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Manuel Bandeira

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
Manuel Bandeira
Manuel Bandeira
Nascimento 19 de abril de 1886
Recife
Morte 13 de outubro de 1968 (82 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Alma mater
  • Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
  • Universidade de São Paulo
Ocupação poeta, jornalista, escritor, tradutor, professor universitário, crítico literário
Prêmios
  • Prêmio Jabuti
Empregador(a) Universidade Federal do Rio de Janeiro
Obras destacadas Libertinagem
Causa da morte tuberculose

Manuel Bandeira (?) foi um poeta brasileiro.


Verificadas

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Poemas

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  • Desencanto
- Eu faço versos como quem chora, De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora, Não tens motivo nenhum de pranto). - “Eu faço versos como quem morre.”
- ("Meus poemas preferidos", página 35).
  • Andorinha
-Andorinha lá fora está dizendo: Passei o dia à toa, à toa! Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa...”
- (Idem. página 57).
  • Arte de amar
- Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor.Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus - ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não”.
- (Ibidem, páginaa 91).
- Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),Rio de Janeiro.
  • A mata
-Que saberá a mata? Que pedirá a mata? Pedirá água? Mas a água despenhou-se há pouco, fustigando-a, escorraçando-a, saciando-a como aos alarves."

Poemas traduzidos

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  • “Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),Rio de Janeiro.
  • Tríade

(Adelaide Crapsey)

- “São três. Coisas silenciosas: A neve que cai... a hora antes da alva...a boca de alguém que acabou de morrer”.(Idem, página 122)
  • Tua nudez

(Juan Ramón Jiménez)

- “A rosa:Tua nudez feita graça.A fonte:Tua nudez feita água.A estrela:Tua nudez feita alma”.(Idem, página 126)

Versos de circunstâncias

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  • “Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),Rio de Janeiro.
  • Murilo Mendes
- “Mais te amo,ó poesia, Quando a realidade transcendes,Em pânico, desvairando,Na voz de um Murilo Mendes ”.
- (Idem, página 112)
  • Eunice Veiga
- “Eunice meiga,Eunice linda...Que mais ainda? Eunice Veiga!”
- (Idem, página 112)
  • João Condé
- “Se as cores perder o João Condé, Dê-se ao decorado uma condecoração: Assim, do pé para a mão, Ficará Condé corado”.
- (Idem página 113)

Outros

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Poema tirado de uma notícia de jornal, como citado por Salvatore D’ Onofrio in: Dicionário de Cultura Básica (wikisource):

- “João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro.Bebeu.Cantou. Dançou. Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado”.

"Libertinagem"

Poética
- “Estou farto do lirismo comedido, do lirismo bem comportado. Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente: protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário: o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas. Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais. Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção. Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis. Estou farto deste lirismo namorador. Político. Raquítico. Sifilítico. De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo. De resto não é lirismo. Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante. exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.Quero antes o lirismo dos loucos. O lirismo dos bêbados. O lirismo difícil e pungentes dos bêbados. O lirismo dos clowns de Shakespeare. Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”.
- "50 [Cinquenta] poemas escolhidos pelo autor" - página 17, Manuel Bandeira - Ministério da Educação e Cultura, Serviço de Documentação, 1955 - 86 páginas

Palavras do Autor

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  • Prefácio de “Meus Poemas Preferidos”, Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro Grupo Coquetel),Rio de Janeiro
- “Quando caí doente em 1904, fiquei certo de morrer dentro de pouco tempo:a tuberculose era ainda mal que não perdoa.Mas fui vivendo, morre-não-morre, e em 1914 o Dr. Bodner, médico-chefe do sanatório de Clavadel, tendo-lhe perguntado quantos anos de vida me restariam, respondeu-me sorrindo: O Sr. Tem lesões teoricamente incompativeis com a vida; no entato está sem bacilos, come bem, dorme bem, não apresenta, em suma, nenhum sintoma alarmante.Pode viver cinco, dez, quinze anos...Quem poderá dizer?...”
- (Primeiro parágrafo).
- “Pertenço à fase heróica da tuberculose. Foi através dela que construí minha poesia. Não fiz versos por ser poeta".
-Jornal O Estado de São Paulo, outubro de 1968

Estrela da Vida Inteira

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Ver artigo principal: Estrela da Vida Inteira.
  • "Seja bem-nascido. Menino, Fui, como os demais, feliz. Depois, veio o mau destino E fez de mim o que quis. Veio o mau gênio da vida, Rempeu em meu coração, Levou tudo de vencida, rugiu como um furacão, Turbou, partiu, abateu, Queimou sem razão nem dó - Ah que dor! Magoado e só, Só! - Meu coração ardeu: Ardeu em gritos dementes Na sua paixão sombria... E dessas horas ardentes Ficou esta cinza fria. - Esta pouca cinza fria..."
-Bandeira, Manuel, 1886-1968 Estrela da vida inteira / Manuel Bandeira. - 20. ed. - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 39-41. 449 páginas. ISBN 9788503001069
-Em 1917, publica o seu primeiro livro - A cinza das horas - impresso nas oficinas do Jornal do Comércio. Edição de duzentos exemplares, custeada pelo autor (300 mil-réis). João Ribeiro lhe faz um grande elogio em seu artigo de crítica no Imparcial.


Atribuições

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  • "...Inspiração coisa nenhuma. Precisa ter inspiração pra atravessar a rua, senão você morre atropelado."
- Atribuido a Manuel Bandeira em suposto diálogo com o deputado Ulysses Guimarães. Este teria obtido esta resposta após ter exclamado "—Sua inspiração mestre divino!..."
- Citado por Ulysses Guimarães durante entrevista no programa de Jô Soares (Jô Soares Onze e Meia, 21 de setembro de 1992).[1]


Referências

  1. (23:30 h em 21/09/1992). Jô Soares Onze e Meia [programa de entrevistas]. Brasil: SBT. (em português) Evento ocorre em ca. 4 min. após início do diálogo (1º bloco).