora do início do ataque dos combatentes do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023. Nas duas maiores cidades do país, os manifestantes bloquearam estradas.

Dezenas de milhares de pessoas paralisaram o tráfego nos principais cruzamentos e em uma rodovia no centro de Tel Aviv, onde a polícia usou canhões de água para dispersá-los.

"Traga os reféns de volta para casa agora", gritavam os participantes em Tel Aviv, referindo-se às 116 pessoas sequestradas em 7 de outubro e ainda mantidas na Faixa de Gaza. Segundo o Exército israelense, 42 delas morreram.  

"O governo não se importa com o que as pessoas pensam e não faz nada para trazer nossas irmãs e irmãos de volta de Gaza", disse Orly Nativ, 57 anos.

Premiê quer se manter no cargo

Muitas famílias acusam o premiê israelense de não ter feito o suficiente para obter uma trégua, para se manter no cargo. Dois membros de extrema direita de seu gabinete ameaçaram renunciar se um acordo for alcançado.

"Ele sabe que, se acabar com a guerra, seu governo cairá", disse Nurit Meiri, 50, assistente social em Jerusalém. O primo de Meiri foi morto em 7 de outubro, quando visitava sua família. A polícia intensificou a segurança na casa do primeiro-ministro, em Jerusalém.

Durante meses, Tel Aviv foi palco de diversas manifestações, que se intensificaram nos últimos meses. 

O ataque do Hamas resultou na morte de 1.195 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.    

Em retaliação, a campanha militar israelense matou mais de 38.153 palestinos, a maioria deles civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza.

(Com informações da AFP)

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