Palimércio de Rezende
Palimércio de Rezende | |
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Dados pessoais | |
Nascimento | 3 de dezembro de 1880 Rio Grande do Sul, Brasil |
Morte | 2 de maio de 1939 (58 anos) Rio de Janeiro,Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Alma mater | Escola Militar da Praia Vermelha |
Profissão | Militar |
Serviço militar | |
Serviço/ramo | Exército Brasileiro |
Anos de serviço | 1896–1931 |
Graduação | Coronel do Exército Brasileiro |
Palimércio de Rezende (Rio Grande do Sul, 3 de dezembro de 1880 — Rio de Janeiro, 2 de maio de 1939) foi um coronel do Exército brasileiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Palimércio de Rezende [nota 1] nasceu no Rio Grande do Sul em 3 de dezembro de 1880, filho de Afonso Zulmiro Resende.[1][2][3]
Em 13 de abril de 1896 assentou praça no Exército Brasileiro. Em 1900 ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, onde estudou engenharia militar, estado-maior, matemática e ciências físicas, pelo regulamento de 1898. Em 1º de março de 1901 passou a condição de aluno alferes na instituição. Em 1904 concluiu o curso geral.[1][2][3]
Em 10 de janeiro de 1907 foi promovido a 2º tenente.[3]
Em 1911 foi promovido a primeiro-tenente em 1911 e classificado no 7º Regimento de Infantaria (7º R.I.) em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.[1][3]
Em 1917 foi promovido a capitão.[1]
Em 1921 serviu na 13ª Companhia de Metralhadoras de Niterói e, mais tarde, na 4ª Seção do Estado-Maior do Exército no Rio de Janeiro. Ainda naquele ano foi classificado na 10ª Companhia de Metralhadoras de Juiz de Fora, concluindo no final daquele ano o curso de revisão da Escola de Estado-Maior. Em 1922 tornou-se chefe da 3ª seção do Estado-Maior da Direção de Etapas, e pouco depois nomeado oficial-de-gabinete do Ministro da Guerra, o general Fernando Setembrino de Carvalho. No ano seguinte foi promovido a major.[1]
Em 1926 foi promovido a tenente-coronel.[1]
Em 1928 foi promovido coronel e nomeado chefe do Estado-Maior da 2ª Região Militar, respectiva a São Paulo. Nesse posto, durante a Revolução de 1930, combateu os revoltosos na fronteira com o Estado do Paraná. Após o desfecho daquele conflito, chegou a ocupar provisoriamente a chefia da Casa Militar do governo paulista entre 24 e 28 de outubro de 1932, durante a administração do general Hastínfilo de Moura, que foi logo substituído em virtude de suas ligações com o governo deposto.[2][4]
Em 5 de julho de 1931 o coronel passou para a reserva de primeira classe.[5]
Foi um dos líderes da Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, onde junto do então coronel Euclides Figueiredo, que inicialmente foi o comandante geral dos revoltosos e posteriormente comandante da frente norte, participou ativamente nas articulações do levante armado. Naquela ocasião, com deflagração do conflito, veio a assumir o general Bertoldo Klinger, então comandante da Circunscrição Militar sediada em Mato Grosso. Em seguida, Palimércio veio a assumir a chefia do Estado Maior do coronel Figueiredo, comandante da frente norte de combate.[1][4][6][7][4]
Contudo, iminente a derrota militar dos revoltosos, já dado o armísticio e as tratativas para a rendição formal, Palimércio então bateu em retirada para o Paraguai e na sequência para a Argentina. Nesse país, reuniu-se com demais revoltosos exilados.[1][6][7][4]
Em 1934 obteve a anistia concedida pelo governo federal, porém, permaneceu na reserva. Em 1935, participou juntamente com o coronel Euclides Figueiredo, Bertoldo Klinger e João Neves da Fontoura, entre outros, de uma conspiração contra o governo federal, que acabou não sendo realizada.[1][6][7][2][4]
Palimércio de Rezende sofria de diabetes e em consequência desta teve uma crise. Chegou a ser internado, mas entrou em coma. Após vários dias nesse quadro, veio a falecer na manhã do dia 2 de maio de 1939, na sua residência, na cidade do Rio de Janeiro. Foi sepultado no cemitério São João Batista.[8][9]
Segundo Guilherme Figueiredo (filho de Euclides Figueiredo), de quem era muito próximo, o coronel gaúcho não era um militarista embora fosse um militar de formação,era um homem culto, apreciador de música clássica, artes e literatura, tendo sido um dos seus mentores para a sua carreira como escritor.[9]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Em sua homenagem foi inaugurada a EMEF Cel. Palimércio de Rezende na cidade de São Paulo. Há ainda as ruas Cel. Palimércio de Rezende, no bairro Butantã na cidade de São Paulo e no Jardim São Paulo na cidade de Tatuí, interior de São Paulo, também em sua memória.[10][11]
Notas
- ↑ Na grafia original: Palymércio de Rezende.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Revolução de 1930
- Revolução Constitucionalista de 1932
- M.M.D.C.
- Edifício Ouro para o Bem de São Paulo
- História de São Paulo
- Golpe de 1937
Referências
- ↑ a b c d e f g h i «Coronel Palimércio de Rezende». FGV CPDOC Verbete biográfico. Consultado em 7 de abril de 2017
- ↑ a b c d Carone, Edgard (1974). A República Nova (1930-1937). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 423 páginas
- ↑ a b c d «Almanak do Ministério da Guerra». Rio de Janeiro: Ministério da Guerra. 1911. p. 286. Consultado em 20 de setembro de 2020
- ↑ a b c d e Donato, Hernani (1982). A Revolução de 32. Rio de Janeiro: Circulo do Livro. 224 páginas
- ↑ «Actos do chefe do governo provisório» 11212 ed. Rio de Janeiro: Correio da Manhã. 5 de julho de 1931. p. 4
- ↑ a b c Carvalho e Silva, Herculano (1932). A Revolução Constitucionalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. pp. 300 a 356.
- ↑ a b c Figueiredo, Euclides de Oliveira (1954). Contribuição para História da Revolução Constitucionalista. São Paulo: Martins. pp. 23 a 359
- ↑ «O fallecimento do coronel Palimercio de Rezende» Edição 25507 ed. São Paulo: Correio Paulistano. 3 de maio de 1939. p. 1
- ↑ a b Figueiredo, Guilherme (1977). «Depoimento» (PDF). FGV CPDOC. p. 40 e 41. Consultado em 4 de janeiro de 2018
- ↑ «EMEF Cel Palimércio de Rezende». Portal Escol. Consultado em 7 de abril de 2017
- ↑ «Rua Coronel Palimércio de Rezende, Butantã - São Paulo SP - CEP 05505-010». www.consultarcep.com.br. Consultado em 8 de abril de 2017