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Líbano/Contestação

Crise no Líbano: população investe em imóveis para salvar economias

O movimento de contestação no Líbano entrou no quarto mês, com a multiplicação dos confrontos violentos entre manifestantes e polícia. O país atravessa a pior crise econômica e financeira de sua história. Paradoxalmente, o setor imobiliário, em crise há anos, dá sinais de uma importante retomada.

Desde de novembro passado, os libaneses não podem mais sacar dinheiro livremente de suas poupanças.
Desde de novembro passado, os libaneses não podem mais sacar dinheiro livremente de suas poupanças. REUTERS/Mohamed Azakir
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Correspondente da RFI em Beirute

Milhares de libaneses perderam o emprego e centenas de empresas faliram desde o início da contestação popular contra o governo, em outubro. Segundo o Banco Mundial, daqui a dois meses mais de 50% dos habitantes do país viverão abaixo da linha da pobreza. A libra libanesa perdeu 30% de seu valor em relação ao dólar e o preço dos produtos de consumo diário subiu 40%.

Os supermercados começam a ter problema de abastecimento. Os especialistas não excluem uma falência do Estado e do setor bancário. A dívida do país é quase de US$ 90 bilhões.

Vitalidade supreendente

A explicação para a vitalidade surpreendente do setor imobiliário no país é simples. Desde de novembro passado, os libaneses não podem mais sacar dinheiro livremente de suas poupanças devido a um “bloqueio informal” imposto pelos bancos. Os saques em dinheiro dos guichês ou caixas-automáticos só são autorizados a conta-gotas e no máximo algumas centenas de dólares por mês, em um país onde 70% dos depósitos bancários são feitos na moeda americana.

Há ainda o medo que as autoridades financeiras façam um “haircut”, ou a possibilidade do Estado cortar parte dos ativos, como ocorrido em Chipre entre 2012 e 2013. Neste cenário, o meio mais seguro de salvar as economias é investir comprando um bem com cheque bancário. De repente, os libaneses redescobriram os benefícios dos investimentos imobiliários e dezenas de apartamentos encalhados há anos foram vendidos em apenas algumas semanas.

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