Scyllaridae
Scyllaridae | |||||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||
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Subfamílias e géneros | |||||||||||||||||||||
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Scyllaridae é uma família de crustáceos da subordem Palinura da ordem Decapoda (Achelata nas modernas classificações), uma das três que constituem a superfamília Palinuroidea, que inclui as espécies de pequenas lagostas conhecidas por cavacos (em Portugal),[1] lagostas-sapata, sapateiras ou cavaquinhas (no Brasil), chinelas (em Moçambique) ou santiaguinhos (na Galiza e comunidades piscatórias a norte do Ave). A família, que agrupa 98 espécies, das quais 13 são apenas conhecidas do registo fóssil, tem distribuição natural nas águas costeiras das regiões subtropicais e intertropicais de todos os oceanos. As espécies mais conhecidas, alvo de pescaria comercial, são Scyllarus arctus e Scyllarides latus.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Os membros desta família apresentam uma carapaça aplanado e antenas amplas e aplanadas,[2] tendo como característica principal apresentarem os artículos terminais das primeiras antenas transformados num par de placas, o que lhes confere um aspecto distinto em relação aos restantes crustáceos.
A carapaça dos membros da família Scyllaridae é achatado e sempre com uma bordadura lateral bem marcada. Na carapaça, podem ocorrer vários sulcos, protuberâncias ou dentes e a superfície é geralmente fortemente granulada. O rostro é em geral pequeno e recoberto pela protuberância antenular. Os olhos estão inseridos em fossas oculares localizadas junto ao bordo frontal da carapaça e rodeadas por pequenas protuberâncias.
Taxonomia e sistemática
[editar | editar código-fonte]Aristóteles inclui estes animais na sua obra Historia Animalium com a designação de arctus. Com base nessa designação, Carl von Linné designou em 1758 todas as espécies de Scyllaridae então conhecidas por Cancer arctus, incluindo-os entre os caranguejos. Coube a Johann Christian Fabricius descrever o género Scyllarus, no ano de 1775, iniciando o processo de individualização destes organismos que conduziu a que em 1825 Pierre André Latreille propusesse formalmente a família Scyllaridae.
Entre os Achelata, a família Scyllaridae é considerada um táxon basal que tem por grupo irmão todos os restantes grupos de lagostins (Astacidea) e lagostas (Palinuridae e Synaxidae).[3]
A família Scyllaridae inclui, na sua presente circunscrição taxonómica, os seguintes 22 géneros repartidos por quatro subfamílias:[4][5]
- Arctidinae Holthuis, 1985
- Arctides Holthuis, 1960a
- Scyllarides Gill, 1898
- Ibacinae Holthuis, 1985
- Evibacus Smith, 1869a
- Ibacus Leach, 1815
- Parribacus Dana, 1852a
- Scyllarinae Latreille, 1825a
- Acantharctus Holthuis, 2002
- Antarctus Holthuis, 2002
- Antipodarctus Holthuis, 2002
- Bathyarctus Holthuis, 2002
- Biarctus Holthuis, 2002
- Chelarctus Holthuis, 2002
- Crenarctus Holthuis, 2002
- Eduarctus Holthuis, 2002
- Galearctus Holthuis, 2002
- Gibbularctus Holthuis, 2002
- Petrarctus Holthuis, 2002
- Remiarctus Holthuis, 2002
- Scammarctus Holthuis, 2002
- † Scyllarella Rathbun, 1935
- Scyllarus Fabricius, 1775
- Theninae Holthuis, 1985
- Thenus Leach, 1816a
- Incertae sedis (sem subfamília atribuída):
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Rogério R. Ferraz, A exploração dos invertebrados marinhos dos Açores. Horta, Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.
- ↑ Francisco Padilla Álvarez y Antonio E. Cuesta López (2003). Zoología Aplicada (em espanhol). [S.l.]: Ediciones Diaz de Santos. p. 147. ISBN 84-7978-588-8 Parâmetro desconhecido
|localidade=
ignorado (ajuda) - ↑ Shane T. Ahyong, Denis O’Meally, "Phylogeny of the Decapoda Reptantia: resolution using three molecular loci and morphology" in The Raffles Bulletin of Zoology, vol. 52, n.º 2 (2004), pp. 673-693 (PDF, 270kB).
- ↑ Sammy De Grave, N. Dean Pentcheff, Shane T. Ahyong et al., "A classification of living and fossil genera of decapod crustaceans" in Raffles Bulletin of Zoology, Suppl. 21 (2009), pp. 1–109 (Online= PDF 7,73MB)
- ↑ ITIS, Integrated Taxonomic Information System (2004). «Scyllaridae Latreille, 1825» (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2010
Referências
[editar | editar código-fonte]- Lipke B. Holthuis: "A revision of the family Scyllaridae (Crustacea: Decapoda: Macrura). I. Subfamily Ibacinae". In: Zoologische Verhandelingen. Leiden 1985, pp. 1–130.
- Lipke B. Holthuis: Marine Lobsters of the World. An Annotated and Illustrated Catalogue of Species of Interest to Fisheries Known to Date. Editor: Food and Agriculture Organization (FAO Fisheries Synopsis, vol. 125). Roma, 1991 (ISBN 978-92-5103027-1).
- Lipke B. Holthuis: "The Indo-Pacific scyllarine lobsters (Crustacea, Decapoda, Scyllaridae)". In: Zoosystema. vol. 24, Nr. 3, 2002, pp. 499–683 (PDF 4,9MB [consultado em 17 de agosto de 2012]).
- Füller, H., Gruner, H.-E., Hartwich, G., Kilias, R., Moritz M.: Urania Tierreich, Wirbellose 2 (Annelida bis Chaetognatha). Urania-Verlag, (ISBN 3-332-00502-2).
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Scyllaridae Latreille, 1825 em Integrated Taxonomic Information System (ITIS)
- Rogério R. Ferraz, A exploração dos invertebrados marinhos dos Açores. Horta, Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.